Eu e o meu filho viramos cidadãos italianos, ele no ano passado, eu este ano. Ele foi pra Itália aprender italiano e eu estou tentando aprender um pouco por aqui mesmo, usando um curso online [Duolingo]. Tô sofrendo horrores, não tá sendo fácil. Já ele pegou uma fluência incrível. Agora tudo ele fala em italiano comigo, eu respondo tentando o meu melhor, mas quase sempre faço erros ou falo com aquele sotaque de palhaço de ator de novela brasileira. A Itália sempre foi pra mim um grande ponto de referência, já que sou metade italiana [por parte de mãe, com 45% de Italia no meu DNA]. Agora tudo isso está mais acentuado, porque adotar a cidadania dos seus antepassados é um evento muito relevante. Me sinto fechando um ciclo, desde que os meus bisavós entraram num navio rumo à América. Por isso [também] ando fazendo e refazendo muitas receitas italianas e até resgatei uns livros que estavam empoeirados na estante do andar de cima da casa, onde nunca olho. Esse é um daqueles livros bonitos de enfeitar mesa de sala, mas acho que nunca tinha testado nenhuma receita dele. É um livrão todo recheado de fotos lindas com passo-a-passo. Sempre desconfio desses tipos de livros bonitos, porém com receitas que não dão certo. Dei uma chance pra esse bolo, que me deu a impressão de ser uma daquelas receitas de tempos difíceis ou de inverno, quando não se podia ter todos os ingredientes em mãos. A massa fica super líquida, achei sinceramente que iria dar tudo errado. Mas felizmente deu tudo certo. Fica um bolo meio pudim, mas muito saboroso. Comemos no dia seguinte, mas ele não dura muito, vai ficando mas seco e duro depois de uns dias.
40 gr de passas brancas
2 colheres de sopa de brandy
225 gr de ricota
250 gr de açúcar super fino
225 de farinha de polenta
1 pitada de nos moscada ralada na hora
Casca ralada de 1 limão siciliano
1/4 colher chá de extrato de baunilha
20 gr de manteiga sem sal gelada cortada em cubos
2 colheres de sopa de pinoles [*não usei]
Açúcar de confeiteiro para decorar se quiser [*não quis]
Coloque as passas de molho no brandy e cubra com água, deixe descansar por 30 minutos. Escorra as passas e seque bem. Pré-aqueça o forno em 320ºF/160ºC. Unte uma forma grande [25cm] de fundo removível com manteiga e reserve. Coloque a ricota numa vasilha grande e adicione 440ml de água fria. Bata bem com um batedor de arame até a ricota dissolver completamente. Adicione o açúcar e bata bem. Junte a polenta [polvilhando para não empelotar] a noz moscada, raspas de limão, baunilha e as passas. Mexa bem. Não se assuste com a cara líquida da massa! Coloque tudo na forma untada. Coloque uma assadeira por baixo, porque vai vazar um pouquinho do liquido. Salpique com os cubinhos de manteiga e os pinoles, se for usar. Leve ao forno e asse por 1 hora e 30 minutos, até a massa estar bem firme e com um tom dourado. Remova do forno, deixe esfriar, desenforme e sirva polvilhado com açúcar de confeiteiro. Eu não polvilhei. Mangiare questa delizia! Buon appetito!
Se precisar de ajuda com o italiano ou com receitas italianas pode contar comigo. Vivo na Itália faz onze anos e tive que aprender a língua “in fretta e furia” porque meu marido é italiano e aqui onde moro não tem ninguém que fale português. Melhor assim. Mi piace tanto il tuo blog. Alla prossima!
R: Lilian, grazie!
Humm…Quero fazer esse bolo em breve. Falando em lingua italiana, bem sei que nao e’ facil. Estudei por quase quatro anos, fiz um curso inteirinho e sem premeditacao acabei me casando com um italiano 😉 . insiste que voce aprende. E’ muito bom ouvir a lingua isso torna o aprendizado mais rapido.
R: Vaninha, nao vou desistir. quem sabe daqui uns anos eu consiga me expressar. casar com um nativo é a cereja do bolo! 🙂
Que interessante, eu tb “virei” cidadã italiana não faz muito tempo, depois de uma saga de uns dez anos pq fui atrás de tudo por conta própria, daqui do Brasil mesmo. O pior é que no meio do caminho resolvi aprender francês, contrariando o DNA 100% italiano (todos os bisavós vieram de lá). Agora vou tentar ganhar uma certa fluência em francês para depois aprender italiano, mas tá na fila, rsss. A dúvida, a farinha de polenta é o fubá mesmo ou é aquele tipo polentina? Bjs e obrigada!
R: Leticia, no meu exame de DNA, que eu fiz no ano passado, deu os 45%, mas eu cresci dentro de uma cultura 100% italiana, propagada pela minha mãe. estou penando muito com o italiano, mas se você já tem uma base de francês vai ser mais fácil. me falaram que as duas linguas tem similaridades, como o português e o espanhol. a farinha de polenta é aquela mais grossa, tipo grits, procura uma marca italiana. bjos!
Adoro esse tipo de bolo.Mas como você falou, tem que ser consumido rapidinho… Já guardei a receita, pretendo fazer!
qdo fizer, me conta o que achou! 🙂