Sou uma pessoa cheia de manias e chatices. Sempre fui e só estou piorando com o passar do tempo. Só faço o que quero e como quero. Na minha organização aparentemente descuidada e caótica, está implantado o meu sistema pessoal de fazer as coisas, a maneira como eu funciono. Uma das coisas que muita gente pode não entender é a minha mania de comprar livro que vou levar anos para ler. Faço isso com muita frequência, comprando os livros que quero ter, o que nem sempre coincide com a minha vontade e necessidade de ler.
Então há mais ou menos uns dois anos eu trouxe para casa o livrão How to Cook Everything do Mark Bittman e coloquei na estante. Nem pensei mais nele. Meses depois trouxe o outro livrão do mesmo autor, How to Cook Everything Vegetarian e encaixei na estante, ao lado do primeiro. Comprei e não li, assim como comprei e li muitos outros livros depois disso. Há mais ou menos uns dois meses, sem nenhuma razão aparente, removi o livro de cor verde da estante e desde então tenho carregado ele pra cima e pra baixo, literalmente, pois levo pro quarto para ler, depois levo pra cozinha para por alguma das receitas em prática. Vou marcando as páginas, que nesta altura estão praticamente deformadas de tanto post-it e outros objetos que uso para marcá-las—incluíndo um garfo de madeira quebrado.
Já estou quase no final da minha exploração minuciosa do How to Cook Everything Vegetarian, que é um calhamaço de quase mil páginas. O que mais me interessou nesse livro foi a maneira como o Mark Bittman, que é um minimalista como eu, apresenta as receitas. Ele fala tanto para os iniciantes na cozinha, como para os cozinheiros com mais prática. Para iniciantes, ele dá todas as lições simples sobre utensílios, técnicas e ingredientes, além de listar praticamente todas as receitas básicas existentes. Para os cozinheiros mais desembaraçados, ele dá zilhões de dicas, variações das mesmas receitas básicas, que foi a parte do livro que mais gostei. As idéias são absolutamente criativas e fáceis de serem aplicadas na prática. Talvez um iniciante tenha um pouco de dificuldade para substituir os ingredientes e fazer modificações nas receitas. Mas eu gostei imensamente da brincadeira. Recomendo esse livro para a sua biblioteca básica de culinária, se você estiver dando os primeiros passos na cozinha e como fonte de inspiração, se você já arrisca dar voos solos mais ousados. É um livro para vegetarianos e veganos e também para não vegetarianos como eu, que colocam os legumes, verduras e frutas como elementos protagonistas nas refeições.
O livro não tem fotos. Só algumas ilustrações puramente educativas aqui e acolá. Um livro com quase mil páginas sem fotos coloridas das receitas pode ser interessante? You betcha!
Adorei a dica! Primeiro, o livro tem receitas vegetarianas, que são muito mais minha praia. Depois, é ótimo o lance de as receitas serem despretensiosas e acessíveis, podendo ser flexibilizadas para quem tem mais experiência.
Esse é um dos motivos pelos quais, quando vou procurar algo para cozinhar, tenho privilegiado os blogs: a linguagem é tão leve, tudo tão acessível, que invariavelmente encontro boas receitas para o meu caso (iniciante e sem muito tempo para me dedicar). Além de tudo, se a gente der sorte de encontrar um blog como o seu, ainda temos textos bem bacanas para acompanhar a receita.
Adoro livros também, mas a profissão e o orçamento me obrigam a me concentrar muito mais nos acadêmicos.
Ah…que bom poder ler isto!!Sò pq eu achava que sò EU era uma assim tipo “anormal”!
Alias, nao faço isto sò com livro nao…
Receitas as mais variadas, recortes com informaçoes imprescindiveis, livros chaves, sementes, ferramentas, enfim…
Como se fosse um dia, talvez, parar em uma ilha deserta ou em um bosque fechado, com todas as minhas tranqueiras para me ajudar, rss.
E funciono na base da intuiçao, com todas as informaçoes e coisas que se armazenaram, com os anos, em minha mente.
E intuisco que vc tb seja um tantinho assim, vc tb: verdade?
Hihihi.
Bjs!
R: é verdade, Claudia. acho que funciono muito mais assim, muito menos racionalmente. nem sempre eh bom, mas nao dah pra mudar, neh? beijo! Fer
Fer, já arquivei e estou planejando fazer as 101.
Excelente e já estou aguardando pelo Paladar da próxima semana.
Abs.
Eu li primeiro o Food Matters e gostei tanto que resolvi investir no How to Cook Everything Vegetarian. Como vc, também não sou vegetariana mas dou prioridade a pratos vegetarianos. Eu também amei a maneira que ele ensina as receitas pois dão muita liberdade pra experimentar, modificar, criar, ao mesmo tempo que é perfeito pra quem está iniciando na cozinha.
Fiquei te devendo a lista de links de Toronto. Bom, comecei a atualizar minha conta no delicious e coloquei uns links lá:’
http://delicious.com/guerson/food+toronto
beijos
Fer, povo que critica quem compra livro e nao lê, é quem nao é amante da leitura. Quem lê gosta de livros, compra qdo quer (e pode) e lê quando dá. Ainda não encomendei esse pela internet, vou ir comprar direto na livraria. Fiquei só babando por aquele arroz pilaf, nao tenho feito nada na cozinha, nem um ovo, marido tá de cozinheiro direto. beijo grande.
Fer, existem livros que podemos considerar investimentos pra nossas vidas, eu tb creio que meu gasto maior seja com livros. Não importa a quantidade de páginas, eu me interessando pode ter certeza que lerei até o final. Agora não é só nos lusas que eles estão caros, por aqui também e muito. Bjão
Fer,
No fim do ano quando faço as contas aos meus gastos o valor gasto em livros é sempre superior a qualquer outro… acho que são opções e cada um tem os seus “luxos”… mas a amazon devia ter uma linha directa com a minha casa 🙂
Adoraria ter esse mas devo confessar que o peso das 1000 páginas me desmotivam um bocado.
Beijão,
Carlota
R: Carlota, o tamanhão da obra oprime mesmo, mas o conteudo eh leve como uma pluma e voce iria adorar, certeza! um beijo, Fer
ISSO É COMUM ENTRE OS ADORADORES DE LIVROS, POR VEZES COMPRO LIVROS QUE VOU LER UM ANO DEPOIS
MAS CONCORDO COM A AMEIXINHA, OS LIVROS ANDAM MUITO CAROS PELAS TERRAS LUSÓFONAS
BEIJINHO
Fer, você cestá dando uma de mãe Dinah?? rsrs
O minimalista Mark Bittman é assunto de página inteira do espetacular caderno Paladar do Estadão de hoje.
A coluna dele será publicada semanalmente por lá. E só pelo aperitivo, dá pra entender o teu fascínio. Na matéria ela dá umas dicas imperdíveis.
Abs.
PS – Deu pra perceber que estou me transformando num supercomentarista do Chucrute sem aquele bendito captcha.Amém !!
R: Edu, eu vi que o minimalista agora esta escrevendo em portugues! 🙂 ele eh o rei da dica, como esta lista de 101 saladas que saiu outro dia no NYT. eh o estilo dele. PS. meu amigo, a ausencia do captcha esta me colocando novamente em contato com os spammers, mas eu vou enfrentar essa pelo bem de todos os que gostam de comentar, com tres filtros internos e muita coragem! 🙂 abs, Fer
Esse primeiro parágrafo poderia me descrever bem.
Eu estou a ler um com mais de 1000 páginas e não acho que seja essencial as fotos. Embora, seja mais prazenteiro olhar e ver o resultado final… é que os olhos também comem. Eu só gostaria de comprar livros ao mesmo preço que vocês compram 🙂
Adorei seu post sobre o livro Fer, pois estou doidinha p/ comprar um p/ mim tbem!
So ouvi coisa boa desse livro!
Beijao!
Ana
Eu tenho o How To Cook Everything, que o Zé me trouxe de uma das suas (muitas) viagens aos EUA. E já passei os olhos mas não li com toda a atenção. Eu também faço muito isso – compro os livros porque os quero, mesmo que não vá ler agora ou nem sequer este ano. Quando são livros bons e que eu sei que são referência, como qualquer um do Mark Bitmann, eu compro e depois logo se vê qundo vou explorar.
Acontece com a cozinha e com a literatura. Há muitos, muitos livros não lidos na minha estante. Mas eu seria incapaz de comprar um livro novo só quando não houvesse mais nada que ler cá em casa.
Este vegetariano eu não tenho mas fiquei muito curiosa. Vou ficar à espreita das suas receitas feitas a partir dele.
Beijão *