Li brevemente sobre esse filme inglês em algum lugar, talvez tenha mesmo ouvido sobre ele na rádio pública [NPR] que eu escuto todos os dias. Não sei. Só sei que guardei o filme na minha gaveta de possíbilidades, nada urgente nem especial, e esqueci. Numa das minhas horas de almoço durante esse tedioso inverno, quando tenho assistido filmes no meu ipad para distrair já que não consigo fazer meus picnics no lado de fora, The Trip apareceu numa das colunas de sugestão da Netflix. Escolhi assistí-lo e tive um lunch break repleto de gargalhadas. Terminei de ver o filme quando cheguei em casa à noite e tive que rever algumas cenas que achei absolutamente geniais. Os atores Steve Coogan e Rob Brydon fazem versões ficcionais deles mesmo—dois atores bem estabelecidos e já quarentões. Coogan é divorciado com filho adolescente, namora uma americana bem mais nova que ele, mas pula a cerca adoidado. Brydon é bem casado, tem uma bebezinha, faz programas infantis de tevê e é um tipo completamente bonachão. Os dois são colegas, mas não são amigos. Coogan marca uma viagem gourmet pelo norte da Inglaterra para fazer com a namorada. Quando a namorada precisa voltar de repente para os EUA e ele não acha ninguém que queira fazer a viagem com ele, faz o convite para Brydon. Os dois passam cinco dias viajando por estradinhas, comendo em restaurantes e falando muita abobrinha. Quando os dois estão nos restaurantes, as cenas com eles comendo, comentando a comida e falando todo tipo de tolices são intercaladas com cenas na cozinha, com os chefs preparando o que eles vão comer. Mas a comida não é o centro da história. Na verdade, o centro de tudo são as conversas sem pé nem cabeça entre os dois personagens, que falam, falam e não dizem realmente nada. Há momentos onde fatos da vida dos dois personagens dariam pano pra manga pra um papo mais aproximador, mas nada disso acontece. O que eles mais fazem durante a viagem e durante as refeições é reproduzir de maneira impagável a voz e falas de outros atores, como Sean Connery, Michael Caine, Anthony Hopkins e até Woody Allen. Eles discutem superficialmente a carreira de ambos e citam inúmeros filmes durante a viagem. Nessa sequência de fotos eles estão provando um tasting menu no segundo restaurante da viagem. Os comentários que eles fazem sobre a comida são os mais espantosos, engraçados e inesperados. Mas quando eles começam um duelo de quem reproduz melhor uma frase do Roger Moore como James Bond e outra de Christopher Lee como o inimigo de Bond em The Man with the Golden Gun, é simplesmente o fino da bossa do humor. Pra ver e rir, rever e rir, rever mais uma vez e rir novamente.
Muito engraçada a forma com que os personagens se “cutucam” durante o filme inteiro.
bjo
Vi dia desses também, Fer. Ri horrores!
Os diálogos no carro, as imitações nos restaurantes… Divertidíssimo!
Parece ótimo. O problema desses filmes é que dá uma vontade de comer as mesmas coisas, ou ir conhecer esses lugares… Talvez um dia!