salada de cenoura com
molho de mel e limão

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Todo trimestre recebemos pelo correio uma revista enviada pelo corretor imobiliário que nos vendeu a nossa casa. Não sei muito bem qual o propósito disso, mas a revista é bem requintada e traz matérias sobre decoração, viagens e gastronomia. Sempre damos risadas quando ela chega, pois a primeira coisa que se nota—impressa bem no canto superior da capa, é uma foto do corretor numa daquelas poses tiradas em estúdio fotográfico. Eu passo os olhos pelas receitas e de vez em quando salvo uma, como a dessa salada que fiz para um almoço e ficou muito interessante e saborosa.

2 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
2 colheres de sopa de vinagre de xerez [jerez/sherry]
2 colher de chá de suco de limão fresco
1 e 1/2 colher de chá de mel
1/4 colher de chá de sal marinho
600 gr de cenoura descascada e ralada
1/2 xícara de passas brancas
1/4 xícara de amêndoas Marcona [ou da comum, se não achar da Marcona]
1 colher de sopa de salsinha fresca picada

Em uma saladeira grande misture o azeite, o vinagre, o suco de limão, o mel e o sal. Adicione as cenouras raladas, as passas, as amêndoas e a salsinha picada. Mexa bem para incorporar o molho. Sirva imediatamente ou cubra e leve à geladeira por até um dia. Deixe ficar em temperatura ambiente antes de servir.

pickles de cenoura

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Fiz esse pickles já faz um tempo e comi praticamente o vidro todo sozinha. Não sei por que não faço mais conservas como essa, porque é tão fácil e fica muito bom. Teve uma época no século passado, quando o Gabriel ainda era guri e morávamos na bela city of Pira, que me deu o faniquito de fazer pickles de legumes e fiz muitos vidros com diferentes variedades, que eu mesma devorava entusiasmadamente. Realmente não me lembro se o Gabriel e o Uriel gostavam, mas eu adorava. Essa receita eu tirei de um recorte que guardei da revista Delicious Living, que aqui a gente ganha de graça no supermercado. Lá é sugerido fazer esse pickles também com couve-flor e rabanete e levá-los como adição especial em picnics—ideias que gostei muito.

6 ou 7 cenouras médias lavadas, descascadas, cortadas em palitos
Um pequeno maço de endro [dill]
1 e 1/4 xícaras de vinagre de maçã
1 e 1/2 xícaras de água
2 colheres de açúcar
4 dentes de alho descascados e amassados
4 colheres de chá de sal marinho
1/2 colher de chá de pimenta do reino em grãos inteiros

Em uma panela média misture o vinagre de maçã, a água, o açúcar, os dentes de alho, o sal e os grãos de pimenta do reino; usando um batedor dissolva o açúcar e sal. Leve ao fogo até ferver, adicione as cenouras e o dill fresco. Tampe a panela e cozinhe por 1 minuto; em seguida, retire do fogo, deixe esfriar, coloque num vidro e deixe descansar tampado por pelo menos 24 horas para permitir que os sabores penetrem na cenoura. Guardar na geladeira e servir como quiser.

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salada de abóbora crua
[com cenoura e tâmara]

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Essa salada foi a primeira receita que marquei na edição de fevereiro da revista Martha Stewart Living. O que capturou a minha atenção foi o inusitado do ingrediente principal—a abóbora crua. Acho que nunca tinha comido abóbora assim e fiquei muito surpresa com o fato de que ela é super comível au natural. O segredo é usar o mandoline para fazer fatias bem fininhas. Tudo nessa salada combina perfeitamente bem. Recomendo que você faça para entender exatamente o que estou dizendo.

2 colheres de sopa de vinagre balsâmico branco [ou de vinho branco]
1 colher de chá de mostarda rústica [com grãos]
2 colheres de chá de echalota picada [*omiti]
Sal marinho e pimenta moída na hora a gosto
3 colheres de sopa de azeite
120 gr de abóbora butternut squash descascada
3 cenouras pequenas descascadas
50 gr de tâmaras cortadas em fatias finas [cerca de 1/2 xícara]
1/4 xícara de sementes de girassol torradas
120 gr de rúcula [*usei uma mistura de folhas verdes]

Numa vasilha pequena combine a mostarda, o vinagre, a echalota, 3/4 colher de chá de sal e 1/2 colher de chá de pimenta do reino moída. Derrame o azeite devagar, mas num fluxo constante, enquanto vai batendo constantemente até formar um molho.

Usando um descascador de legumes ou um mandoline faça fitas com a abóbora e as cenoura. Coloque numa tigela grande e adicione as tâmaras, as sementes de girassol, as folhas de rúcula e tempere com o molho de vinagre. Misture bem, coloque tudo numa travessa e sirva imediatamente.

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sopa de agrião
[com cenoura & grão-de-bico]

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Desculpem o meu disco quebrado, mas esta é mais uma receita saida do livro Jerusalem dos chefs Ottolenghi e Tamimi. O que mais me chamou a atenção nessa sopa foi a cor verde intensa. E a combinação incomum de ingredientes—agrião, cenoura, grão de bico, água de rosas e a mistura de temperos típica do norte da Africa chamada de Ras el Hanout.

Pedi para o meu filho comprar uma caixinha desse tempero, porque eu não tinha mais e recomendei que ele fosse ao mercadinho internacional de propriedade de uns indianos que fica na 8th street em Davis. Lá o moço que o atendeu disse que ele não vendia e nem tinha como explicar aquilo, mas Ras el hanout não era UMA especiaria e sim uma mistura feita pelo próprio vendedor, algo assim como um pacotinho com tudo de melhor que ele tinha ali na lojinha. Para uma pessoa leiga como eu, que nunca colocou os pés no oriente nem na Africa, só o documentário Jerusalem on a Plate do Ottolenghi me deu condições de entender perfeitamente como isso funciona. Aqui compramos dessas caixinhas da marca Spicely, que meu filho acabou achando no Co-op. Esse Ras el Hanout continha pimenta do reino, cardamomo, macis, pimenta caiena, gengibre, erva-doce, nos moscada, pimenta-da-jamaica, carnela, cravo, curcuma, lavanda e botão de rosa seco. Se você não achar para comprar pronta, use esses ingredientes e faça a sua própria mistura.

Essa sopa ficou deveras interessante. Quando o Uriel provou a primeira colherada disse—parece comida indiana. A água de rosas não fica dominante, mas se você acha que esse ingrediente é algo muito perfumoso para fazer parte de uma sopa salgada, simplesmente omita.

250 gr de cenoura descascadas e cortadas em cubinhos
3 colheres de sopa de azeite de oliva
3/4 colheres de sopa de Ras El Hanout
1/2 colher de chá de canela em pó
Sal a gosto
250 gr grão de bico cozido
1 cebola média cortada em fatias finas
15 gr de gengibre fresco picado
600 ml de caldo de legumes
300 gr de agrião
2 colheres de chá de açúcar
1 colher de chá de água de rosas
Iogurte grego para servir

Aqueça o forno a 400ºF/ 200ºC. Misture a cenoura com uma colher de sopa de azeite, o Ras el Hanout, canela e um pouco de sal e coloque numa assadeira forrada com papel vegetal ou alumínio. Coloque no forno e asse por 15 minutos, em seguida adicione metade do grão de bico, misture bem e deixe assar e por mais 10 minutos, até que a cenoura esteja macia, mas com um pouco de crocância.

Enquanto isso, em uma panela grande em fogo médio, refogue a cebola e o gengibre no azeite restante por cerca de 10 minutos, até ficar macia e dourada. Adicione o grão de bico restante, o caldo de legumes, o agrião, o açúcar eo sal, mexa e deixe ferver. Cozinhe por um minuto ou dois, até que as folhas do agrião murchem. Em seguida bata tudo [com muito cuidado!] em um processador de alimentos ou no liquidificador até ficar um creme homogêneo. Acrescente a água de rosas e mais sal se achar necessário.

Na hora de servir divida a sopa em cumbucas ou pratos fundos e coloque por cima um pouco da mistura de cenoura grão de bico. Decore com um pouquinho de iogurte grego, se quiser.

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salada de repolho & cenoura

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Era o último repolho. E felizmente era bem pequeno. Por isso virou salada. Casado com cenouras. Tudo ralado no mandoline. Mais um punhado de currants. E outro punhado de salsinha picada. Temperado com suco de limão. Azeite extra-virgem. Sal maldon. Pimenta do reino moída na hora. E umas colheradas de sour cream. Foi um farewell ao repolho. Embora sabendo que ele voltará. Porque repolho sempre volta. Eu querendo ou não.

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bolo de cenoura & nozes

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Minha mãe sempre me conta das gostosuras que ela faz para o final de semana e do grande sucesso alcançado eteceterá e tal. Vez ou outra eu preciso pedir a receita. Foi o caso desse bolo que minha mãe viu num programa de tevê que divulga receitas dos agricultores do Rio Grande do Sul. Eu adorei a adição das nozes e cenouras, mas tenho que admitir que o toque de mestre é mesmo a cobertura de leite condensado.

5 ovos
2 xícaras de açúcar [*diminuí pra 1 e 1/2]
150 ml de óleo vegetal
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher de sopa de canela em pó
1 colher de sopa de fermento em pó
1 xícara de cenoura crua ralada
1 xícara de nozes picadas
300 ml de leite condensado
suco de 3 limões

Pré-aqueça o forno em 356ºF/ 180ºC. Unte uma forma média no formato da sua preferência com óleo ou manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Reserve. Na batedeira coloque os ovos, o açúcar, o óleo, a farinha de trigo, a canela em pó e o fermento e bata bem até obter uma massa bem lisa. Acrescente a cenoura crua e ralada, as nozes picadas e misture bem com uma espátula. Coloque a massa na forma untada e leve ao forno. Asse até o centro do bolo estar firme por fora e cozido por dentro, uns 30/40 minutos. Remova do forno e deixe esfriar completamente. Vire o bolo numa travessa. Misture bem o leite condensado com o suco de limão e espalhe sobre o bolo. Fatie e sirva.

sopa de cenoura
[com harissa & coentro]

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Quando fui preparar aquela salada de cenoura com harissa e limão, me distraí e cozinhei as cenouras um pouco além do requisitado e acabei com uma boa porção delas super molinhas esperando uma ideia criativa se manifestar para eu poder usá-las. A solução não foi essencialmente brilhante nem absolutamente inédita, pois eu já tinha feito esse truque de transformar salada em sopa e vice-versa outras vezes. O desfecho resultou numa sopa feita exatamente com os mesmos ingredientes da salada—menos o limão em conserva, que tinha acabado. As cenouras foram reaproveitadas e consumidas no formato de uma sopa muito gostosa e auspiciosa.
Bater no liquidificador mais ou menos 2 xícaras de cenouras cozidas, juntar caldo de legumes ou a água do cozimento das cenouras [que foi o que eu fiz], um punhado de coentro fresco, uma colher de chá de pasta de harissa [um pouco mais, que quiser mais picância], azeite e sal a gosto. Bater tudo até formar um purê, colocar numa panela e levar ao fogo. Cozinhar por uns minutinhos e servir.

salada de cenoura [com harissa & limão]

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O pessoal da cesta orgânica avisou que as cenouras já se retiraram de cena nesta temporada. Recebi as últimas há duas semanas e quis me despedir delas com um prato interessante. Escolhi essa salada marroquina com limões preservados no sal e harissa, a pasta de pimenta tradicional do norte da Africa. Você pode deixar a salada um pouco mais ou um pouco menos apimentada, aumentando ou diminuindo a quantidade de harissa.

faz de 8 a 10 porções
10 cenouras
2 colheres de sopa de harissa
4 colheres de sopa de preserved lemon [mais ou menos 1 limão]
5 dentes de alho picados [*omiti]
1/4 xícara de azeite extra-virgem
2 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
1/4 de maço de coentro fresco
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto

Corte as cenouras em rodelas. Numa panela ferva 4 xícaras de água com sal. Jogue as cenouras e cozinhe por uns 10 minutos ou até as cenouras ficarem macias, mas ainda firmes. Coe e deixe esfriar. Misture as cenouras com os ingredientes restantes e leve a geladeira, deixando macerar de um dia para o outro. Sirva em temperatura ambiente.

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risoto de cenoura [assada]

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No momento temos três geladeiras—uma novinha na cozinha que já veio com a casa, outra novinha que trouxemos da guest house da casa de Davis e colocamos no basement da casa nova, e a nossa antigona que veio cheia de coisas e está agora na garagem esperando para ser vendida ou doada. Não faz sentido uma casa com duas pessoas ter três geladeiras. Mas quando a geladeira velha aportou e eu comecei a esvaziá-la, me toquei que estava com um estoque ridiculamente absurdo de cenouras guardado em duas gavetas. Cenouras orgânicas que foram chegando semanalmente na cesta e que eu não consegui gastar no mesmo ritmo.

O que fazer? O que fazer?

Com a casa toda desarrumada, cozinha abarrotada de caixas e com muito trabalho de organização pela frente, a melhor alternativa que encontrei foi cortar todas as cenouras, temperar com azeite e sal e assar. Então assei vários sacos de cenoura e depois guardei em potes de vidro com tampa na geladeira e fui usando aos pouquinhos. Coloquei na salada, misturei com lentilha cozida, bati uma porção no liquidificador e fiz sopa e usei numa receita de risoto.

A receita de risoto é sempre a mesma—1 xícara de arroz, 1 xícara de vinho branco, 3 ou 4 xícaras de caldo de legumes. Refogue um pouquinho de cebola picada num fiozinho de azeite, junte o arroz arbório, depois mais ou menos 3/4 xícara de cenouras assadas picadinhas, depois o vinho, depois o caldo, uma xícara de cada vez, e no final coloque um pedaço de queijo de cabra e tempere com sal. Pra servir bem quente e imediatamente. Mas não me incomodo de requentar [e comer] as sobras no dia seguinte.

peixe com erva-doce, cenoura e tomilho

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Decidi começar pelas revistas. Acho que precisei começar pelas revistas, porque a imensa quantidade delas já estava me preocupando. Estava ficando sem espaço e um procedimento proativo se fazia extremamente necessário.

Comecei catando as edições da Real Simple, que é uma revista que eu assino desde 2000 e tenho desde a número uno. O destino final dessas já estava decidido—o container de lixo reciclável. Também já tinha decidido encerrar minha carreira de leitora dessa revista, que começou a ficar chata há muito tempo, se repetindo e me causando um imenso tédio. Mas quando comecei a colocar os onze anos de Real Simple numa pilha, me assustei. Imagine uma coluna de revistas empilhadas chegando quase na minha altura física. Pois é.

Tomar a decisão de me livrar de praticamente todas as minhas revistas foi a parte mais fácil. O resto foi um bocado tormentoso. Separar tudo, juntar tudo, poderar mais um pouco, folhear algumas, descer zilhões de vezes os vinte degraus de escada carregando todo o peso. Fiz isso por alguns dias.

Nesse meio tempo, separando, decidindo, reciclando, acabei salvando algumas coisas. Fiz ainda no inicio, quando estava com paciência. Rasguei páginas e para o meu próprio espanto iniciei mais uma pequena pilha, desta vez com as folhas com receitas que rasguei das revistas que foram para o lixo.

Felizmente a história de rasgar páginas não vingou e foi praticamente indolor jogar fora as 8624554 edições da Bon Appetit, Food & Wine, Cooking Light, Country Living, Everyday Food, Sunset, Saveur, entre outras revistas importadas, compradas em viagens, ou outras já defuntas como a Cottage Living, Organic Living ou a Domino, que eu guardei por anos e anos sei lá por que raios de motivo. Ficaram somente a coleção da aposentada Gourmet e as Martha Stewart Living, das quais ainda não consegui desapegar.

Essa limpeza não envolveu somente as revistas já acumuladas, mas também delineou um plano para o futuro das que ainda vão chegar. Primeiro que vou deixar expirar a assinatura de parte das revistas que recebo. E as que vou continuar assinando serão lidas, páginas com receitas interessantes arrancadas e o resto vai pro lixo da reciclagem num período que não vai poder ultrapassar um mês. E as receitas que eu não fizer em algumas semanas também serão defenestradas. Estou no momento perfeito para tomar esse tipo de decisão, porque estou mudando de casa e de cidade e não quero carregar absolutamente nenhum peso inútil comigo. Vida nova!

Uma das receitas que guardei no entusiasmo rapidamente esmorecido do inicio dessa empreitada, estava num daqueles encartes de cozinha que vem na Revista Claúdia. Lá tinha muita coisa bem interessante, mas aproveitei que compro peixe no sábado e preparei esse rango bem simples e saboroso. O peixe usado na receita brasileira era o robalo, mas eu usei o nosso delicioso halibut e deu certissimo. Essa é daquelas receitas bem rápidas, enquanto o peixe assa você cozinha uma porção de quinoa e faz uma salada.

faz 8 porções
1 xícara de azeite
1 bulbo grande de erva-doce cortado em fatias finas
8 filés de badejo [120 gr cada—usei halibut]
Sal e pimenta do reino moída a gosto
1/2 xícara de água
2 cenouras médias cortadas em tiras finas
16 ramos de tomilho fresco
2 dentes de alho descascados

Forre uma assadeira grande com papel alumínio deixando sobra suficiente para cobrir toda a superfície. Pincele o interior com um pouco de azeite. Disponha a erva-doce e coloque os pedaços de peixe por cima. Polvilhe com sal e pimenta. Distribua a cenoura e os ramos de tomilho sobre o peixe. No liquidificador ou processador, bata o azeite restante com o alho e tempere com sal e pimenta. Regue os pedaços de peixe com esse azeite. Cubra com a sobra de papel alumínio e leve ao forno aquecido em 355ºF/ 180ºC por 25 minutos. Retire da assadeira com uma espátula e transfira para uma travessa. Sirva imediatamente.