» quiche de cogumelos [criminis e baby portobellos], quiche de alho poró com queijo e tomate, hummus verde, pão sírio com gergelim, queijos [brie e camembert francês, Jarlsberg norueguês], pães, torradas com azeite e salada verde [rúcula, espinafre e alface] com molho de tangerina e tomate seco, que não está na foto, mas fez parte do menu.
Autor: Fer GuimaraesRosa
comida de Thanksgiving
» peru assado – um no forno, outro na churrasqueira, stuffing, salada de folhas, salada de grãos, purê de batatas, purê de batata-doce, cranberry sauce, cenouras cozidas, pão.
pinga de Thanksgiving
» eu escrevi este post em dezembro de 2002, quase véspera de Natal. Mas como eu falo de uma receita de peru, vou republicá-la nesta véspera de Thanksgiving, quando estou exausta, com o dedo queimado e pensando como vou levar uma torta de chocolate – que ficou horrível visualmente – balançando no carro até San Francisco sem transformá-la num monte de farelo melequento….
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Hoje eu planejei ir comprar o peru, mas quem disse que eu consegui? O fogão da guest house não estava acendendo e ficamos a tarde toda esperando o cara que viria arrumar. O conserto do fogão ficou metade do preço de um novo. Aqui é o país do descartável mesmo….
Resolvi inovar na ceia de Natal, fazendo umas receitas diferentes. Vou preparar uns ‘tapas’ [aperitivos] de um livro de receitas mediterrâneas que a Patricia me deu. E uma torta de ameixas também de lá. O peru será o mesmo, com receita tradicional da minha mãe – ao vinha d’ alho. Mas eu peguei o livro Comer Bem da Dona Benta pra ler a receita. Eu acho essa receita o máximo:
1 peru
1 copo de pinga
Pouco antes de matar o peru, dê-lhe, às colheradas, um bom copo de pinga e, quando ele ficar bêbado, caído, mate-o, cortando-lhe o pescoço mais ou menos no meio, separando-lhe, assim, a cabeça do corpo.
Coitado do peru!!!!! Vai ser embriagado e assassinado…. Que maldade, matar o bicho bêbado!!!!
Depois a receita ensina a depenar, limpar, temperar e finalmente assar. Ufa, pusta trabalheira! Melhor ir ao Safeway e comprar a coisa congelada e limpa.
Essa receita da Dona Benta é para quem quer fazer tudo do jeito antigo e tradicional. Só para ensinar a rechear o peru com a farofa são dez passos….. Coisa sofisticada!!
Eu quis ter esse livro porque não tinha nenhum livro de receitas em português. Lembrei desse, que acho que minha mãe tinha uma edição da década de 60. A Leila me deu esse na 73ª edição. E eu fiquei pensando quem será essa tal de Dona Benta? Será que ela realmente existe, como a Ofélia? Questão intricadíssima, como a receita do peru!!
ainda temos pimentão
como comprar vinho
Eu não sou nenhuma connaisseur de vinhos. Só sei beber e dizer se gostei ou não. Já fiz as rotas das vinícolas do Napa e Sonoma Valley, aprendi a cheirar, girar o copo e fazer aquela pose de bebedora sabe-tudo. Mas saber mesmo, não sei. Só que como toda cozinheira e provedora e promotora de jantares e eventos, tenho que comprar vinhos, o que faço com razoável freqüência. Como comprar vinho sem saber absolutamente nada sobre uvas, safras, vinícolas? Worry no more! Aqui está o meu guia de compras de vinhos!
Primeiro eu escolho a procedência. Como eu moro na Califórnia e santo de casa não faz milagres, sempre olho pra prateleira dos importados. Importado pra mim é vinho chileno, italiano, espanhol, francês e – raramente – um português. Os vinhos californianos são excelentes e eu conheço algumas das vinícolas, mas não me concentro neles quando vou comprar vinho. Compro os californianos baratos para cozinhar – temperar carne, adicionar em sopas, molhos. Eu saio da regra geral de cozinhar com o mesmo vinho que se vai beber.
Daí eu estipulo uma escala de preços. Com seis dólares dá pra comprar um vinho razoável. De doze à quinze dólares é o preço médio, que abre um leque de muitos vinhos excelentes. E o meu preço máximo é vinte dólares por uma garrafa, se o evento for realmente especial. Decidido esse detalhe, passo à etapa final da escolha dos vinhos.
A terceira e última fase é olhar os rótulos. Beleza põe a mesa! Podem me chamar de fútil, mas gosto dos rótulos criativos e bonitos. Rótulo feio tá fora! Os rótulos também são uma fonte de informação sobre o vinho e eu sempre leio o que está escrito neles – vinho bom para servir com isso e aquilo, sabor cítrico, crispy, refrescante, denso, seco, etc – antes de decidir.
No verão comprei muito chardonnay californiano com preço abaixo na minha tabela, para ser bebido na grama do parque para os picnics que organizei. As garrafas custavam no máximo quatro dólares, mas o vinho não perdia em sabor e acompanhavam muito bem as saladinhas. Nunca caia na armadilha de pensar que você não sabe nada sobre vinhos, nem que somente vinhos carésimos são os bons. Mas preste bem atenção quando for levar uma garrafa de vinho de presente para o seu anfitrião: não seja muito mão de vaca e não faça um papelão levando um vinho baratotal, pois a maioria pode até não conhecer os vinhos caros, mas os baratos são figuras conhecidas e de domínio público.
pistachios
A Califórnia é um grande produtor de pistachio. Meu marido tem um projeto de colheitadeira mecânica e faz testes todo verão na maior fazenda de pistachio do estado, a Paramount Farms. Ele costumava trazer para casa os pistachios frescos, que comíamos cru e depois eu tentava processar. Não é difícil processar pistachio, mas requer um pouco de prática, que eu nunca adquiri. Primeiro voce dá uma cozida nos pistachios em água com bastante sal. Daí tem que retirar a casca mole e depois torrar no forno. Eu nunca consegui acertar o ponto exato do forno e os pistachios ficavam sempre ou pouco torrados ou muito torrados. Desisti.
Mas eu uso os pistachios torrados que compro no supermercado em uma receita ótima que aprendi a fazer anos atrás: pesto de pistachios. Fica uma delícia e ajuda a gastar os maços de basil que recebo em abundância no verão. Adaptei uma receita que eu peguei de um livro de receitas italianas da década de 60.
Pesto alla Genovese
3 dentes de alho
1/4 a 2/3 de folhas frescas de basil
1/4 de queijo Romano e Parmesão ralados
1/4 de pine nuts [eu substitui por pistachios]
6 colheres de sopa de azeite de oliva
Triturar os ingredientes no food processor, o azeite vai por último. Para guardar, pãe num potinho e cobre com mais azeite. Dura muito tempo se guardado na geladeira. Misturar no macarrão cozido e salpicar com queijo ralado.
letra de mão
sopa de abóbora
Restos do Halloween ou elemento clássico do Thanksgiving, a abóbora reina no outono norte-americano. Mas o que fazer com elas, nas suas mais variadas formas, sabores e cores? Bem, aquela abóbora típica, carruagem de Cinderela, que usamos para fazer jack-o-lanterns, eu transformo em sopas. Uma americana que nem cozinha [ironia] me ensinou a assá-la no forno invés de cozinhar na panela com um pouco de água. Técnica inteligentérrima de gente que não cozinha, não tem tempo nem saco, pois evita a ardorosa tarefa de descascar a abóbora [haja muque!].
Eu coloquei uma abóbora pequena no forno alto [400F] partida ao meio e sem as sementes por trinta minutos. Depois retirei a polpa cozida com uma colher e misturei à um pouco de alho e azeite fritos numa panela. Juntei uma maçã verde descascada e ralada bem fina, refoguei por um minuto e acrescentei um caldo de legumes e um pouco de vinho branco. Sal à gosto. Deixei cozinhar por uns vinte minutos, bati tudo num creme com o mini-mixer, deixei engrossar mais uns minutos e servi bem quente, como sopa deve ser servida.
Uma variação é fritar cubinhos bem pequenos de bacon de excelente qualidade e nele fritar um quarto de cebola picadinha. Dai acrescentar a abóbora cozida, a maçã e etc.
Ótima pedida para um jantarzinho rápido numa noite fria……
na mosca
all you can eat at jusco
Se na minha cidade falta bons restaurantes italianos, certamente tem uma abundância de restaurantes asiáticos. Só pra se ter uma idéia da demanda, a cidade tem sessenta mil habitantes e quase quarenta por cento da população de estudante na UC Davis é asiática. Então é um restaurante em cada esquina para servir a clientela faminta e já à postos segurando chopsticks ou hashis. Lembrando de cabeça são pelo menos dois vietnamitas, uns três coreanos, uns cinco tailandeses, uns sete japoneses e incontáveis chineses, fora os indianos, nepalianos e alfaganistaneses que não sei se dá pra contar como asiático, e os lugares que só vendem suco ou chá com bolotas de tapioca, mas que também são bem populares. Então quando saimos pra comer fora, opções para comida oriental não faltam. O Uriel sempre sugere os tailandeses, dos quais eu ando meio enjoada. Fazia muito tempo que não íamos à um japonês. Em downtown, perto da minha casa, tem uns três. Um deles abre às onze da manhã e às dez já tem fila na porta. Não sei o que eles servem lá, mas o restaurante tem uma fila enorme na calçada todo-santo-dia. Resolvemos ir num outro logo a frente, que nos foi recomendado pelo Gabriel e Marianne, o Jusco.
O lugar é pequeno e bem antigo, no velho e bom estilo ‘sujinho’, que à primeira vista nem anima. Mas como eu e o Uriel temos um histórico de indecisões em porta de restaurante, quase caímos fora no último segundo. A família inteira trabalha no restaurante, cozinham, servem, limpam. Não sabíamos que eles faziam o ‘all you can eat’ e nunca tínhamos ido à um ‘all you can eat’ japonês. Ficamos meio perdidos no inicio, mas recebemos as intruções para marcar o que queríamos numa fichinha com os nomes dos sushis, rolos e comida quente. Fui marcando tudo o que não tinha peixe cru. Marquei muita coisa, naquele entusiasmo de quem está com fome. A comida começou a chegar em pequenos pratinhos e não parava mais… Comemos muito e estava tudo delicioso. Só uma coisa nos deixou um pouco estressados: pra não haver desperdício, eles avisaram num cartaz na parede e no menu que CADA SUSHI NÃO COMIDO E DEIXADO NO PRATO CUSTARIA 0,50 CENTS EXTRA! Raspamos os pratos e abandonamos pra trás somente os rabinhos do camarão…