Comprei os marmelos da cunhada da Deborah Madison e ela, que já me conhece de outros carnavais, perguntou—o que você vai fazer com eles? Respondi que não sabia, mas na verdade eu já tinha essa receita de quince biscuit pie guardada e esperando a sua vez de aparecer e brilhar sob os holofotes.
Marmelos são simplesmente deliciosos. Troco dez goiabas por um marmelo. O único problema é que eles não são comestíveis crus e dão um trabalho razoável pra se descascar e remover o centro fibroso com as sementes. Mas felizmente eu tenho um ajudante com muito muque, daqueles acostumado a apertar e desapertar parafusão de maquinaria agrícola. Ponho uma faquinha afiada nas mãos dele e esmiuço as instruções verbalmente—remove todo o centro, corta em quatro, ou melhor, corta em oito. E voalá, em tempo recorde tenho meus marmelos prontos para irem pra panela.
Essa receita precisa ser um pouco planejada, porque além dos descascamentos, os marmelos precisam virar um doce antes de virar torta. Eu fiz em duas etapas, primeiro o doce e no dia seguinte a torta. Quanto mais cozinhar o marmelo, mais cor de rosa escuro ele vai ficar. A cor dessa fruta cozida é simplesmente linda!
para o recheio
5 xícaras de água
1 xícara de maple syrup puro
3/4 xícara de açúcar
5 marmelos descascados, sem sementes e cortados em 4
1 fava de baunilha cortada ao meio e as sementes raspadas com uma faca
2 colheres de chá de maizena
para a massa
1 e 3/4 xícara de farinha de trigo
1/3 xícara de cornmeal
1/3 xícara de açúcar
2 colheres de chá de fermento em pó
Pitada de sal
12 colheres [170 gr] de manteiga sem sal gelada cortada em cubos
1 xícara de creme de leite fresco
3 colheres de sopa de amêndoas em fatias
para o creme de maple [*eu não fiz]
1 xícara de creme de leite fresco gelado
1/4 xícara de maple syrup puro
Numa panela grande, coloque a água, maple syrup, açúcar, marmelos e a fava e as sementes da baunilha e leve ao fogo médio. Deixe ferver, abaixe o fogo, cubra com a tampa, deixando um espacinho aberto e deixe cozinhar por pelo menos 2 horas. Remova as favas de baunilha [e guarde, deixando secar e use para aromatizar açúcar].
Pré-aqueça o forno em 375° F/ 190ºC. Numa vasilha peneire a farinha, cornmeal, fermento e o sal. Passe essa mistura pela peneira mais uma vez. Junte os cubinhos gelados de manteiga e misture apertando com os dedos, até formar uma farofa grossa. Faça um buraco no centro e jogue o creme de leite. Misture bem.
Remova o marmelo cozido da panela usando uma escumadeira. Se sobrar liquido do cozimento, guarde para beber com iogurte. Misture a maizena nos marmelos cozidos e coloque tudo num refratário de 22 cm de diâmetro. Coloque colheradas da massa por cima, deixando um espaço no centro. Salpique com as fatias de amêndoa e leve ao forno por 50 minutos. Espere esfriar totalmente e sirva.
Para fazer o creme de maple, bata o creme de leite até formar picos médios. Junte o maple syrup, misture e sirva.
Categoria: quiches, tortas
torta de marmelo
tortinhas de abóbora
Vou admitir publicamente um fato evidente e incontestávell—minha família SOFRE! Os coitados não só estão condenados a comer minhas gororobas de praxe, como também são obrigados vez ou outra a arriscar a vida provando as minhas invencionices desmedidas. Pois no Thanksgiving eu coloquei mais uma vez as minhas manguinhas de fora e fiz minha família comer uma torta de abóbora que certamente eles nunca tinham provado em lugar nenhum. Tudo porque eu quis porque quis fazer uma tradicional torta de abóbora, mas não queria que fosse aquelas mesmices de sempre. Me precipitei na invenção de moda e daí fiquei extremamente preocupada, até tremi de medo do que iria colocar na mesa do nosso jantar. Mas no final, o resultado foi positivo. A torta ficou levinha, bem comível e bem gostosa. E o melhor de tudo, ficou diferente!
para a massa
2 xícaras de pretzels moídos
6 colheres de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de mel
para o recheio
2 xícaras de polpa de abóbora cozida ou assada
1 colher de chá de mistura de especiarias
[*eu compro a mistura pronta, mas é apenas uma mistura de canela, gengibre, pimenta da Jamaica [allspice], cravo e noz moscada, tupo em pó]
2 colheres de sopa de mel [ou mais, se quiser mais doce]
No processador de alimentos pulse os pretzels, a manteiga e o mel até conseguir uma massa grossa. Pressione a massa com os dedos nas forminhas individuais. Misture a polpa da abóbora com as especiarias e o mel e bata bem com um batedor de arame. Coloque o recheio de abóbora e leve ao forno pré-aquecido em 350ºF / 176ºC até a massa ficar dourada e o recheio mais firme. Retire do forno, deixe esfriar e decore com chantilly feito com creme de leite fresco batido e adoçado com um pouco de mel.
torta de pera & damasco
Essa receita foi a única coisa que prestou da edição de novembro da revista Real Simple. Arranquei a página para poder colocá-la em prática e com isso tomei finalmente a decisão de não renovar a assinatura dessa revista. Sou assinante há dez anos, tenho desde a número uno, mas cansei absurdamente do estilo dela e não quero mais. Para celebrar o encerramento dessa etapa da minha vida de leitora, fiz essa torta para o nosso jantar de Thanksgiving. Usei uns damascos secos sem dióxido de enxofre [sulphur dioxide] que são um pouco mais escuros do que os damascos convencionais. Por causa dessa minha naturebice, tive que me conformar com essa torta salpicada de pontos escuros. Mas foi só um problema estético, não houve comprometimento no sabor. A torta ficou ótima!
1/2 xícara [113gr] de manteiga sem sal em temperatura ambiente
1/2 xícara de amêndoas cruas
1/2 xícara, mais 1 colher de sopa de açúcar
1ovo grande
1/2 colher de chá de extrato puro de amêndoas
1 xícara de farinha de trigo
1/2 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal [kosher, se tiver]
2 peras [Bosc ou Bartlett] descascadas e cortadas em 4 ou 8 partes
1/2 xícara de damascos secos cortados a meio
1 colher de sopa de suco de limão
1/4 xícara de geléia de damasco
Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma de fundo removível de 22 cm com manteiga.
Num processador de alimentos moa as amêndoas e 1/2 xícara de açúcar até ficar bem fininho. Adicione a manteiga, o ovo e o extrato de amêndoa e processe até ficar um creme. Adicione a farinha, o fermento e o sal e pulse até obter uma massa bem mole.
Espalhe a massa na forma untada usando uma espátula. Numa vasilha, misture as peras com os damascos secos, o suco de limão e a colher restante de açúcar. Coloque as peras na forma sobre a massa. Salpique os damascos entre as peras, pressionando levemente na massa.
Leve ao forno e asse por uns 50 minutos. Se as bordas começarem a ficar muito assadas, cubra com papel alumínio. Remova a torta do forno. Numa vasilha pequena misture a geléia de damasco com 1 colher de sopa de água. Misture bem para a geléia dissolver e afinar. Pincele a torta com essa mistura. Deixe esfriar completamente, desenforme e sirva.
torta de marmelo
Nem sei pra que assino tanta revista, se é nas que são distribuidas de graça na porta do supermercado onde acho as receitas mais interessantes. Neste caso foi mais uma vez a Delicious Living que trazia várias sobremesas, bolinhos e cookies usando farinhas diferentes. nectar de agave, tudo muito leve e saudável. A primeira receita que decidi fazer era uma torta de maçãs, mas eu resolvi usar marmelos, que estão lindos e onipresentes pelos mercados nesta época do ano. Quando coloquei o primeiro bocado dessa torta na boca me senti transportada para um passado remoto, quando almoçava em restaurantes macrôs e naturebas. Foi uma experiência até um pouco nostálgica. A torta não fica suntuosa, mas é extremamente saborosa. Com uma massa deveras simpática e um recheio sem complicações. para quem gosta de apreciar o sabor da fruta, sem misturas de cremes e outras firulas.
recheio
4 marmelos [ ou maçãs Granny Smith] descascados e cortados em fatias finas
1 colher de sopa de suco de limão
2 colheres de sopa de araruta [ou maizena]
1/4 xícara de nectar de agave [ou mel]
3/4 colheres de sopa de canela moída [*omiti]
massa de baunilha e pecan
3/4 xícara de pecans [*usei nozes]
5 tâmaras sem semente [* usei 1 caqui pequeno maduro]
1 fava de baunilha [ou 1 colher de chá de extrato de baunilha]
2/3 xícara de farinha de amêndoa [ou amêndoa moída fina]
1/8 colher de chá de sal
1 ovo
Pré-aqueça o forno em 400ºF/ 205ºC. Coloque as pecas [ou nozes] e as tâmaras [ou a polpa do caqui] no processador e pulse até moer tudo bem. Corte a fava de baunilha ao meio com a ponta de uma faca e remova as sementes. Coloque as sementes no processador [e guarde as favas no açúcar] e pulse novamente. Junte a farinha de amêndoa, o ovo e o sal. Continue pulsando até formar uma massa mais ou menos firme. Unte uma forma de aro removível de 9-inch/ 22 cm com manteiga. Espalhe a massa na forma com os dedos, alisando bem. Espete a base com o garfo e leve para assar por 10-12 minutos ou até a massa ficar ligeiramente dourada. Remova do forno e deixe esfriar.
Abaixe a temperatura do forno para 350ºF/ 176ºC. Numa vasilha grande misture bem as fatias de marmelo [ou maçãs] com o suco de limão, a araruta, o agave e a canela [*eu omiti]. Espalhe as fatias por cima da massa pré-assada. Se juntou sucos na vasilha, despeje sobre a torta. Cobra com papel alumínio e leve ao forno por 50 minutos, até a fruta estar bem cozida. Deixe esfriar antes de servir.
torta de figo
[com creme inglês]
Começou a segunda rodada dos figos, pra matar todas as minhas vontades, porque a primeira durou uma semana e não deu pra nada. Exagerei na compra das frutas, nem preciso dizer. Me empanturrei de figos frescos e comecei a procurar algo diferente pra fazer com os outros, porque um figo estragado é uma punhalada no meu coração. Eu ando completamente sem idéias, meio paradona [alguém percebeu algo?], fazendo sempre as mesmas receitas repetecos e pra chegar nessa torta de figos folheei muitos livros. Resolvi montar a torta com uma massa diferente que tirei do livro da Rose Bakery— Breakfast Lunch Tea. Ela é bem fácil de fazer e de abrir e segundo a autora, é uma massa doce diferente, pois gosta de ser sovada! No mesmo livro tirei o creme inglês, que achei que faria uma deliciosa caminha para os figos. E fez mesmo! E os figos eram orgânicos, só isso.
massa doce para torta
faz duas tortas de 28 cm
500 gr [3 1/2 xícaras] de farinha de trigo
120 gr [2/3 xícara] de açúcar
320 gr [1 1/2 xícaras] de manteiga sem sal 10 minutos fora da geladeira
1 pitada de sal
1 ovo inteiro
2 gemas de ovos
1 colher de chá de extrato de baunilha
Pode usar um processador ou fazer na mão. Eu fiz na mão. Coloque a farinha, o açúcar, o sal e a manteiga e misture bem usando os dedos para incorporar a manteiga a farinha. No processador apenas pulse todos os ingredientes até formar uma farofa grossa e coloque a massa numa vasillha. Se fizer a mão apenas faça um buraco no meio da massa e coloque o ovo, as gemas e o extrato de baunilha no meio. Misture com um garfo e depois trabalhe com as mãos até a massa formar uma bola. Numa superfície enfarinhada trabalhe a massa, sovando por uns minutos.
Corte a massa ao meio, se estiver calor coloque na geladeira por uns minutos, senão abra cada parte numa superfície enfarinhada com o rolo. Coloque a massa na forma. Abra a segunda massa, que poderá ser congelada na forma. Deixe a massa gelar por 30 minutos antes de levar ao forno pré-aquecido em 350ºF/ 180ºC por uns 20 minutos, até ela ficar levemente dourada. Remova do forno, deixe esfriar e coloque o recheio.
crème anglaise—creme inglês
250 gr [1 xícara] de creme de leite fresco
1/2 fava de baunilha cortada no comprimento e as sementes raspadas
4 gemas de ovos
50 gr [1/4 xícara] de acúcar
Coloque o creme e a baunilha—fava e raspas, numa panela e leve ao fogo até quase ferver. Remova do fogo. Numa vasilha bata as gemas com o açúcar. Junte um pouco do creme quente na mistura de ovo e bata bem. Jogue a mistura de ovo no resto do creme e volte ao fogo baixo mexendo sempre com uma colher de pau ou batedor de arame até o creme engrossar levemente. Mais ou menos uns 5 minutos. Remova do fogo, deixe esfriar e recheie a torta.
Cubra o creme com fatias de figo fresco, leve ao forno pré-aquecido em 365ºF/ 185ºC até a massa ficar bem dourada, o creme firme e a fruta cozida.
torta simples de tomate
Tenho comido muitas refeições sozinha—almoço e jantar, pois meu marido está viajando novamente. O ingrediente que mais tenho usado é justamente o mais abundante neste momento. Os tomates. Tem sido um ôba-ôba de gazpacho, saladas de tomates coloridos, pão com tomate e azeite, macarrão com tomate fresco e manjericão polvilhado com queijo parmesão ralado, e é claro que não poderia faltar uma torta de tomates. Para essa eu usei uma massa folhada comprada pronta feita apenas com manteiga e farinha de trigo da marca Dufour. Foi só estender a massa, fazer um risco nas margens para fazer a moldura, cobrir com uma mistura de queijo de cabra e ciboulettes, uma camada de fatia de tomates orgânicos super maduros, sal e pimenta do reino moída a gosto e um fio de azeite. Vai ao forno em 365ºF/ 185ºC até a massa ficar dourada. Sirva quente, morna ou fria. Essa torta ficou enorme e deu para várias refeições e ainda sobrou para o Gabriel levar pra casa dele.
torta de morango & blueberry
Para o Fourth of July comprei morangos e blueberries que usei para fazer uns picolés patrióticos—vermelho e azul, misturados com creme de leite e iogurte [infelizmente sem fotos]. Com as sobras das frutas fiz uma torta, que servi no almoço do dia seguinte. Tirei a receita da massa do livro Seasonal Fruit Desserts da Deborah Madison. Já tinha preparado essa mesma massa para fazer uma torta de cerejas que também levou uma camada de frangipane na base. A combinação de frutas e o creme de amêndoas é realmente fenomenal. Essa versão com morangos e blueberries ganhou nota dez.
massa [tart dough]
faz uma torta de 22cm/ 9inch
1 xícara de farinha de trigo
[ou 3/4 xícara de farinha branca e 1/4 xícara de farinha integral]
1 colher de sopa de açúcar mascavo orgânico [escuro ou claro—usei o escuro]
1/4 colher de chá de sal
1 colher de sopa de casca ralada de limão, laranja ou tangerina
1 tablete/ 113 gr de manteiga sem sal gelada cortada em cubos
1 colher de sopa de água gelada misturada com 1/2 colher de chá de extrato de baunilha [ou 1/4 colher de chá de extrato de amêndoa]
Coloque a farinha, açúcar, sal e raspas da casca da fruta escolhida [*usei limão] no processador. Pulse. Adicione a manteiga em cubinhos e vá pulsando até obter uma farofa grossa. Adicione a água misturada com a baunilha [ou amêndoa] e pulse até obter uma massa.
Remova a massa do processador e embrulhe numa folha de filme plástico formando um disco e leve à geladeira por 30 minutos.
Essa massa pode ser colocada na forma pressionando pedaços dela com dos dedos. Ou pode-se abrir com o rolo, tendo o cuidado de enfarinhar bem a superfície e o topo da massa. Como decidi fazer uma torta tipo galette, abri a massa sobre uma folha de papel vegetal e coloquei sobre a assadeira.
Sobre a massa aberta espalhe uma receita de frangipane e depois cubra com as frutas. Salpique as frutas com açúcar [*usei o demerara]. Dobre as bordas sobre o recheio, pincele as bordas com creme de leite e salpique com mais açúcar. Leve ao forno pré-aquecido em 375ºF/ 190ºC e asse até as bordas da torta ficarem bem douradas e o recheio borbulhar dos lados. Remova a torta do forno e deixe esfriar.
Sirva morna ou fria, com sorvete, chantilly ou apenas creme de leite fresco, que foi como nós fizemos.
frangipane
1/2 xícara de amêndoa moída ou farinha de amêndoa
1/4 xícara de açúcar
1 ovo
3 colheres de sopa de manteiga amolecida
3/4 colher de chá de extrato de baunilha
1 colher de sopa de farinha de trigo
Coloque todos os ingredientes num processador [ou mini-processador] e misture tudo até formar uma pasta cremosa. Use em seguida ou guarde na geladeira em recipiente de vidro com tampa. Antes de usar remova da geladeira e deixe ficar em temperatura ambiente. Essa receita é o suficiente para forrar a base de uma torta grande.
cobbler de pêssego & gengibre
Continuando a saga dos pêssegos, outros tantos viraram um cobbler. Usei duas receitas diferentes—pro recheio esta do blog The Kitchn e para a massa uma de shortcake tirada do livro Everyday Greens da Annie Somerville. Sobrou massa e eu fiz shortcakes extras, que comemos com geléia. Essa mistura de pêssego com gengibre ficou algo especial—vai pra categoria de O Fino da Bossa!
recheio
6 pêssegos orgânicos despelados e cortados em cubos
3 colheres de sopa de suco de limão
3 colheres de sopa de açúcar
1 pitada de sal
1/2 colher de chá de gengibre fresco ralado [*use o microplane fino, se tiver]
2 colheres de sopa de polvilho doce [tapioca flour]
2 colheres de sopa de creme de leite fresco
Misture todos os ingredientes, deixe descansar uns minutos [enquanto prepara a massa], e coloque numa forma funda de torta.
shortcake
2 xícaras de farinha de trigo
1/4 xícara de açúcar
1 colher de sopa de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal
1/2 xícara de pecans tostadas e moídas [*usei farinha de amêndoas]
6 colheres de sopa de manteiga sem sal gelada cortada em cubos
1 xícara de creme de leite fresco gelado
Na batedeira, misture a farinha, o açúcar, o fermento, o sal e as pecans [*usei amêndoas] e misture usando a pá. Junte a manteiga e vá misturando com a pá até ficar uma farofa [você pode fazer isso usando um garfo de massa—pastry blender]. Desligue a batedeira e com uma espátula junte o creme de leite delicadamente, incorporando sem trabalhar muito a massa. Embrulhe a massa em plástico formando um disco e leve à geladeira por 15/20 minutos. Abra a massa numa superficie enfarinhada com uma espessura de uns 2 cm e corte em rodelas com um cortador de biscoitos ou boca de uma xícara. Cubra o recheio com as rodelas, pincele com uma mistura de 1 gema e 1 colher de sopa de água e salpique com açúcar. Se sobrar massa, corte mais rodelas e faça uns biscoitos extras. Leve ao forno pré-aquecido em 375ºF/ 190ºC até a massa ficar dourada e o recheio borbulhar dos lados. Remova o cobbler do forno, deixe esfriar e sirva.
galette de damasco
Nesta época do ano eu sempre me excedo. Fico numa ansiedade para poder consumir todas as frutas que começam a aparecer no mercado—principalmente as que têm duração curta, que é o caso dos damascos. Precisa ficar alerta e não piscar muito, para não perder nenhuma oportunidade de comprar essa frutinha deliciosa, cuja temporada é curtíssima. Daí que exagerei e além de comprar muito, comprei umas muito maduras. Me apressei numa receita para usá-los. Queria que a massa fosse algo diferente e encasquetei que queria uma feita com sour cream. Finalmente achei esta da Chow. O recheio saiu de uma receita de torta de ruibarbos e funcionou muito bem para damascos.
prepare a massa:
1 xícara de farinha de trigo
1 pitada de sal
8 colheres de sopa [113gr] de manteiga gelada sem sal
1/2 xícara de sour cream bem gelado
No processador coloque a farinha e o sal. Pulse. Corte a manteiga em cubinhos e junte à farinha, sempre pulsando até os pedacinhos de manteiga ficarem bem pequenos. Junte o sour cream e pulse até formar uma massa. Remova a massa do processador, forme uma bola, embrulhe em plástico e coloque na geladeira por uns 30 minutos. Essa massa fica bem frágil e delicada para abrir. Eu abri sobre um pedaço de papel vegetal levemente enfarinhado e coloquei a massa na forma em cima do papel. Gele a massa aberta por uns minutos antes de colocar o recheio.
faça o recheio:
12 damascos descaroçados e cortados ao meio
1/2 xícara de açúcar
1/3 xícara de maizena
1/4 colher de chá de cravo em pó
1/4 colher de chá de nos moscada ralada na hora
2 colheres de sopa de suco de laranja [ou limão]
Misture tudo muito bem, deixe descansar uns minutos. Coloque o recheio no centro da massa deixando um espaço ao redor para poder dobrar. Dobre as bordas sobre o recheio, pincele com o molho que sobrou do recheio [foi o que eu fiz] ou faça uma mistura de 1 gema com 1 colher de sopa de água. Leve ao forno pré-aquecido em 365ºF/ 185ºC por mais ou manos 30 minutos ou até a massa ficar bem dourada e o recheio de fruta cozido e borbulhante. Remova do forno, deixe esfriar e sirva.
quiche de milho & presunto
Na segunda-feira fui soterrada por mais uma tonelada de folhas verdes. Fico com a cara explícita do mais autêntico desânimo quando vejo que vou ter que enfrentar outra semana clorofilada. For Pete’s sake, já estou pronta para comer alimentos mais coloridos—milho, tomates, abobrinhas, berinjelas. Mas as chuvas e o frio não estavam dando uma trégua. Repolhos e pés de alface recheados com lesmas, folhas, folhas, folhas e mais folhas. Este era o panorama.
Na segunda-feira fiz uma sopa de lambsquarters, um matinho verde conhecido como o primo selvagem do espinafre. Ficou bem gostosa, mas depois de ingerir o liquido verdíssimo, o Uriel me perguntou com uma cara meio macambúzia se não dava pra sair um pouco daquele indefetível espectro verdolento. Na terça-feira fiz pescada frita na manteiga [sole meunière] e cogumelos shiitake refogados com folhas de manjericão. E na quarta-feira tentei replicar a receita desse quiche, que achei deveras interessante.
Fui atraída pela massa, com polenta e curry, apesar de não ser muito fã desse condimento. Não é uma receita dificil de fazer, apesar de levar muito tempo no forno. No final achei que ficou uma mistura de muitos sabores. Fiquei com a impressão de que quem criou essa receita tinha um monte de ingredientes na beirinha de vencer a validade dentro da geladeira e foi colocando tudo no mesmo recheio. A massa fica bem interessante e saborosa, dado a quantidade de manteiga. Mas pra mim não rola repeteco, porque curry é curry, não tem como fugir da onipresença dessa especiaria em qualquer receita. O recheio também ficou interessante e gostoso, mas ficou também muito carnavalesco—cebola, paprica, queijo cheddar, presunto, cream cheese, sour cream—sambadocrioulodoido. Gostamos, comemos, mas não vai para o caderninho de receitas das heranças para a posteridade.
quiche de milho e presunto
faz um quiche grande ou 6 individuais
para a massa
250 ml [1 xícara] de farinha de trigo para bolo*
125 ml [1/2 xícara] de farinha de polenta
200 gr de manteiga gelada e cortada em cubos
1 colher de chá de curry em pó
1 xícara de queijo cheddar ralado
*improvise a farinha de bolo misturando 3/4 xícara de farinha de trigo e 2 colheres de sopa de amido de milho [maizena]
Coloque todos os ingredientes no processador de alimentos e com a máquina funcionando vá colocando os cubos de manteiga pelo tubo, um por um, até que formar uma massa rústica. Remova do processador, forme um disco, emprulhe em filme plástico e deixe descnsar na geladeira por no mínimo 1 hora.
Na hora de montar a torta, abra a massa com o rolo e forre uma forma de quiche de 29cm ou use forminhas individuais. Se montar a massa antes do recheio ficar pronto, deixe a forma dentro da geladeira.
para o recheio:
2 xícaras de milho verde, pode usar o congelado
1 cebola grande cortada em fatias
óleo vegetal para refogar
250ml de sour cream ou cream cheese
5 ovos
1 xícara de queijo cheddar ralado
Sal e pimenta do reino a gosto
1/2 colher de chá de paprica defumada
1 pequeno tubo de cream cheese – sabor Chakalaka se encontrar, eu usei o cream cheese comum, sem sabor
6 fatias finas de presunto
tomilho fresco
Aqueça o óleo numa panela e cozinhe as fatias de cebola até elas ficarem macias, mas não deixe escurecer. Numa vasilha bata os ovos, adicione o sour cream, o milho, o queijo cheddar, a paprica, tomilho fresco, sal e pimenta. Junte às cebolas refogadas. Coloque essa mistura na forma de quiche forrada com a massa. Coloque pedacinhos de cream cheese por cima do recheio [usei o simples, sem sabor]. Enrole as fatias de presunto num formato de flor e coloque sobre o recheio. Asse em forno pré-aquecido em 355ºF/ 180ºC até a massa ficar dourada e o recheio firme, mais ou menos por 1 hora. Sirva morno ou frio acompanhado de uma salada de folhas verdes.