clafoutis de tomate assado

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É triste ver os tomates desaparecendo lentamente do mercado. Nas últimas edições do Farmers Market de Woodland, cada vez menos produtores trazem tomates para vender e alguns já encerraram sua participação neste evento sazonal. Por isso estou aproveitando enquanto posso, pois só irei comer tomate fresco novamente no próximo verão. Com os pequenos e doces tomates cerejas fiz esse clafoutis baseado numa receita da revista Whole Living.

700 gr de tomates cerejas [orgânicos]
2 dentes de alho cortados em fatias finas
2 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
2 colheres de sopa de folhas de tomilho fresco
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
5 ovos caipiras grandes
1/4 xícara de amido de milho [maizena]
3/4 de xícara de leite
30 gr de queijo Manchego
Folhas de manjericão fresco

Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 205ºC. Numa assadeira coloque os tomates e tempere com o alho em fatias, o azeite, as folhas de tomilho e o sal e pimenta. Leve ao forno por uns 30 minutos u até os tomates ficarem meio caramelizados. Remova do forno e deixe esfriar um pouco. Abaixe a temperatura do forno para 350ºF/ 176ºC. Numa vasilha coloque os ovos, o amido de milho, o leite, o queijo manchego, uma pitada de sal e as folhas de manjericão e bata bem com um batedor de arame. Despeje essa mistura sobre os tomates assados e retorne ao forno. Asse até a superfície ficar bem dourada, por uns 35 ou 40 minutos. Remova do forno e sirva morno ou em temperatura ambiente.

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[na colheita]

colheita tomate colheita tomate
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Este verão foi um bom verão para os tomates. Não tivemos quase chuva no inverno e primavera, mas quando o calorão chegou, ficou estável por meses. Dias bem quentes, noites frescas. Imagino que tenha sido um ano de excelente safra. Os campos não estão tão pertos do meu caminho como no ano passado. Mas vi bastante colheita, desta vez um pouco mais de longe e sem muita vontade de ficar correndo pelo acostamento da estrada poeirenta tentando tirar fotos. Cliquei um caminhão aqui, outro ali, outro acolá no horizonte, cruzando a ponte do outro lado da pista. Vi muitos deles indo e vindo, completamente cheios e derrubando frutas pelas curvas ou já vazios voltando para pegar mais tomates nos campos. Vi muitas carretas cheias esperando os caminhões levá-las para as enlatadoras. As grandes plantações de tomates desta região são para enlatar e fazer catchup. São tomates comuns no formato, mas impressionantes na quantidade e qualidade. Diferentes dos vendidos para o consumo, que são um outro espetáculo—um caleidoscópio de cores, sabores e formatos que alegram os nossos olhos e paladares durante todo o verão.

salada de tomate
com manteiga queimada

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Essa ideia absolutamente genial eu vi num dos meus blogs favoritos e fiz logo em seguida. É tão simples de preparar e fica muito saboroso! Mas você precisa de tomates madurissimos, imprescindivelmente orgânicos. Eu usei os heirloom pineapple e mortage lifter. Corte os tomates em rodelas grossas e ajeite numa travessa. Numa panelinha coloque bastante manteiga sem sal e deixe derreter em fogo médio. Quando a manteiga estiver completamente derretida abaixe o fogo e deixe cozinhar até ela ficar com uma cor amarronzada e com um cheiro de nozes. Usando uma colher, coloque essa manteiga queimada sobre os tomates, tempere com sal Maldon [ou outro sal flocado] e pimenta do reino moída na hora. Sirva imediatamente.

polenta taragna
com tomate assado

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Os tomates andam abundantes na minha cozinha, como acontece todo final de verão. Além dos que recebo semanalmente na cesta orgânica, ainda compro outros desembestadamente quando vou ao Farmers Market. Preciso aproveitar porque a estação vai acabar em breve e daí eu só comerei tomate fresco novamente no ano que vem.

No sábado o Uriel acendeu a churrasqueira e eu preparei um monte de coisas tudo de uma vez. Gosto de assar ou grelhar os legumes e depois ir usando conforme a conveniência. Neste dia assei num pacotinho de alumínio bem grosso até as uvas bem pequenas do quintal do Gabriel que ele me deu de presente. Eu acho que as uvas assam muito bem com um pingo de manteiga e vinagre balsâmico. Assei também um bocado de tomates, que embrulho em papel alumínio grosso temperado com sal e azeite, e se quiser também uns pingos de vinagre balsâmico. Não precisa assar muito, só deixar o tomate murchar e formar um molhinho.

Depois preparei uma polenta bem mole feita com a taragna, que é o milho misturado com o trigo mourisco [buckwheat]. Você pode fazer a polenta taragna em casa misturando 2 xícaras de farinha de polenta com 1 xícara de trigo mourisco. Mas a minha eu comprei pronta, importada da Itália. Usei um caldo de carne que eu tinha feito em casa. Como quis a polenta bem mole coloquei 4 xícaras de caldo numa panela robusta, temperei com um fio de azeite e sal a gosto e coloquei para ferver. Quando levanta fervura é só juntar 1 xícara da polenta e mexer, mexer, mexer, mexer até ficar na consistência desejada. Desligar o fogo e se quiser pode juntar um punhado de queijo parmesão ralado na massa. Na hora de servir, colocar a polenta bem quente no prato, uma porção dos tomates assados por cima e umas fatias de queijo gorgonzola, que vão derreter quando você começar a comer.

molho de tomate
[supersimples]

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É o molho mais simples que existe e que aprendi com um amigo italiano. Bate muitos tomates orgânicos maduríssimos no liquidificador, sem nenhuma água só mesmo os tomates. Eu usei de vários tipos e cores, amarelos, vermelhos e laranjas. Depois passa tudo por uma peneira fina e reserva. Numa panela robusta derrete um pouco de manteiga e refoga nela outro pouco de cebola picadinha. Quando a cebola ficar macia joga o molho de tomate, tempera com sal e pimenta do reino moída na hora e deixa cozinhar em fogo baixo até reduzir e ficar um molho bem grosso. Nos últimos minutos juntar um punhadão de folhas frescas de manjericão. Desligar o fogo e deixar descansar um minuto. Servir com o macarrão da sua preferência—eu escolhi um ravioli de queijo, e bastante queijo parmesão ralado na hora por cima.

gazpacho [verde/amarelo]

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Gazpacho pra mim é a cara do verão. E não precisa nem seguir receita, porque eu sei que o tradicional leva pimentão e pepino, mas eu não sou obrigada a fazer tal e qual. Tomates orgânicos e super maduros é o que mais importa. E nem precisa ser tomate vermelho. Nessa variação exclusiva eu usei os que tinha na minha cozinha. Como não guardo tomate na geladeira, quando o calor se intensifica às vezes preciso correr pra não deixar nenhum deles estragar. Tomate pra mim é um ingrediente super precioso. Pra fazer esse gazpacho usei um tanto dos sungold cherry, que são uns tomatinhos cor de laranja e outro tanto dos tomates zebras, que como o nome já sugere são listrados.

No liquidificador coloque pedaços de pão amanhecido, um monte de tomates cortados ao meio ou em quatro, junte um pouco de água, sal e pimenta do reino moída a gosto, um tanto de azeite, um splash de vinagre jerez [sherry] e bata bem até obter um creme liso. Eu juntei também umas folhas de manjericão fresco, porque eu sou fancy, mas não precisa. Leve o gazpacho à geladeira para gelar bem e depois sirva decorado com fatias de tomate, se quiser. Eu quis.

fritada de tomate & pesto

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O maço de manjericão se juntou às sementes de girassol e virou pesto, o pesto temperou os ovos e fatias dos primeiros tomates locais que comprei decoraram essa simples e deliciosa fritada. A receita saiu da revista Everyday Food. Só achei que ficou um pouco grande para duas pessoas. Da próxima vez farei apenas metade.

[serve 6 porções]
8 ovos caipiras grandes
1/3 xícara de molho pesto [*]
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora
1 xícara de queijo mussarela ralado
1 colher de chá de azeite
2 tomates orgânicos cortados em fatias finas

Pré-aqueça o forno em 425ºF/ 220ºC. Numa vasilha grande bata ligeiramente os ovos. Junte o pesto, o sal, a pimenta do reino e metade da mussarela ralada. Numa frigideira de mais ou menos 25 cm coloque o azeite e leve ao fogo médio, adicione a mistura de ovos e cozinhe mexendo com uma espátula por 1 ou 2 minutos. Coloque as fatias de tomate e espalhe o resto do queijo mussarela por cima. Leve ao forno e asse por uns 10 minutos ou até o centro da ficar firme. Remova do forno, deixe descansar por 5 minutos e vire numa travessa. Corte em fatias e sirva.

[*] eu faço o molho pesto com a combinação de ingredientes que tiver disponível no momento. Para fazer esse que coloquei nessa fritada usei manjericão, sementes de girassol, um dente de alho, queijo parmesão ralado, sal e bastante azeite.

a colheita do tomate

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Deu um pouco de tristeza ver o verão se encerrar meio que de repente. Tivemos a derradeira onda de calor e sem cerimônia nenhuma começou a chover, esfriou e acabou-se o que era doce. As últimas semanas foram bem agitadas nos campos e pomares da região. A minha decisão de ir e voltar do trabalho pelas back roads me deu a grande oportunidade de observar bem de pertinho algumas colheitas, e mais intensamente a dos tomates. É tudo muito rápido, quando eu passava pela manhã as máquinas estavam colhendo a todo vapor e na volta pelo mesmo caminho à tarde, os campos já tinham virado um imenso poeirão salpicado de frutos caídos das colheitadeiras. Por algumas semanas eu vi um campo atrás do outro ser desbastado e carretas e mais carretas se enchendo de frutas vermelhas. Pra mim essa proximidade com a colheita do tomate foi uma experiência absolutamente fascinante. Voltando do trabalho numa tarde, decidi ir pra casa pegar a câmera e voltar para tentar fazer uns cliques. Tive que acompanhar a colhedeira com o carro, do outro lado da pista, porque ela não para um segundo, vai e volta, jogando a tomatada na carreta que a segue puxada por um trator. E são muitas carretas, que vão se alternando em perfeita sincronização. Nesse dia estava fazendo quase 40ºC. Parei o carro numa encruzilhada e fui andando à pé pelo acostamento para tirar algumas fotos com o celular. Um carro que vinha normalmente por uma das estradas de repente diminuiu a velocidade e abaixou o vidro da janela. Uma moça colocou a cabeça pra fora e falou comigo—está tudo bem com você? Fiquei desconcertada e só então me toquei do absurdo da minha situação caminhando na vastidão dos campos de tomates, sob um sol de rachar coquinho, eu só podia estar em alguma confa e precisando de ajuda. Respondi toda sem graça—sim, estou apenas tirando umas fotos! Acho que eu não precisava chegar tão perto da colheita, mas eu quis fazer e fiz. E apesar daquele momento altamente constrangedor, olha-só-aquela-mulher-maluca-vagando-pela-estrada, valeu à pena ter feito.

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tomates assados
[com queijo e tomilho]

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Melhor do que ir pra casa depois de um dia de trabalho já sabendo o que vou preparar pro jantar, é lembrar que naquela noite terei a companhia do meu marido. Devoramos juntos, meio a meio, esses tomates assados acompanhados de salada de folhas verdes e grissinis salpicados com flor de sal de uma padaria local. Usei esses lindos tomates da variedade zebra. A receita foi testada e publicada pelo Culinate, mas ela é originalmente do livro Tender do Nigel Slater.

serve 2 porções
4 tomates grandes e maduros [orgânicos]
Azeite de oliva
4 raminhos de tomilho fresco
Queijo de cabra fresco ou outro queijo da sua preferência
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Corte uma tampa nos tomates e usando uma colherzinha remova todas as sementes. Coloque os tomates num refratário, salpique com sal e pimenta do reino moída e coloque mais ou menos 1 colher chá de azeite dentro de cada tomate. Distribua as folhinhas de tomilho dentro de cada tomate e leve ao forno por 25 minutos. Remova do forno, corte o queijo em fatias e preencha os tomates com elas. Retorne os tomates ao forno por mais uns 10 minutos ou até o queijo derreter. Remova do forno e sirva. Eu aumentei um pouco a receita para poder fazer 6 tomates assados.