the spice rack

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A minha casa tem inúmeros detalhes incomuns. Algumas coisas te deixam pensando pra que será que serve [serviu] isso? Certamente o detalhe mais intrigante é o cômodo com porta de ferro construído num dos cantos do basement. Muita gente já palpitou—é um bomb shelter, é compartimento para guardar munição, é câmera fria para guardar mantimentos, eteceterá eteceterá. Mas ainda não esclarecemos o mistério.

Outra coisa que me intrigou foi esse armarinho numa das paredes da minha cozinha vintage. Pela cara da coisa acabei concluindo que fosse para se guardar temperos. Não consegui imaginar outra possibilidade de uso para esse espaço estreito e longo. E foi lá que ajeitei todos os meus vidrinhos de pozinhos, ervinhas e especiarias.

A questão foi clarificada quando uma amiga veio me visitar. Ela olhou para o armário e disse—Fer, isso aí é uma tábua de passar roupa embutida! Quer dizer, era. Ali tinha uma tábua, daquelas que abria e fechava. Como era muito comum nas casas dos tempos antigos. Passava-se roupa na cozinha, mas a tábua e o ferro ficavam escondidos nesse armarinho engenhoso. Fez todo o sentido, tem até uma tomada elétrica numa altura pouco comum e uma placa de metal para apoiar o ferro. Com o passar dos anos a tábua foi removida e acrescentaram umas madeiras extras para fazer as prateleiras. Bingo!

The Gibson house

the gibson house the gibson house
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Um dos melhores passeios pra mim é visitar casas antigas transformadas em museus. Na semana passada conhecemos a Gibson mansion que pertenceu a um fazendeiro que chegou em Woodland na metade do século 19. Ele chegou com uma mão na frente e outra atrás e foi progredindo. A casa, que inicialmente tinha apenas um cômodo, foi progredindo também até virar uma construção imponente de dois andares. Hoje ela fica praticamente no meio da cidade, mas no inicio aquela localização era considerada longe de tudo, no meio do campo. Na imensa propriedade o Sr Gibson criava gado, cavalos, cabras, ovelhas e veados [sim, veados, mas esse empreendimento não deu certo]. Hoje a casa foi transformada num museu daqueles que eu mais amo, porque você pode entrar em todos os comôdos, ver e tocar [com cuidado] todos os objetos, abrir gavetas, portas, tirar fotos. Como essa área teve uma grande imigração asiática durante o período da corrida do ouro, o museu recebeu muitas doações das famílias chinesas e tem muita coisa intertessante, desde porcelana até trajes típicos da época feitos de seda e bordados. Adorei visitar a casa da família Gibson e no dia em que fomos estava tendo uma festa da cidade e muitos voluntários estavam disponíveis e animados para contar histórias e responder perguntas. Essa casa em Woodland é bem parecida com essa pensão que visitamos no Colorado uns anos atrás. É realmente sensacional a maneira como o passado é cuidadosamente preservado, mesmo nos detalhes rotineiros e que parecem não ter muita importância histórica.

in the old [old] houses

Quando tomamos a decisão de mudar para Woodland, eu fiquei um pouco receosa de vir morar numa cidade mais tradicional, contrastando com a atmosfera liberal que sempre vivenciei em Davis. Eu sabia que aqui iria ser diferente—sem as hordas de estudantes jovens e moderninhos, sem a população internacional itinerante, sem o farmers market bacanão e ultra famoso, sem as festas da universidade, eteceterá, eteceterá. Na época duas pessoas me falaram coisas que na hora não fizeram tanto sentido, mas que agora estão fazendo. Primeiro foi o mocinho que fez a inspeção da venda da nossa casa em Davis que me disse—vá para Woodland com a cabeça aberta, que tenho certeza que lá você vai encontrar a sua tranquilidade. E depois foi o meu marido que me disse—você vai fazer com Woodland o que fez com Davis, vai descobrir mil coisas legais e escrever sobre elas no blog, vai até deixar gente com vontade de vir conhecer a cidade. Não sei se Woodland entraria no badalado circuito turistico internacional, mas eu com certeza encontrei aqui muita coisa que nem estava procurando.
Essas fotos logo abaixo são de um passeio que fizemos em setembro de 2011 pela nossa vizinhança. É um evento já bem estabelecido e que acontece todos os anos, chamado de Stroll Through History. Durante um dia as pessoas fazem excursões pelo centro e vizinhanças históricas da cidade. Os visitantes andam pelas ruas acompanhados de arquitetos e historiadores, que vão contando histórias sobre a cidade e sobre as casas e as diferenças de estilo e de época. Temos muitas casas vitorianas aqui em Woodland e muitas são extremamente bem preservadas. E outras tantas casas de muitos outros estilos. Uma delas é a minha, construída em 1948 em estilo inglês colonial. Mas o mais legal desse evento é que muitas casas abrem para o público pagante e podemos entrar nelas e xeretar por dentro. Elas são super bem decoradas, algumas com mistura de coisas antigas e novas, outras bem tradicionais, com a proprietária velhinha te recebendo na sala e contando histórias de família. Em muitas das casas somos recepcionados pelos donos e voluntários do evento vestidos de acordo com a moda da época. No quintal tem bandas tocando música, você pode até dançar. Visitamos todas as casas do circuito, mais as que estavam abertas para venda e duas extras, que o guia arquiteto descolou para o nosso grupo conhecer. As pessoas realmente vivem nelas, e podemos ver a cozinha com os utensílios diários, a mesa de jantar arrumada, a sala com piano onde a família se reune. Todas as casas são realmente magnificas. Passamos o dia nesse trancetê e no final da empreitada olhamos um para o outro sorrindo e tivemos a mais absoluta certeza de que nos mudamos para o lugar certo.

the historic stroll the historic stroll the historic stroll
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»tirei umas 98765 mil fotos com o meu iphone durantre o evento, que foi das 8 am às 5 pm e tive que escolher apenas alguns pares delas. mas consegui fazer um pequeno patchwork com as que mais gostei—casas vitorianas com coleção de xícaras clássicas, outra com a cozinha toda decorada com uma coleção infindável de alcachofras, a parede coberta de utensílios culinários antigos, uma varanda com rede, a salinha de estar da casinha da década de 20 que tinha uma adega com bar no basement, o fogão vintage recondicionado, o quarto minimalista da casinha moderna de 1912, e algumas fachadas das lindas casas dessa vizinhança super arborizada.

it’s halloween [again]!

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No ano passado eu estava no Brasil e perdi o que seria o meu último Halloween em Davis. Minha vizinhança lá não era muito populada por crianças, então fui diminuindo a cada ano a quantidade de doces que eu comprava, pra evitar sobras. Mas sempre tive trick-or-treaters batendo na minha porta e sempre achei essa festa super divertida, pela magnitude da coisa e pela tradição. Por isso estou na expectativa da noite de Halloween este ano em Woodland, que parece que será bem movimentada. Alguém me recomendou comprar muitos doces, porque a vizinhança é bem popular. Já percebi pela decoração das casas dos meus vizinhos que a coisa é realmente séria. Decorei a minha porta também, como sempre fazia em Davis, com a adição das algumas várias abóboras que imitei do que vi nas casas em Woodland. Será que tenho doces suficientes? Será que terei muitos trick-or-treaters? Logo saberei.

eu ♥ velharias

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Outra rotina que mudou pra mim na nova cidade foi minhas visitas à thrift stores. Na da SPCA de Davis, onde eu ia basicamente uma vez por semana, só apareci umas duas vezes nesses últimos quatro meses. E nas de Woodland, que são umas quatro espalhadas pela Main Street, não fui nenhuma vez ainda. A razão é que estou completamente obcecada por uma loja de antiguidades, onde tenho batido ponto semanalmente. É uma loja bem grande e já existe há muitos anos, quando teve diferentes donos e os mais variados dealers. O que eu gosto nela é justamente os dealers, pois a loja é toda dividida em áreas, cada uma lotada de coisaradas de dealers diferentes, o que acrescenta uma variedade enorme de itens, estilos e até de preços. E o lugar é tão abarrotado que você tem que se organizar num sistema mental, pra conseguir olhar tudo sem sentir tontura. E eu olho absolutamente tudo, do chã ao teto, começo sempre pelo lado esquerdo da loja, vou entrando e saindo dos stands com o maior cuidado pra não derrubar nada, vou até o fundo e volto pela direita. Normalmente no meio do caminho eu já estou carregando mais coisas do que minhas mãos conseguem segurar e tenho que levar tudo até o front desk. A loja é velhusquissima, com chão de madeira desnivelado, coisas penduradas em todos os cantos, o pé direito altíssimo que possibilita mais espaço para disponibilizar cacarecos. Foi lá que comprei, em 2003, o buffet branco que tenho na sala de jantar. E foi lá que comprei mil e outras coisinhas, entre pequenos móveis, utilitários, pratos, copos, quadros, bijuterias, caixinhas de música italianas e até uma vitrola antiga de manivela e discos de 78rpm pra tocar nela. Outro dia achei lá num cantinho do chão essa bandeja de marchetaria, que agarrei no mesmo segundo que vi já pensando em usá-la para colocar algumas das taças de cristal que tenho garimpado aqui e ali nos últimos anos. A bandeja com os copos ganhou lugar de destaque em cima do meu móvel favorito, que também foi comprado numa loja de antiguidades, uma especializada em anos 50 e 60 em Sacramento.

um fogão elétrico

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O fogão veio com a casa e, ao contrário da máquina de lavar louça, está em ótimo estado. Pelas condições do forno dá pra concluir que ele é quase novo. Mas é um fogão elétrico. Desde os meus anos canadenses que eu não colocava uma panela sobre o queimador de um fogão elétrico. E digo mais, nunca senti saudades de fazer isso. E digo mais ainda, detesto fazer isso. Quando vi o fogão elétrico na cozinha da casa nova já fui avisando—vamos trocar por um a gás! Infelizmente não vai ser tão simples assim, pois não há conexão pro gás atrás do espaço do fogão e vamos ter primeiro que chamar um encanador, furar parede, puxar cano, eteceterá-eteceterá. Já vi até o tipo de fogão que quero comprar, mas ainda não comprei.

Enquanto isso, vou ter que ir me virando com esse fogão mesmo. E estou fazendo com muito cuidado, porque fogões elétricos são o instrumento perfeito para se queimar comida e encrustar panelas. Como tive muitas esperiências deprimentes no passado, estou praticamente pisando em ovos. No primeiro dia na casa tostei umas fatias de pão de azeitona numa frigideira vintage que tenho e que foi a única que achei no meio das 9854 caixas fechadas. Preciso dizer que tive que usar a esponja de aço pra limpá-la. E imediatamente acendeu a luz vermelha de alerta! Depois assei cenouras, fiz uma quinoa com camarão frito, preparei risoto e sopa de lentilhas, assei frango com gengibre e cebola e até cozinhei macarrão. Com o cuidado que estou tomando foi tudo bem até agora, só ainda não assei nenhum bolo e confesso que ainda estou um pouco receosa de fazê-lo. Espero que a conexão do gás seja uma das próximas da lista dos serviços por fazer na casa, porque neste quesito eu sou bastante conservadora—gosto de cozinhar com fogo. De outro jeito simplesmente não me parece natural.

I’m a Woodlander!

Im a Woodlander! Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
Im a Woodlander Im a Woodlander
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Choveu no dia da mudança e eu acho que isso significará muita sorte para nós. Mas mudar foi uma trabalheira. A empresa que contratamos chegou às 8:30 da manhã com quatro funcionários, que botaram pra quebrar. Não antes de soltarem uns palavrões quando viram a quantidade de coisas pra carregar e ainda para encaixotar. Os gatos ficaram estressadíssimos e passaram o dia dentro do quarto vazio na casa velha. Só vieram para a casa nova à noite, quando tivemos a grande surpresa de ver o Misty se ajustar em menos de uma hora e o Roux quase ter um treco de tanto medo. Levou um tempinho, mas agora ele já esta novamente se sentindo em casa.

A nossa adaptação foi ainda mais fácil. Eu estava muito dividida, achando que iria sentir muito a minha saída de Davis. Quando chegamos na casa nova eu fiquei direcionando os moços descarregando as caixas e móveis na calçada da frente, bem embaixo de uma árvore. Depois da chuvarada que caiu pela manhã, o sol apareceu e estava uma brisa fresca. Foi exatamente ali que eu caí na real de como essa minha nova casa é simplesmente deliciosa. Não sei se a vizinhança toda arborizada e tranquila também contribui, mas me senti imensamente tranquila. Me senti feliz.

No dia seguinte voltei pra Davis pra pegar algumas coisinhas que ficaram pra trás, me despedi da casa, agradeci os anos tão bacanas que vivi lá, enxuguei um borbulhão de lágrimas e rumei apressadamente de volta para Woodland, onde uma desordem fenomenal me aguardava. Na primeira manhã na casa nova, não se via nem o chão nem o teto da cozinha, que abrigava sei-lá-quantas mil caixas. Como vamos colocar madeira em dois cômodos da parte de baixo, todos os móveis e outras coisaradas estão empilhados num terceiro. A única parte da casa onde dava pra caminhar razoavelmente eram os quartos e banheiro no andar de cima.

Cinco dias de trabalho duro, levantamento de peso, subindo e descendo escadas, dor nas batatas das pernas e no lombo, posso dizer que tudo já está tomando uma cara mais normal. A cozinha já está usável, apesar do fogão elétrico ainda não ter sido substituído por um a gás—mas estou prestando atenção e tomando cuidado. Já preparei algumas boas refeições. Aliás, comemos em casa todos os dias, com exceção do dia da mudança, quando fomos forçados a comer fora. Não pedi pizza, não peguei take out. Minha primeira refeição na minha cozinha ainda lotada de caixas, foi uma salada de tomates com queijo e manjericão fresco e pão torrado na frigideira.

A casa é antiga e aos poucos vamos percebendo certos detalhes que antes nem pensávamos à respeito, como ter ou não ter fio terra nas tomadas. Aqui a maioria não tem. Tivemos que comprar uns adaptadores e vamos ter que chamar um eletricista pra fazer o serviço. A maioria das casas modernas tem espaços padrões pra geladeira, fogão, máquina de lavar e secar. Mas numa cozinha antiga reformada foi um suor instalar a máquina de lavar louça modernosa num espaço adaptado do tempo da onça. Mas tudo isso são detalhes que não interferem com a alegria de viver aqui—estou adorando os assoalhos rangendo quando caminhamos pela casa, a paisagem verde vista de todas as janelas, o cheiro de madeira antiga, o barulhinho do vento nas folhas das árvores, os passarinhos e o silêncio, ah, o silêncio!

»no primeiro dia bateram na porta e era a minha vizinha me recepcionando com um pratinho de cookies ainda quentinhos. ela me disse que mora aqui há 30 anos e que conheceu o dono original, que construiu a nossa casa, que morreu com 98 anos! »no sábado fui conhecer e fazer compras no Farmers Market de Woodland, que é bem modesto. mas lá comprei os morangos e as cerejas mais doces desse inicio de temporada. »nesses dias de folga nem pensei em trabalho, mas amanhã recomeço minha rotina, que não incluirá mais ir pro campus de bicicleta nem almoçar em casa.

»um super feliz e comovido obrigada à todos que deixaram comentários sobre a casa!

a casa da rua Pendegast

Não estava nos nossos planos mudar de cidade. Mas começamos a olhar casas pra comprar em Davis e ficávamos abatidos e desanimados à cada uma que visitávamos—todas muito caras, outras muito pequenas ou muito estranhas ou Pendegast Streetmuito estragadas. Daí decidimos olhar na cidade vizinha e a primeira casa que vimos foi essa. Olhamos pelo website da imobiliária e eu tinha absoluta certeza de que iríamos ter mais uma decepção. Quando entramos na casa fomos arrebatados. Uma semana depois já estávamos fazendo a oferta. O que aconteceu? Não sei. Optei por dizer que a casa nos enfeitiçou, pois toda vez que íamos lá, ficávamos com umas caras de tchongos olhando um pro outro e repetindo—que casa mais bacana! Uma casa com aquela atmosfera reconfortante de lar. E nem tenho como explicar o que isso significa exatamente.

Compramos a casa da rua Pendegast, que fica numa área central da cidade de Woodland. Ela foi construída em 1948 e renovada em 2006, quando ganhou uma plaqueta de herança histórica. É uma casa antiga que ainda ostenta muitas partes originais, como as quinze janelas do tempo do Elvis jovem e magro que terão que ser trocadas por outras mais modernas e eficientes. Mas é uma casa cheia de charme, rodeada de árvores enormes, localizada numa vizinhança com muitas outras casinhas [e algumas casonas] antigas, cujos moradores são realmente orgulhosos das suas encantadoras residências.

Desde que tomamos a decisão de mudar que tenho feito tudo na casa velha imaginando que estou fazendo os mesmos passos na casa nova. Vou certamente sentir falta de algumas coisas da minha vida e da casa de Davis. Mas estou muito entusiasmada com a mudança de panorama e com as inúmeras possibilidades da nova cidade e da nova casa. Nos últimos dois meses tenho andado mentalmente pelos corredores da Pendegast, olhando através das janelas, subindo e descendo as escadas, observando as plantas sentada no banquinho de concreto no quintal, lendo o jornal com a luz do sol iluminando a mesa da cozinha, decidindo as cores das paredes, onde pendurar quadros, onde colocar a estante. E a partir de amanhã vou poder fazer tudo isso de verdade, na prática, lá na minha nova casinha velha.