sábado é dia de peixe

 

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Não é um esquema rígido, mas sábado é geralmente o dia de fazer peixe aqui em casa. Eu compro na barraca do pescador no Famers Market, que é o único lugar onde eu confio que o peixe é super fresco. Neste sábado eu voltei quente para comprar o tubarão, que comemos na semana passada, mas não tinha. Em compensação tinha sole [linguado] e halibut, que é um peixe simplesmente delicioso. Fiquei pensando uns minutos e acabei optando pelo sole. Preparei de uma maneira bem simples, que gosto, pois é rápido e saudável. Faço o peixe embrulhado no papel.

Primeiro fiz uma manteiga de limão, com um tablete de manteiga levemente salgada da melhor qualidade e raspinhas da casca de 2 limões [amarelos]. Temperei o peixe com o suco do limão, sal e pimenta. Ralei várias batatinhas novas no mandoline, fiz uma cama com as batatas e cobri com um lençol de erva-doce, também ralada fininho no mandoline. Deitei o peixe ali e salpiquei com pedaços da manteiga de limão e salsinha fresca picada. Fechei o papelote e são 15-20 minutos de forno alto. Servi com uma salada de alface.

saindo à francesa

Você de repente reparou que eu não estou mais presente, que saí de fininho e ninguém nem viu, que decidi não participar, que não sou dessa tribo, que prefiro não saber, que eu quero paz e tranqüilidade, que eu fiquei perplexa e não quero mais compactuar, que sumi do mapa, você nunca mais me viu, nem ouviu falar de mim, nem ouviu de mim. É assim mesmo, vai se acostumando, pois eu sempre saio à francesa quando não me sinto mais confortável para ficar.
*textinho publicado originalmente em maio de 2005 no The Chatterbox.

Casa Grande & Senzala

Fui ver o video indicado pelo Ricardo onde a tal de Ana Maria Braga ensina a fazer a carne-de-sol. Eu não conhecia o programa dessa moça, que nunca tinha assistido. No meu tempo de Brasil só existia a Ofélia cozinhando na tevê. Pra quem vive no Brasil, o que me chamou a atenção deve passar despercebido. Mas visto de fora é muito difícil não notar uma das características mais comuns da sociedade brasileira—a presença da Maria. Na cozinha do programa ela é meramente a serviçal, limpando, arrumando, fritando o bife, fazendo o serviço que a patroa não faz. A Maria sempre de uniforme, que nesse caso faz parecer o aparato de um chef, sem deixar de ser uniforme, pois a patroa não está usando um. Pobre Maria, até levou uma bronca em público da patroa, que disse—não é assim que faz, Maria, não faz assim, Maria. A Maria não retrucou nem a nem b. Aliás, até o irritante papagaio de plástico tem uma participação de mais destaque no programa. A Maria só é vista passando no fundo, abrindo o forno, carregando a bandeja, e ouvindo ordens. Será que foi assim somente nesse episódio? Será que em outros a Maria tem uma participação diferente?
Outra coisa que notei foram as luvinhas nas mãos da patroa. Acho horriveR a lambeção de dedos de celebridades como a Nigella, por exemplo. Mas num pais onde se faz carne-de-sol com carne podre comprada de abatedores clandestinos e ninguém fiscaliza, nem faz absolutamente nada pra mudar esse cenário tétrico, aquelas luvinhas me pareceram bem hipócritas. *está explicado o uso das luvas nos comentários, então removo minhas criticas.

Bacalhau à Zé do Pipo

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Quis usar um bacalhaozão norueguês numa receita diferente. Como tomates e pimentões estão fora de temporada, decidi fazer uma receita cremosa. Gostei imensamente desta, que encontrei no bacalhau.com.br. Deixei o bacalhau de molho na água por 48 horas, enxaguando várias vezes. O sal ficou perfeito. Servi com arroz branco e salada de alface. O vinho verde encheu os copos. Tivemos a companhia do Gabe e Marianne e da Leila com Peter e Christopher na comilança.

Bacalhau à Zé do Pipo
Serve 6-8 pessoas
1 quilo de bacalhau
1 quilo de batatas
pimenta em grão
1 litro de leite integral
3 cebolas brancas
4 colheres de manteiga
2 xícaras de azeite extra-virgem
farinha de trigo para envolver o bacalhau
1 xícara de maionese caseira
sal a gosto

Dessalgar o bacalhau. Deitar o bacalhau em uma travessa refratária e cobrir com leite. Deixar por 3 horas. Depois, cozinhar o bacalhau no leite durante 5 minutos. Coar o leite por um passador fino e reservar. Limpar o bacalhau das peles e espinhas mais fáceis de retirar e dividir em pedaços. Para dar espessura às batatas cozidas e reduzidas a purê, juntar a manteiga e o leite que reservou. Temperar com sal. Cortar as cebolas em rodelas e refogar ligeiramente em bastante azeite. Retirar a cebola com uma escumadeira e, na gordura, fritar o bacalhau passado por farinha. Num pirex untado, espalhar metade do purê. Cobrir com o bacalhau e regar com a maionese. Dispor as rodelas de cebola e, à volta, enfeitar a seu gosto com rosetas do purê que sobrou. Levar ao forno para aquecer e tostar.