na Sônia Novaes

 

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Chegamos na Sônia Novaes depois de ziguizaguearmos por Barão Geraldo por um tempão. Eu e minha irmã pedimos tanta ajuda para as pessoas nas ruas que a minha nora, boiando no banco de trás do carro, acabou perguntando – what’s Centro Médico? – que era a nossa referência. Chegamos lá super atrasadas, mas a Sônia já estava nos esperando na frente da casa, uma simpatia, um charme! Fomos recebidas com toda a delicadeza. Quando eu entrei na sala e vi aquela maravilhosa mesa posta com um bolo de MARACUJÁ e biscoitinhos mineiros, fiquei emocionada! Estávamos com pressa, vindas do almoço de aniversário da minha mãe e com outro compromisso de jantar de família, então não pudemos ficar muito tempo lá na Sônia. Mas fomos tão bem recebidas, adoramos as coisas lindas que ela vende e já fizemos nosso Christmas shopping. Um lindo bolo sanduíche de cenoura com atum enfeitou a mesa, e comemos tudo com gosto e bebemos um chá de frutas, que eu não pude acreditar o quanto que ele era delicioso. Minha nora que é super sincera – quando não gosta fala que não gostou, devorou tudo e ainda elogiou o bolo de maracujá, comeu um monte de biscoitinhos e rapou o prato no bolo de atum. Ganhamos regalos e ouvimos muitas histórias legais. Minha irmã bebeu o café moído e passado na hora e servido na canequinha de ágata e disse que vai virar freguesa da Sônia – e como eu bem conheço a minha mãe, acho que ela também vai! Hm, que inveja, pois eu só vou poder visitá-la novamente na minha próxima viagem ao Brasil, que vai acontecer sei-lá-quando.

* Sônia, você está intimada: queremos TODAS as receitas!!

seis graus

A rainha Faby me conta que um dos melhores amigos do marido dela – um amigo de adolescência, ligou para parabenizá-la pela reportagem no Estadão. Na onda, ele revela uma informação extra: a prima dele também estava na reportagem. Quem é o amigo do marido da Faby? Meu primo Paulo, filho da tia Maria José, que deu a receita do Chucrute com Salsicha para a minha mãe.

A querida Cris está me ajudando a encontrar um lugar legal em Campinas para fazermos um encontrinho dos blogs de culinária quando eu estiver por lá. Ela me escreve pra sugerir um restaurante bem bacana – o Terraço Rosário no shopping Galleria, bem localizado e de fácil acesso para todos. Trocamos algumas informações particulares e rapidamente desdobram-se revelações incríveis: a Cris trabalha na IBM com o meu cunhado Beto, irmão do Uriel.

Estamos todos de uma maneira ou de outra interligados – não tenham e menor dúvida disso!!

the best cupcake, and a wonderful party!

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A receita do delicioso Earl Grey & Murcott Cupcakes do Garret.

Nem preciso dizer que fiquei desde ontem em função do potluck dos food bloggers de Sacramento organizado pelo Garrett. Corri para o supermercado atrás do bacalhau. Só achei uma caixinha de meio quilo, o que agora eu acho que até teria dado para todo mundo ter um taste da receita de Bacalhoada a Gomes de Sá. Mas a exagerilda não ficou convencida que daria e comprou então uma tonelada de salmão selvagem, e decidiu preparar a tal Moqueca da Paula que sempre agrada gringos e troianos. Comprado o salmão, nem preciso dizer que sonhei com panelas e que acordei cedo e passei a manhã voando com a capa da wonder woman, fazendo mil coisas como uma enlouquecida. Fui até ao Farmers Market no último minuto, porque na minha opinião de excessivilda acho que nunca tenho ingredientes suficientes, fico sempre encucada que não vai dar para todos, essas coisas de gente obcecada. Fiz um panelão de moqueca e outro de arroz, ainda levei limões, vinho e um liquidificador pro Garrett, pois ele disse que não tinha um. Uns minutos antes de sair de casa me deu um pequeno pânico, pois na verdade eu não conhecia ninguém, só o Garrett e o Brendon, mas também só conhecia de ler os blogs. Daí fico com aquela paura nerviosa de não conseguir me enturmar, de só falar besteira, de ficar purfa dos assuntos, das pessoas não irem com a minha cara, de me sentir um peixão fora d’água, de tropeçar bem na entrada e derrubar o panelão de moqueca no carpete, ou de salgar muito, ou de esquecer de por sal, ou de ninguém comer minha comida, ou de alguém achar um cabelão boiando no molho, ou da moqueca dar caganeira nos convivas, tudo isso, ou nada, deu pra dar uma abalada geral e até passar pela cabeça – por um segundo – de me fingir de morta e não ir. Mas fui, porque disse que iria e porque queria muito conhecer o Garrett, que eu acho um cara super legal e divertido.
Cheguei lá carregando os panelões, tentando não suar, nem descabelar, e fui tão bem recebida, conversei com quase todo mundo, falei pelos cotovelos, fiz mil perguntas, falei altão na frente de todo mundo – coisa raríssima de alguém me ver fazer calmamente, sem quase desmaiar de nervoso – falei do Chucrute com Salsicha, dei os ingredientes da moqueca, que todo mundo comeu e gostou. Eu também comi muito, e bebi um tantinho além do que devia, fui fotografada rindo com todos os meus dentões à mostra – forçada pela Elise, que é uma simpatia, muito diferente da figura séria que eu achava que ela era. Mike Dunne, o crítico de vinhos do jornal de Sacramento também estava no nosso potluck, e eu adorei a esposa dele com quem conversei muito, e a salada de agrião com pêra que eles levaram, que apesar deles avisarem que tinha alho, eu comi. Ouvi algumas histórias legais, como a da Madeline que escreve sobre a Rachel Ray, da Jennifer e seu Sacotomato e da fethiye e seu Yogurt Land. Acho que eu não peguei o nome de todo mundo, minhas fotos ficaram uma droga porque eu bebi e a bateria acabou antes da comilança começar – isso sempre acontece comigo! Acho que vamos ter um encontro desses duas vezes por ano, no outono e na primavera. Eu adorei participar desse, mesmo sendo o único blog numa lingua estrangeira, que quase ninguém lê, embora alguns desejem ler. Eu me desculpei e expliquei que sou lazy, sou teimosa, e só consigo chucrutar em português, I just can’t help it!

seis

Outro convite, feito desta vez pela Elvira, que quer saber seis regras de etiqueta que eu sigo. Estou bem combinada com a lista dela:

  1. comer em família ou com amigos sempre à mesa, sem televisão ligada por perto, no máximo uma música ao fundo, nada muito alto, para não interferir na conversa.
  2. as panelas ficam no fogão. à mesa vão somente as travessas.
  3. fico bem irritada quando marco um jantar e as pessoas chegam atrasadas. pontualidade pra mim é sinônimo de boa educação.
  4. quando num jantar ou festa alguém traz um vinho ou outra bebida, eu abro e sirvo. acho deselegante guardar o regalo e servir outra coisa, especialmente se esta for de qualidade inferior. a não ser que o presente seja um vinho Sanguê De Bóa comprado por $1,99 na mercearia, caso que já aconteceu comigo. daí eu guardo pra temperar carne no dia-a-dia.
  5. sou uma libriana com vênus em virgem, então sou bem exigente com a arrumação da mesa, que deve estar sempre harmoniosa. cores harmoniosas, formas harmoniosas, equilíbrio.
  6. detesto ver garrafa de refrigerante, caixa ou galão de suco em cima da mesa. refrigerante tem que ficar na geladeira, e o suco, assim como a água, vai na jarra. só garrafas de vinho têm permissão para ficarem na mesa.

Moqueca de Salmão da Paula

A Paula foi minha amiga nos anos que moramos no Canadá. O marido dela, professor da UNB, fazia um PhD em Engenharia Civil e o meu fazia o dele na área de Engenharia Agrícola. A Paula era uma baiana, migrada pro Ceará e exilada em Brasília. Ela cozinhava muito bem, e daquele jeito farto, muitos pratos na mesa, muita comida, tudo com ingredientes frescos, tudo feito do zero, nada de coisas semi-prontas, microondas, pózinhos que viram suco. Ela comprava uma cestona de laranjas numa terra onde as laranjas vindas do estado de Washington eram vendidas por unidade. A Paula fazia suco de laranja espremido fresquinho em pleno inverno de Saskatchewan, o que deixava os canadenses totalmente pasmos. Ela tinha um freezer desses horizontais, onde ela armazenava pão de queijo, que ela fazia pra servir bem quentinho a qualquer hora que chegasse uma visita. Com ela eu aprendi a fazer uma moqueca adaptada ao hemisfério norte, e que se tornou um coringa nos meus jantares para impressionar a gringaiada. Na terra do salmão, a Paula fazia essa moqueca, que ficava simplesmente deliciosa.

Moqueca de Salmão da Paula
Cortar um salmão em postas.
Lavar e temperar com:
1 cabeça de alho
4 colheres de sopa de suco de limão
1 1/2 colher de sobremesa de sal grosso
Bater tudo no liquidificador e então misturar:
2 colheres de sopa de páprica doce
1 1/2 colher de sopa de cominho em pó
1 colher de sopa de pimenta do reino

Passar esse tempero nas postas de salmão e deixar macerando por no mínimo duas horas, melhor ainda se for de um dia para o outro, dentro da geladeira.
Numa panela grande fritar bastante alho no azeite. Apagar o fogo e acrescentar bastante cebola cortada em rodelas, tomate em fatias e pimentão. Vai colocando em camadas. Colocar as postas de peixe temperadas por cima. Colocar outra camada de cebola, tomate e pimentão. Regar com bastante azeite. Salpicar com cebolinha e bastante coentro fresco picado. Jogar uma lata de leite de coco e colocar novamente no fogo. Cozinhar por mais ou menos uma hora. Servir com arroz branco.

* pode colocar batatas por cima de tudo.
** pode acrescentar azeite de dendê – para quem está acostumado.
*** pode fazer no forno, numa forma com tampa, que possa ir ao fogo para fritar o alho.

food bloggers in Davis, CA

Eu leio muitos food blogs em inglês. Alguns estão bem próximos de onde eu vivo, como os de San Francisco. Mas não sabia de nenhum aqui na minha cidadezinha, uma pequeno university town de 60 mil habitantes. Mas a Ines me passou o endereço do Something in season, o food blog do Brendon que, como eu, também vive em Davis, Califórnia e escreve sobre comida. É muito legal poder ler alguém escrevendo sobre as coisas e lugares que eu conheço e frequento. Como o Farmers Market ou o Mishka’s Cafe, um dos inúmeros “free wi-fi hotspots” da cidade, que vive cheio de estudantes plugados nos seus laptops, geralmente tentando estudar. Eu não sou uma bebedora de café, mas vou bastante ao Mishka’s para um chá – que eles têm das melhores variedades de folhas soltas – ou para uma italian soda.