Me juntei à metade do planeta que esteve fazendo pão durante os primeiros meses de pandemia. No meu caso, o fato de estar em casa e ver muita gente fazendo pão, somado ao desaparecimento do fermento biológico das prateleiras do supermercado, funcionou como um incentivo para que eu finalmente perdesse o medo e me jogasse nessa aventura dos pães de fermentação natural. Não posso esquecer de mencionar que aqui nos EUA sumiram também as farinhas das prateleiras dos supermercados, então fazer pão se tornou realmente uma aventura. Eu e minha irmã trilhamos esse caminho juntas, ela no Brasil, eu aqui, experimentando com diversas maneiras de fazer o fermento, depois os pães, trocando ideias e receitas. Comecei com o fermento da bolinha na água, tentei dias vezes e falhei. Procurei outras ideias e achei duas fontes preciosas no Youtube. O Padeiro de Apartamento e o Peaceful Cuisine, de quem eu já era fã. Foram esses dois que nos guiaram na trilha de conseguirmos nosso primeiro fermento. Eu fiz duas receitas: a primeira, seguindo esses passos, mas usando suco de abacaxi na primeira água. Fiz com farinha integral, o fermento ainda está firme e forte, fiz muitos pães com ele. A segunda receita é a melhor. Faz um fermento fantástico, que é o que eu mais uso pra fazer pães. Já até doei iscas. Ele é feito com passas fermentadas. Usei essas receitas—para fazer as passas e pra fazer o fermento. Mas o padeiro também tem a receita dele, em português.
Depois fizemos os pães todos, muitos do padeiro, outros tantos da padaria Tartine em San Francisco, pois tinha comprado dois livros deles anos atrás e nunca tinha tido a coragem [ou a audácia]. Os pães da Tartine dão certíssimo, ficam sempre ótimos. Os do padeiro também arrasam. O meu favorito dele é o de semolina com sementes de erva-doce.
Lindo seus pães! Você é maravilhosa!