Depois de um ano, voltei na biblioteca para pegar mais uns volumes da revista Gourmet. Desta vez quis folhear os anos de 1971 e 1972. Foi uma diferença brutal com as singelas edições de 1941, cheias de ilustrações e textos. Inaugurando a década de 70, a Gourmet estava totalmente funkadelic—muitas fotos, a maioria muito feia, escuras e não muito apetitosas, algumas propagandas de carro, outras poucas diversificadas e uma imensidão de anuncios de bebida alcoólica. Não apenas bebida alcoólica, mas destilados. Fiquei realmente impressionada. Noventa por cento das propagandas das edições de 1971 e 1972 era de bebida destilada. E algumas com teor incrívelmente machista. Eram outros tempos. Fiquei tão impressionada que mostrei as revistas para a jornalista que trabalha comigo no IPM. Nós duas comentamos o quanto essa situação das drogas legais mudou aqui nos EUA. Além de outras coisas, como a etnicidade das propagandas. Hoje não se vê esse tipo de pose machista com um casal branco, tudo tem que ser multicultural e indiscriminado, o que eu acho maravilhoso. Fui folheando a revista pra jornalista ver e era UM anúncio de bebida POR página. Eu folheava e ela exclamava—holy shit! Realmente, a revista mudou, o país mudou, o mundo mudou.
*alguns shots mequetrefes das páginas da Gourmet 71 estão AQUI.
Ainda bem que o mundo mudou,nem tudo para melhor, mas em certas coisas mudou para bem melhor. Eu gosto de ver revistas antigas e ver as mudança.
Fer, que saaaaaauuuuuuudades de vir te visitar! 🙂 Seu texto como sempre é fantástico, quase que parecia que estava a folhear esses exemplares da Gourmet. Como se costuma dizer “mudam-se os tempos,mudam.se as vontades”… é bem verdade, e ainda bem que é assim! 🙂
O Haruki manda lambidelas! 🙂
Fernanda,
minha mãe tem uma série de Burdas e revistas afins dos anos 70 que ela guardou por causa das receitas e é a mesma coisa. Muita propaganda de bebida, muito anúncio mulherzinha, todo mundo de laquê e coquetel na mão…
Bjs
Um tempo atrás, ganhei algumas revistas bem antigas, da mesma época que as que folheou. Se as americanas eram machistas, imagina as brasileiras!
bjinho.