quase vegetariana, quase vegana

Estou numa fase de pouca receita, eu sei, mas é porque estou numa fase de adaptação. Já estou no quarto mês sem laticínios e fazendo meus ajustamentos na rotina e na dieta. Tenho cozinhado muito, o tempo todo, e experimentado com ingredientes. Ainda estou nesse tipo de limbo, onde não sou vegetariana [porque ainda como peixe vez em quando] e nem vegana [porque como os ovos da fazenda]. Mas adentrei com muita animação nesse universo paralelo onde não existem produtos derivados do leite. Ainda olho os queijos no supermercado [de soslaio] sentindo uma certa tristeza. Não deveria ser assim, a gente poderia comer queijo de uma maneira humana e sustentável, se fosse possível achar alguém nessa indústria que praticasse esse estilo de negócio. Tenho conversado muito com meu marido sobre isso, de como poderíamos achar uma fazenda que usasse métodos aceitáveis e comprar algo deles em ocasiões muito especiais. Ainda não fui atrás disso nem sei se é possível. Outro dia minha amiga me trouxe um litro de leite da cabra dela, que ela mesma tirou. Daí eu fiz uma panna cotta e foi realmente algo festivo. Nenhum ser vivo sofreu e nós pudemos ter uma sobremesa especial. Estou me acostumando a ir à lugares [o que não acontece muito frequentemente] e pedir para remover o queijo do prato. No potluck de Halloween do meu trabalho achei que iria comer apenas pão e salada, mas no final acabei com um pratão cheio de gostosuras. É só prestar mais atenção no que você está colocando no seu prato. E em casa eu tem cozinhado coisas básicas, muitos feijões e lentilhas, quinoa, grão de bico, às vezes refaço uma receita do blog e substituo os ingredientes não veganos por veganos. O leite de vaca pelo leite de castanha, a manteiga por manteiga vegana, o iogurte por iogurte de amêndoa, alguns queijos veganos já entraram na minha lista de compras. Tem uns queijos cremosos feitos de castanha de caju que são muitos bons e pra pizza, depois de muitas tentativas, resolvemos [por sugestão do meu marido] remover totalmente o queijo. Fiz alguns queijos veganos em casa e o melhor foi uma ricotta de amêndoas que fica muito parecida com a de leite. A comida aqui em casa está muito boa, muito saudável, muito colorida e criativa, e bem deliciosa. Estou muito feliz com minha decisão e não estou impondo nada pra ninguém, mas cozinho apenas o que quero. O desafio será o jantar de Thanksgiving, que meu filho quer assar um peru [com bacon!]. Pode assar, eu disse, só não me peça pra ajudar, nem espere que eu vá comer. Minha lista de receitas veganas já está pronta e farei comidas maravilhosas!

6 comentários em “quase vegetariana, quase vegana”

  1. Fer querida, bom dia!
    ” Fiz alguns queijos veganos em casa e o melhor foi uma ricotta de amêndoas que fica muito parecida com a de leite.”… Nos diga como fez este queijo, pois também estou em transição mas não sei fazer muitas coisas ainda. Beijo grande!

    R: oi Dani! essa ricota é muito fácil––coloca amêndoas de molho de um dia pro outro, tira a pele, coloca no liquidificador com um pouco de água, azeite, sal e pimenta do reino. Vai pondo mais água até chegar na consistência desejada. Dai tempera com ervinhas frescas. Espero que você goste! beijao

  2. Tenho muita vontade de me tornar vegetariana, e sua experiência me inspira muito. Porém tenho um filho de 3 anos que precisa consumir bastante ferro e proteína. É uma decisão difícil, pois uma escolha minha pode ter um efeito negativo no desenvolvimento dele. Ao mesmo tempo é dificílimo educar alguém mostrando que é natural comer outros animais e incentivar essa crueldade terrível todos os dias. Como você, sou fã de Thoreau, e tenho vivido num dilema horrível sobre o consumo de carne. Obrigada por dividir sua experiência!

    R: Jana, essa situacao é mesmo dificil, mas talvez um profissional de nutricao possa te ajudar nessa jornada. com certeza você vai achar um caminho do meio. obrigada por dividir a sua experiencia tambem!

    1. Eu me tornei vegana há 1 ano e 4 meses. Tenho 2 filhas adolescentes (16 e 12 anos) e, no primeiro momento, também fiquei receosa se este tipo de alimentação poderia trazer algum prejuízo ao desenvolvimento delas. Desde o início da minha opção tenho tido acompanhamento com uma nutricionista especializada em alimentação vegana. Até o momento, minhas filhas permanecem onívoras. Mas o que posso te afirmar é que a minha alimentação é muito melhor do que a delas. Meus exames de sangue nunca estiveram tão bons. Esse tipo de nutrição tem crescido em ritmo exponencial e a orientação sobre como ter uma alimentação balanceada, exclusivamente baseada em vegetais e grãos, supre todo tipo de carência (exceto a vitamina B12 que deve ser suplementada). A minha escolha não tem volta. O que percebo é que a compaixão pelos animais aumenta na mesma proporção que comida reduz a sua a importância na nossa vida, deixando de ser centro das atenções e motivo de consumo exagerado. Não sinto falta de nenhum alimento de origem animal e me sinto muito melhor agora.

      Como iniciação da minhas filhas neste tipo de alimentação, estabelecemos um dia sem alimento de origem animal lá em casa. Elas se adaptaram perfeitamente e já estamos pensando em expandir a prática para 2 dias. Mas concordo com a Fernanda que o melhor caminho a seguir é a orientação de um bom profissional ‘especializado’ em veganismo.

      Espero ter contribuído.

      R: muito obrigada por nos contar a sua história Sandra! muito bom isso de trocar e dividir experiências. 🙂

  3. eu tenho muita vontade de virar vegetariana, mas isso demanda cozinhar mais. suas fotos inspiram demais. eu já reduzi muito o consumo de carne – só como quando sinto vontade. isso me fez um bem danado.

    R: Nadja, é verdade, isso tudo demanda muito mais tempo na cozinha, mas vai fazendo aos pouquinhos, no seu ritmo! um abraço.

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