salada de batata e ovo

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Foi a minha amiga carioca-norueguesa Eli quem colocou a batata sob uma nova perspectiva, quando me contou anos atrás sobre a importância, as mil e uma variedades e maneiras de prepará-las. As batatas que eu recebo na cesta orgânica são como as batatas dos noruegueses—não se pode desperdiçar um naco, uma casca, nada! São preciosas, deliciosas e chegam em diferentes variedades e cores. Eu sempre cozinho com casca, às vezes preparo também com casca, que são bem lavadas e, se precisar, levemente escovadas. Nessas batatas não é necessário usar muitos ingredientes ou temperos, pois elas já são saborosas o suficiente. Para essa salada foi só cozinhar as batatinhas em água, depois remover a casca que sai facilmente, picar e juntar uns ovos cozidos, depois um punhado de chives, essas colhidas no meu quintal. Temperei com um vinagrete feito com vinagre de champagne e laranja, azeite, sal marinho, pimenta do reino moída e mostarda amarela preparada. Bati tudo muito bem com um batedor de arame, derramei e envolvi nas batatas.

salada de lentilha verde com cenoura e batata-doce

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Recomeçamos nossos picnics das quartas-feiras no Farmers Market. Até o final do verão teremos o parque disponível, com música ao vivo e toda a animação que essa atividade traz. Eu adoro fazer picnics. Tenho uma variedade de equipamento, com cestas bacanas, toalhas e mil e um utensílios. Gosto de planejar e por em prática um mini-menu, que geralmente envolve uma salada, um pão, vinho e água. Para esse picnic inaugural, levei uma salada de lentilha verde de Puy com cenoura e batata-doce—yam, a batata-doce cor de laranja. Cozinhei a lentilha no dia anterior, escorri e reservei. Uma hora antes do picnic cozinhei as cenouras e as batata-doces cortadas em cubinhos no vapor. Deixei esfriar e misturei à lentilha. Temperei com orégano fresco picado, que está abundante na minha horta, vinagre de figo, que trouxe de Portugal, flor de sal com oréganos, que ganhei da Carlota, e bastante, bastante azeite extra-virgem. Levei um vinho branco da Rosenblum que não gostei muito. É o primeiro vinho dessa vinícola que me desagrada. Mas isso não interferiu na minha animação, nem na do pessoal, que comeu, bebeu e conversou muito. Ficamos na grama do parque até às 9 da noite e voltamos para casa no escuro.

peixe pochê & batatas cozidas

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Aos sábados eu geralmente compro peixe no Farmers Market. O vendedor é o próprio pescador, que pega os peixes na região de Bodega Bay. Ele não tem muita variedade, mas os peixes são sempre fresquíssimos. Decidi comprar o bacalhau fresco e fazer de uma maneira semelhante a que o Scalabis fez o dele. Transformei um pouco a receita, já que o bacalhau inspirador era cozido totalmente no azeite. Resolvi fazer pochê.

Numa panela coloquei água, vinho branco, sal, pimenta do reino, alho picado, salsinha picada e bastante azeite. Coloquei também umas fatias de limão meyer. Mergulhei o peixe na água e coloquei em fogo brando até o peixe totalmente cozido. Pode-se reduzir a água em que se cozinhou o peixe e fazer um molho. Eu não fiz. Servi o peixe pochê com as new potatos cozidas somente na água, sem sal sem nada. As new potatoes são maravilhosas. Elas têm a casca super fininha, que são completamente comestíveis, não precisa remover. O único porém é que as new potatoes precisam ser armazenadas na geladeira e consumidas rapidamente. Servi as batatas e o peixe com creme fraiche e uma manteiga temperada com raminhos de erva-doce picados.

brandade de bacalhau & batata

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Para um jantar com amigos, quis preparar uma receita de bacalhau diferente da que eu sempre faço. Onde mais se poderia achar receitas fantásticas, senão no fabuloso blog da Elvira? Foi lá que eu peguei essa versão portuguesa de uma receita francesa, que realmente arrasou Paris em chamas. Ficou deliciosa, apesar de eu ter esquecido—êta cabeção—de colocar sal. Salpicamos com flor de sal portuguesa e devoramos acompanhado de arroz branco e salada de folhas, mais vinho verde, é claro! Nas fotos, as batatas e o bacalhau cozinhando e a descabelada metida a cozinheira nos momentos finais da preparação.

A receita como está na Elvira:
brandade de bacalhau
400 g de bacalhau demolhado
2 folhas de louro
600 g de batatas
1 raminho de salsa
2 dentes de alho
sumo de 1/2 limão
10 cl de natas * creme de leite fresco
1/2 copo de azeite
sal & pimenta
manteiga q.b.

Colocar as postas de bacalhau num tacho com as folhas de louro. Cobrir com água fria (sem sal). Cozer em água a fervilhar por 10 minutos. Deixar o bacalhau arrefecer na água de cozedura. Descascar e lavar as batatas. Cozer em água a ferver por 20 minutos. Escorrer o bacalhau, reservando metade da água de cozedura. Remover cuidadosamente as peles e as espinhas. Desfiar o peixe e reservar. Escorrer as batatas e desfazê-las em puré com o auxílo de um garfo. Reservar. Pré-aquecer o forno a 200ºC/ 400ºF.

Picar finamente a salsa com os dentes de alho. Colocar o bacalhau desfiado numa frigideira anti-aderente. Juntar a salsa e o alho. Regar com o sumo de limão. Aquecer em lume brando, adicionando o azeite em fio e mexendo com uma colher de pau. Cozinhar por 4-5 minutos, sem parar de mexer. Adicionar o puré de batata e as natas. Misturar muito bem para ligar os ingredientes. Se for necessário, acrescentar um bocadinho da água de cozedura do bacalhau. Rectificar os temperos.

Transferir o preparado para uma assadeira ligeiramente untada com azeite. Alisar a superfície com o auxílio de um grafo e espalhar pedacinhos de manteiga. Levar a gratinar no forno por 10 minutos, ou até a brandade se apresentar levemente dourada. Servir de seguida, com salada mista.

salada de batata e salmão

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O calor chegou. Já teremos temperaturas em torno dos 40ºC no meio da semana. Entrei no mood verão e só de cozinhar umas batatas no fogão ja me deu um suadouro e achei que esquentou a cozinha. Vou ter que começar a planejar os cozimentos ultra-rápidos e agilizar o uso da churrasqueira no quintal. Mas quis cozinhar as batatas que chegaram na cesta orgânica, pois elas são divinas e achei que combinariam numa salada com as sobras de salmão do domingo. Busquei na geladeira por ingredientes que valorizassem essa mistura básica. Ralei fininho meia cebola branca e deixei de molho na água e vinagre. Cortei dois pepinos japoneses pequenos em cubinhos e um bulbo bem pequeno de erva-doce em fatias finas. Misturei as batatas cozidas, o salmão em pedaços, a cebola escorrida, o pepino, a erva-doce, joguei umas folhas frescas de manjericão e um punhado de azeitonas verdes cortadas em rodelas. Temperei com um molho de mostarda e dill—maionese, creme fraiche [iogurte ou sour cream], suco de limão, vinagre de maçã, mostarda escura, sal, pimenta, dill seco.

O menu sazonal

Muita gente deve achar um tédio comer apenas os produtos de temporada. Eu não acho. Muito pelo contrário, pois descobri que comendo verduras, legumes e frutas da temporada você ganha em sabor. Não tem como comparar uma fruta ou um legume colhido naquela manhã, ou naquela semana, ali numa fazenda na sua região, trazida madurinha e fresquinha pra feira, sem precisar percorrer zilhometros de trem, avião, caminhão, tudo sob refrigeração. Um tomate de época—delicioso! Um tomate fora de época, colhido verde num outro lugar do mundo e refrigerado para aguentar o longo caminho até as gôndolas do supermercado—gosto de nada!

Sabemos que as fruitas frescas são uma tradição do nosso Natal brasileiro e que nessa época sempre achamos cerejas vindas do Chile para completar o nosso lindo arranjo natalino. Eu demorei pra me acostumar a um Natal sem pêssegos, abacaxis, nectarinas, cerejas, mangas—o que mais? Meu primeiro Natal no Canadá foi traumatico. Mas acostuma-se, adapta-se, tudo tem seu lado bom. No primeiro Natal do meu irmão aqui nos EUA, fomos a Los Angeles para festejar com ele e sua família. No arranjo da mesa da ceia havia uma linda bandeja com frutas—uma delas, cerejas. Estamos na Califórnia, alright, mas isso ñao quer dizer que vamos encontrar cerejas fresquinhas year-round. No verão as cerejas são abundantes, carnudas, suculentas, dulcíssimas! No inverno, elas vem também lá do Chile, como as das mesas brasileiras, só que aqui elas chegam com gosto de NADA, além de custarem uma fortuna. As cerejas do Natal na casa do meu irmão foram uma decepção….

Fiz a mesma burrice quando uma vez fui atacada por um sentimento de nostalgia e comprei damascos, vindos de sei lá onde, em pleno inverno. Nossa senhora, não tinha nem comparação com o sabor dos nossos damascos californianos, as frutinhas douradas que iluminam o nosso verão!

Então hoje me abstenho de consumir produtos fora de estação—fico com o que vem na minha cesta orgânica—que é totalmente sazonal, e o que vejo pelo Farmers Market. Eu aproveito a frescura e o sabor dos alimentos e ainda contribuo para uma agricultura local sustentável, apoiando e consumindo dos produtores da minha região. Portanto, se quer meu conselho, não invente moda e não insista em querer fazer aquela receita de torta de tomate nesta época do ano, pois agora a Inês já é morta!. Tomates bons, só no próximo verão!

Aproveitando dois produtos de outono – butternut squash e sweet potato [abóbora e batata-doce], fiz uma sopa improvisada que ficou surpreendentemente deliciosa.

Sopa cremosa de abóbora e batata-doce
Cortei meia abóbora em cubinhos. Usei três batatas-doces pequenas, que já estava cozidas, mas podem ser usadas cruas também, cortadas em cubinhos. Refoguei no azeite meia cebola picadinha e um dente de alho. Acrescentei a abóbora e a batata. Refoguei mais uns minutos. Joguei um litro de caldo de galinha e uma xícara de vinho branco. Sal e pimenta moída a gosto. Deixei cozinhar por uma meia hora. Triturei tudo com o processador manual – pode ser no liquidificador também. Acrescentei meia xícara de crème fraîche—pode substituir por creme de leite—bati bem com o batedor manual. Desliguei o fogo e antes de servir acrescentei bastante salsinha fresca picada e láminas de amêndoas torradas.