Blanc Mange

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Essa foi a primeira receita que marquei no The Taste of Country Cooking da Edna Lewis. É uma receita de primavera, quando a abundância de grama fresca significava um lote extra de leite, creme de leite e manteiga. Nessa estação do ano fazia-se muitas receitas com esses ingredientes, uma delas o Blanc Mange.

1 xícara de amêndoas sem pele
1 1/3 xícara de água gelada
1/2 xícara de leite
1/2 xícara de creme de leite fresco [heavy cream]
2/3 xícara de açúcar
1 colher de chá de gelatina em pó sem sabor
1/4 xícara de água gelada
1 colher de chá de extrato de amêndoas
1 colher de chá de extrato de baunilha
2 colheres de chá de rum

Coloque as amêndoas no processador ou liquidificador e pulse até elas ficarem moídas. Acrescente 1 1/3 xícara de água gelada e continue moendo, até virar um purê bem liso. Misture o leite, o creme de leite e o açúcar e bata tudo mais uma vez. Aqui Edna recomenda coar a mistura por uma peneira, mas eu não fiz. Coloque a mistura numa panela. Dissolva a gelatina em 1/4 xícara de água e adicione ao creme na panela. Coloque em fogo médio e, mexendo sempre, deixe escaldar mas não deixe ferver. Desligue o fogo, adicione os extratos e o rum. Coloque numa forma e deixe esfriar. Leve à geladeira até ficar firme. Remova da forma e sirva com frutas frescas ou em molho. Eu servi com um molho de framboesa e laranja. Também servi com figos assados na churrasqueira. De todas as maneiras esse doce foi um sucesso.

não estou preparada pra hoje

É difícil alguém me pegar reclamando do frio. A não ser que chova muito e a umidade e falta de sol comece a mofar e cansar a beleza. Mas de maneira geral, eu encaro bem outono e inverno, nunca reclamei, nem mesmo quando morei em Alaskatoon. Mas o calor, lordhavemercy, esse me pega sempre com as calças na mão, tentando correr pra me esconder sem sucesso. Como eu abomino os dias infernais. Só não abomino mais os dias infernais daqui, do que a sauna do verão tropical. Sou uma pessoa temperada, não gosto de exageros.

Então me deu um siricotico histérico quando olhei a previsão do tempo para esta semana e vi lá na quinta-feira números inacreditáveis para esta época do ano. Hoje, 39ºC / 102ºF. O que significa isso??

Significa que preciso me vestir o mais confortável possível, com roupas que não apertem, não sufoquem, e beber muita água, andar devagar, não se abanar nem se afobar, fechar as janelas e cortinas da casa na hora do almoço—na verdade deveria ter fechado agora de manhã—evitar usar o forno e tentar usar o fogão o mínimo possível. Plantas irrigadas, gatos com suplemento extra de água, coragem pra pedalar para casa às 5 pm, quando o mercúrio do termómetro estiver batendo lá nos trinta e nove.

Essa ondaça de calor vai durar até domingo. A coisa boa é que está ventando muito. E ontem eu dormi com todas as janelas escancaradas e ouvindo uma deliciosa sinfonia de grilos, que pra mim é sempre um som nostalgico e reconfortante.

trimestre da primavera

Mais um ciclo se inicia. As aulas recomeçaram, o campus se encheu de estudantes e muitas daquelas arriscadas bicicletas. A população agora se divide em quem está sofrendo com a gripe e quem está sofrendo com alergias. Eu estou apenas tentando manter os olhos abertos, porque o vento ou outro mensageiro maldoso me presenteou com uma horrorilda conjuntivite. A cidade está coberta de pétalas de flores, algumas já se decompondo. O vento sopra gelado, dando a impressão de que tempo quente é apenas fruto da nossa delrante imaginação. Minha horta está renascendo de uma maneira excitante. O orégano reapareceu em diversos pontos, assim como a menta chocolate, que folgada como ela só já está se espalhando. Também tem chives e tomilho, a sálvia ainda mirrada, alguma salsinha e um montão de rúcula, picante e verdona. A cesta orgânica recomeçou sem muitas novidades—um maço pequeno de espinafre com folhas imensas, ramos de alho verde e mais aspargos magrelos. Estou notando a ausência das rosas, que já deveriam estar enchendo os meus vasos. Minhas roseiras ainda estão peladas, mas não por muito tempo—em breve, quem vier verá.

o dia de pegar na enxada

Parou de chover e deu uma esquentada, o que me motivou a sair para uma vistoria no quintal. Saí principalmente para checar o estado da horta. Duas horas depois eu já tinha capinado uma das beds, removido um monte de mato e muitas folhas mortas acumuladas que cairam da minha árvore ancestral no outono, arranquei também raizes da menta hortelã, porque ela já está rebrotando e se não ficar de olho ela avança em tudo. Deu até pra suar um pouquinho. Enxada, pá, ancinho, luvas de borracha, cheiro de terra, de folhas decompostas—eu não sei por que tudo isso me atraí tanto, já que sou uma péssima jardineira, não tenho os dedos verdes e sou notória por conseguir fazer com que todas as plantas em vasinhos morram quando estão sob os meus cuidados. Mas na horta eu não preciso fazer muito, pois a terra é ótima, cheia de minhocas, bate sol suficiente e tem sistema de irrigação. Fiz uma avaliação geral do que sobrou do final do verão. As rúculas estão reaparecendo, perfumando tudo com o cheiro delicioso que elas tem. Parte do orégano e do tomilho sobreviveu, apesar de não estarem nem um pouco vistosos. Também a salsinha está lá, meio tímida ainda. E um raminho curto de cibouletes. Tudo o mais padeceu com a chuva e o frio. Infelizmente eu não tenho disposição para fazer horta de inverno. Mas no verão eu realmente me animo, apesar de me concentrar basicamente nas ervas e nos tomates. Para este ano tenho uma estratégia diferente para os pés de tomate, que já fiquei no maior entusiasmo de plantar.
*esse ritual de sair no quintal quando o inverno dá um tempinho, é repetido rotineiramente no meio de fevereiro ano após ano.
** a estrategia deste ano eh apenas uma—espaco. vou plantar apenas duas plantas por canteiro, ou apenas uma por canteiro, pois tomates, like Brazilians, need space!! 😉
***tem uma foto da minha horta AQUI.

salada de frutas [outono-inverno]

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Use o que tiver à sua disposição. Salada de frutas não é sinônimo de verão e pode ser feita em qualquer época do ano, com qualquer tipo de fruta. Essas de outono-inverno se combinaram maravilhosamente bem nessa salada, que ficou vigorosa, refrescante, doce, azedinha e crocante. Eu usei: caqui fuyu, sementes de romã, laranja, figos secos e nozes tostadas. Temperei com pingos de limão meyer e um fio de maple syrup.