Eu adoro os blogs portugueses. Descobri hoje esse maravilhoso Fogão do Kuka.
“São nostálgicas memórias de infância,minha avó peneirando a farinha de trigo,saída de um dos dois moinhos da aldeia,separava assim,a alva e pura farinha,(com a qual confeccionava em forno de lenha,o delicioso e precioso pão semanal)do farelo,que amassado com figos e água,complementava a alimentação do bácoro que engordava num pequeno pocilgo,ao fundo do quintal.Por alturas do mês da “Festa”(assim se chama ao Natal,por estas bandas)era o porquito,protagonista de um acontecimento para ele irrepetivel,que era,o”espectáculo”da sua própria morte.Depois de esquartejado e feito em pedaços,eram os nacos de carne com osso,e as morcelas grossas,salgados em grandes e vermelhuscos potes de barro,onde permaneciam durante largos meses.Chouriços e morcelas depois de enfiados em canas da ribeira,encimavam o lar onde crepitavam os retorcidos troncos de enegrecidas estevas,sob tisnadas panelas de ferro.Assim,os enchidos recebiam o fumo que as conservava durante muito tempo,por vezes até à próxima matança.Mas havia aquilo que fazia as minhas delicias gastronómicas.Os “piques”que noutras paragens,chamar-se-ão:”rojões”.Permaneciam escondidos na banha,feita das gorduras derretidas do “pórque”(é assim que se pronuncia no Algarve,exactamente como em inglês),que os conservava durante largos meses.Hoje não se conserva durante tanto tempo,penso que devido á alimentação dos animais.”