Uma das lembranças da minha infância é estar sentada na frente de um fogão a lenha na casa de uma das empregadas que trabalhavam na minha casa, abrindo e comendo pinhão assado. Eu adorava quando elas me levavam pra dormir na casa delas. Uma vez perdi um almoço num restaurante com o resto da minha família [e chorei até desidratar] porque tinha ido pousar na casa de uma delas e só voltei no domingo à tarde. Elas moravam em casas simples, geralmente feitas de madeira, num cenário bem comum da cidade onde nasci ainda no estado de São Paulo mas fazendo fronteira com o Paraná.
Posso dizer que fazia muitos anos que eu não comia um pinhão. Matei minhas lombrigas graças à imensa gentileza de uma moça que vai ter o meu afeto para todo o sempre. Ela me enviou uma caixa com uma quantidade imensa deles e mais outras várias coisinhas. Cozinhei todos ao mesmo tempo num panelão gigante de ferro com bastante água. Não tenho panela de pressão, então os pinhões ficara no fogo por umas três horas. Depois fui mantendo a panela quente e abrindo um por um ainda quentes. Como também ganhei uma utilíssima engenhoca para facilitar o descascamento, o trabalho foi tranquilo. Completei em menos de duas horas, enquanto assistia um filme no laptop da cozinha. Essa proeza rendeu um saco enorme de pinhões cozidos e descascados, que dividi em três partes, duas delas eu congelei e a outra usei para fazer essa farofa.
Não inventei muita moda, porque nem tive muito tempo de me aprofundar em pensamentos e ideias. Queria mesmo era fazer algo bem pinhãozudo, com pedaços grandes pra poder morder e sentir bem o gosto e a textura. Usei 2 xícaras de pinhão cozinho e grosseiramente picado, meia cebola picadinha, 4 colheres de sopa de manteiga, 1 xícara de farinha de mandioca crua, sal e pimenta do reino moída na hora a gosto e bastante folha de salsinha fresca picada. Numa panela derreta a manteiga em fogo médio. adicione a cebola picada e refogue até amaciar. Junte o pinhão e refogue mais um pouco. Tempere com sal e pimenta, junte a farinha de mandioca e misture bem, vai cozinhando até formar a farofa e a farinha ficar mais tostada. Desligue o fogo, junte a salsinha e sirva.
Com tanta fartura de pinhões à minha volta, nunca fiz uma farofa com eles. Boa ideia!
Bjs.
Ih! Tenho história parecida, só que no Vale do Paraíba, em São PAulo. Ia na casa da mãe de nossa empregada para tomar café adoçado com rapadura. Doces lembranças! Abraços, Beth
Justo agora descubrei os pinhões, pensava que ia ser como os pinenuts mas é uma coisa bem diferente, ne? Não sabia bem que fazer com eles (terminei fazendo uma coisa doce que ficou bom mas foi um experimento, nada) mas acho que essa preparação que você fez ficaria muito bom, vou tentar.
(peço desculpas por meu portugues ruim…ainda estou aprendendo haha)
R: seu portugues é ótimo, Eva! beijo 🙂
Também tenho minhas memórias na beira do fogão à lenha, mas na fazenda dos meus avós em MG.Sempre adorei a comida feita nele.Adoro pinhão e também fazia muito tempo que não comia.Comprei alguns a pouco tempo para que minha filha conhecesse o sabor.Aproveitei para matar a saudade.Comemos apenas cozido.Mas a idéia da farofa foi muito boa.
Sentir o sabor dos pedaços entre a farofa deve ter sido saboroso.Adorei.Beijos e boa semana pra você.
R: Léia, quando puder experimente a farofa. beijo e otima semana pra voce tambem! 🙂
Hummm já tinha visto no twitter, e o post ficou ótimo! Pinhão também lembra minha infância.
Fer,
Que ótima sugestão!! Estou com uma boa quantidade de pinhões congelados e adoro farofinhas!! Costumo moer e colocar na massa de pão …
bjs,
marlene