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salada de frutas
love is a many splendored thing
Ele espremeu o envelopinho de maionese e com o fio de creme amarelo pálido escreveu o meu nome no prato – FER.
apple
to cook trout
Uma receita do Pepys at Table, que eu ainda não fiz, mas vou com certeza fazer e quero deixá-la aqui como referência – porque logo vou ter que devolver o livro para a biblioteca. Uma receita do século 17 adaptada para os nossos tempos.
4 trutas fescas e limpas
Um raminho de cada: alecrim, folhas de erva doce, salsinha e manjericão
300 ml de água
Uma pitada de sal
4 fatias de laranja
25 gr de passas currant
25 gr de manteiga
25 gr de farelo de pão integral
Uma pitada generosa de canela
Suco de 2 laranjas
Um maço de agrião
Recheie os peixes com as ervas. Coloque-os numa panela rasa com tampa. Adicione a água, o sal, as fatias de laranja, cubra e leve ao fogo baixo, deixando ferver e então cozinhando devagar por mais ou menos 10 minutos, até os peixes ficarem cozido. Remova os peixes, reserve o liquido. Retire as peles e fatie. Reserve as ervas do recheio. Coloque os peixes numa forma aquecida. Derreta a manteiga numa frigideira. Misture as passas, o farelo de pão e a canela e adicione à manteiga derretida, refogando levemente por uns minutos. Adicione as ervas cozidas, o suco de laranja e metade do liquido do cozimento dos peixes. Cozinhe por uns minutos, salgue a gosto. Sirva os peixes acompanhados do agrião e do molho, que deve ser servido numa vasilha separada.
o cheiro das coisas
Todo mundo sabe como funciona e tem uma história pra contar com relação a essa memória do olfato. Aquela que nos faz relembrar de coisas, pessoas, reviver momentos, nos remete num flash a algum outro lugar ou tempo, nos faz viajar na lembrança. Hoje eu vivi um episódio desses, ao sair do banheiro do Robbins Hall. Uma estudante estava num nicho no corredor, onde ficam uma mesa, cadeiras, sofás, uma máquina de xerox e uma estante com panfletos e livretos. Ela falava no celular numa língua asiática, sentada à mesa, onde repousava o resto do seu almoço: uma dessas vasilhas enormes de isopor, onde se joga água quente e faz uma sopa de noodles. Passei por ela e imediatamente senti um cheiro de comida. Era um cheiro familiar e particular, um cheiro que me teletransportou para um outro prédio acadêmico, num outro país, por onde eu também passava frequentemente. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu fiquei uns segundos tomada por aquela sensação calorosa da lembrança. Aquele era o cheiro da cafeteria que tinha num dos andares do suntuoso prédio da Agricultura da Universidade de Saskatchewan. Um prédio todo de vidro, estrutura moderna, que custou não sei quantos milhões de patacas canadenses, e que tinha o mesmo cheiro da sopa de noodles da estudante da Universidade da Califórnia – desses no recipiente de isopor, que se compra em qualquer supermercado por uns meros mirréis.
Pepys at Table
Samuel Pepys foi um oficial da marinha inglesa que viveu no século 17, quando manteve um diário. Os escritos se iniciam em 1660, quando Pepys tinha 26 anos, e terminam em 1669, um pouco antes da morte da sua esposa, Elizabeth, com apenas 29 anos. Mas graças à esses anos em que Pepys manteve o seu diário, que pudemos saber muita coisa sobre a vida cotidiana dessa era. E especialmente sobre os hábitos alimentares, que foram compilados neste livro publicado pela University of California Press. As receitas tiveram que ser adaptadas para os dias de hoje, e os autores Christopher Driver e Michelle Berriedale-Johnson explicam os por ques. A comida em si mudou, pois em 1660 não havia refrigeração, e tudo era extremamente seazonal. Mudaram também os utensilios e utilitários domésticos, as cozinhas, os cozinheiros e os comensais. Só não mudou o prazer pela gastrônomia, que evoluiu e se sofisticou.
Pepys at Table contém inúmeras explicações, intercaladas por trechos do diário, a receita original e a sua adaptação para o século 20 – quando o livro foi escrito e publicado. Um livrinho pequeno, mas que me proporcionou uma grande viagem no tempo.
Davis Fest
Muitos vinhos de muitas vinícolas na Davis Fest. Eu comprei o ticket que dava direito a fazer tasting das comidas dos restaurantes participantes, das cervejas e vinhos. Fui sozinha, logo que o festival abriu, pois o Uriel estava preparando umas máquinas para uma outra viagem e não sabia se iria poder me acompanhar ou não. Eu não me aperto. Comecei a comilança – que nem foi tanta – e a bebação – que foi ótima – sozinha, depois encontrei amigos e passei a tarde entretida, bebendo muito vinho de vinícolas que eu não conhecia, de muitos lugares próximos, um pouco mais pro norte, um pouco mais pro sul, vinícolas pequenas. Bebi do meio-dia às cinco da tarde e não teve UM vinho que eu provei e não gostei. Estavam todos muito bons, me fixei nos zinfandels, pra não ficar misturando muito, mas tinha de tudo. Foi a estréia desse tipo de festival na cidade, com música, comida e bebida espalhadas por toda a área de downtown. Ouvi Blues e Rock ‘n’ Roll, comi algumas coisinhas interessante e bebi muito vinho, muito! Agora vou ter quer planejar visitas à essas pequenas vinícolas, algumas aqui vizinhas, em Winters e Dixon.
* as fotos são ampliáveis. mas fiz só alguns cliques quando cheguei, equilibrando comida, taça de vinho e câmera. depois comecei a beber e desisti de fotografar. o sol apareceu, downtown encheu de gente, mas eu não registrei mais nada depois da primeira meia hora… complentamente desculpável e compreensível, né?
persimmon
nos tempos de Cabral
Na minha coluna na revista Paradoxo desta semana, receitinhas do tempo do descobrimento do Brasil.
