Vou ter outro daqueles dias, com uma história chata, chata, chata. Já estava ficando borocoxô quando percebi que precisava só de um pingo de doçura. O morango, os lady fingers molinhos e o creme com um pouquinho de mel foram muito bem-vindos! Pronta pra mais uma então, se bem que agora eu sempre solicito cadeira na primeira classe.
latinha para chá
Vi essas latinhas no Co-op, enquanto fazia meu grocery shopping e não pude resistir. Eram latinhas para colocar os saquinhos de chá, redondinhas como os saquinhos do chá branco que consumo abundantemente e trago para o trabalho em pequenos sacos plásticos. Agora meu cházinho está super bem acomodado. Cute!
Desafiando as leis da física
Eu adoro contar histórias e essa merece ser contada. Qual a probabilidade de dois pacotes, viajando com velocidades diferentes, chegarem ao seu local de destino exatamente no mesmo dia? Em outubro, eu e a Valentina combinamos um escambo. Passei novembro pensando e escolhendo [a dedo!] o que mandar, mas só fui enviar a caixinha recheada em dezembro. Espera, espera, espera. Janeiro a Valentina me avisa que provavelmente a caixa tinha chegado lá e teria sido reenviada pra mim, pois ela não estava em casa. Espera, espera, espera. Eu sou uma pessoa toda certinha, não suporto quando as coisas não funcionam como deveriam – deve ser a combinação da minha Vênus em Virgem com o meu Saturnão pesadão no ascendente Capricórnio – então eu estresso fácil. Fui ao correio, reclamei, bufei, chutei lata, ouvi de um funcionário gentil que eles nada podiam fazer pra me ajudar, não havia como fazer um tracking da caixa. Fiquei desolada, tudo perdido. Enquanto isso, no outro continente, a Valentina enviava a caixa dela. Eu já tinha dado a minha como perdida. Quando cheguei em casa e vi os pacotes na porta de casa, rejubilei, pois é sempre bom receber presentes, mas ao mesmo tempo entristeci, pois ela nao tinha recebido o meu presente. Li horas depois. surpresa, uma mensagem da Valentina descrevendo o conteúdo da minha caixa! As caixas chegaram JUNTAS, no MESMO DIA!! Onde esteve a minha caixa todo esse tempo? Na casa da vizinha da Valentina, que viajara pra França e sofrera um acidente por lá, retornando somente um mês depois. Isso é roteiro de filme e nem estou em Hollywood. Espero que a Valentina tenha gostado da pequena amostra da Califórnia que mandei pra ela, pois eu adorei experienciar mais uma vez a multiculturalidade da terra inglesa.
sopa de cebola com maçã
Vi uma fulana fazendo essa receita num programa de tevê. Adorei a idéia de colocar maçã na tradicional sopa de cebola. A receita é a basicona:
2 cebolas brancas descascadas e cortadas em fatias
1 maçã verde [Granny Smith] descascada e cortada em fatias
5 colheres de manteiga
1 litro de caldo de legumes [usei orgânico]
1 copo de vinho branco
Um raminho de tomilho
Sal marinho e pimenta do reino moída a gosto
Fatias de pão francês
Queijo Gruyère ralado
Derreta a manteiga numa panela funda. Jogue a cebola e a maçã e refogue, mexendo de vez em quando, longamente, até começarem a caramelizar. Jogue o vinho, o tomilho, depois o caldo de legumes. Tampe e deixe cozinhar no fogo baixo até reduzir. Salgue a gosto. Moa pimenta a gosto. Coloque a sopa em cumbucas, ponha uma fatia de pão francês no meio da cumbuca e cubra com bastante Gruyère ralado. Ponha no forno pra gratinar. Se você tiver um broiler, é questão de uns minutos.
* no programa de tevê, a fulana cobria a sopa com uma mistura de queijo Cheddar e bacon frito moído. eu achei meio over the top, não fez a minha cabeça. Preferi usar o tradicional Gruyère, mas fica a dica, se alguém quiser tentar.
and more, and more chicken!
O restaurante Poulet em Berkeley, onde tivemos nossa aula de clara de ovo com a pastry chef Shuna Lydon é todo decorado com galinhas por razões óbvias. Achei tudo encantador, porque vocês sabem, eu adoro as galinhetes e coleciono algumas. Antes da aula começar fiquei fotografando, mas elas eram muitas! Pra minha surpresa, estavam à venda as d’ angolas brasileiras, aquelas com a ninhada penduradinha. Fui olhar o preço: 15 patacas americanas. Pois minha mãe comprou a mesmíssima galinha no Mercadão de Campinas, pra eu trazer pra sogra do Gabriel, e pagou meras 5 patacas brasileiras. A inflação deve ter ficado por conta do charme do restaurante, numa cidade também super charmosa, no norte da Califórnia. Só pode ser né? Pisc!
chicken, chicken
no poulet
[mini] cornbread puddings
Mais um cornbread. Sim, mais um cornbread. Eles não são deliciosos? Vale a pena fazer de novo, de novo, de novo! Esse saiu da edição de março de 2007 da revista Everyday Food. Era pra ser do tamanho de mini-muffins, mas eu fiz em tamanho regular, pois não tenho forma para mini-muffins. E usei blue cornmeal, que é realmente azul [um indigo bem desbotado] e é um pouco mais pesada e tem mais proteína. Os pãezinhos ficaram bem macios, com uma textura incrivelmente cremosa. Segundo a receita, isso é devido ao sour cream.
Se fizer na forma de mini-muffins, rende 24 bolinhos, na forma normal rende 12.
1/2 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara de cornmeal
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
1 colher de chá de sal
1/4 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 ovo grande
1 1/2 xícara de sour cream
1 lata [400g] de milho
Unte a forma de muffins com manteiga.
Pré-aqueça o forno em 425ºF/220ºC.
Numa vasilha média misture a farinha, o cornmeal, o açúcar, o fermento em pó, o bicarbonato de sódio e o sal. Faça um buraco no centro e acrescente o ovo, o sour cream e o milho. Misture tudo junto até ficar incorporado, mas não exagere. Coloque a massa na forma e asse por 15 minutos. Deixe esfriar. Pode guardar fora da geladeira num tupperware bem fechado por até 2 dias.
all about egg whites
Foi tudo ótimo! Dirigir até Berkeley papeando com Elise e Garrett, conhecer a Shuna, e aprender coisas incríveis sobre ovos, que vou com certeza aplicar no meu dia-a-dia. Passamos uma tarde agradável no restaurante Poulet, ouvindo a pastry chef falar com tanto conhecimento, e fazendo na nossa frente algumas sobremesas simplesmente dos céus. Shuna Lydon é uma mulher pequena e magrinha, mas cheia de firmeza e personalidade. Perto dela me senti uma ervilha, tal a grandeza do seu talento e sabedoria. Eu absorvia tudo o que ela falava como se fosse uma esponja. Rimos e conversamos muito, no final quando saímos da cozinha e sentamos nas mesinhas do restaurante para saborear as delícias inenarráveis feitas pela chef durante a aula, conversamos muito sobre comida e principalmente sobre blogs.
Tem um aspecto muito interessante na a minha participação no grupo de food bloggers americano. Eu não escrevo em inglês por razões que desfio sempre que encontro com alguém pela primeira vez: eu não tenho tempo pra escrever uma versão do blog em inglês; e acho que escrever em inglês vai me transformar em simplesmente mais um blog, pois acho muito difícil traduzir com exatidão a minha personalidade na escrita do português, vou perder um pouco do meu estilo, vou ficar pasteurizada, porque definitivamente meu chucrute não é sauerkraut! Mas o mais incrível disso tudo é que quando eu digo isso, os food bloggers que escrevem em inglês concordam comigo e apoiam essa minha decisão, o que não os impede de me considerar parte do grupo e de me incluir nos encontros e eventos. Me sinto super a vontade com eles, mesmo sabendo que a maioria nem consegue me ler. Pra mim isso é no mínimo, o máximo!
* menu da aula: floating islands e pavlovas leves como plumas servidas com um bolo finíssimo de baunilha, chantily sem açúcar e molho de framboesas orgânicas. a chef também fez um marshmallow maravilhoso, que derretia na boca e tinha o perfume e o sabor adocicado do néctar de agave, que ela usou no lugar do corn syrup. divino! fiquei sem palavras…
** mais fotos AQUI.
todo ano…
Todo ano a árvore de nectarina floresce. É sempre uma visão linda, embora efêmera.