Menu do Natal

Quiche de carangueijo – sem receita, massa pronta, 1 xícara de leite integral, 1 xícara de creme de leite fresco [heavy cream], 3 ovos, sal, nos moscada, misturar meio quilo de carne de carangueijo, decorar com tomatinhos, colocar na massa pré-assada, assar até o recheio ficar dourado.

Quiche de aspargos – sem receita, massa pronta, 1 xícara de leite integral, 1 xícara de creme de leite fresco [heavy cream], 3 ovos, sal, nos moscada, colocar os pedaços do aspargos frescos [usei uns bem gordinhos] na forma com a massa pre-assada e colocar o creme, assar até o recheio ficar dourado.

Salada de batata – feita pela Marianne – norwegian style.

Salada de rúcula com tomates secos.

Carpaccio de abobrinha – usei abobrinhas verdes e amarela, salpiquei com um pouquinho de coentro fresco, ralei queijo asiago fresco por cima.

Stuffing – arroz selvagem cozido, tomates secos, salsinha picada, tâmaras picadas, uvas passas brancas, sal, pimenta – rechear o peru com essa mistura, servir separado depois que destrinchar o peru. Como eu tinha uma convidada vegetariana, fiz parte do stuffing fora do peru.

Peru – receita tradicional da minha família, temperado por dois dias no vinha d’alho e coberto com bacon, assado por 4 horas no forno médio.

Polenta com gorgonzola e cogumelos. Como uma das convidadas era vegetariana, eu fiz essa polenta, que vi por acaso numa revista. Fiz de última hora e agradou a todos, ficou um ótimo acompanhamento pro peru. Receita a seguir.

Sobremesas: gelatina de vinho branco com suco de romã e uvas – imitei da Karen – usei 3 xícaras de suco puro de romã fervendo, 1 xícara de vinho branco espumante onde eu dissolvi 4 pacotinhos de gelatina em pó sem sabor, joguei o suco fervendo, um pouco de mel, mexi bem com um batedor de arame, acrescentei uvas brancas cortadas ao meio. Também fiz um Raspberry trifle, receita a seguir.

Ufa….

estava tudo muito bom

 

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Foi um trabalhão, mas ficou tudo bom. Na hora de destrinchar o peru rolou uma pequena confusão, dado à inexperiência dos cortadores, mas ficou tudo muito saboroso e todos comeram bem. Eu fiz tudo sozinha, mas eu gosto dessa preparação. O duro é limpar, mas isso não é minha tarefa. Foi uma noite feliz e a semana está muito ocupada com visitas. Receitas seguirão em breve! Espero que todos tenham tido um ótimo Natal e que já estejam engatando segunda para a passagem do ano.

Natal? Que Natal?

À noite consegui ir ao supermercado comprar umas coisinhas, pois minha geladeira estava vazia de itens frescos. Fui capengando. Chega quatro da tarde meus olhos começam a arder. Mas considerando que eu mudei de hemisfério e voltei seis horas no tempo, até que estou super bem, funcionando.

Hoje é a festinha de Natal do meu trabalho. Vamos a um lodge, cada um leva seus próprios utensílios e um prato de comida, eu peguei carona no último bonde e vou levar bebidas. Nada de álcool, nem preciso dizer. Comprei umas falsas champagnes de maçã e cranberry – sparkling cider. Não sei como vou levar cinco garrafas na bicicleta, mais minhas coisas, mais eu. Está difícil pedalar de manhã cedo, com temperaturas negativas. Como sempre diz um dos meus colegas, se continuar frio assim vou me mudar pra Califórnia! Ha ha ha!

Tentando ler todos os blogs que não li nas duas últimas semanas, dou de frente com o fato de que não fiz absolutamente nada referente ao Natal ainda. Nem tirei meus velhos enfeites do storage. Vai ter árvore? Não sei. Minhas sobrinhas vãoo curtir uma, o Roux também—that’s the problem! E a comida? Vou ter que ir até o Corti Brothers em Sacramento comprar meus peitos de peru borboleta, então o Uriel que tem o dom de simplificar tudo sugeriu que eu comprasse qualquer peru, ali mesmo no Safeway. Vou pensar. A cesta orgânica está de férias até começo de janeiro. Terei tempo de passar no Farmers Market? Comprarei e prepararei gostosuras? A casa ficará com cara de Natal? O espírito natalino descenderá sobre nós? To jingle bells, or not to jingle bells, that’s the ho ho ho question.

I’m thankful for everything

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de onde eu chucruto…

Hoje que eu poderia dormir muito, o quanto quisesse, sem horários, estou acordada e alerta desde às 7am. Levantei, fazer o quê? É o hábito. Estou pensando no ranguinho de Thanksgiving, na viagem do meu filho, na minha viagem. Eu não gosto de viajar e não viajo bem, então tudo relativo ao trajeto vira um estresse. Mas hoje é dia de agradecer, e eu certamente tenho MUITO pra dizer obrigada! Estou com uma leve dor de cabeça causada pelos inúmeros copos de vinho – delicioso Zinfandel, que bebi na festa da minha amiga. O Roux corre atrás do Misty, depois chora quando é enjeitado, o Uriel ainda dorme, o céu está azulzinho, está 6ºC lá fora, estou de roupão de fleece quentinho, pantufas, descabelada, chucrutando da mesa da cozinha, de onde eu sempre chucruto, e vocês podem ver nas fotos.
—o que você vê: comprei o novo Joy of Cooking depois de ler a review da Elise. eu tenho a edição de 1975, que é bem mais magrinha que essa. o californiano Ghirardelli faz um excelente chocolate, da mesma qualidade dos suiços e franceses. minha bolacha favorita que eu como pela manhã, toasts de anisete. mais uma geléia, essa austríaca de wild lingonberry achei no World Market. revistas com as receitas que vou tentar fazer hoje. os limões meyer, meus favoritos. o meu gato Misty. o iBook de onde eu olho para o mundo.

um thanksgiving sem peru

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[Thanksgiving 2004—em destaque no buffet, a minha famosa torta de tomate]

Nós costumamos passar o Thanksgiving com a Reidun, a sogra do meu filho. Ela nos convida todo ano, e faz o almoço/jantar com todos os elementos da clássica comemoração americana. Eu curto muito essa celebração, porque é uma festa de família e comida, sem aquela neuras de presentes que é o Natal. Dizem que o Thanksgiving é o feriado mais importante para o americano, deixando até o Natal para trás. Eu entendo o por que disso, e acho fabuloso uma festa para agradecer! Então todo ano vamos para o Marin county no final de novembro e comemos o peru assado—sempre preparado pela minha nora, que passa o dia em função do bicho, temperando e untando de hora em hora com manteiga. Para acompanhar sempre tem batatas em forma de purê ou apenas cozidas—ítem que não pode faltar na casa de uma norueguesa—além de gravy, cranberry sauce, batata-doce, vagens, ervilhas, cenouras, brussels sprouts, stuffing que recheia o peru e é geralmente servido separado, saladas e pães. Sobremesas de torta de maçãs e de abóbora. Tem sempre um toque diferente aqui ou ali, como a adição de uma salada de palmito ou uma torta de tomate trazidas por mim. Mas no geral o cardápio básico é sempre o mesmo.

Neste ano vamos ter um Thanksgiving diferente aqui em casa. Uma grande amiga da Reidun ficou viúva e ela decidiu passar esse dia na companhia dela. E também o Gabriel e a Marianne embarcam para o Brasil no dia seguinte, então ninguém vai estar com cabeça para assar peru. Eu também não estou, por isso resolvi que vou fazer uma bacalhoada, tudo simples e rápido, pois estou um pouco apavorada com a falta de tempo que vou enfrentar nessas festas de final de ano. Vou chegar do Brasil no dia 16 e vou ter exatamente seis dias para preparar o Natal que vai ser outra vez aqui em casa, com o meu irmão, cunhada e sobrinhas, mais a família da Marianne. Acho que vai ser um potluck Christmas, tudo diferente, como esse Thanksgiving com bacalhau!

celebrate, yeah!

Recebi um e-mail do meu host pela manhã, avisando da renovação do domínio chucrutecomsalsicha.com. Como eu escolhi não colocar datas nos meus posts neste blog, não estava nem lembrando que há exatamente um ano me deu um faniquito, comprei o dominio e passei o dia montando o meu mais novo blog – finalmente, um espaço para eu escrever só sobre culinária. Os primeiros textos no Chucrute com Salsicha foram publicados no dia primeiro de novembro e até hoje eu não entendo como demorei tanto para abrir essa cozinha ao público.
Escrevi muito sobre todos os assuntos no blog mãe, até que em 2002 eu passei os assuntos de cinema e tevê para o Cinefilia, o blog que eu divido com o meu querido amigo Moa. Mas continuei escrevendo sobre comida e publicando minhas fotos food porn no The Chatterbox. Foi somente em novembro de 2005 que finalmente vi a luz, e separei os assuntos culinários definitivamente. Foi a melhor coisa que eu fiz! Adoro esse espaço e as novas possibilidades, assuntos e relacionamentos que ele me proporcionou. Viva!

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Esse bolo eu fiz pro aniversário do Gabriel em 2005. Ele pode exemplificar perfeitamente o meu estilo Chucrute com Salsicha, que se empenha com determinação, mas nem sempre alcança os melhores resultados e o visual mais charmoso. Um bolo tortinho, uma torrada queimada, os legumes cortados desiguais, uma salada sem azeite, uma sopa muito salgada, um tropeço aqui, outro lá, mas eu nunca desisto. E vamos sempre em frente!

trick-or-treating

Quando nos mudamos para o Canadá em 1992, meu filho tinha dez anos e estava entusiasmadíssimo com cada novidade que o novo país lhe oferecia. Nos nossos anos no Brasil não havia ainda o aculturamento do Halloween, então o Gabriel nunca tinha feito o trick-or-treating. Final de outubro chegou e ele estava realmente animado—ganhar balas dos vizinhos, quantas ele quisesse, era para o guri natureba um ticket só de ida para o paraíso. Então no 31 de outubro ele estava todo preparado. Até se fantasiou, o pobre, e tentamos planejar como ele iria fazer o tar do trick-or-treating. Vendo a nossa inexperiência canuca, uns vizinhos se apiedaram e convidaram o Gabriel pra acompanhá-los no Halloween dos filhos deles. Não tínhamos sacado o detalhe mais importante da noite das bruxas naquele país— já estava um frio dos demônios com possibilidade de nevasca. Os vizinhos sabiam das coisas e como iria nevar—e realmente nevou—eles levaram os meninos pra pedir balas de carro. Fantasia? Forget about it! Todas as crianças vestiam casacão, luvas, mittens, touca e cachecol por cima dos super-heróis, astronautas, princesas, bailarinas. Ninguém via nada. E saiam do carro, faziam o blinblon trick or treat na porta das casas decoradas com abóboras e corriam de volta para o carro. Foi assim o primeiro Halloween do meu filho.

Nos anos seguintes ele já estava mais experiente e tinha uma turma de amigos que fazia absolutamente tudo juntos. Mesmo se o tempo não ajudasse, eles saiam trick-or-treating à pé, usando a técnica da fronha de travesseiro. Eles levavam uma fronha, que enchiam de doces e faziam pit stops em casa para esvaziar e voltar para as ruas para pedir mais. O Gabriel acumulava uma verdadeira montanha de doces todo ano, que durava quase que até a primavera! Eu me resignava, apenas lembrando dos bons tempos, quando açúcar não fazia parte da dieta do meu filho. Ele e os amigos nem se preocupavam em se fantasiar, voltavam pra casa com as caras vermelhas, as pestanas cheias de gelo e um excitamento que só uma tonelada de açúcar pode provocar. Quando viemos pra Califórnia, onde o clima permite que as crianças se fantasiem e saiam pelas ruas pedindo doces sem perigo de congelar os ossos, o Gabriel já tinha perdido o interesse por essa maratona. Eu continuo firme, todo ano decoro a minha porta e dou docinhos pros visitantes. Não tenho pena mais das crianças, que aqui não ficam congeladas, mas ainda penso nos pobres canadensezinhos – será que vai nevar esta noite em Saskatoon?