Moosewood Cookbook
The Moosewood Cookbook é outro livro que eu carrego comigo há muitos anos. Ele foi um dos primeiros livros de receita que eu comprei quando cheguei no Canadá, no início da década de 90 do século passado. Fiquei encantada justamente com o que o livro é famoso por causar encanto—sua simplicidade, a letra de mão da autora impressa, suas pequenas ilustrações, como se fosse mesmo um caderno de receita.
Mollie Katzen escreveu o livro quando ela ainda era parte do grupo que fundou e administrava o famoso restaurante Moosewood em Ithaca, New York. O livro traz receitas que eram oferecidas no restaurante, que foi inaugurado em 1973 e ainda opera, mas sem Katzen no grupo. Ela escreveu outros livros, mas nenhum tem o charme desse primeiro, que é confuso e atrapalhado, como qualquer caderno de cozinheiros colecionadores de receitas.
*outra fanzoca da Mollie Katze é a querida Ana do blog Kitchen Space.
ainda estou cá, mas logo estarei lá
Mala quase pronta, chupando umas pastilhinhas de Rescue, porque afinal de contas viagens sempre me estressam. Mas estou quase indo. Já tenho até quarto reservado num hotel em Lisboa, graças ao meu cunhado. A partir da tardezinha do domingo, dia 20 de abril, serei uma zumbi puxando minha pequena mala e bamboleando pelos corredores do Hotel Principe Lisboa. Ficarei em Lisboa até o dia 23, daí rumaremos para Óbidos e depois Coimbra. Estou pensando num jantar num restaurante no dia 22. Sugestões serão bem-vindas. Já tenho muitas dicas que me foi dada pela Joana e que minha irmã guardou junto com o guia!
Dia 20, 21. 22 e 23 de Abril
Hotel Principe Lisboa
Av. Duque d’Avila 201
351 21 359 20 50
Me liguem lá, tá?
Seasons em Davis
O restaurante Seasons faz parte da nossa lista de frequentáveis aqui em Davis. É um lugar bem agradável, sem muitas firulas, mas que serve uma comida feita com ingredientes sazonais de qualidade, adquiridos de produtores locais. Fomos lá no último sábado para jantar com nossos amigos Eliana e Andres, que tinham chegado de viagem e com quem queríamos nos encontrar antes da minha viagem. O Andres levou o vinho, um Chardonnay da vinícola Kendall Jackson de Santa Rosa. O Uriel foi o único que pediu sopa, um creme de aspargos, afinal estamos na instável e geniosa primavera. Depois ele pediu um spaghettini com tomates frescos, azeitonas e um chiffonade de manjericão com azeite que estava com uma cara deliciosa de verão. Eu e a Eliana arriscamos nas codornas recheadas com amêndoas, figos e bacon e servidas sobre uma sopa de couscous israelita. O Andres foi de ossobuco de carneiro com polenta e um relish de alcachofra, tomate seco e azeitonas. Todos gostaram dos pedidos. Eu fiquei um pouco perturbada quando vi o tamanho do bichinho no meu prato, ainda mais quando o Uriel começou a repetir—parece um passarinho, é igualzinho a um passarinho! As coxinhas da codorna eram comoventes, tão pequenininhas que pareciam peças de algum joguinho de tabuleiro macabro. Mas elas tinham sido assadas na brasa e estavam realmente saborosas. Eu comi, com toda a culpa do mundo pesando nos meus ombros, mas comi. Na hora da sobremesa, me encantei com um sorbet de morango com Zinfandel feito na casa, mas tive a maior decepção da minha carreira de comedora de sobremesas. Achei o sorbet muito doce e ele veio acompanhado de dois cookies que eram uma aberração. Um deles, de chocolate, tinha a grossura de dois dedos. Nota ZERO! Já os meus amigos, que optaram por um pudim de banana, gostaram muito do que pediram.
rolinhos de peixe e repolho
Receita do minimalista Mark Bittman. Ele fez com alface romana, eu fiz com repolho, pois tinha um na fila de espera para ser usado. Usei bacalhau fresco. É realmente facílima de fazer e o resultado é super alta classe.
Corte o peixe em pequenas postas e tempere com sal grosso e pimenta moída. Escalde as folhas de repolho ou alface na água fervendo, para elas ficarem molinhas e mais dobráveis. Enrole cada posta de peixe numa folha. Numa panela larga derreta 8 colheres de manteiga e jogue vinho branco suficiente para que os rolinhos fiquem semi-imersos. Coloque os rolinhos nesse liquido, tampe a panela e deixe cozinhar em fogo médio por uns 20 minutos. Remova os rolinhos, regue com o molho e sirva. Talvez usando alface a cor fique mais chamativa. Com repolho ficou assim meio pálido, mas o sabor estava intenso. Servi com uma salada de batata temperada com chives e creme fraiche. Não sobrou nem uma lasca.
flor virou fruta
Tortilla catalã [com feijão e alho verde]
Os ramos de alho verde continuam chegando, por isso marquei essa receita logo assim que vi—Catalan-style white bean and green garlic tortilla, ou truita de mongetes i all tendre. Achei bacanérrimo trocar a batata pelo feijão branco, e ainda ter o alho verde de gaiato. Mudei um pouco a quantidade, usando o dobro de ovos. Deu certinho. Eu virei a tortilla como pede a receita, mas não me arrisquei fazendo o flip. Usei a técnica do prato, que aprendi com a minha mãe há muitos anos. Vira a tortilla num prato, depois volta do prato para a frigideira para cozinhar o outro lado. Faça a virada no prato com cuidado, pois a tortilla vai estar quentíssima e com um lado ainda meio mole. Mas se preferir vá vem frente e faça o flip!
O resultado desse prato foi realmente surpreendente. O feijão branco dá uma textura interessante e o alho se incumbe do tempero. Se não tiver alho verde use alho comum, ou melhor ainda, use cebolinha, a parte branca e a verde.
2 xícaras de feijão branco cozido e escorrido
2 – 4 colheres de sopa de azeite
3/4 xícara de alho verde picadinho
Sal a gosto
Pimenta moída na hora a gosto
4 ovos grandes batidos
Refogue o alho no azeite até ficar macio. Acrescente o feijão e desligue o fogo. Espere esfriar um minuto e misture aos ovos batidos com sal. Mexa bem e volte à frigideira. Deixe fritar de um lado, vire, deixe fritar do outro e sirva, quente ou frio.
mais tulis
a bat caverna
O lugar mais bagunçado da casa, porém o meu favorito. E o favorito dos gatos também. Clique na foto para ampliar e ache o gato Roux nessa confusão toda!
potage parmentier
Realmente, as batatas eram gigantes—gigantes! Não conseguimos comer tudo e eu guardei as sobras para pensar no que fazer com elas no dia seguinte. Era quase certeza que seria uma sopa. Foi só olhar pra geladeira e ver outro gigante, desta vez um imenso alho-poró, pra decidir que eu faria uma potage parmentier, ou em bom francês uma sopa de batata com alho-poró. Fiz tudo muito simples, porque tem dias que simplesmente não dá pra ficar inventando trelelês e rococós.
Refoguei o alho-poró gigante cortado em pedacinhos em três colheres de manteiga. Acrescentei a batata que já tinha sido assada no dia anterior, também picada em pedacinhos. Deu mais ou menos 1 1/2 xícara de alho-poró e 1 xícara de batata. Acrescentei um litro de caldo de legumes, mais uma xícara de água, salguei a gosto e deixei a mistura ferver. Bati tudo muito bem com o mixer de mão para formar um creme. Deixei encorpar e desliguei o fogo. Na hora de servir, polvilhei com salsinha fresca picada.
Adeus batata! Adeus alho-poró! Adeus fome! Até o Roux ficou animado com essa sopa e quando o Uriel levantou da cadeira pra ir pegar uma fatia de pão, questão de segundos, o bichonildo danado deu um super salto de felino ninja e enfiou o nariz na sopa que estava dando sopa. Jogamos aquela porção fora e o Uriel se serviu de outra, sem contaminação de nariz de gato enxerido.
