figo adriático

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Pensei que já tinha provado o figo mais saboroso que existe quando mordi um dos lindos candy stripes. Mas eu ainda estava por conhecer o rei dos figos, o mais gostoso que já comi.

Comprei duas cestinhas deles na banca da Good Humus Farm e voltei pra mais. A banca dessa fazenda é a mais colorida do mercado. Trabalham lá a família toda e, pela quantidade de jovens atendendo ao público, os amigos também. Eles têm sempre produtos bacanas, flores lindas, os ovos caipiras que desaparecem depois das 8:30 am de tão populares, frutas e legumes diferentes. Foi lá que comprei uma uva muito roxa, quase preta, que perguntei o nome e ninguém sabia. Me falaram que a uva começou a crescer lá num canto e deu tanto que eles resolveram vender. Pra mim, que não sou grande apreciadora dessa fruta, foi a melhor que comi em muitos anos.

Também comprei muitos morangos deles, que estavam tão, mas tão maduros que só davam pra virar geléia ou sorvete. Viraram sorvete. Um dos muitos de morango que fiz este ano. Num dos dias que comprei morangos, paguei a conta com um monte de notas de um dólar e pensei que estava tudo bem. Saquei o celular da cesta pra tirar uma foto das flores e percebi que a menina que me atendeu olhava e re-olhava a grana com uma cara de confusa. Virei minha atenção para os pêssegos e tomates de outra banca, quando senti um toque no ombro—olha seu troco, você me deu uma nota de dez no meio das de um. Eu faço dessas, sempre, o tempo todo.

No dia em que que comprei os figos verdes pela primeira vez, pensando que eles eram da variedade calimyrna muito comum por aqui, me surpreendi com a polpa roxíssima e dulcíssima daquelas frutinhas. Não poderia ser o calimyrna, que é uma variedade bem sem graça e que fica melhor seco. Por isso quando voltei para mais figos na semana seguinte, perguntei o nome e os rapazes e moças ficaram num jogo de peteca risonho, um tentando ajudar o outro a lembrar o nome do figo. Eu já estava quase indo embora sem esclarecer minha dúvida, quando um dos rapazes gritou—adriático! o nome da variedade é adriático!

Pois então, acreditem-me, esse figo adriático é na minha opinião o supra-sumo. O rei dos figos.

figos, figos galore!

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geléia de figo & limão

Finalmente coloquei em prática uma decisão que eu estava protelando para concretizar há meses: voltar a nadar. Parei de dar minhas braçadas e pernadas na piscina no final de novembro de 2007, já desanimada com a chegada do frio e incomodada com os sintomas dos fibromas. Foram eles que me impediram de voltar mais cedo, somado ao fato de que sou uma procrastinadora crônica quando o assunto é mexer o corpão e fazer algum exercício físico. E nadar é o único exercício que eu realmente gosto, porque ele é para mim muito mais do que apenas mexer o corpo. Nadar é uma meditação, que deixa minha cabeça e meu corpo leve. Dentro da água eu me sinto em total harmonia com o universo.

No sábado acordei mais cedo e fui ao Farmers Market, onde fiz minhas compras rapidamente com a facilidade do lugar não estar ainda lotado de gente. Encontrei amigos lá, bati papo, comprei tudo o que queria comprar e voltei pra casa. Protetor 70 no rosto e 30 no corpo, toalha, goggles, touca, maiôzão atlético, bicicletei até a piscina e fui falar com o coach:

—quero recomeçar minhas braçadas, mas não quero fazer treino, quero usar cupons para nadar quando quiser e puder.
—mas você precisa ser membro, mesmo para dar suas braçadas, sem treino.
—tudo bem, quero preencher a papelada pra reativar meu membership.
—sim, você preenche tudo, faz o cheque e volta no sábado que vem.
—NÃO! eu preciso nadar HOJE, porque estou protelando essa volta há meses, se não nadar hoje, capaz de desanimar novamente e não voltar nunca mais…
—tudo bem, então preenche os papéis..
—e pago a nadada de hoje pra você?
—eu confio em você, traz os papéis e o cheque amanhã, pode nadar hoje.
—OBRIGADA! êba ———–> tchigummmmm!

E assim nadei. Depois de quase dois anos, achei que iria quase morrer, botar os bofes pra fora, desmaiar. Quando voltei a nadar em 2002, estava tão fora de forma e destreinada, que tinha que descansar a cada 100 m. Ficava até com tontura quando saia da piscina. Desta vez foi tranquilo. Nadei, nadei, soprei bolhinhas na água, dei piruetas, reconheci e cumprimentei algumas pessoas que nadavam e continuaram nadando. Voltei no domingo, com a papelada preenchida, os cheques e nadei de novo. Adoro nadar de manhã, ouvir o silêncio das ondas do corpo dentro da água, olhar os aviões que cruzam esporadicamente o imenso céu super azul sem nenhuma nuvem. Nadar é a minha ioga.

Só queria deixar registrada aqui essa vitória da minha força de vontade sobre a minha malemoleza. Pronto!

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figos roxos

Por ter tomado essa importante decisão e por ter nadado, me senti absurdamente energizada e passei o dia de sábado fazendo mil coisas. No Farmers Market a fruta da hora era o figo. Variedades de casca verde, da roxa ou da listrada estava por todos os cantos. Como sempre me entusiasmei, porque confesso que com figos eu fico gananciosa, quero todos pra mim! Comprei muitos. Na banquinha da fazenda orgânica da família onde comprei os morangos que viraram geléia na outra semana, agarrei caixinhas de figos bem roxos. Contei pra moça que tinha feito uma bela geléia com os morangos e que iria tentar fazer geléia com os figos. Ela me contou que o marido fez uma geleia no ano passado, que ela usou para rechear os biscoitos de Natal e que ficaram maravilhosos.

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fazendo geléia de figos

Fui pra casa animada e já fui colocando a idéia em prática. Para fazer a geléia, lavei e piquei os figos, que foram para a panela de ferro com o sumo e a casca ralada de um limão, mais rapadura ralada. Cozinhei em fogo baixíssimo por uma hora, mexendo vez em quando já pro final, pra não deixar a geléia colar no fundo da panela. O resultado foi uma geléia linda e deliciosa, que devorei com torradas e pão integral tostado durante o final de semana.

Para o almoço do domingo fiz uma receita de figo assado para acompanhar carne, que tirei do lindo livro A Platter of Figs do David Tanis. Na outra semana troquei um plá sobre livros com a Carlota e comentamos desse um, que nem eu, nem ela tínhamos usado ainda. Pois eu só precisei de um clique, e no sábado com aquela fartura de figos na minha cozinha, fui buscar no livro com um figo ilustrando a capa, receitas com figo. Por mais incrivel que pareça, só há duas receitas bem simples pra usar figos no livro do figo. Eu fiz uma delas.

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assando figos com tomilho

Corte os figos ao meio e coloque todos com a parte cortada para cima num refratário. A receita diz pra espalhar folhas de tomilho fresco por baixo dos figos, mas eu coloquei por baixo e por cima. Regue com azeite e leve ao forno em 400ºF/ 205ºC por 20 minutos. Sirva com pratos de carne ou como sobremesa, acompanhado de creme batido ou creme fraiche.

a melhor geléia de morango do mundo

geleia-morangoQuando a Pat Feldman anunciou que tinha feito a melhor geléia de morango do mundo, fui correndo conferir. Gosto das idéias criativas da Pat, também porque ela usa sempre os melhores ingredientes e tem o maior cuidado com os alimentos que consome. Gostei do uso da rapadura como adoçante. Mesmo não sendo muito versada fazendo geléias, resolvi me aventurar e tentar. Comprei três cestinhas de morangos orgânicos, que estavam bem maduros. Cortei em pedacinhos, acrescentei uma maçãzinha verde ralada e 1/2 xícara de rapadura, que aqui eu compro fair trade, orgânica, já ralada e ensacada. Não posso afirmar se essa geléia é ou não a melhor do mundo, mas é certamente deliciosa.

3 cestas de morangos orgânicos [dá umas 900gr]
1/2 xícara de rapadura ralada
1 maçã ralada [a Pat usa uma pera]

Pique os morangos em pedacinhos pequenos. Junte a maçã ralada e a rapadura numa panela robusta e cozinhe em fogo bem baixo por cerca de 1 hora ou até que a mistura engrosse. Deixe esfriar e coloque em vidro com tampa. Guarde na geladeira.

frogurt de morango & lavanda

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Milagrosamente eu usei uma receita para fazer este sorvete. É o strawberry frozen yogurt do livro The Perfect Scoop do David Lebovitz que dei uma pequena [pequena mesmo] modificada. Troquei o limão pela lavanda. Na verdade, usei um açúcar biológico de lavanda que ganhei da Carlota, quando nos encontramos em Lisboa. Demorei pra achar uma receita legal para usar esse açúcar e também demorei pra sacar que fazer açúcar de lavanda é a coisa mais fácil do mundo, daí fiz um tanto para usar novamente no futuro. Como tenho o paladar muito sensível para o açúcar, achei que esse sorvete ficou um pouco mais doce que os que eu normalmente faço, usando mel ou nectar de agave. Mas nada que me previna de comê-lo com animação. E ficou com uma cor impressionante. Pensar que ele é cem por cento natural—a really good thing.

450 gr de morangos orgânicos picados
2/3 de xícara de açúcar * usei o açúcar biológico com lavanda
3 colheres de sopa de vodka ou kirsch * usei vodka
1 xícara de iogurte orgânico integral
1 colher de chá de suco de limão * não usei

Coloque os morangos numa tigela e misture o açúcar e a vodka ou kirsch. Mexa bem e deixe descansar por pelo menos 30 minutos. No liquidificador coloque os morangos e o iogurte e bata bem. Coloque na sorveteira e é só.

frutas com calda de mel

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A revista Food & Wine do mês de agosto de 2009 trouxe uma matéria muito linda com o chef belga Alain Coumont que me encantou—desde as fotos de um jantar com os amigos na sua casa perto de Montpellier, no sul da França, como as receitas dos pratos servidos, todas vegetarianas com legumes, verduras e frutas locais, orgânicos e sazonais. Não foi por menos que eu marquei absolutamente todas as receitas publicadas pela revista para tentar reproduzir na minha cozinha, pois além de tudo elas apelam pela simplicidade. Quando temos os melhores ingredientes à nossa disposição, podemos nos dar ao luxo de não complicar.

A primeira receita que fiz foi essa sobremesa com frutas da estação com uma calda feita com mel, limão e lavanda. Coumont dá a opção de trocar a lavanda por tomilho e de usar outras frutas, como morango, ameixas, pêssegos ou framboesas. Eu preparei duas levas, uma regada com o molho de mel, limão e lavanda e a outra com o molho de mel, limão e tomilho. As duas versões ficaram deliciosas. Agora preciso testar com outras frutas.

Numa panela coloque 1/2 xícara de mel, 2 1/2 colheres de sopa de suco de limão e 1/4 de colher de chá de flores de lavanda secas [ou tomilho]. Deixe ferver e cozinhe por um minuto. Desligue o fogo e deixe o molho esfriar. Enquanto isso coloque figos e damascos [ou outra fruta que escolher] cortados ao meio com a parte da polpa para baixo sobre uma frigideira. Deixe cozinhar em fogo alto por uns 2 minutos. Vire as frutas com cuidado e deixe cozinhar por mais 1 minuto. É jogo rapidíssimo, não descuide, porque as frutas cozinham realmente em poucos minutos. Remova as frutas e coloque em pratos individuais ou numa travessa e regue com o molho de mel. Pode também acompanhar com sorvete de baunilha ou crème fraîche.

gelado de cacau & cereja

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Tive a idéia para esse sorvete, quando minha cunhada me contou que tinha feito um sorvete de chocolate, com cacau. Eu nunca iria pensar em fazer algo de chocolate se não viesse combinado com alguma fruta. E cerejas era o que eu tinha. Usei o cacau da marca californiana Ghirardelli.

1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de leite integral
2 colheres de sopa de cacau natural
Cerejas descaroçadas
Mel a gosto
1 pequena dose de Sherry

Bater tudo no liquididicador e colocar na sorveteira.

crisp de damasco & cereja

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Essa receita é facilima de fazer e fica deliciosa. Veio publicada no jornalzinho do Co-op, que eu recebo mensalmente pelo correio.
Recheio: 3 xícaras de damascos descaroçados e cortados ao meio, 2 xícaras de cerejas descaroçadas e cortadas ao meio, 1/2 xícara de açúcar e o suco de 1 limão.
Cobertura: 1/3 xícara de aveia grossa, 2/3 xícara de farinha de trigo integral, 2/3 xícara de açúcar mascavo, 6 colheres de sopa de manteiga gelada cortada em cubinhos.
Pré-aqueça o forno em 375ºF/ 190ºC e unte um refratário largo e raso com manteiga. Numa vasilha grande misture os damascos e as cerejas e polvilhe com o açúcar e com o suco do limão. Misture bem e coloque tudo no refratário untado. No processador misture a aveia, a farinha, o açúcar e a manteiga até formar uma massa granulada. Cuidado para não passar do ponto e a massa ficar muito compacta. Espalhe essa massa por cima da fruta e asse por mais ou menos 50 minutos, até a cobertura ficar dourada e a fruta borbulhante. Retire do forno e deixe esfriar numa grade. Sirva frio ou morno, com sorvete de baunilha, chantily ou mesmo desacompanhado, como eu fiz.

frogurt de figo & mel

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Os figos chegaram no Farmers Market e no Co-op e eu já exagerei, porque simplesmente adoro essa fruta. Aliás, estou tendo que devorar a passos ligeiros um monte de pêssegos, damascos, ameixas e cerejas, que comprei de quilo no sábado, esquecendo completamente que eu iria estar sozinha nesta semana.

Com os figos eu fiz um frogurt, que poderia ter sido o prato principal do jantar, mas me comportei e comi de sobremesa. Foi só bater uns 6 figos com uma xícara e meia de iogurte natural, mel a gosto e uma pequena doce da vodka invisível. Bater, sorveteira, servir-se e sair cantando e dançando heaven… I’m in heaven, and my heart beats so that I can hardly speak. and I seem to find the happiness I seek, when we’re out eating some frogurt made of figs….