ruibarbo com zabaione

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Essa sobremesa aparentemente super modesta, acabou dando um certo trabalho. Na edição de abril da revista Martha Stewart Living a receita me saltou aos olhos exatamente pela simplicidade e pelo diferencial nos ingredientes. Ruibarbo, ovos e licor. Fui atrás do detalhe evidenciado como o segredo da receita—o licor de elderflowers. O imbróglio é que parece que só existe uma marca desse licor, o St-Germain. Fui investigar com o moço da seção das bebidas no supermercado, argumentando que eu precisava somente de três colheres de sopa e ele me falou se desculpando que infelizmente não existia nenhum outro licor similar, nem numa embalagem menor, nem num preço mais barato.

A sobremesa seria o encerramento do almoço de Páscoa, então quis adiantar tudo no sábado à tarde, preparando o ruibarbo com antecedência. Descasquei, piquei, fiz a calda e [CHICOTADAS] resolvi que não faria o banho de gelo por pura preguiça. Entrei pelo cano quando vi o ruibarbo se desfazendo dentro da panela [MAIS CHICOTADAS]. Como não sou mulher de desistir tão fácil, voltei no supermercado depois do jantar e comprei mais ruibarbo.

No dia seguinte pela manhã comecei tudo do zero e desta vez OBEDECI às ordens da Martha. E deu tudo certo. O licor é realmente importante. O sabor suave e floral das eldeflowers dá um toque especial ao zabaione e combina incrívelmente bem com os ruibarbos cozidos. O zabaione não pode esperar muito pra ser servido. O ideal seria preparar na hora e servir imediatamente. Os ruibarbos devem ficar inteiros e não muito moles. O resultado agradou à todos. Essa sobremesa fica bem delicada e primaveril.

serve 4 porções
3 xícaras de água
2 xícaras mais 2 colheres de sopa de açúcar
1/2 fava de baunilha
[cortada ao meio, sementes removidas com a ponta da faca]
Um tira de casca de limão [sem a parte branca]
800 gr de ruibarbo, descascado e cortado em pedaços
4 gemas de ovos grandes
3 colheres de sopa de licor de elderflower—St-Germain
[ou outro licor floral se não achar o de elderflower]

Prepare um banho de gelo—uma vasilha encaixada sobre uma outra vasilha maior com metade gelo/metade água.

Numa panela, coloque a água, as 2 xícaras de açúcar, a fava e sementes de baunilha e a casca de limão. Leve ao fogo e cozinhe em fogo médio por 10 minutos. Adicione o ruibarbo e cozinhe por 3 minutos. Transfira o ruibarbo para a vasilha em cima da água com gelo. Deixe esfriar completamente.

Num double boiler—uma panela com água quente [em fogo baixo sem deixar ferver] com uma vasilha em cima, coloque as gemas, as 2 colheres de sopa de açúcar e o licor. Vai batendo com a batedeira manual em velocidade baixa até formar um creme denso, mais ou menos uns 6 ou 8 minutos. O creme vai triplicar em volume. Sirva o zabaione mais rápido possível, sobre os ruibarbos.

»com a primeira leva de ruibarbo cozido que se defez, apurei no dia seguinte e transformei o fracasso numa geléia.

arroz com camarão & ervilha

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Eu cansei da revista Everyday Food. Deixei minha assinatura expirar, mas esqueci que tinha optado pela renovação automática no website, então a coisa continua chegando. Na próxima renovação isso não acontecerá. Tenho uma caixa enorme com anos e anos de exemplares, que ainda não sei se vou doar ou reciclar. Por essa e por outras que não comprei nenhuma versão dessa revista para o iPad. Comprei todas as Martha Stewart Living, apesar de ser assinante, porque essa vale a pena ter em formato eletrônico [se você tem um iPad não pisque e compre todas as Martha Stewart Living, que estão superbacanas]. Mas da Everyday Food peguei somente o único exemplar grátis, que achei bem mais ou menos. Exatamente a mesma opinião que tenho hoje da revista impressa. Mas admito que eles fizeram na EF uma coisa bem legal e prática, que ainda não foi implantada na MSL—você pode enviar as receitas direto da revista no iPad pro seu e-mail. Gostei desse arrozinho com camarão, cliquei no iconezinho e enviei pra mim mesma. Assim fica mais fácil organizar o que quero fazer, pois tenho uma conta de e-mail só para enviar receitas. Fiz o arroz na mesma semana. O camarão sugerido pela EF é o grande, mas eu tinha esse bem pequeninho e foi ele mesmo que usei. Meu camarãozinho é selvagem e pescado de maneira sustentável no Canadá, portanto altamente consumível sem culpas ou comprometimentos ambientais.

spiced shrimp with ginger rice and peas
4 colheres de chá de óleo vegetal
2 cebolinhas picadas, parte branca e verde
1 colher de sopa de gengibre fresco picadinho
1 xícara de arroz
[usei o basmati que é o meu arroz do dia-a-dia]
Sal marinho e pimenta do reino moída
1 xícara de ervilhas congeladas
1/2 quilo de camarão limpo
1/2 colher de chá de cominho em pó
1/2 colher de chá de coentro em pó
Fatias de limão para servir

Numa panela média coloque 2 colheres do óleo e leve ao fogo. Adicione a parte branca da cebolinha e o gengibre e cozinhe por uns 3 minutos, mexendo sempre. Adicione o arroz lavado e 1 e 1/2 xícara de água. Tempere com sal, deixe ferver e abaixe o fogo. Deixe cozinhar até o arroz absorver toda a água e ficar macio. Remova a panela do fogo e coloque as ervilhas congeladas por cima do arroz. Tampe e reserve.

Tempere o camarão com o cominho, coentro em pó, sal e pimenta do reino. Numa outra panela aqueça as 2 colheres restantes do óleo e adicione o camarão temperado. Cozinhe rapidamente. Com um garfo, mexa bem o arroz e misture com as ervilhas, que vão estar cozidas. Junte a parte verde da cebolinha e misture bem. Sirva com os camarões e uma fatia de limão.

*como eu usei camarões pequenos, misturei tudo com o arroz.

as edamames

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Para quem ainda não conhece, essas são as edamames, também conhecidas como soja verde. Aqui elas são vendidas quase sempre congeladas e nas versões com casca ou descascadas. Eu sempre compro as descascadas, porque é só jogar o pacote num pote de água salgada fervendo e cozinhar por cinco minutos, depois comer como pipoca ou usar em receitas—em saladas, refogados, recheios, patês. Mas noutro dia distraída, fazendo compras e conversando ao mesmo tempo com meu marido que me acompanhava, peguei por engano o pacote de edamames com casca. Elas têm um visual lindo, embora sejam muito mais trabalhosas pois precisam ser descascadas. Elas também são petiscos comuns servidos nos restaurantes japoneses. Como as funky edamames do restaurante Mikuni—as sojas cozidas com casca e temperadas com pimenta, que eu simplesmente adoro.

sunomono

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O meu sunomono eu faço do jeito que mais gosto. Apenas fatio o pepino bem fininho usando um mandoline, preparo um molhinho com 1 colher de sopa de vinagre de arroz, 1 colher de sopa de mirin, 1/2 colher de chá de açúcar e 1/4 colher de chá de sal. Misturar bem e temperar o pepino. Depois é só salpicar com bastante [eu gosto de bastante] sementes de gergelim torradas. Eu já compro as sementinhas torradas no mercadinho asiático, mas pode-se torrar as sementes cruas bem rapidinho numa frigideira, no fogo. Mas cuidado, fique de olho porque elas torram numa piscada. Misture bem e sirva. Adoro essa salada adocicada de pepino.

mousse de damasco

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Esse mousse acompanhado de queijo brie dá pra ser servido como entrada ou como sobremesa, fica ao gosto do freguês. No almoço de Páscoa coloquei os pratinhos na mesa, um pra cada convidado e alguns comeram no inicio e outros no final, junto com a sobremesa.
Cozinhe uma xícara de damascos secos com um pouco de água e açúcar. Deixe esfriar e bata no processador ou liquidificador, até obter uma pasta. Numa panela, coloque 1 xícara de suco de laranja e salpique um envelope [1 colher chá] de agar-agar. Leve a fogo e deixe ferver. Remova a panela do fogo e junte 1 xícara de purê de damasco. Coloque a mistura em forminhas individuais molhadas e leve à geladeira. Quando a mousse estiver firme, desenforme num pratinho e sirva acompanhada de fatias de queijo brie.
Usei damascos secos californianos, que custavam um pouco mais caros que os damascos turcos à venda na mesma loja. Escolhi esses porque procuro sempre dar uma forcinha pros produtos locais e evito o quanto posso consumir produtos que tiveram que voar de um continente para o outro, gastando combustivel, poluindo a atmosfera, eteceterá.