As conversas sempre giraram em torno do assunto comida, mas agora com o blog elas se intensificaram. E nem sou eu quem puxa o papo. As pessoas ficam entusiasmadas com o fato de eu ter esse espaço, então os convercês culinários acabam tomando uma dimensão mais ampla. Além do prazer de ver as pessoas falando mais sobre um assunto que eu adoro, ainda tenho a liberdade e o privilégio de poder fotografar mais, sob o pretexto de ter um blog. Às vezes as pessoas me olham fotografando algo inusitado e eu vou logo dizendo—I have a food blog! É uma excelente desculpa.
Então foi super natural nosso bate-papo ter estacionado na cozinha e permanecido nos assuntos culinários. Não lembro sobre o que estávamos falando, quando a sogra do Gabe sacou esse pequeno arquivo de receitas de família de dentro de um dos armários. Eu despiroco total quando vejo uma coisa dessas. Esse tesouro, minuciosamente organizado por categorias, contém receitas do lado americano e do lado norueguês da família. Receitas da avó, da tia, da madrinha. Fiquei tão entusiasmada com aquilo tudo—ou teria sido também o efeito do vinho—que me excedi. Sugeri que a Marianne escaneasse as receitas e que iniciasse um blog. Ela foi bem direta, dizendo na lata—eu não quero ter um food blog! Mas bem que essas receitas de família mereciam a luz do spotlight e serem divulgadas pelo mundo.