alguém na cozinha

maridonacozinha

Essa imagem é uma daquelas visões que enchem o seu coração de amor e conforto. Alguém na cozinha preparando alguma coisa pra você comer [ou lavando a louça enquanto você termina de bebericar o vinho]. Neste dia, jantamos no quintal e meu marido entrou para preparar a sobremesa—sorvete de chocolate com shrub de cereja e morangos frescos. ♥

primeiro dia

No primeiro dia nós acordamos tarde e eu fiz café, tostei pão de queijo asiago e pimenta na frigideira. Estava frio, o Uriel lavou a louça e começamos a fazer o almoço. O Scott chegou ao meio dia com um carro esporte cor de laranja, eu coloquei o almoço na mesa e eles foram conversar com a vizinha. Nós almoçamos conversando em inglês e português, o vinho excepcionalmente não era californiano, porque achei um neozelandês com toques de grapefruit que combinou muito bem com o presunto assado. Acendemos a lareira, minha mãe tirou uma soneca na companhia do Roux, eu fiz coisas no laptop e tirei fotos. Fomos caminhar, estava muito frio, voltamos e fomos beber café mas eu escolhi tomar uma ginger beer. Compramos pão fresquinho, fizemos sanduíches com as sobras do presunto, todos quiseram uma xícara de chocolate quente, lavamos e guardamos a louça, abrimos o facetime e estamos na sala neste momento esperando para falar com o Gabriel, que está em Portland. Pretendemos dormir cedo.

tivemos Natal

Natal Natal
Natal Natal
Natal Natal
Natal Natal
Natal Natal
Natal Natal
Natal Natal
Natal Natal
Natal Natal

O Natal deste ano foi um pouco diferente, e um pouco mais corrido, porque tivemos a visita da minha mãe. Fazia dez anos que ela não vinha me visitar e depois da morte do meu pai eu achei que ela poderia e precisava vir passar um tempo com a gente, pra passear e relaxar, além de poder vivenciar um pouco do nosso cotidiano. Fomos ver os musicais A Christmas Carol e It’s a Wonderful Life, fizemos caminhada na neve, bebemos muito vinho gostoso e eu fiz uma ceia de natal simples—assei um frango caipira ao invés de peru. Preparei umas receitas novas, outras foram recicladas. Algumas serão publicadas aqui em breve. Final do ano é sempre corrido para todos e com visita internacional a minha rotina ficou bem modificada. Vamos aproveitar os últimos dias do ano e o blog voltará ao seu ritmo normal em breve.

jantar para dois

Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving
Thanksgiving Thanksgiving

Este foi o primeiro Thanksgiving que eu e o Uriel ficamos sozinhos desde 1999, quando passamos o feriado em Las Vegas. Mas estar sozinhos não significa que não poderíamos ter um jantar apropriado, né? Fiz o menu completo, com peru, sete acompanhamentos e uma sobremesa [só uma sobremesa, sorry!]. O peru foi somente um peito, que mesmo tendo comprado o menor que achei ainda era imenso. Fiz uma adaptação dessa receita e recheei com fatias de pera, tomilho e cebola. As outras receitas foram—o molho de cranberry com porto e alecrim, que fica como um pudim, vagens com farofa de panko e amêndoas, cenouras assadas com harissa e maple, couve de bruxelas com bacon e castanhas assadas, batata doce caramelizada com limão, purê de batata simples e aquela farofa tradicional brasileira, com farinha de milho, ovos e azeitonas verdes. E a sobremesa foi essa torta de abóbora com garam masala, que achamos uma delícia! Eu usei uma massa pronta porque me economizou tempo, mas se tempo extra eu tivesse, teria feito a massa. No final tivemos um jantar de thanksgiving completo e como é tradição aqui em casa, depois da cozinhação e comilança eu sentei pra descansar e o Uriel lavou louça e arrumou a cozinha. Faço sempre um agradecimento extra por isso.

[setembro] passou tão rápido

setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
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setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil
setembro no Brasil setembro no Brasil

De repente me toco que este blog está quase virando um arquivo morto, um balaio de gato com coisas velhas, visitado apenas por paraquedistas dos mecanismos de buscas. Foi apenas um hiato ou é pra valer? Quero explicar que foi apenas um intervalo, causado por toneladas de trabalho e uma viagem ao Brasil. Fui, voltei e nem tive tempo de respirar pois mais trabalho me aguardava na volta. Minha visita foi, com sempre, rápida e intensa. Fui ver meus pais e passar um pouquinho de tempo com eles. Não fiz muitas coisas por lá, mas encontrei amigos e família, comi coisas gostosas e até vi televisão [pra matar o tempo durante a semana]. No meu último final de semana por lá fui pra São Paulo levando a minha mãe para assistir a palestra da Neide Rigo no evento do Paladar Cozinha do Brasil. Até pra ir lá foi tudo na correria, chegamos no local, batemos um rango rápido no mercado, entramos na palestra e tivemos que sair antes do término porque minha mãe precisava pegar o ônibus de volta pra Campinas. Mas foi muito legal poder participar de um evento grande, ver a Neide em ação e aprender um monte de coisas legais. E ainda tive a oportunidade de conhecer a simpaticíssima e fofa Maria Capai, autora do blog Diga Maria. Que pena que foi tudo tão rápido e não tive tempo pra bater mais papo e conhecer mais gente. Mas aproveitei muito meu último dia no Brasil na companhia das queridas amigas Roberta F, Maria Rê & Lilian T. Muito obrigada pela amizade, hospedagem, risadas e pelas comidas gostosas que dividimos. Até breve! Agora acho que finalmente regressei, né? E vamos em frente!

macarrão feito em casa

macarrão feito em casa

Desde sei á quando que eu via minha mãe e minhas tias fazerem macarrão. Depois vi meu irmão fazer—e que delícia que fica a massa que ele faz! Modestamente o gurizinho que rodava a manivela ajudando a avó fazer o macarrão também começou a fazer a versão dele. Sempre me senti marcando touca, porque sou italiana tal qual todos os fazedores de pasta da minha família, mas em todos esses meus anos de vida e de cozinheira acho que fiz minha massa umas duas ou três vezes. Nunca achei que pegaria o jeito, sempre achei que o que eu fazia nem ficava assim tão bom pra valer a trabalheira e a sujeira. Mas o dia da minha revelação finalmente chegou. No dia das mães fomos almoçar na casa do meu filho e ele preparou uma macarronada bem simples acompanhada de salada. No dia seguinte eu tive a tarde de folga, cheguei em casa e me deu um cinco minutos, resgatei a máquina de macarrão da escuridão do basement, peguei a farinha, os ovos e fiz minha primeira massa de macarrão decente, sem forfé, sem sujeira, sem bagunça, em exatamente 20 minutos. Fiquei chocada! Fiquei entusiasmada! Desde então não parei mais. Fiz macarrão para dar para meus amigos [um deles ganhou um combo, de pasta com o molho de tomate pronto para ser usado], fiz pra secar e guardar, fiz pra comer na hora, com molhos diferentes, a massa em espessuras diversas, cortada mais grosso, mais fino. Aprendi com meu irmão que o segredo é sovar bem a massa. Sovar mesmo, com gosto. E usar a melhor farinha de trigo e ovos caipiras frescos. Eu passo cada pedaço de massa pelo mesmo número do rolo duas vezes. E quando ela estiver fina como uma folha de seda, passo pelo cortador. A receita básica é da minha mãe:

para cada pessoa:
100gr de farinha de trigo
1 ovo caipira grande
1 pitada de sal

Mistura tudo, amassa bem e sova com as mãos. Passa pela máquina. Se precisar polvilha a massa aberta com um pouquinho de farinha, mas não muita. Corta. Põe pra secar sobre uma toalha de mesa limpa ou cozinha na mesma hora em bastante água fervendo bem salgada. Tempera com o molho de preferência e MANGIA!

filho de peixe…

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Gabriel me convidou pra almoçar na casa dele numa sexta-feira. Eu estava esperando um rango simples e ele me serviu um menu todo sofisticado. Fez gaspacho com minha marca favorita de tomates orgânicos assados, salada de tomate, rúcula [da horta da Sarah] e abacate temperada com sal Maldon e azeite orgânico, outra salada morna com tiras de abobrinha, amêndoas, azeitonas e ervas e um frango cozido no sous-vide com manteiga clarificada e estragão. Para beber refrigerante de grapefruit. Estava tudo uma delicia, o frango super úmído e saboroso, fiquei muito impressionada e encantada com a destreza dele. E ele ainda me certificou que o frango era sem hormônios e humanely raised. Disse—eu não ia te servir um frango “torturado”, né? Meu filho!

torta de cebolinha
[da tia Adelaide]

torta-tia-adelaide.jpg

A tia Adelaide era uma figura carismática, sabidona, querida por todos e ainda era uma cozinheira de mão cheia. Super alegre, sincera, bonitona, tinha uma voz bem alta e falava as coisas mais engraçadas com aquele sotaque de italiana-paulistana. Sempre ouvi histórias de como ela foi a responsável pela minha mãe ter conhecido o meu pai. A Adelaide era a tia casamenteira, gostava de arrumar as moças, mandava as meninas passar creme e perfume, pintar as unhas, fazia escova [que eu detestava] no nosso cabelo. Ela morava numa casa super legal com uma escada de caracol para subir para os quartos, cozinha toda branca com móveis modernos, sala forrada com carpete felpudo vermelho onde éramos proibidos de pisar com sapato. A tia Adelaide também tinha uma televisão colorida na sala, que hipnotizava as crianças. Eu adorava ir visitá-la, mas admito hoje que com todas as coisas legais que tinha pra ver e fazer lá, a comida era a última coisa que chamava a minha atenção. Sentada na mesa da cozinha eu gostava era mesmo de ficar ouvindo as conversas dos adultos.

Outro dia pelo telefone minha mãe comentou que tinha feito essa torta da tia Adelaide e eu imediatamente pedi a receita. Ela chegou rapidinho por email e desde então eu já fiz duas vezes, com apenas umas pequenas modificações. A primeira foi diminuir a quantidade dos ingredientes pela metade. A receita original levava um quilo de farinha, pois provavelmente fazia uma torta para uma família grande ou para uma festa. Também aumentei a quantidade do recheio, que pedia 3 maços de cebolinha e eu usei 5 [ou talvez 6]. E acrescentei um pouco de farinha integral na massa. O aliche não fica forte, acrescenta apenas umami ao recheio. Para veganizar o recheio, troque o aliche por alcaparras, fica muito bom. A massa parece que não vai funcionar, por ser tão simples, mas não só toma forma como é fácil de abrir. Essa torta de cebolinha da tia Adelaide poderia ser a receita inaugural de um livro de compilação das preciosidades da nossa família italiana. Já dei a ideia pra minha mãe, vamos ver se ela topa.

massa:
500 gr de farinha de trigo [*usei 1/3 integral, 2/3 branca]
1/2 xícara de óleo vegetal
1 e 1/2 xícara de água mornal com sal
Colocar a farinha e o óleo numa vasilha grande. Mexer bem com o garfo até esfarelar. Daí vai adicionando a água aos poucos [pode ser que não precise de tudo] e mexendo até formar uma massa, sove até formar uma bola. Abrir a massa bem fina com o rolo e colocar sobre uma assadeira.

recheio:
5 maços de cebolinha picadas
2/3 de xícara de uvas passas
1 xícara de azeitonas pretas picadas
1 vidro de aliche/anchovas [escorra o óleo e pique bem –– *para veganizar essa receita, substitua o aliche por 1/2 xícara de alcaparras escorridas e picadas]
Sal a gosto
Numa panela grande colocar azeite e refogar rapidamente a cebolinha [não deixe fritar]. Adicione as passas, as azeitonas, o aliche e um pouco de sal.
Pré-aqueça o forno em 365ºF/ 185ºC. Coloque o recheio sobre um lado da massa e dobre fechando bem as bordas. Pincele a torta com uma mistura de ovo e leite e salpique com sementes de gergelim [*invenção minha]. Leve ao forno até a massa ficar dourada. Remova do forno e sirva, quente ou fria.

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[ r e s u m o ]

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Ficou tudo meio paradão por aqui, espero que ninguém tenha reparado, porque já estou empenhada limpando a poeira e as teias de aranha. Tivemos um pequeno hiato porque decidimos ir para o Brasil no ultimo minuto antes do Natal e poder passar os feriados com a família depois que meu pai adoeceu. Foi uma decisão correta, mas a viagem foi expressa, somente para cuidar de assuntos familiares. Aproveitei também para ver meu filho que já estava lá e passar uns dias com ele, antes dele embarcar para outra parte da sua aventura brasileira. Graças à disposição dessas meninas de dirigirem até Campinas para nos ver, tivemos um encontro ultra auspicioso com as queridas amigas Roberta e Maria Rê no dia seguinte da minha chegada. Depois disso só consegui ver membros da família. Tivemos um Natal tropical mega improvisado e atribulado, partimos no último dia do ano com tempo de chegar na Califórnia antes do inicio de 2014 e passar a virada dormindo. O ano começou diferente e apesar de eu estar ainda um pouco cansada, outro tanto emocionada, tenho certeza absoluta que este novo ano será muito bom. Estou positiva e antecipando muitas coisas bacanas que estarão vindo em nossa direção!