26 no Tucos

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Não me lembro exatamente porque casamos no dia dois de janeiro. Acredito que era o único dia vago, pudera. E não queríamos esperar porque eu já estava no quinto mês de gravidez. Então até hoje, enquanto o povo em geral sossega o facho das comemorações no segundo dia do ano, nós ainda temos mais um regabofe pela frente. E a cada ano que passa, a necessidade de comemorar se intensifica, afinal tantos anos juntos não é pra qualquer um.
Escolhi o Tucos Cafe para celebramos o nosso ano vinte e seis. Foi uma escolha inteligente. Já estivemos lá outras vezes, para almoçar ou apenas beber sucos de frutas brasileiras. O proprietário Pru Mendez* é casado com uma portuguesa e já morou no Brasil. Além dos sucos naturais, o Tucos também oferece feijoada e uma deliciosa adaptação da receita de pão de queijo da minha cunhada Pat, que segundo o Pru é um sucesso entre os americanos. Ele conseguiu transformar um salgadinho super simples e popular numa verdadeira delicacy, fezendo uma adaptação dos queijos, adicionando pasta de trufas, com um resultado extremamente delicado. Feito na hora, o pão de queijo chega quentíssimo à mesa, derretendo na boca.
Desta vez pegamos o cardápio do jantar e tudo o que pedimos estava perfeito. O Tucos oferece uma carta de vinhos bem incomum, com opções de vinhos de vários cantos do mundo, todos exclusivos. Eu pedi um Sousao feito aqui na Califórnia, com um sabor bem apimentado. Provamos um prato de queijo da serra português, que veio com pães, amêndoas torradas, passas brancas e um azeite bem denso e perfumado. Depois eu pedi uma salada simples, com fatias de maçã e uma torrada com queijo de cabra temperado e morno. O prato do Uriel, de carpaccio de prosciutto com alcaparras e queijo grana, estava sublime. Eu acabei comendo umas boas fatias, pois a quantidade era suficiente para duas pessoas. De prato principal o Uriel foi de ravioli com molho de lagosta e eu comi um steak com purê de raizes e legumes refogados. A sobremesa nos frustou um pouco, mas deu pra perceber que era tudo feito a mão, até o sorvete, que a garçonete nos comunicou era feito por eles.
O Tucos está instalado numa casinha pequena e aconchegante em downtown, atrás da estação de trem. A comida é de excelente qualidade, orgânica, local, e o atendimento é um primor de atenção e delicadeza. Enquanto o Uriel pagava a conta, fui conversar com o Pru, quando ele me contou do sucesso do pão de queijo e da feijoada e me falou que procura sempre pelos melhores ingredientes. Apesar de fazer parte do movimento Slow Food e de apoiar ao máximo os produtores e negócios locais, ele disse não ser um radical nem um fanático, e não se importa de trazer um produto de outro lugar, se concluir que aquele é o melhor. A carne que eu comi, por exemplo, é grass fed importada do Uruguai. Ele disse que o Uruguai tem a melhor carne de gado alimentado da maneira tradicional, com grama. Não tive como discordar, pois o meu prato estava uma delícia.
* posando descontraídamente na última foto em companhia da notável e altamente colunável dona do chucrute.

e sobrou muita comida

 

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Espero que o Natal de todos vocês tenha sido maravilhoso! O nosso foi bem simples, com poucos convidados, mas a comida ficou explêndida—tudo preparado do zero, com os melhores ingredientes locais, sazonais e orgânicos. Foi uma comilança e tanto. Acho que impressionei as visitas, não pela sofisticação da ceia, muito pelo contrário. Provei que o simples pode ser divino. Mas isso não quer dizer que não deu trabalho! Ofaaa.. Pelo menos eu não lavei nenhuma louça.

Vivendo sobre as ondas

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Tenho essa impressão fatalista com relação à certos feriados, por exemplo, eu tinha certeza absoluta que sempre iria chover no dia de finados e normalmente sempre chovia. Tá certo que essas “fatalidades” têm uma ligação bem forte com as estações do ano, que costumavam ser invariáveis. Tenho, de qualquer maneira, essas idéias pré-estabelecidas sobre a atmosfera de um feriado. Não tenho mais experiência de dia de finados, felizmente! Mas agora agreguei minhas premonições aos feriados que vivencio aqui na América do Norte. E pra mim não existe fourth of july que não seja tórrido. Todos os quatro de julho que vivenciei, desde que cheguei em Davis há dez anos, foram tórridos. Em alguns deles eu escapei para a praia, onde invariávelmente, verão, outono, inverno ou primavera, faz sempre frio. Já saímos de Davis aos quarenta graus, e tive que vestir um suéter e um casaco chegando na praia. Essas idas à praia são de fato um refresco. Aquele tal Lulu que disse que iria levar a vida sobre as ondas, certamente nunca cogitou mudar-se para o Central Valley do norte da Califórnia, que é a região onde estou, bem no limite do fresquinho da Bay Area. Aqui, as únicas ondas que pegamos são as de calor, e estamos surfando sobre uma neste exato momento.

Como não fugimos nem pra praia, nem pro lago, resolvemos enfrentar o quatro de julho enfurnados em casa. Nunquinha que eu vou fazer picnic de feriadão em parque sob um solão de 40ºC! Imaginei a cidade em massa acampada no parque onde acontecem os fogos no final do dia. Eu fui à esse evento uma vez e bastou. A base desse feriado é o picnic. E quando anoitece tem aquela queima de fogos, que dependendo da cidade pode ser uma experiência estimulante ou broxante. Aqui em Davis acho que atingimos um meio termo. Mas com bafão, ficar no parque a tarde toda? Nem pensar!

Fui nadar pela manhã, depois demos um pulo ao supermercado onde adquirimos um filézão de salmão selvagem, frutas frescas e ingredientes para uma bela salada, além de pão e bebidas. Não usei o fogão. O Uriel fez o peixe na churrasqueira e almoçamos bem tarde. Eu bebi vinho verde acompanhando o salmão que foi temperado somente com sal marinho e pimenta do reino e assado no papel alumínio sobre uma caminha de batata, para não grudar.

Passamos o resto da tarde esticados no sofá, lendo e cochilando na companhia dos gatos. Fizemos um lanche às oito da noite e subi às nove para abrir as janelas da casa. Ainda estava um pouco abafado. Às nove e meia começaram os fogos no parque e os cachorros do meu vizinho latiram sem parar por mais de meia hora, enquanto eu tentava ouvir os diálogos de Rope, do Hitchcock na tevê.

Hoje, cinco de julho, temperatura de 41ºC, seco como um árido deserto. Mas como sempre, estamos preparados com todas as técnicas e gears, surfando normalmente a nossa onda.

F   O   R   N   O  : parece que essa ondaça de calor engolfou não só o norte da Califórnia, mas todo o oeste norte-americano. muita calma neste momento! permaneçam indoors, não se abanem nem se afobem e bebam muita água!

Almoçamos fora no domingo

Família desorganizada, acho que éramos os únicos sem reserva para um restaurante no domingo de dia das mães. Quase duas da tarde e já tínhamos tentado quase todos os bons restaurantes de Davis. Até um em Sacramento. Mas queríamos comer por aqui mesmo, de preferência em downtown, onde poderíamos ir a pé. O único restaurante que nos deu uma resposta positiva foi o Tucos Wine Market and Cafe, que fica em downtown, perto da estação de trem, numa casinha pequena e aconchegante. Já tinha recebido recomendações desse lugar, pela comida e pelo wine tasting. Eles têm um cardápio simples, com ingredientes locais, tudo feito do zero, sem firulas, mas com capricho. É o meu tipo de lugar. A carta de vinhos não é extensa, mas os poucos são exclusivos. Nós optamos pelo menu do dia das mães, que incluia uma sopa de cenoura, aspargos enrolados no prosciutto e queijo, com ovo pochê [que dispensei] e torradas, talharini feito em casa com molho branco camarão e ervilhas, e uma tortinha de cerejas com sorvete de baunilha. Eu ganhei uma deliciosa taça de prosecco, incluida no pacote das mães. Foi um almoço delicioso, feito sem pressa, num ambiente super acolhedor. Pros outros restaurantes que não tinham lugar pra nós—uma banana!
* O Gabriel jurou ter visto uma latinha de guaraná passeando numa bandeja pelo restaurante. Quando fomos apresentados à lista de bebidas sem álcool, uma surpresa: além do guaraná, oferecido como algo super chique, uma variedade de sucos de polpa de frutas—real natural rainforest fruit juices, straight from Brazil. Acerola, caju, cacau, graviola, goiaba, mamão, manga, maracujá, abacaxi e tamarindo, batidos com água ou leite, estilo vitamina.

[mais um] picnic no parque

Já escrevi aqui muitas outras vezes sobre o picnic das quartas-feiras no Farmers Market de Davis. Eles começam junto com o horário de verão, que aqui se chama Daylight Saving Time. Fui tantas vezes à esse picnic com minha família—mãe, sobrinhas; com amigos e com a associação brasileira da qual eu faço parte. Esse é o picnic mais eclético e divertido, pois mistura um monte de gente, não só brasileiros. E quando isso acontece ficamos até o anoitecer na grama, muitas vezes somos os últimos a sair do parque, reciclando antes nossas garrafas de vinho e água, jogando o lixo fora, deixando tudo impecável.
Quando chegamos ainda está sol e a banda está tocando, famílias e grupos se reunem sentados em panos espalhados pela grama. Para o nosso picnic BID, eu levo um pano verde-amarelo para marcar território, tudo muito discreto. Cada um leva uma comidinha ou compra no mercado, e dividimos sempre o vinho. Ontem a tarde estava fria e as nuvens se aglomeravam em chumaços cinzentos ameaçadores. Mesmo assim decidi enfrentar o parque, porque já havíamos marcado e divulgado o tal picnic. Preparei uma pastinha de abóbora na correria e me empinotei na bicicleta, com a minha infalível cesta enfiada nos guidões, e corri pro parque.

Não apareceu muita gente, mas alguns corajosos enfrentaram bravamente o frio, tentando se esquentar com vinho e risadas. Eu me empolguei na conversa e perdi a conta de quantos copos de vinho bebi. Na hora de ir embora, no escuro e com a bateria do farol da bicicleta arriada, fiquei um pouco preocupada. Mas como naquele momento eu estava vendo o mundo com muito mais alegria e positivismo, pedalei animada e com total confiança, embora a bambalêancia estivesse realmente evidente.

*assista à um pequeno filme de um dos picnics que fizemos no parque, em 2005. fiz uma geral logo que cheguei. depois encheu muito, muito de gente. a banda de blues que tocou estava ótima, assim como a comida e a companhia no nosso pano verde-amarelo, que foi ganhando muitas extensões e muitas outras bundas sentadas!

sexta no mexicano

Eu já comentei que o fato de Davis ser uma cidade universitária faz com que abundem restaurantes medíocres, que servem comida barata e farta para a estudantada. Nós temos uma linha divisória entre os restaurantes frequentáveis e os forgetaboutit. Tem um aqui atrás da minha casa que serve saladas com carne e que é o paraíso do pessoal com pouca grana, e a comida é bem gostosa. Vamos lá, quando a fila não está virando a esquina. Mas tem outros que simplesmente não dá. Ontem tive certeza de que estou ficando deveras chatonilda com escolhas de comida. Eu morta de fome, ele com uma pressa danada de voltar ao trabalho e terminar de escrever um paper com deadline chegando, fui sugerir jantarmos num mexicano honesto que fica perto de um dos cinemas. Não é um lugar ruim, já fui lá outras vezes, eles têm as melhores e mais variadas salsas, dá pra ver que toda a família trabalha lá, não é um fast-food qualquer. Mas peloamordeus que porções são aquelas: pratos gigantes, com mil ingredientes, uma mistureba amedrontadora. Pedimos duas prawns quesadillas, porque elas sempre são menores, duas tortillas recheadas com queijo e alguma outra coisa, mais molhinhos. Essa veio num pratão, tortillas verdes gigantescas com queijo e camarões, mais um molho de tomate picado, e guacamole, e sour cream, e feijão preto, tudo meio misturado, você não conseguia nem separar nada. E mais um tantão de nachos. Cruzcredo! Saí de lá me sentindo empanturrada, pensando que não quero mais comer nesses lugares que parecem que intencionam alimentar boiadas, não gente! Ficamos olhando o pessoal no restaurante, que estava lotado e com filas. Tudo é bem simples, com reproduções do Diego Rivera e ampliações de cenas de filmes mexicanos nas paredes. Muitos estudantes e famílias. O Uriel deu risada e me cochichou – ali na mesa do lado está um ex-aluno meu, que agora trabalha numa empresa de engenharia, e lá na fila está um meu colega professor, que tem sala ao lado da minha. Bom, menos mal. Seria pior se o lugar estivesse cheio só de estudantes, e nós lá, devorando uma quesadilla do tamanho de uma pizza XLL!

as pessoas nos restaurantes

Fomos jantar no grego que faz a salada mais honesta da cidade. Chegamos cedo e enquanto caminhávamos no estacionamento vimos duas senhoras entrando no restaurante. Uma delas era bem velhinha, ou a menos parecia, toda curvadinha. Meu marido brincou dizendo, olha a velhinha já passou na nossa frente, vamos correr! Nesse restaurante a gente sempre espera um pouquinho pra sentar, especialmente nos finais de semana. Até que não esperamos nada para sentar, mas esperamos muito para alguém finalmente pegar nosso pedido e a comida chegar. Com a volta das aulas, os restaurantes voltam a encher e ontem o grego estava particularmente lotado! Ao nosso lado uma mesa com um pessoal falando extremamente alto, tão alto que estava nos incomodando. E discutiam política. Troço mais chato, discutir num tom tão elevado um assunto que gera tanta controvérsia. Do outro lado uma família enorme com vários adolescentes comendo muito. Virava e mexia ouvíamos uma comoçao, um woooowww geral, viámos um clarão de chamas e sentíamos um cheiro bom de queijo derretido – era um prato de queijo flambado com uma bebida álcoolica que da próxima vez que formos lá eu vou pedir. O restaurante estava aconchegante, pedi um vinho super gostoso, a salada que eu adoro, a comida estava muito boa. Quando as mesas que nos rodeavam finalmente se esvaziaram, eu pude ver as duas senhoras que chegaram na nossa frente. Fiquei observando as duas quietinhas comendo, a mais velhinha ainda vestindo seu casaco de capuz, toda curvadinha e mirradinha pediu pra garçonete colocar o resto do seu prato numa caixinha, a mais nova depois olhava a conta, examinava tirando e colocando os óculos bem séria, enquanto a outra falava umas coisinhas. Fiquei hipnotizada pela visão das duas e de repente meus olhos começaram a encher de lágrimas, e tive que pegar o guardanapo para secá-las, disfaçadamente para ninguém perceber que eu estava chorando – e chorando sei lá por que. Estou sempre pagando esses micos em público e por motivos geralmente inexplicáveis.

toda quarta e sábado

Eu sou bem puxa-saco da minha cidade, porque adoro morar aqui, acho Davis um lugar especial. Uma das coisas que gosto muito aqui é o nosso Farmers Market. Toda quarta e sábado, faça chuva ou faça sol, o mercado está lá no parque central da cidade, vendendo as coisas mais gostosas e fresquinhas possíveis, tudo orgânico e de produtores locais. Durante o verão o mercado fica pululando de coisas deliciosas e sempre lotado de gente comprando. Eu procuro ir todos os sábados. Vou à pé, pois moro bem perto. Nas quartas, durante o verão, eles promovem um picnic ao lado do mercado, com música ao vivo. Nós também aproveitamos esses dias. Ontem fui ao mercado com a minha sacolona de pano, e fiquei até emocionada com a quantidade e variedade de tomates que eu vi nas banquinhas. Lá tem de tudo, e os produtos vão variando conforme a estação e a produção. No mês retrasado os damascos abundavam, agora são os pêssegos e ameixas. O mercado é comprido e eu caminho por ele duas vezes, ida e volta. Vou comprando o que me interessa. Adoro os cogumelos que são vendidos lá, e as frutas. Além das frutas, verduras, legumes e ervas, tem também pão, azeite, azeitonas, batatas, pistachos, amendoas – essas, peloamordedeus, são maravilhosas, tostadas com uma cobertura de caramelo, ou laranja. Tem comidas étnicas, pretzels alemães, tortillas e salsas mexicanas, pães do oriente médio, doces europeus, queijos, peixes, carnes, linguiças, ovos, suco de maçã ou de limão, as flores maravilhosas e as pipocas! No meio do caminho da volta eu sempre paro num carrinho de sorvete, onde duas meninas vendem os melhores picolés que eu já provei, os Aisu Pops feitos à mão, com os ingredientes mais frescos e as misturas mais interessantes. O de limão kaffir com abacate foi o melhor que já comi, com um sabor que me lembrou os cremes de abacate que eu comia na minha infância. Ontem peguei um de baunilha, berries e iogurte. Volto do mercado sempre carregada de coisas, e devorando as delícias pelo caminho. Uma das melhores coisas da vida!

Kathmandu Kitchen

Mal humorada e cansada, nada me apetecia. Os restaurantes do centro da cidade lotados na sexta-feira à noite, todo mundo sentado nas mesinhas das calçadas, nos patios dos restaurantes legais. Eu azeda, olhos ardendo. Decidimos ir à um tailandês inédito, onde nunca tínhamos ido antes – são muitos deles aqui em Davis. Mas estava acontecendo um show na praça exatamente em frente ao restaurante, uma muvuca total, então desistimos de ir lá. Acabamos por acaso no Kathmandu Kitchen, que é um restaurante nepalês. Já comi bem e mal lá. Acho que o truque é não pedir carne. Eles têm muitos pratos com carneiro, que é onde eu geralmente me dou mal. Decidi pedir um prato vegetariano, o vegan thali. Foi uma boa decisão.
Como pedimos o thali [dinner], eles retiraram os pratos da mesa. A refeição veio numa bandeja enorme de metal, tudo arrumadinho de forma assimétrica:
Uma porção generosa de arroz basmati alojada no meio;
Duas samosas, super crocantes rodeando o arroz;
Cinco momos, bolinhos recheados de legumes e cozidos no vapor que lembram um pouco os dumplings chineses;
Um naan [pão frito] bem largo, macio e saboroso, deitado em cima do arroz;
Três cumbuquinhas com molhos: um vermelho muito apimentado, outro adocicado e um chutney;
Um potinho com chana masala – um refogado de grão-de-bico que eu adoro;
Um potinho com um curry de ervilha.
Na bandeja do Uriel veio arroz e naan, curry de legumes, sopa de lentilha amarela, um molho de iogurte e palak paneer, um creme de espinafre com queijo paneer.
Ele bebeu um mango lassi e eu uma Himalayan Blue, uma cerveja indiana bem light, mas que vem numa garrafona de 650 ml e que eu simplesmente não consegui terminar. Foi uma refeição leve e farta, que infelizmente não ajudou a melhorar o meu humor, e me deixou um pouco mais cansada. Mas mesmo assim foi bom!

gosto não se discute

Fomos à um pequeno restaurante aqui em Davis, que tinha sido altamente recomendado pelo meu vizinho blogueiro culinário. Nunca tínhamos ido lá, pois o lugar nunca realmente nos chamou a atenção. É um lugar pequeno, ligado à uma loja de produtos naturais, com mesinhas cobertas de toalhas coloridas com vasinhos com flores naturais. O menu é todo orgânico, escrito com palavras muito bem escolhidas, fazendo tudo parecer muito apetitoso. O problema é que o lugar é super low profile, e não combina com o preços, que são de restaurante um nível acima do que experienciamos ali. Resumindo, comida simples, preço sofisticado. O atendimenrto foi ótimo, afinal num sábado na hora do almoço só tínhamos nós dentro do lugar. A cozinha é logo atrás do balção de atendimento e ficamos ouvindo a conversinha da atendente americana com o casal de cozinheiros mexicanos, num espanhol sofrível. E ouvimos e cheiramos a comida ser preparada, o que resultou num cheiro de fritura impregnado na minha roupa e cabelo. A comida era boa, nem ótima, nem ruim. A conta foi alta. E enquanto vestíamos os casacos para ir embora, eu vi uma BARATA saindo de trás de um quadro na parede. Nem preciso dizer que NUNCA mais voltaremos, né?
Fazia muito tempo que queríamos ir à um restaurante italiano em Sacramento, que tem pizza feita em forno à lenha. Quando queremos comer boa comida italiana temos que ir à San Francisco, porque essa região aqui, do Sacramento Valley, não deve ter recebido uma boa imigração italiana. Os restaurantes são péssimos, e eu, como neta de italianos, sempre comi a melhor pizza e pasta feita em casa pela minha mãe, que realmente faz o melhor molho e massa. Então sou exigente, percebo na hora se o molho é de lata e odeio, ODEIO, o molho de pizza que eles usam aqui, muito grosso, com cebola, uma coisa enojante. Ouvi dizer que esse restaurante em Sac tinha uma pizza boa, mas que tinha um ambiente cafona e presunçoso. Fomos, finalmente. Que surpresa boa! O lugar tem um ambiente simpatícissimo, instalado num prédio antigo na Capitol Avenue, entre Old Sacramento e o Palácio do Governo, o Capitol. Nos lembrou os restaurantes antigões de São Paulo, com os garçons de paletó branco e gravatinha preta, um estilo europeu, com pé direiro alto, super diferente e aconchegante. Fomos muito bem atendidos pelo garçon Louis e comemos muito bem, eu uma pizza muitíssimo bem servida, com mussarella, parmesão em fatias, cogumelos, rúcula e prosciutto, regada com azeite de trufas. O Uriel comeu um ravioli verde, com massa feita no local e molho apimentado de lingüiça italiana. Louis nos disse que todas as massas e os pães e crostines [deliciosos] eram feitos lá. Bebi um chardonnay do nosso quintal, segundo o Louis, uma vinícola perto de Davis. Nos sentimos tão confortáveis, que até pedimos sobremesa, o Uriel um tiramisu e eu um creme de fennel com crosta de chocolate. Saímos de lá incrívelmente felizes com a nossa experiência italiana em Sacramento e já decidimos que voltaremos em breve!