No final da década de 60, a estudante de Zen Budismo Deborah Madison voluntariava na cozinha do San Francisco Zen Center. Filha de um professor de botânica na UC Davis, Deborah cresceu em Davis e em meio à fazendas. Nos anos em que praticava suas habilidades culinárias no mosteiro, Deborah conheceu Alice Waters e depois de jantar algumas vezes no Chez Panisse, acabou indo fazer um estágio na cozinha do já afamado restaurante em Berkeley. Depois da experiência em Berkeley, Deborah decidiu propor ao monge chefe do Zen Center, que abrisse um restaurante anexado ao monastério budista. Assim começou o Greens, o restaurante vegetariano que abriu suas portas em 1979. Hoje Deborah Madison não é mais a chef lá, mas o lugar virou sinônimo de vegetariano high-end.
Eu já tinha o Greens na lista de must-go-places há muito tempo, sendo ele o restaurante favorito da minha amiga Helô, que vez em quando me falava dele. Nem preciso dizer que o Greens segue a mesma linha de produtos orgânicos, super frescos, locais, sazonais e de alta qualidade do Chez Panisse. Só que o Greens não serve nenhum tipo de carne de animal. Mas garanto que ninguém vai nem reparar nesse detalhe. O lugar é lindo, instalado numa seção do Fort Mason em San Francisco, ao lado da Marina, com vista para o mar azul da baia e para o símbolo da cidade, a ponte Golden Gate. O restaurante é todo cheio de luz e de gente sorridente, tudo com um astral muito zen. Fomos almoçar um brunch de domingo com a Maryanne e o Paulo e passamos uma tarde muito agradável, com ótima companhia e ótima comida. Nós todos pedimos uma sopa de cenoura com gengibre de entrada, que ganhou nota dez. O Uriel foi de pappardelle com aspargos, pinoles e manteiga de meyer lemon. Eu pedi uma torta de alcachofra com polenta e cebolinha. A Maryanne comeu ovos e o Paulo pediu o prato mais cobiçado e invejado por todos—um sampler de gostosuras árabes. Bebemos vinho, chá de menta e suco de uva natural. De sobremesa eu me deliciei com uma fatia de torta de nozes e mel com sorvete de lavanda, e os outros foram de tarte tartin de maça. Ficamos numa mesa privativa numa salinha separada, com um janelão com vista para o mar ao nosso lado e uma luz maravilhosa de uma tarde de primavera.
O único porém do Greens é que o serviço é desorganizado. A Maryanne já tinha me avisado que seria assim e assim foi. Primeiro eles trouxeram uma bebida pra nossa mesa que não era nossa. Depois chegaram com os pratos antes da sopa, levaram tudo de volta. Depois trouxeram o café da Maryanne antes das sobremesas, que chegaram faltando uma. Dai pedimos uma extra e vieram duas, que foi oferecida como cortesia. Tudo bem, num restaurante zen, com uma comida deliciosa de de qualidade excepcional, dá perfeitamente pra desculpar esses tropecinhos.
Wow! Que espaço lindo! Tanta luz! As vossas escolhas estão realmente bem apetecíveis! E não me admira que o prato das delícias árabes tenha sido o mais “invejado”. :o)
Beijinhos
Fer,
Estou delirando com as fotos. Tenho o sonho de conhecer o Greens desde que comprei um livro da Deborah Madison.
Que delícia de Post!
Obrigada por ter ido até lá.
Beijos