The Cheeseboard

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Eu e a Maryanne marcamos de nos encontrar no The Cheeseboard Collective, que é um dos pontos gastronômicos mais famosos de Berkeley. O Cheeseboard é uma cooperativa onde todos que trabalham lá são sócios proprietários, têm o mesmo salário e dividem os lucros. Essa loja de queijos foi uma das primeiras a se estabelecer naquela região, onde está também o Chez Panisse, e que hoje é conhecida como o Gourmet Ghetto de Berkeley.

O bacana do Cheeseboard é o ambiente descontraído e a maneira como você é atendido. Você chega e pega uma carta de baralho—a nossa foi o Jack of Hearts. Quando nossa carta foi chamada, nos aproximamos do balcão onde poderiamos pedir qualquer tipo de aconselhamento ou provar qualquer um dos 88653322098 mil queijos que eles vendem por lá. Você pode provar duzentos queijos e comprar apenas dois, ou se quiser pode provar trezentos queijos e não comprar nenhum. O duro é conseguir provar e não comprar, porque os queijos são deliciosos.

Eu não tinha nenhuma festa de queijo planejada, nem queria nenhum conselho. Também não sabia que queijo eu queria experimentar, porque minha visão libriana se embaraça e fica nebulosa quando há muitas opções no horizonte. Felizmente eu pensei rápido e lasquei o pedido—quero provar um queijo da Califórnia. A minha atendente então cortou fatias finérrimas de um queijo cremoso de cabra do outro mundo chamado Humboldt Fog. Comprei um pedaço. Depois ela me ofereceu o Roth’s Private Reserve, um queijo de Winsconsin, que segundo ela era ótimo. E era mesmo. Um estilo alpino artesanal premiado, feito com leite de vaca cru, muito interessante. Comprei outro pedaço. Também experimentamos um pecorino italiano com uma crosta de ervas e eu comprei um pedaço do Prima Donna, um Gouda muito delicado.

O Cheeseboard também tem uma padaria e vende pães fresquinhos, mas nós não compramos nenhum. Ao lado do Cheeseboard fica a pizzaria da cooperativa, também muito famosa pelo menu que oferece apenas um tipo de pizza por dia e que mesmo assim faz filas enormes na porta.

Café Fanny

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Passei a tarde de sábado em Berkeley com minha amiga Maryanne e entre os muitos bate-papos e bate-pernas almoçamos no Café Fanny da Alice Waters. O café, que tem o mesmo nome da heroína de Marcel Pagnol e que também é o nome da filha da Alice Waters, é um lugar bem pequeno, que serve basicamente café da manhã europeu—com café au lait servido no bowl—e lanches leves, com sopas, sanduiches e saladas. A idéia de Alice era oferecer aos comensais um lugarzinho agradável sem as complicações de um restaurante, para as pessoas sentarem no páteo e tomarem café ou uma taça de vinho. O Café Fanny não tem cozinha, tudo é preparado no balcão. O serviço é rápido, escolha, pague e leve. O lugar está muito bem localizado numa esquina entre a famosa padaria Acme Bread Co., que tem uma fila constante na porta da sua micro-loja, e uma loja de vinho. Todos os produtos do menu do Café Fanny segue a linha da ideologia da Alice Waters—são locais, de fazendas e sítios que praticam agricultura sustentável e ecológica. Eu comi um sanduíche levíssimo feito com pain de mie do Acme, queijo raclete e tapenade. Pedi também uma salada de verdes, simples e perfeita. A Maryanne pediu a clássica salada de queijo da cabra assado, que vem com duas torradas lindas e enormes feitas com o pão levain do Acme. Nossa opção de bebida foi uma limonada fresquíssima, que estava do jeitinho que eu gosto, bem limãozuda e sem muito açúcar.

bolo de milho super caseiro

Esse bolinho de milho super caseiro é uma receita da Fer, a querida Dadivosa, que estava guardada há tempos, esperando seu dia de brilhar na passarela dos bolinhos singelos com gosto de roça. Segui as explicações da receita dadas pela Fer à risca, só mudei o tipo de forma, pois achei que bolinhos em formato pequeno iriam ser mais fáceis de levar bolo_milho_caseiro na lancheira. Eles ficaram muito fofinhos e simplesmente deliciosos!

1 xícara de milho verde
100g de manteiga sem sal
1 xícara de açúcar
2 ovos
1 1/2 xícara de farinha de trigo
1 colher sopa de fermento em pó
1/4 xícara de iogurte natural

Unte uma forma de buraco no meio e reserve. Pré-aqueça o forno em temperatura média. Bata o milho no liquidificador até virar uma pasta. Bata bem o açúcar com a manteiga ou margarina até formar um creme claro e fofo. Adicione os ovos, um a um, mexendo sempre. Junte o milho batido e misture, depois o trigo e misture mais um pouco, o fermento e por último o iogurte. A massa não fica muito líquida. Despeje a massa com cuidado na forma e leve ao forno médio até que, enfiando um palito no centro do bolo, ele saia limpinho. Espere esfriar e desenforme.

os pistachos também são

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Ele chegou da fazenda bem de madrugada. Pela manhã quando fui tomar meu café encontrei um sacão cheio de pistachos crus em cima da pia e ao lado um bilhete—aproveite para fotografar! Então eu fiz. Os pistachos também têm uma casca externa molinha, além da casca durinha que protege o fruto e que já conhecemos. Processar o pistacho dá um trabalho, eu já fiz e não gostei do resultado. Primeiro tem que ferver, remover todas as cascas externas, depois torrá-los na medida certa, que eu não consegui fazer. Uma parte queimou e outra ficou borrachuda. Melhor comprar o pistacho torrado na loja. E usar esses crus mesmos, porque eles são bem comíveis.

butternut squash gnocchi

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Na cartinha do final do verão já fomos avisados que por uma eventualidade agrícola estaríamos lidando com uma avalanche de abóboras neste outono. O pessoal da fazenda aconselhou que nos preparássemos bem para enfrentar essa súbita invasão cor de laranja, com muitas receitas criativas porque abóboras abundariam dali pra frente. Dito e feito. Já tenho uma coleção de variedades de abóboras na minha cozinha, com diferentes cores, formatos e sabores. E agora? Perguntam vocês. Já estou me virando. Respondo eu.

A revista SUNSET trouxe, na edição de outubro, uma seção de receitas com abóbora. Acho que vou testar algumas delas. A primeira foi essa, de gnocchi servido com manteiga e queijo. Ficou bem interessante. As sobras eu servi no dia seguinte com um molho simples de tomate caseiro. Também ficou muito bom.

2 xícaras de abóbora cozida, sem casca e sem sementes
3 a 3 1/2 xícaras de farinha de trigo
1/2 colher de chá de sal
1/4 colher chá de noz moscada ralada na hora
1/4 colher chá de pimenta do reino branca moída na hora
3 colheres de sopa de manteiga derretida
1/2 xícara de queijo parmesão ralado—ou pecorino ou asiago
Pimenta moída a gosto

Misture a abóbora com sal, noz moscada e pimenta. Vá acrescentando a farinha até dar o ponto. Enfarinhe bem uma superfície plana e sove a massa umas dez ou doze vezes. Faça rolinhos compridos e corte em pedacinhos com uma faca. Mantenha enfarinhados.

Numa panela com bastante água salgada fervendo, cozinhe os gnocchis por 3 minutos ou até eles subirem à superfície. Remova com uma escumadeira e reserve. Tempere os gnocchis com a manteiga derretida, o queijo ralado e com mais pimenta moída a gosto. Sirva imediatamente.

a primeira da estação

romã — pomegranate
romã — pomegranate

Eu adoro essa fruta, que é uma daquelas diferentonas e difíceis de comer, porque ela não tem polpa, só sementes. Todo ano eu fico toda entusiasmada quando vejo as romãs chegando junto com o outono. Elas se dão muito bem no clima desta região e são muito usadas como árvores ornamentais na frente das casas. Fica muito bonito, porque as romãs são realmente frutas rainhas, com sua cor e formato elegantes.

Na cozinha eu adoro salpicar as sementinhas nas saladas, ou misturar com couscous ou arroz. O céu é o limite para o uso da romã. E além de usar suas qualidades culinárias, adoro explorar sua fotogênia, em cliques como este da romã da Elise em 2006 e o da romã rainha da cesta orgânica em 2007.

extra-virgem para todos!

Eu ouso comparar a saga das azeitonas californianas—que está apenas começando—com a do vinho californiano, que se desenvolveu a partir da década de 60 e alcançou um patamar de qualidade e de renome mundial. Isso porque um homem, o empreendedor Robert Mondavi, decidiu que colocaria o estado no mapa da vinicultura mundial. Eu acredito que a Califórnia tem potencial para tornar-se completamente independente também no quesito azeite e boas azeitonas de mesa. Os produtores de azeitona do estado parecem estar decididos a mudar esse panorama triste, das azeitonas enlatadas. Eu tenho comprado azeite californiano e não tenho tido nenhum motivo pra reclamar. Alguns fatos sobre as azeitonas daqui, tirados da revistinha sazonal do departamento de Plant Science, da UC Davis.

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As oliveiras são originais da Asia Menor e se espalharam pelo Irã, Síria e Palestina seis mil anos atrás e em seguida pelo resto da região mediterrânea. Há documentação que mostra que as oliveiras foram trazidas da Espanha para o Peru em meados do século 16. No século 18 monges franciscanos levaram as oliveiras para o México e depois rumo ao norte, com o estabelecimento do sistema de missões na Califórnia. O primeiro registro de uma oliveira plantada na Califórnia está datado em 1769, na missão San Diego de Alcala.

Pomares comerciais de oliveiras apareceram no final do século 19, primeiramente nos vales do centro e norte da Califórnia. As azeitonas das primeiras colheitas viraram azeite, mas no inicio do século 20 a indústria deu uma guinada, se concentrando na produção de azeitonas para mesa. O desenvolvimento da tecnologia de enlatamento trouxe mais lucros para a indústria do que a fabricação de azeite. Hoje 90% da produção de azeitonas na Califórnia é para enlatamento, com apenas 10% reservada para fazer azeite.

A Califórnia é o único estado do país com uma produção significante de azeitonas comerciais. Aproximadamente 80% das azeitonas consumidas nos EUA vem da Califórnia. O azeite era quase que totalmente importado, mas devido à demanda do consumidor hoje a produção de azeite californiano aumentou consideravelmente. Há previsão de que o volume da produção de azeite no estado aumente em 500 por cento nos próximos cinco anos—te cuida Espanha e Itália!

A Califórnia produz as seguintes variedades de azeitonas:
Para mesa: Manzanillo, Sevillano, Mission, Ascolano e Barouni.
Para azeite: Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Frantoio, Mission, Manzanillo e Leccino.