meu dia de fúria

Não vou conseguir traduzir em palavras o tamanho do cansaço que estou sentindo neste momento. É cansaço misturado com um sentimento imenso de indignação e desilusão. Vira e mexe eu observo abusos sendo praticados por todos os lados, gente repassando e surrupiando receitas desenvolvidas por blogueiros, ou copiando conteúdo com pesquisas detalhadas, o trabalho árduo de outra pessoa sendo usado indiscriminadamente, sem falar na cópia de imagens, de idéias e de estilo. A web oferece aos desonestos uma maneira fácil de ganhar reconhecimento e até uma graninha, sem precisar produzir absolutamente nada, só praticando a habilidade da cópia e da cola. Quase todo dia eu encontro websites usando minhas fotos sem permissão e sem crédito. Também fico desalentada vendo o estilo do Chucrute com Salsicha ser reproduzido aqui e ali, como se o que eu faço naturalmente e espontaneamente fosse uma espécie de fórmula mágica para o sucesso. Agora recebo a denúncia de que uma revista brasileira está copiando e publicando minhas receitas e minhas fotos, ganhando com publicidade, sem nunca ter me contactado, nem me dado nenhum crédito, nada! É o fim da picada da malandragem, da desonestidade e da falta de caráter. O descaso total pelo direito do outro parece ser uma praga que se abateu sobre a humanidade. Pra mim é completamente incompreensivel que uma publicação use o meu material sem autorização, violando meus direitos autorais, assim na boa. Nem vamos falar de ética aqui, né? Estou cansada, chateada e abatida. Mas vou tomar providências legais desta vez. Toda vez que deixamos pra lá numa situação dessas, estamos dando permissão para esses LADRÕES agirem tranquilamente e à luz do dia, dando risada na nossa cara e lucrando às nossas custas. Pra mim é BASTA! BASTA MESMO!
A tal revista ladra chama-se In House. É distribuida gratuitamente na região de Suzano e Mogi das Cruzes no estado de São Paulo e vive de publicidade paga por anunciantes. Se alguém tiver acesso, por favor guarde um exemplar.

clafoutis de pêra

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Clafoutis é o tipo de receita que me agrada, pois é fácílima de fazer e leva sempre um tipo de fruta ou legume. Por isso vira e mexe tem um deles figurando por aqui. Essa receita eu peguei numa daquelas revistinhas naturebas que são distribuídas em portas de supermercados e lojinhas naturais. Eu sempre pego e passo os olhos, pois muitas vezes elas oferecem receitas interessantes. Gostei particularmente dessa por ela ser feita com as pêras, que é uma fruta que eu acho que cozinha muito bem—e como a maçã, eu prefiro cozida do que crua. Também achei legal a receita levar leite de soja, embora eu não tenha usado e substitui pela mesma medida de leite integral, e pedir todos os ingredientes orgânicos. Só mesmo numa revista natureba!

clafoutis de pêra
3/4 xícara de leite de soja orgânico sabor baunilha*
3/4 xícara de leite orgânico integral
4 ovos caipiras
1/4 xícara de nectar de agave orgânico
1/2 colher de chá de extrato de baunilha
1/2 colher de chá de extrato de amêndoa
1/2 xícara de farinha de trigo orgânica
3 pêras orgânicas Anjou**
*usei leite comum
** usei a pêra Bartlett

Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 205ºC e unte um refratário de 22cm com manteiga. No liquidificador coloque o leite, ovos, agave nectar, os extratos de baunilha e amêndoa e bata bem. Adicione a farinha de trigo e pulse para misturar ao liquido. Reserve. Corte as pêras ao meio, retire sementes e cabos e então corte novamente na horizintal em fatias. Coloque as pêras cortadas no refratário, ajeite para que elas fiquem inteiras. Jogue a massa por cima das pêras no refratário e asse por 55 minutos, até a massa crescer e ficar dourada. Remova do forno e deixe esfriar. Sirva o clafoutis morno ou frio.

caviar de berinjela

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Outra receita para usar as últimas berinjelas da estação. Não tem nada de caviar, só mesmo parecença na cor escura. Ela foi preparada num transe total de invencionice, que felizmente [ufa] teve um resultado feliz. E depois de tantas berinjeladas, me orgulho de dizer que no dia de hoje não tenho mais nenhum berinjela esperando para ser usada na geladeira!

Corte uma berinjela pequena em cubinhos, salpique com sal grosso e coloque numa peneira, sobre uma vasilha, para escorrer liquido. Eu deixei de um dia para o outro, mas algumas horas já bastam. Depois refogue um dente de alho picadinho num pouco de azeite, junte os cubinhos de berinjela, e deixe cozinhar até elas ficarem bem murchas. Acrescente um pouquinho de vinho tinto, outro pouquinho de vinagre balsâmico e um pouquinho de água—só o suficiente para a berinjela poder cozinhar mais tempo sem grudar no fundo da panela. Cozinhe em fogo baixo até todo o liquido secar. Ajuste o sal e acrescente pimenta do reino branca moída a gosto e orégano fresco ou seco. Sirva frio. Essa berinjela melhora o sabor depois de uns dias guardada na geladeira.

torta de alcachofra & milho

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A idéia para essa torta nasceu de uma receita de entrada de alcachofra e queijo de cabra da revista Bon Appetit e acabou se transformando num outro prato, resultado também da minha vontade de fazer uma limpa no congelador. Eu não gosto de deixar coisas congeladas por muito tempo, pois acho que o congelamento compromete a qualidade e o sabor. Tenho alguns sacos de milho congelados no meio do verão e queria começar a usá-los. Também tinha uma massa de torta feita com farinha de spelt orgânica. Juntou tudo e voilá—criou-se uma deliciosa torta!

Descongele o milho e os corações de alcachofra. 2 xícaras de milho e 1 xícara de corações de alcachofra. Numa panela derreta 2 colheres de manteiga e refogue ali um dente de alho picadinho. Junte o milho e a alcachofra e refogue por uns minutos. Tempere com sal, pimenta branca moída, cebolinha picada e gotas de limão. Junte 1/4 de xícara de creme de leite fresco e depois umas 4 fatias de queijo de cabra. Refogue rapidamente até o queijo derreter e formar um creme. Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 205ºC. Coloque o creme de milho e alcachofras numa massa preparada—usei uma feita com farinha de spelt orgânica e coloque para assar, até o recheio começar a borbulhar e ficar levemente gratinado. Sirva essa torta quente ou fria.

gelatina de goiaba

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O inverno chega gelado e nevoento e me dá uma vontadezona de comer gelatina. Tem coisa que não tem explicação. E a gelatina que eu queria comer tinha que ser de fruta e cortada assim em cubinhos. Fui cuidar de aplacar a tal vontade. Fazer gelatina parece uma coisa fácil, mas tem lá os seus truques. O líquido quente é fundamental. Por isso desperdicei suco de laranja batido com pedaços de manga, porque não coloquei uma quantidade suficiente de liquido borbulhante e a gelatina não firmou. Tentei uma segunda vez, usando então um suco de goiaba de ótima qualidade, sem açúcar, sem corantes, nem preservantes.

4 envelopes de 7 gr cada [28gr total] de gelatina em pó sem sabor
1 xícara de suco de fruta frio
3 xícaras de suco de fruta aquecido até o ponto de fervura

Mel ou agave nectar a gosto para adoçar
Numa vasilha grande e rasa, polvilhe a gelatina na xícara de suco frio e deixe dissolver bem, por 1 minuto. Numa panela esquente as 3 xícaras restantes de suco ao ponto de fervura e despeje sobre a mistura de gelatina. Mexa com um batedor de arame para dissolver bem. Junte mel ou agave nectar a gosto, misture bem, cubra com plástico e leve à geladeira por no mínimo 3 horas. Remova da geladeira e corte em cubinhos com uma faca molhada.

my moleskine

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Acho que todo mundo que gosta de escrever carrega na bolsa ou bolso um moleskine. Eu tenho o meu. Nem sempre foi um moleskine. Nos tempos do onça eram pequenos caderninhos de espiral ou brochura, que amassavam e rasgavam dentro da bolsa. Com o moleskine não acontece dessas desgraças, pois apesar de ser maleável, ele tem uma capa dura e um elastico segurando, que previne que ele se abra. Eu carrego meu moleskine pra onde for, no dia-a-dia e em viagens longas ou curtas. Uso ele para anotar detalhes importantes do que eu comi, o nome do vinho, endereços de lugares, informações pertinentes, e-mails de pessoas que eu por ventura encontre e algumas idéias. Usei meu moleskine quando fui ouvir o Michael Pollan em Berkeley, porque é óbvio que nem pensei em levar um bloco de anotação. O moleskine sempre me salva, porque minha memória é péssima. Esses caderninhos são objetos de desejo de quem gosta de escrever e de desenhar [há moleskines com páginas brancas, sem linha] também pelas histórias que eles carregam. É sabido que Ernest Hemingway escrevia suas idéias num moleskine, assim como Picasso, Matisse e van Gogh rabiscavam seus desenhos num deles.