Imperial Hotel

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Para compensar o show de horrores que foi o nosso almoço no buteco da Susan, tivemos um jantar delicioso e elegante no Imperial Hotel em Amador City. A minúscula cidade de 150 habitantes abriga um restaurante realmente impressionável, pela qualidade da comida e serviço. O prédio construído em 1879 era um hotel para os mineiros, que infestavam a região durante a corrida do ouro. Hoje restaurado, o local ainda oferece hospedagem com seis quartos na parte de cima e o restaurante no andar de baixo. Tudo muito lindo, sem exageros, decoração e luz delicada, eu e o Uriel ríamos como bobos alegres, comparando as duas experiências do dia.

De entrada o Uriel pediu em roasted garlic and warm brie with olives, mixed greens and baguette, que foi o único prato que eu fotografei. Eu pedi uma salada com organic baby romaine with parmesan, crostini and creamy lemon dressing que estava leve e saborosa. Depois o Uriel foi de penne pasta with artichoke hearts and sun roasted tomatoes in a light cream sauce e eu de pork chop chili-rubbed pork chop with mango wine sauce served with basmati rice. Eu bebi um blend muito saboroso de uma vinícola que a garçonete disse ficar just across the street. A sobremesa foi cheesecake de café para o Uriel e bolo de maçã com calvados e sorvete de baunilha pra mim. O sorvete era feito em casa, nada de lata, nada de pacote, nada de vidro, nada semi-pronto e processado. Ufaaaa!

desperately forgetting Susan

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Eu detesto escrever pra esculhambar, mas muitas vezes é impossível evitar. E a Susan pediu pra levar chibatadas. Desculpa, Susan, mas você merece todas as palavras duras e todo o escracho, sinto muito.
Chegamos em Sutter Creek já passado do horário do almoço. Caminhamos pela rua principal até o information center, onde pegamos folhetos e conversamos com uma senhora que nos deu algumas dicas de visitas às minas, que era o passeio que o Uriel estava doido pra fazer. Sutter Creek e Jackson são as cidades principais naquela área do condado de Amador, que é famoso pela intensa corrida do ouro que trouxe gente à beça para a Califórnia em 1849.

Olhamos o panfleto dos restaurantes e enquanto eu fui encaroçar numa lojinha de antiguidades, o Uriel ficou analisando as possibilidades. Finalmente decidimos que deveríamos tentar um lugar chamado Susan’s Place, que servia Mediterranean/California cuisine. Ficamos animados. O restaurante fica num beco bem charmoso, numa construção antiga que nos pareceu ser um pequeno hotel. A entrada, apesar de emperequetada demais pro meu gosto, não nos assustou. Muitos comensais almoçavam no páteo, mas fomos levados para uma das partes internas do restaurante. Sentamos e fomos muito bem atendidos por uma garçonete gentil que me trouxe diversos samples de vinho até eu decidir por um Zinfandel da região. O condado do Amador tem muitas vinícolas e produz vinho de excelente qualidade. Eu quis beber o vinho da região. O Zinfandel não decepcionou. Mas o resto…..

Quando olhamos o cardápio percebemos que o rango californiano mediterrâneo era bem fraquinho. Pedimos juntos uma entrada de bruschettas, eu uma saladona e o Uriel um prato com frango. Dai começamos a observar a decoração do lugar. Sintetizando, tudo ali era OVER THE TOP. Muita luzinha, muitas plantas e flores falsas, um guarda-sol em cada mesa na parte interna, uma cafonice total com cortininha, abajour e livros antigos—realmente, um restaurante-biblioteca com livros de matemática de 1942 era tudo o que queríamos da vida. Havia também muitos quadros cafonildos nas paredes pintadas de roxo-lilás. As portas eram também pintadas de roxo e deu logo pra perceber que a Susan tinha uma preferência exagerada por essa cor, que abundava por todo o restaurante, entremeada pelo verde e o dourado, numa mistura extremamente cansativa. Pra completar, a cereja no topo do bolo, o fundo musical tocando no restaurante era música de elevador cantada, tipo Berry Manilow. Eu já estava quase chorando de arrependimento e antecipando o pior quando a comida chegou…

A bruschetta veio quente e com uma camada de pesto por cima da torrada. Comemos meio assim, achando que aquilo era muita invencionice e já começamos a ficar preocupados com o que viria dali pra frente. O prato do Uriel era uma coisa indecífravel. Eu perguntei umas dez vezes—mas você não pediu frango? Porque o que víamos ali era uma carne moída muito estranha por cima de um arroz, uma visão tenebrosa. A cara do Uriel demonstrava um horrível descontentamento. E a minha salada era a coisa mais buffet do Fresh Choice que eu já vi na vida! Tudo sem graça e coroado com muitas azeitonas DE LATA! Azeitona de lata é o fundo do poço, o fim da picada da baixa qualidade e total ausência de sabor. Fiquei revoltada, só conseguia balbuciar inconformada—AZEITONA DE LATA, AZEITONA DE LATA, AZEITONA DE LATA! E o molho da salada era ardido de tanto alho, daquele que deixa um gosto ruim na boca por 48 horas. Tudo horrípilesco, grotesco, monstruoso, pra combinar com a decoração. Só salvou-se o vinho e a delicadeza da garçonete, que no final me levou até a adega do restaurante para eu ver a garrafa do vinho que havia bebido. Lá estava, debruçada no balcão do bar, a Susan, uma loiraça de meia idade com um suéter beige de cashmere. Au revoir, Susan! Só queremos desesperadamente te esquecer.

multitasking
[i’m only human]

menos_bagunca

Cheguei em casa com o pacote do Adobe Creative Suite e queria pular da tarefa de fazer o jantar e ir direto para a tarefa de fazer a instalação dos programas no meu computador. Eu me dei de presente de aniversário um iMac novo, já que o velho estava quase aposentado e fazia uns três anos que eu praticamente só usava o laptop. Mas o computador novo veio praticamente pelado de programas úteis e os que eu tenho em versões mais antigas não rodam bem no sistema novo. Então aproveitei o meu desconto educacional e comprei na livraria da universidade esse pacotão por um preço bem razoável.

Mas jantar era preciso, então me apressei. No interim chegou revistas, DVD e livros, tinha uns tapetes de molho na máquina de lavar, umas toalhas de banho e lençóis esperando um segundo ciclo na máquina de secar e tive que enfrentar a desorganização básica de sempre na cozinha. Mas dessa vez me surpreendi, pois nunca estive tão afinada numa coreografia de fazer o jantar coordenado com outras atividades domésticas. Fiz uma sopa de lentilha vermelha, que era a que eu tinha na despensa.

Numa panela refoguei alho picadinho num fio de azeite. Adicionei a lentilha lavada e maçãzinhas lady cortadas em pequenos cubinhos. Refoguei, refoguei, juntei água suficiente para cobrir tudo, cozinhei, cozinhei até a lentilha quase derreter. Usei o mixer de mão para transformar tudo num creme espesso, adicionei sal a gosto e umas pitadas bem cautelosas de curry. Deixei ferver e desliguei o fogo.

Corri abrir dois peitos de frango caipira com a faca, deixando-os bem largos e finos. Fiz a mesma receita do frango recheado com espinafre e queijo brie, só que dessa vez usei folhas frescas de espinafre. Coloquei os dois peitos recheados para assar em forno médio e subi correndo para fazer o que tinha que fazer no meu novo iMac.

Demorou a beça pra instalar o Suite e durante a espera tive tempo de arrumar o meu semi-abandonado e hiper-bagunçado escritório, que agora está frequentável novamente.
Foi uma noite proveitosa. A sopa ficou uma delicia, o frango ficou super saboroso e macio, os programas foram instalados com sucesso, e ainda consegui dobrar e guardar as toalhas e lençóis lavados, folhear os livros novos e terminar de ver um filme!

Meet Me in St. Louis

Meet Me in St. Louis é um musical romântico dirigido pelo diretor Vincente Minnelli em 1944. Esse filme é diversão pura, porque é cheio de números musicais clássicos bacanérrimos, de lindas cenas bucólicas em technicolor e muitas, muitas referências à comida. O filme é dividido por estações do ano e se inicia no verão, dentro da cozinha.
Os Smiths são uma típica família classe média que vive num casarão vitoriano na cidade de St. Louis, estado do Missouri, em 1903. São o pai, a mãe, a empregada, quatro filhas e um filho. No inicio do filme é verão e a mãe e a empregada estão ocupadas na cozinnha preparando o jantar e fazendo catchup. Todos que entram na cozinha dão uma provadinha na conserva de tomates e dão um palpite—muito, ácido, muito doce, muito grosso. No final. mesmo não chegando a um consenso, a empregada encerra o assunto colocando o catchup nas garrafinhas com um funil.

making catchup
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A filha mais velha está esperando o telefonema do namorado. Ele está em New York e vai ligar interurbano, por isso a família se organiza pra tentar adiantar o horário do jantar. Mas o pai não aceita e a empregada tenta então servir tudo nas pressas. Primeiro uma sopa de tomates, afinal é verão. Depois uma bela peça de corned beef, servida com repolho cozido. O pai reclama que a carne está cortada muito fina. A empregada retruca que a patroa mandou ela cortar bem fino pra carne poder ser servida em duas refeições. O pai vence a batalha e todos se servem de grandes e grossas fatias de corned beef.

corned beef & cabbage
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Com o outono chega o Halloween e as cenas mostram novamente as funções na cozinha. A empregada está decorando um bolo enorme e lindo. As meninas chegam fantasiadas e lhe pregam um susto. Depois de vários acontecimentos durante e depois do trick or treating todos se sentam pra devorar vasilhas cheias de sorvete e contar histórias do Halloween. O pai chega com a notícia que por razões do seu emprego a família vai ter que se mudar para New York, mas ninguém se mostra feliz. St Louis é a cidade onde todos desejam permanecer.

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No decorrer do filme há muitos bafafás românticos envolvendo as irmãs mais velhas, com destaque para Judy Garland, que é a estrela do filme e protagoniza quase todas as cantorias. Margaret O’Brien, que faz o papel da irmãzinha fofinha mais nova, contou numa entrevista anos mais tarde que foi muito fácil trabalhar com Judy Garland nesse filme, pois nessa fase a atriz estava sempre feliz. Foi nos sets de filmagem de Meet Me in St. Louis que ela conheceu e se apaixonou pelo seu futuro marido Vincente Minnelli, que dirigia o filme. Garland começou sua carreira como atriz infantil num tempo em que os estúdios tinham permissão para fazer coisas que hoje seriam consideradas abusos e torturas horripilantes. Uma das atrocidades que os produtores da Metro-Goldwyn-Mayer faziam com a menina prodígio Judy Garland era não deixá-la comer, mantendo-a sempre numa rígida dieta, para que não perdesse a sua figura esbelta que vendia bem e ajudava os crápulas de Hollywood a encher os bolsos de dinheiro.

pumpkin [ginger] muffins

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Mais uma receita infalível da minha amiga Elise, que como sempre ficou ótima. Já contei que fomos avisados pelo pessoal da fazenda orgânica ainda no verão que haveria uma abastança de abóboras neste outono, e dito e feito. Já tenho uma bela coleção na minha cozinha e estou tentando usar como posso. Para fazer esses muffins usei a butternut squash, que eu tinha cortado em cubinhos e cozinhado no vapor outro dia. Não fiz purê, apenas amassei com o garfo, para que os muffins ficassem mais pedaçudos.

1 1/2 xícara de farinha de trigo
1/2 colher de chá de sal
1 xícara de açúcar
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 xícara de purê de abóbora
1/3 xícara de manteiga derretida
2 ovos caipiras batidos
1/4 xícara de água
1/2 colher de chá de noz moscada
1/2 colher de chá de canela
1 colher de chá de gengibre em pó

2 colheres de sopa de gengibre cristalizado picado
Pré-aqueça o forno em 350°F/ 176ºC. Numa vasilha peneire junto a farinha, sal, açúcar e o bicarbonato. Misture separado a abóbora, a manteiga, os ovos, a água e as especiarias e junte à mistura de farinha. Mexa até os ingredientes ficarem incorporados, mas não exagere. Junte o gengibre cristalizado—se não tiver, use passas, outra fruta seca, ou nozes, pecans. Coloque a massa nas formas de muffin untada ou forrada com forminhas. Asse por 30 minutos, ou até os muffins ficarem firmes e dourados. Remova do forno, deixe esfriar numa grade. Essa receita faz 12 muffins.

tea candies

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Paramos no Peet’s Coffee para o Uriel beber um café [na xícara] e eu fui comprar o chá branco Snow Leopard que a Sally tinha recomendado. Enquanto ele esperava pelo café, fiquei encaroçando nas outras coisinhas e tchanran, foi quando achei essas balas de goma de chá.
Eu não sou muito chegada em coisas açúcaradas, doces, chocolates, balas, etc. Mas duas coisas que me fazem salivar na hora são balas azedas e balas de goma. Deve ser algum resquício emocional da minha infância. E essas balas de goma vendidas no Peet’s estavam perfeitas—não muito doces, macias, super saborosas e mastigáveis, com sabores de jasmine green tea, hibiscus tea e black currant tea.