Não sei se há uma palavra apropriada no português para o ato de fazer forage—que é basicamente buscar por alimentos pelos arredores onde vivemos. Isso é uma coisa que existe desde os primórdios da humanidade, como sempre tinha alguém para pegar frutos daquela árvore na beira da estrada ou colher cogumelos e frutas silvestres na floresta. Felizmente essa prática vem se espandindo e se popularizando, tanto que começou a ser adotada também para as áreas urbanas. Em muitas cidades já existem redes de pessoas que praticam o foraging e que se conectam para trocar produtos, listar os melhores lugares, as áreas com plantas comestíveis e árvores frutíferas. Eu tive o privilégio de conheçer dois famosos urban foragers—a brasileira Neide Rigo que pega plantas e frutas pelas ruas de São Paulo; e o americano Hank Shaw que colhe todo o tipo de ingrediente comestível na nossa prolífica região do norte da Califórnia. Eles são pra mim o melhor exemplo de como podemos tirar proveito da abundância de produtos que proliferam espontaneamente ao nosso redor. Eu infelizmente ainda não pratico o foraging com muito afinco, apesar de viver num ambiente mais do que propício. Mas quando algo simplesmente aparece na minha frente, eu não perco a oportunidade e depois guardo a informação para repetir a dose. Como por exemplo, os limoeiros de ninguém que ficam na minha ex-vizinhança e onde todo inverno desde sei lá quando eu colho os deliciosos limões rosa. E no campus da universidade já marquei as árvores de kinkãs que neste momento estão carregadas de frutinhas. No ano passado fiz geléia com elas. Neste ano ainda nem sei o que vou fazer com elas, mas já fui colher uma sacola cheia.
Olá!Marquei esta entrada pois não consegui lembrar-me de uma coisa parecida com esta até ao dia de hoje. Era comum na minha zona as pessoas “irem ao rebusco”, no fim da vindima, para colherem os cachos esquecidos ou deliberadamente deixados e desta forma oferecidos, sem envergonhar ninguém.Para além das uvas, “ir ao rebusco” significa “rebuscar” qualquer cultura que foi esquecida na época das colheitas (castanhas, cerejas, maças…).Parabéns pelo seu blog.Gosto muito.Bjs da Zézinha
R: obrigada, Zézinha! espero que esses habitos do passado sejam resgatados e aproveitados. :-*
Fer, que honra ser citada aqui e ainda mais ao lado do Hank Shaw. Vamos forragear!! beijos, n
R: êba! vamos! beijo :-*
Hm… Parecem saborosos. Chamamos forage de forragear, pelo menos na biologia, que é minha área!
R: faz muito sentido!