meu encontro com a Anna Thomas

Anna Thomas
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Na sexta-feira eu estava ouvindo a minha programação regular da NPR pela manhã, quando anunciou-se uma entrevista com a Anna Thomas. Eu sou fanzoca dessa autora há muitos anos. Tenho dois livros dela, o segundo The Vegetarian Epicure e o The New Vegetarian Epicure, que carrego comigo há tantos anos, que já nem lembro quantos exatamente. Os livros dela são pequenas jóias, não só pelas receitas, mas também pelo cuidado da impressão, fontes, layout e ilustração. Adorei ouví-la ao vivo pelo rádio e me impressionei demais com a simpatia, a maneira casual e descontraída com que ela falou com o entrevistador. E para completar, anunciou que iria estar em Sacramento no domingo para um book signing na livraria The Avid Reader.

Tive que otimizar meu dia, desistir de fazer algumas coisas, para poder nadar, preparar um almoço simples e zarpar para Sac, encontrar pessoalmente a Anna Thomas e pegar um autógrafo dela no seu novo livro dedicado à sopas.

Saí atrasada, sabendo que aqui tudo começa pontualmente e já me odiando pela possiblidade de perder um só minuto de qualquer que fosse a atividade com a Anna naquela livraria. Não sei por que, mas achei que teria um tipo de palestra, como aconteceu com a Deborah Madison na Avid Reader de Davis em junho passado. Cheguei toda esbaforida, com bolsa, sacola, câmera e ela já estava sentada na mesa dos livros, conversando animadamente com os fãs, que se alinhavam numa paciente fila.

Na entrevista no rádio ela já tinha avisado que o evento teria amostras de uma sopa, receita do livro, e de um cornbread. Antes mesmo de sacar a câmera da sacola, perguntei se podia fotografar e causei uma micro comoção que terminou com a irmã da Anna vindo falar comigo. Super simpática, me perguntou se as fotos eram pra publição e eu disse que não, era para o meu blog pessoal—explica, explica, explica. Ela foi muito gentil e me pediu endereço do site, e-mail, ficha completa. Depois disso comecei a clicar, começando com o cornbread que pareceu delicioso, mas eu não provei porque tinha acabado de almoçar. Comprei meus livros e me prostrei na fila.

A Anna Thomas é sem dúvida a autora de culinária mais descontraída que eu já conheci pessoalmente. Sabe quando você se encontra com a vizinha na rua e ela te dá umas dicas do melhor lugar pra comprar aquele ingrediente especial e de quebra ainda te dá uma receita muito boa e prática, fica conversando super animada e te envolve de uma tal maneira, que você fica ali ouvindo mesmo sabendo que está perdendo a hora para algum outro compromisso.

Fiquei de orelhão pra ouvir o que ela estava dizendo pra outros fãs e meio que entrei na conversa, fazendo mil caras de concordância e balançando a cabeça afirmativamente durante todo o tempo em que ela doutrinou em favor de cozinhar os feijões secos para fazer as sopas e nunca usar feijão em lata. Participei passivamente de várias conversas até chegar a minha vez. A Anna te deixa tão à vontade que soltei a minha matraca ali na frente dela, falei que tinha ouvido ela no rádio, que tinha um blog, que não era oficialmente vegetariana, mas que minha comida era, disse até que ela era muito mais bonita pessoalmente do que nas fotos—e de fato é, não somente pela beleza física, mas porque ela tem uma vibração muito legal, de pessoa feliz.

Ela me contou que é amiga do David Leite, o porta-voz e divulgador da culinária portuguesa aqui nos EUA. Ela também me contou que nunca esqueceu da sopa caldo verde que tomou em Portugal numa das primeiras vezes que foi a Europa. E hoje usa muito a base do caldo verde para fazer as suas deliciosas sopas. Foram apenas alguns minutos ali conversando sobre comida com a Anna Thomas—eu acorcundada porque não consigo conversar em pé com uma pessoa que está sentada, preciso estar próxima, tête-à-tête—mas eu senti uma intimidade enorme com ela. Acho que todos sentem.

Depois que ganhei autógrafos nos meus livros, fui provar a sopa de feijão preto com butternut squash servida com um molho de pimenta e um pingo de azeite extra-virgem. Fiquei conversando com uma funcionária da livraria que nem perguntei o nome. Falamos de comida, de blogs, de livros, da Anna e da Julia Child, de ingredientes. Tomei a sopa, que estava muito gostosa, e me despedi suando. Estava um forno em Sacramento hoje, um dia nada apropriado para sopas quentes feita com ingredientes robustos. Na volta, perdi até a entrada mais comum que eu uso para chegar em Davis, de tão distraída que estava, pensando em simpatia, em alegria, em entusiasmo e paixão, em comida e sopas.

* já vi que no Love Soup tem um capitulo só de sopas frias—acho que ainda tenho tempo de colocar algumas em prática.

15 comentários em “meu encontro com a Anna Thomas”

  1. Fer
    Li este post e fiquei sempre a pensar no livro…mas era verão,quando faço mais saladas a pedido dos rapazes.
    Agora no Outono comprei este livro, fiz 3 sopas todas deliciosas.
    Obrigada por divulgá-lo.
    Beijo

  2. Poxa Fer, eu leio/falo/escrevo em inglês, mas livro de receitas eu gosto em português. Uma pena, porque os melhores livros (o que você indica aqui) não estão traduzidos. Esse da Anna Thomas já lançou aqui, acho que vou ter que comprar em inglês mesmo…achei uma graça a capa!
    bjs
    R: é uma pena isso, Leticia. mas o mercado editorial de gastronomia/culinaria esta esquentando no Brasil. logo vao aparecer livros otimos traduzidos. mas tem uns que valem a pena, em qualquer lingua! beijo

  3. Oi Fer,
    Verdade, o gazpacho é tão famoso, preciso provar esse clássico. Acho que é por aí que vou começar nas sopas frias na cozinha. 🙂
    Eu já tava dando uma olhada nas suas receitas de Gazpacho aqui no Chucrute.
    Beijo,

  4. Fer,
    Nunca tinha ouvido falar da Anna Thomas e com seu texto você me conveceu a comprar os livros dela.
    Me senti lá falando com ela através do seu texto.
    Eu não sei porque, mas to numa fase curtindo sopas. Recentemente experimentei sopa fria e achei uma delícia. Acredita que nunca tinha provado? Eu tinha uma encanação e achava que não era gostoso. Puro preconceito que, ainda bem, já se foi.
    Obrigada pela dica e pelo excelente texto!
    Abraço,
    R: Carla, fico felicissima de saber disso! sopas frias podem ate parecer um pouco estranhas, mas sao realmente deliciosas. os espanhois com suas mil variacoes de gazpacho estao ai para confirmar, neh? 😉 bjo

  5. Que bacana seu encontro com ela Fer!
    Depois me conta mais sobre o livro e se vc gostar conforme fizer as sopas.
    Eu AMO sopa, e ja adorei o livro so de ve-lo nas fotos!
    Beijos!
    Ana

  6. Fer,
    Que bacana!!!Lindas fotos!!!
    E que sorte ter conseguido encaixar o evento nas suas atividades hein?
    Fiquei aqui pensando qual seria a minha reação se me encontrasse frente a frente contigo? Será que eu conseguiria te fazer as milhões de pergunta que tenho a fazer? OU ficaria olhando com cara de boba pra voce? Porque eu sou admiradora do seu blog… voce sabe ne?
    Quando fui no lançamento do livro da Tatu (www.mixirica.com.br)… queria tanto falar.. mas fiquei tão timida, tão sem ação…
    hahahaha ! Me avisa quando vier ao Brasil. Beijo
    R: hahaha! Nat, eu sou a pessoa mais comunzona do mundo e sou super timida. capaz eh de eu ficar muda! 😉 um beijo

  7. Fer, que coisa linda a capa do livro dela, e deve ter sido uma tarde maravilhosa pra voce. Essa sopa de feijao com squash deve ser otima, se voce se animar a fazer (depois que chegar o frio) me chame!!!!

  8. Fer,
    Imagino que tarde deliciosa você não teve. Fiquei aqui morta de vontade de estar em Sacramento também. Você sabe se o livro vai ser traduzido pro português? Sonhar ainda não é proibido, é? Hahaha.
    beijo grandão procê,

  9. Fer, aí é covardia. Você, a presidenta da confraria das sopas encontra a Rainha das Sopas, a Anna ( nome da minha irmã!): só pode acontecer um momento de tietagem total.
    É muito legal quando encontramos uma pessoa e ela não nega fogo, né?
    Abs.

  10. Fer,
    Fiz uma curso de culinária macrobiótica, há muitos anos atrás, e uma de minhas receitas prediletas, entre as tantas, tão saborosas, é a sopa de feijão azuki com abóbora japonesa, muito parecida com a que você provou. É um sabor inesquecível,só provando! A macrobiótica tem receitas interessantíssimas, como o pastelzinho de trigo para kibe, recheado com creme de grão-de-bico. Sempre que posso, utilizo essas receitas.

  11. Querida Fer, que legal!! Soh do seu post, tenho muito a comentar, mas amanha “eh dia” como vc sabe..Entao, se eu esquecer, me lembra, pls (daqui ha uma semana..hehe).
    Adorei!
    Bjs e Otima Mon-Mon;))

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