omelete de milho

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Segundas-feiras são dias ziriguiduns pra mim, portanto não são dias de inventar de fazer comida que demore mais do que vinte minutos pra ficar pronta ou que tenha mais que dois passos. Essa omelete publicada no livro Vegetarian Suppers da Deborah Madison é uma ótima opção de rango gostoso para dias ziriguiduns, sejam eles segundas-feiras ou não. Eu ainda tinha um último pacotinho de milho verde fresco, que congelei no inicio do outono do ano passado. Foi uma ótima oportunidade de usá-lo. Cozinhei o milho num pouco de água antes. Como não tinha a mussarela defumada, usei queijo manchego e achei que ficou excelente. Um prato nota dez!

1 espiga de milho grande ralada [ou 1 lata de milho escorrido]
2 ovos batidos com 1 colher de sopa de água
Sal marinho e pimenta do reino moída na hora
Folhas de manjericão fresco
50 gr de queijo mussarela defumado [* eu usei o queijo manchego]
1 colher de sopa de manteiga

Se for usar o milho da espiga, coloque antes numa panela com um pouco de água e cozinhe por uns minutos. Se usar o milho em lata não precisa. Bata os ovos com a água, junte o sal, a pimenta do reino, as folhas de manjericão picadinhas, o milho e o queijo. Misture bem. Numa frigideira derreta a manteiga, jogue a mistura de ovos e frite chacoalhando a frigideira para a omelete nao colar. Vire a omelete num prato e devolva para a frigideira, escorrendo pelo lado que ficou pra cima—assim cozinha dos dois lados. Cuidado para não quebrar o prato [pisc!]. Sirva imediatamente, ainda bem quente, acompanhado de salada de alface ou de tomate ou pão fresquinho.

salada de salmão & ovo

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Estava procurando desesperadamente por uma receita para usar uma parte do salmão selvagem defumado que tinha sobrado do último picnic. Encontrei alguns quiches e tortas que não me conquistaram. Finalmente aportei nesta receita de salada que fez a minha cabeça. Servi com fatias de pão preto de centeio levemente tostadas.

5 ovos cozidos
Mais ou menos 1 xícara de salmão defumado cortado em pedacinhos
6 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
1 cebola roxa pequena cortada em cubinhos
1/3 xícara de alcaparras
4 batatas pequenas cozidas [*adição minha à receita]
2 colheres de sopa de dill fresco ou seco [*usei seco]
1 colher de sopa de suco de limão
1 colher de chá de raspinhas da casca do limão
Sal kosher ou marinho e pimenta do reino moída a gosto

Misture todos os ingredientes delicadamente e sirva, sobre folhas de alface ou com torradas.

pastured chicken eggs

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Adorei encontrar à venda no Co-op e no Corti Brothers os ovos da fazenda Alexandre Kids, de Crescent City, que usa o mesmo método da fazenda Poliface descrita no livro O Dilema do Onívoro do Michael Pollan. Essas fazendas usam o eggmobile ou os galinheiros móveis, que são levados à diversos pontos no pasto das vacas. As galinhas convivem no mesmo espaço que os bovinos, comendo insetos e ajudando a sanitizar o pasto. Como elas mudam de área constantemente, o solo também fica preservado. Os ovos da Alexandre Kids são cem por cento naturais, pois a fazenda não usa pesticidas, fertilizantes, hormônios ou organismos geneticamente modificados. Os ovos têm uma gema cor de laranja bem escura. A dúzia custa um pouco mais de cinco patacas, o que é completamente razoável e perfeitamente acessível, pois ninguém precisa comer ovos todo santo dia.

rocambole de omelete com espinafre

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Passei o dia em casa, deitada, tentando me recuperar da gripe morfelêntica que eu trouxe como souvenir de viagem. Por isso tive tempo de ler uma parte das revistas que chegaram durante a minha ausência. Numa delas, a Everyday Food, encontrei a receita que eu precisava para acabar com os ovos caipiras que tinham ficado na geladeira—e eu tenho uma certa aversão à guardar ovos por muito tempo. Ela ainda ajudou a detonar uns queijos remanescentes e um pacote de espinafre que estava esquecido no fundo do congelador.

1 xícara de leite
1/2 xícara de farinha de trigo
Azeite para untar
8 ovos
1 colher de sopa de mostarda Dijon
Sal grosso e pimenta do reino moída
2 pacotes de espinafre congelado picado [descongelar e espremer antes]
1 1/2 xícara de queijo cheddar [*usei uma mistura de provolone e fontina defumado]

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma retangular e rasa com azeite e cubra com papel vegetal, deixando papel extra nas duas beiradas do lado mais curto da forma. Unte o papel vegetal também com azeite e reserve. Misture o leite com a farinha e bata bem com um batedor de arame. Numa outra vasilha bata os ovos, a mostarda, o sal e a pimenta. Junte a mistura de farinha com a mistura de ovos e coloque na forma forrada e untada. Salpique com o espinafre e leve ao forno por 15 minutos ou até as beiradas da omelete ficarem firmes. Salpique o queijo sobre a omelete e deixe no forno por mais uns 5 minutos, até ficar derretido. Remova do forno e segurando a parte extra do papel vegetal, vá enrolando a omelete firmemente, até formar um rocambole. Corte em fatias e sirva.

»para duas pessoas essa receita é um exagero e pode muito bem ser reduzida pela metade.

Tortilla catalã [com feijão e alho verde]

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Os ramos de alho verde continuam chegando, por isso marquei essa receita logo assim que vi—Catalan-style white bean and green garlic tortilla, ou truita de mongetes i all tendre. Achei bacanérrimo trocar a batata pelo feijão branco, e ainda ter o alho verde de gaiato. Mudei um pouco a quantidade, usando o dobro de ovos. Deu certinho. Eu virei a tortilla como pede a receita, mas não me arrisquei fazendo o flip. Usei a técnica do prato, que aprendi com a minha mãe há muitos anos. Vira a tortilla num prato, depois volta do prato para a frigideira para cozinhar o outro lado. Faça a virada no prato com cuidado, pois a tortilla vai estar quentíssima e com um lado ainda meio mole. Mas se preferir vá vem frente e faça o flip!

O resultado desse prato foi realmente surpreendente. O feijão branco dá uma textura interessante e o alho se incumbe do tempero. Se não tiver alho verde use alho comum, ou melhor ainda, use cebolinha, a parte branca e a verde.

2 xícaras de feijão branco cozido e escorrido
2 – 4 colheres de sopa de azeite
3/4 xícara de alho verde picadinho
Sal a gosto
Pimenta moída na hora a gosto
4 ovos grandes batidos

Refogue o alho no azeite até ficar macio. Acrescente o feijão e desligue o fogo. Espere esfriar um minuto e misture aos ovos batidos com sal. Mexa bem e volte à frigideira. Deixe fritar de um lado, vire, deixe fritar do outro e sirva, quente ou frio.

a fritada florida

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Com tantas dicas legais que recebi sobre as blossoms, escolhi fazer a coisa mais óbvia e fácil. Mas é muito típico. Durante a semana nem sempre tenho tempo de sofisticar, mas sobraram umas seis flores e quem sabe hoje saia algo mais legal. Fiz uma fritada com ovos, queijo fontina, ciboulettes picadinhas e com os floretes por cima. Ficou bem interessante.

Dear Pavlova

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Finalmente tomei a coragem necessária para ousar fazer a sobremesa que aprendi na classe de clara de ovos que fiz com a pastry chef Shuna Lydon. Comprei uma caixa de ovos caipiras e deixei fora da geladeira durante a noite, para eles ficarem em temperatura ambiente. Esse é um detalhe muito importante para o sucesso de qualquer sobremesa feita com ovos. Na manhã do dia seguinte mandei bala com determinação, afinal de contas não vai ser qualquer clara de ovo que vai me botar pra correr. Embora eu tenha sempre aquele grilo falante pessimista, que matraca sem parar negatividades na minha orelha, consegui dar um chega prá lá no fulano inoportuno, superei os obstáculos e assei umas Pavlovas deliciosas, iguaizinhas as da Shuna, com o mesmo cheiro inebriante e sabor perfeito—não muito doce, levemente crocante por fora, textura de marshmallow por dentro— que servi com um molho de framboesa, morango e blueberry, e um chantilly feito com creme de leite fresco, sem açúcar, só com um pinguinho de extrato de baunilha. Comi uma querida Pavlova às onze da manhã e depois ainda tive a coragem de ir à uma festa e comer feijoada! Eu vou muito mal, vou muito, muito mal…..

Pavlova —— como foi ensinada por Shuna Lydon
1 e 1/2 colher de chá de extrato de baunilha
1/2 colher de chá de cream of tartar ou 2 colheres de chá de vinagre de vinho branco [*usei o vinagre]
1 e 1/2 colheres de sopa de amido de milho – maizena
1 e 1/2 xícaras de açúcar
3/4 xícara – 6 ounces – 180gr – umas 5 ou 6 claras de ovo

Coloque a grade no meio do forno e aqueça em 275ºF/175ºC. Forre uma forma grande com parchment paper – ou qualquer outro material que não grude e não pegue fogo.

Misture a baunilha com o vinagre – se for usar vinagre. Se usar o cream of tartar, não misture o vinagre na baunilha.

Misture bem a maizena com o açúcar numa vasilha.

Numa batedeira, coloque as claras de ovo, o cream of tartar – se não for usar o vinagre, e uma pitada de sal. Bata em velocidade média por 2 ou 3 minutos, até as claras ficarem com uma consistência de espuma firme. Aumente a velocidade da batedeira e vá acrescentando a mistura de maizena com açúcar bem devagar, batendo por uns 5 minutos, até a consistência ficar bem firme e lustrosa. Adicione a baunilha com o vinagre—se tiver usado o cream of tartar, acrescente só a baunilha e bata até ficar bem incorporado. Faça barquinhos de merengue, todos mais ou menos do mesmo tamanho. Dá oito de tamanho médio – uns 15 cm. Asse por uns 50 minutos até os merengues ficarem secos e meio crocantes por fora, e com uma consistência mais cremosa, como marshmallow, por dentro. Não deixe dourar, os merengues devem ficar esbranquiçados.

Retire do forno, deixe esfriar numa grade, sirva com um molho de frutas—pode ser berries congeladas—e creme de leite batido em ponto de chantilly, sem açúcar, somente com uma gota de baunilha.

Os merengues duram até uma semana, se guardados em vasilha bem fechada ou embrulhados individualmente, em temperatura ambiente, em lugar não úmido.

Tortilla Espanhola

Na minha infância eu comi muita dessa omelete de batata, que agora descobri as origens e o nome verdadeiro – tortillas da Espanha. A primeira vez que ouvi a palavra tortilla se referindo à omelete velha conhecida minha, não entendi direito, pois estava acostumada com as tortillas mexicanas, muito comuns aqui e que são somente umas panquecas de farinha de trigo ou de milho. Uma espanhola de Barcelona que me explicou que as tortillas deles eram bem diferentes. Mas na realidade iguais pra mim, pois eh exatamente a receita que a cozinheira fazia na casa dos meus pais. Eu faço muito durante o verão, quando recebo batatas fresquinhas e deliciosas na minha cesta orgânica. Se você nunca comeu uma batata colhida na manhã do dia em que você vai usá-la, não sabe o quanto de sabor uma simples batata pode ter.

A receita, como eu faço:
Lave bem batatinhas bem pequenas. Corte em quatro. Eu nem descasco, porque as minhas são orgânicas – alías, aprendi com os noruegueses e americanos a não descascar batatas, mas isso dá outro post, pra outro dia.

Numa frigideira de ferro, frite as batatinhas em azeite [ou óleo] até elas ficarem um pouco douradas. Desligue o fogo e acrescente cebola em fatias finas e pimentão verde em fatias finas. Por cima despeje uma base de omelete – ovos, um pouco de leite, sal e pimenta do reino. Coloque a frigideira no forno e asse até ficar firme e dourada. Sirva com uma salada de tomates e cerveja gelada.