Orzo com alcachofra

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Tão simples que nem parece que estamos preparando uma receita. Frite um alho picadinho numa boa quantidade de azeite. Não deixe o alho ficar muito dourado. É coisa rápida. Retire do fogo e deixe o azeite com o alho esfriando. Enquanto isso ponha uma panela com bastante água e sal no fogo e cozinhe o orzo—macarrãozinho em formato de arroz. Escorra quando estiver ao dente. Pique uma boa quantidade de coração de alcachofra [usei em lata] e reserve. Numa vasilha coloque o orzo cozido, jogue as alcachofras picadinhas, jogue a infusão de azeite e alho, misture bem e sirva!

quantas saladas poderei fazer!

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Verdes são a alma das saladas. Eu cresci comendo alface, agrião e rúcula. Mas também comia o espinafre, o repolho, a acelga, entre outras folhas não tão populares. Esses verdes são entidades batutas, que podem virar um bela salada em solo, misturados entre si ou com outros ingredientes, abrindo um leque de possibilidades quase infinito. Minhas piscadelas amorosas se inclinam na direção da rúcula, que é o meu verde favorito—e vamos ser sinceros: que VERDE, hein? Adoro o sabor pungente e picante dessa folha. Acho que ela acompanha bem quase tudo e mistura-se bem à quase tudo, além de ser deliciosa sozinha, temperada levemente com um salzinho, azeite e um pingo de vinagre de vinho tinto.
Por três anos eu plantei rúcula na minha horta. Um ano deu bem, no outro ano não deu nada e no último ano eu simplesmente esqueci das folhas lá no quintal, por falta de tempo, porque me embananei nas minhas funções domésticas, porque às vezes essas coisas acontecem mesmo, conformemo-nos. No final do inverno finalmente deitei abaixo os resquíscitos da horta do verão passado, que se cobrira de pés de tomates ressecados e mato. Revirei a terra cheia de minhocas, arranquei o mato, plantei ervas e perdi metade para bichos invisíveis que todo ano atacam meus canteiros de devoram as coisas gostosas. Um pé de cebolinha sumiu inteiro, certamente obra de algum mamífero patudo e não de seres repelentes rastejantes. Mas aos poucos a horta foi tomando caras de horta novamente. O hortelã chocolate se espalhou rapidinho, renascido da tumba de Lázaro. O orégano e o tomilho rebrotaram, as novas ervinhas foram criando raizes ou sucumbindo aos bichos. Plantei vários pés de tomates intercalados por alguns de manjericão. E assim foi indo até quando numa das minhas inspeções notei um matagal verde se espandindo num dos cantos de um dos canteiros. Como era volumoso e uniforme, logo vi que não podia ser mato. Peguei uma folha e cheirei—hm, não pode ser—mordi e mastiguei outra folha—nhoccrunchnhoc—será?? ohdearlord, é RÚCULA!
Segundo a minha amiga Alison, o fato de eu ter esquecido a rúcula na horta no verão passado, permitiu que ela florecesse e polinasse. Sem ter plantado nada, vou ter com certeza salada abundante o verão inteiro. A melhor salada, a minha favorita, e assim, sem mais nem menos, fruto da minha total desorganização.

macarrão com abobrinha e manjericão

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Felicidade maior pra mim: chegar em casa do trabalho já sabendo o que vou preparar pro jantar! Isso é sinônimo de tranquilidade, pois já vou direto ao assunto, sem delongas indecisas. E foi assim que acoonteceu com esse prato de macarrão com abobrinha e manjericão, que foi decidido bem cedo.

Cozinhe o macarrão em bastante água salgada. Eu usei macarrão integral. Corte a abobrinha em tirinhas bem finas. Eu usei duas abobrinhas pequenas. Descasque e rale em fatias finas dois dentes grandes de alho. Pique um macinho de manjericão. Quando o macarrão estiver cozido ao dente, coe e reserve. Na mesma panela que cozinhou o macarrão, coloque uma boa quantidade de azeite e o alho. Doure o alho, jogue sal marinho e pimenta do reino moída a gosto, acrescente a abobrinha e refogue por DOIS SEGUNDOS, não deixe a abobrinha amolecer. Jogue o macarrão, desligue o fogo, mexa bem para incorporar os ingredientes. Salpique com o manjericão, sirva com bastante queijo ralado na hora.

salada de couve-flor assada

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Me inspirei pra fazer essa salada numa revista Gourmet antiga que folheei no consultório do meu médico, quando fui ver as sequelas do tombaço. Adorei a mistura, que na original ainda levava radicchio. Fez sucesso no meu jantar de ontem, que acabou super tarde, mas teve a presença do Gabe e da Marianne. Todos elogiaram o sabor da couve-flor assada.

Corte a couve em floretes, espalhe numa forma forrada com papel alumínio e regue com azeite, salpique com sal e pimenta do reino fresca. Asse em forno médio até os floretes ficarem tostadinhos por fora. Tire do forno, separe e deixe esfriar. Monte a salada com bastante alface, os floretes assados e amêndoas tostadas [eu usei as tostadas e defumadas]. Tempere com azeite, vinagre de vinho, sal, pimenta do reino fresca. Misture bem e salpique com bastante salsinha picada. Sirva.

*Fiz arroz e porpetinhas bem simples, pras crianças comerem e uma salada de beterraba crua ralada e pecans tostadas, temperada com vinagre balsâmico, que também agradou a todos.

fritas de forno

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Não tem segredo, não é difícil, e praticamente todo mundo já fez – fritas de forno. Só que eu usei batata-doce, mandioquinha e cenoura. Salpiquei com tomilho e basilicão secos, pimenta do reino moída na hora e reguei com azeite. Forno médio, revira, mais forno médio, até ficar molinho por dentro, crocante por fora, retira, salpica com sal – a flor se tiver. Pra mim isso é simplesmente uma delicia! hmm_hmm_hmm!

sopa de mandioquinha

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Inspirada pelas sopas da Elvira, me entusiasmei pra usar as mandioquinhas [parsnips] que vieram esta semana na cesta orgânica. Não queria fazer nada que pudesse esconder o sabor adocicado dessa raiz que me faz lembrar da minha infância. Decidi fazer uma sopa simples, com as mandioquinhas e mais um talo de alho-poró. Refoguei tudo cortado em cubinhos no azeite, joguei um litro de caldo orgânico de galinha caipira [fancy that!], e deixei cozinhar bem. Bati com o mixer da mão, para moer tudo, mas quem quiser usar liquidificador, ou um amassador manual, tudo bem. Enquanto isso refoguei um punhado de verdura – usei os raminhos de dino raab que também recebi na cesta. Tudo pronto, temperei com sal e pimenta do reino e servi a sopa com um pouquinho da verdura refogada.

pastinha de edamame

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Encontrei um pacotão de edamames no congelador. Às vezes eu esqueço coisas lá dentro. Não sei como esqueci esse, pois eu adoro as edamames – a soja verde – e as devoro animalisticamente às colheradas, depois de fervê-las na água e sal, ou mesmo só na água. Desta vez tive uma idéia, baseada no pequeno trecho de um programa de culinária que vi na tevê, onde a chef Annie Somerville do restaurante vegetariano Greens em San Francisco preparava uma pastinha de favas verdes. Resolvi me inspirar nessa receita e usar as edamames no lugar das favas verdes.
Coloquei as edamames já cozidas só na água no food processor. Adicionei bastante tomilho – de três variedades diferentes, casca ralada e sumo de um limão meyer pequeno, sal marinho grosso e azeite. Triturei tudo até formar uma pasta. Comi com crackers, mas acredito que essa pasta fique boa como base de sanduíche, ou como acompanhamento para legumes crudités. O céu é o limite para essa delícia verde!

cenoura.. ouch.. feijão…

Eu planejava um jantar um pouquinho diferente. Fui interrompida por um cortão no dedo e precisei chamar o marido, que veio galopante—hm, quase. Terminamos tudo daquele jeito, eu dizendo faça isso, faça aquilo e bufando, porque ele fazia tudo atrapalhado. No final o jantar vingou e até que ficou bom.
Vi a receita Carrots in Vermouth no blog Accidental Hedonist e fiz um pouco diferente. Refoguei as cenouras cortadas em palitos num pouquinho de óleo. Quando elas começaram a dourar, joguei uma dose de whiskey, mexi bem, desliguei o fogo, coloquei sal e pimenta moída e salpiquei com salsinha fresca. Não deixei cozinhar mais, porque queria manter a crocância natural da cenoura. Nem preciso dizer que eu A-D-O-R-O usar bebida álcoolica em receitas. ADORO mesmo! Se a receita tem bebida, já vai pra minha lista.
A outra receita tirei do livro The New Vegetarian Epicure – Tuscan White Beans with Garlic and Sage. É simplérrima. Coloquei umas 400gr feijão branco de molho de manhã cedo. À noite, coloquei pra cozinhar com água, folhas frescas de sálvia, um dente de alho e uma colher de sopa de azeite. Cozinhou, cozinhou, em fogo baixo e com a panela tampada. Os feijões devem ficar macios, mas inteiros. Adicione sal. Transfira o feijão e o caldo que deve ficar grosso para uma travessa. Tempere com mais azeite e com pimenta moída. Nós comemos quente, mas esses feijões podem ser comidos frios, em saladas ou antipasti.