Chucrute com Salsicha

Eu sou uma aficionada por livros e cadernos de receitas, apesar de não cozinhar tão bem quanto gostaria. Mas eu adoro tê-los e vivo a folheá-los! Especialmente se eles forem antigos, manuseados, cheios de historia.

Minha mãe tem um monte de cadernos assim. Uns são fichários, porque ela sempre foi uma mulher prática e trabalhou em banco por trinta anos. Eu adorava abrir o fichário e destacar a folha da receita que eu queria. Elas eram todas borradas de ingredientes respingados e cheiravam como a casa da minha infância. Sem falar na letra da minha mãe, que é bem definida e interessante, letra de mulher que não tem tempo, não tem saco, nem gosta de cozinha, mas quer ter todas as receitas.

Quando comprei meu primeiro computador pessoal em 1987, estava tão entusiasmada com a geringonça que resolvi que iria “passar a limpo” as receitas dos cadernos da minha mãe. Que audácia! Bom, a tarefa deu com os burros n’água por vários motivos. Um deles porque eu cato milho, o que deixa a digitação mais lenta que passo de tartaruga e a quantidade de receitas era enorme. Outro porque as receitas eram tão deliciosas, que eu digitava uma e corria pra cozinha pra preparar algo pra comer, em total desespero!

Uma dessas receitas me fez chorar de tanto rir. Eu não conseguia acreditar no que estava lendo. Minha mãe sempre trabalhou fora. Aposentou-se em 1982 e continua trabalhando até hoje. Ela é uma mulher realmente ativa e prática, uma pessoa que vai logo ao ponto. Então a receita que me fez rir muito e que eu nunca consegui esquecer estava assim:

Chucrute com Salsicha [da Maria José]
Compre o chucrute pronto e sirva com as salsichas.

Ha Ha Ha Ha! Me enche os olhos de lágrimas só de escrever isso! Essa receita é a CARA da minha mãe!!! Ha Ha Ha Ha Ha!!!!

13 comentários em “Chucrute com Salsicha”

  1. Parabéns, Fer, pelos 12 anos do Chucrute. Certamente você, melhor do que ninguém avaliará que muita coisa mudou seja no jeito de escrever, nas diferenças das fotos, nas escolhas das receitas, mas o primeiro parágrafo da primeira publicação certamente continua te descrevendo. E é com ele que também muito me identifico. Um abração e vida longa ao Chucrute e a você.

  2. Fer
    Seu blog é uma gostosura , amei a praticidade da sua mãe , acredito que ela é das minhas….rsrsrsrs
    adorei saborear cada letra e delicadezassssssss, já estás entre os meus favoritos!!!!!
    beijos
    Isis

  3. Oi Fer,
    Cheguei até aqui através do Mixirica, da Tatu. E não consegui mais arredar pé …
    Venho aqui quase todos os dias, em busca de boa leitura e receitas. E sempre encontro.
    Fer, ri até não mais poder com essa estória da receita de sua mãe, e que acabou gerando o nome de seu blog. Como você é constante nos posts demorei um pouco mas consegui. Li tudo, do início até hoje.
    Pra mim o mundo dos blogs é recente, no início lia alguns sem ainda identificar os que eu mais gostasse. O Chucrute me pegou pelos textos muito bem escritos, pelas fotos bem produzidas e sua cozinha.
    É isso. Um abraço.
    Meiriane

  4. Receita para fazer chucrute(em alemão:souerkraut,acho que é isso).
    Com uma faca bem afiada, fatie o repolho bem fininho (como se fosse couve), espalhe o resultado sobre uma superfície grande (mesa de pedra ou inox), coloque alguns punhados de sal e massagei-o (é, massageie e misture tudo com vigor. Ele estará bom quando começar soltar bastante liquido). arrume-o em um vidro grande e retire diáriamente o líquido que vai formando, dentro de aproximadamente uma semana estará pronto. desprese a primeira camada superficial que certamente deverá estar mofada. beijos vc é ótima

  5. Pode ser mais complexo … se vc preferir utilize um salsichão chamado Schublig e outro chamado cervela e mais um chamado frankfurter, aqueçã-os em água temperada com caldo de carne a uma temperatura de até 70º – Compre o chucrute já pronto cozido e temperado, e acrescente um pouco de zimbro e vinho branco aqueça-o em banho maria, ( fica a sua escolha juntar as salsihas ou servilas separadas) Pegue uma boa mostarda escura ou forte uma otima cerveja e bom apetite.
    Vidal

  6. Não cozinho nada, mas sou fã entusiasmado de quem brilha na cozinha. Tem o dom, a mão, o feeling… Não preciso dizer que todo esse entusiasmo vem de observar minha mãe, diligente, operosa e incansável diante de limitações operacionais, da matéria prima aos fornos e fogões ideais desbundar na melhor chef de comida caseira do gostoso universo.
    Sou órfão da pessoa (pena morreu tão cedo, essas injustiças dos deuses…), e dos cheiros e sabores duma cozinha mágica e criativa que encantam minha saudade.

  7. Lembro quando meu pai comprou o primeiro pc de casa, um 286 em 1990, criei um banco no dbase III Plus e comecei a adicionar as receitas de minha mãe, mas também não deu certo muito porque meu pai não deixavam as crianças muito tempo no pc (eu tinha 10 anos) e também digitava lento demais.
    Adoro receitas assim, hiperpráticas.

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