The Mondavi

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Nesses dias quentes eu ando bebendo muitos vinhos brancos. Vou testando as variedades. Neste final de semana estou me deliciando com esse Fumé Blank produzido pela vinícola Mondavi do Napa Valley. Esse vinho é feito com as uvas do Savignon Blank, com toques de citrus e melão. Os Mondavi produzem vinhos muito bons e têm uma vinícola muito charmosa logo na entrada do Napa Valley, tudo muito bem cuidadinho, num estilo missão espanhola. Eu tenho uma simpatia imensa pelos Mondavi, que não tem nada a ver com vinho.

No ano 2000, o casal Robert e Margrit Mondavi fez uma doação de 35 milhões de dólares para Universidade da Califórnia em Davis. Eles queriam que se construísse um teatro. Em 2003 o Mondavi Center ficou pronto e abriu para o público. Fica no campus da universidade e é majestoso. Um dos teatros com a melhor acústica do mundo, todo forrado com uma madeira especial resgatada do fundo do oceano na costa do Pacífico perto de Vancouver. O teatro é espetacular e traz artistas fabulosos para a nossa cidadezinha. Eu nunca comprei um ingresso para o Mondavi Center, mas conheço o teatro de cabo a rabo, por dentro e por fora, o palco, o backstage, porque sou voluntária lá desde 2003. Ajudo a levar as pessoas até as suas cadeiras azuis numeradas, faço os salamaleques e depois me sento e vejo o show. Já vi muita coisa legal, e o que eu mais gosto é que sempre vejo os ensaios, os artistas de roupas comuns, testando o som, etc. Quem lê o meu blog pessoal há tempos, com certeza já topou com muitos comentários que eu fiz sobre shows em que trabalhei e assisti. Tenho muitas histórias com aquele teatro. Os voluntários são pessoas cultas, amantes das artes e da música, que trabalham lá porque gostam. Muitos vem de outras cidades, enfrentam trânsito na estrada durante a semanas, para fazer os shows. Eu adoro ser voluntária lá, onde conheci muita gente legal e vi shows espetaculares. Tudo isso graças aos Mondavi, que nos proporcionaram um teatro dessa magnitude, numa cidade universitária de 60 mil habitantes. E é claro que nos elegantes bares dentro do Mondavi Center só é servido os vinhos da vinícola. Uma excelente troca, não?

Coppola também faz vinho

Coppola Vinery
Coppola Vinery
Coppola Vinery
Coppola Vinery
Coppola Vinery
Coppola Vinery
Coppola Vinery
Vinícola de Francis Ford Coppola no Napa Valley, CA

Em 2002, fizemos uma visita à vinícola do Coppola no Napa Valley. O passeio vale muito pelo interesse no cineasta. Ele tem um museu de cinema na casa da fazenda, onde expõe mementos de filmes dele e outras coisas interessantes que ele coleciona. A vinícola é bonita e deve ter sido cenário de algum filme. Na época não bebemos o vinho de lá, mas como eu sempre vejo os vinhos Coppola pra vender nos supermercados, hoje comprei um Pinot Noir. Saberei em breve se o vinho do Coppola é tão bom quanto os seus filmes.

como comprar vinho

Eu não sou nenhuma connaisseur de vinhos. Só sei beber e dizer se gostei ou não. Já fiz as rotas das vinícolas do Napa e Sonoma Valley, aprendi a cheirar, girar o copo e fazer aquela pose de bebedora sabe-tudo. Mas saber mesmo, não sei. Só que como toda cozinheira e provedora e promotora de jantares e eventos, tenho que comprar vinhos, o que faço com razoável freqüência. Como comprar vinho sem saber absolutamente nada sobre uvas, safras, vinícolas? Worry no more! Aqui está o meu guia de compras de vinhos!

Primeiro eu escolho a procedência. Como eu moro na Califórnia e santo de casa não faz milagres, sempre olho pra prateleira dos importados. Importado pra mim é vinho chileno, italiano, espanhol, francês e – raramente – um português. Os vinhos californianos são excelentes e eu conheço algumas das vinícolas, mas não me concentro neles quando vou comprar vinho. Compro os californianos baratos para cozinhar – temperar carne, adicionar em sopas, molhos. Eu saio da regra geral de cozinhar com o mesmo vinho que se vai beber.

Daí eu estipulo uma escala de preços. Com seis dólares dá pra comprar um vinho razoável. De doze à quinze dólares é o preço médio, que abre um leque de muitos vinhos excelentes. E o meu preço máximo é vinte dólares por uma garrafa, se o evento for realmente especial. Decidido esse detalhe, passo à etapa final da escolha dos vinhos.

A terceira e última fase é olhar os rótulos. Beleza põe a mesa! Podem me chamar de fútil, mas gosto dos rótulos criativos e bonitos. Rótulo feio tá fora! Os rótulos também são uma fonte de informação sobre o vinho e eu sempre leio o que está escrito neles – vinho bom para servir com isso e aquilo, sabor cítrico, crispy, refrescante, denso, seco, etc – antes de decidir.

No verão comprei muito chardonnay californiano com preço abaixo na minha tabela, para ser bebido na grama do parque para os picnics que organizei. As garrafas custavam no máximo quatro dólares, mas o vinho não perdia em sabor e acompanhavam muito bem as saladinhas. Nunca caia na armadilha de pensar que você não sabe nada sobre vinhos, nem que somente vinhos carésimos são os bons. Mas preste bem atenção quando for levar uma garrafa de vinho de presente para o seu anfitrião: não seja muito mão de vaca e não faça um papelão levando um vinho baratotal, pois a maioria pode até não conhecer os vinhos caros, mas os baratos são figuras conhecidas e de domínio público.