picolé de matcha & chia
Faz meses que ando obcecada pelo matcha, o chá verde em pó. O seu sabor graminoso faz um par perfeito com leite e frutas em pratos açúcarados. Como ainda estamos sentindo as vibrações baforentas do verão, essa ideia de picolé caiu como uma luva. Usei o leite de amêndoa, mas ninguém impede que se use o leite de vaca ou qualquer outro leite. Já as sementes de chia são essenciais, para encorpar e dar volume à esses picolés verdes.
1 e 1/2 colheres de chá de pó matcha
3 a 4 colheres de sopa de néctar de agave
1 colher de chá de extrato de baunilha
2 xícaras de leite de amêndoa [sem açúcar]
1/4 de xícara de sementes de chia
Numa tigela misturar bem, usando um batedor de arame, o leite de amêndoa com o matcha em pó, o agave e o extrato de baunilha. Junte as sementes de chia e coloque a tigela na geladeira por pelo menos 1 hora ou até que a mistura fique mais espessa e mais gelatinosa. Misture tudo com uma colher para desfazer partes embolotadas das sementes. Divida a mistura entre os moldes. Congelar durante três horas ou durante a noite. Desenforme e aproveite
picolé de pera, limão & iogurte
Mais um picolé [yeah!]. Esses eu fiz com um tanto de peras que ganhei de uma colega de trabalho. Já contei que no meu trabalho acontecem desovas durante todo o ano, né? Por lá aparecem os melhores limões meyer, abacates, tomates, ameixas, figos. Essa minha colega tem uma conexão com alguns produtores de peras. E traz umas bem pequenas e saborosas. Eu cortei algumas delas em cubinhos e cozinhei numa panelinha com um pouco de água, suco de um limão tahiti e açúcar de coco a gosto. Eu comprei um pacote desse açúcar, feito com a seiva da flor do coqueiro, e achei bem interessante. Ele é escuro e tem um sabor mais intenso. Estou usando para fazer algumas receitas. Essa foi uma delas. Depois que cozinhei as peras, coloquei no liquidificador com um pouco de iogurte natural. Bati até formar um creme, despejei nas forminhas de picolé, congelador e Wow! Gostamos muito da combinação desses sabores.
picolé de pêssego & blueberry
Esse picolé foi uma surpresa, porque decidi fazer essa mistura de sabores só porque precisava usar as sobras de uma latona de pêssegos em calda, que usei só um pouquinho pra rechear um bolo, e um monte de blueberries que ganhei no trabalho. É muito simples—apenas bati no liquidificador os pêssegos, a calda e um pouquinho de água de flor de laranjeira. Coloquei as blueberries inteiras nas forminhas e cobri com o suco de pêssego. Bata bem as formas numa superfície para que o liquido penetre bem até o fundo das formas. Assim o picolé não vai quebrar na hora de desenformar. Levar ao congelador por no mínimo 6 horas, desenformar e SCHLÉPT!
picolé de cacau
Ainda no inverno eu comprei um sacão de cacau em pó cru e nibs de cacau pra fazer umas barrinhas de chocolate e coco que acabei nunca publicando por aqui. Depois fiz ma burrada e comprei um outro tanto de nibs de cacao, achando que o outro já tinha acabado. Agora estou colocando nibs de cacau em tudo. E pra usar um pouco mais fiz esse sorvete. Não usei receita, fiz tudo no olho, mas ficou exatamente como eu queria que ficasse—chocolatudo e cremoso, com pedacinhos crocantes de cacau. Esse picolé desapareceu do freezer numa piscada.
Fiz um mingau com uma mistura de leite e creme de leite fresco, bastante cacau cru em pó, acúcar a gosto e uma colher de maizena. Quando o mingau ficou pronto, deixei esfriar, juntei os nibs de cacau e coloquei nas forminhas. Freezer e voalá! Para guardar os picolés eu desenformo e coloco cada um num saquinho pequeno que aqui vende em qualquer lugar para colocar snacks. Eles são perfeitos para embalar e manter os picolés prontos para consumo no freezer.
picolé de framboesa & matcha
Foi difícil conseguir não pensar obsessivamente nessa sobremesa com matcha que fez imenso sucesso de público e crítica. A combinação de sabores ficou tão boa que resolvi experimentar fazer uma versão liquida, batendo iogurte natural com mel, framboesa congelada e o matcha. O próximo passo foi transformar isso num picolé. Usei framboesas congeladas, que amassei com um pouco de açúcar e um pouquinho de sementes de chia. Coloquei essa mistura no fundo das forminhas de picolé. Daí misturei iogurte natural com o matcha em pó e mel a gosto. E completei as forminhas com o iogurte. Garanto que ficou tão gostoso quanto ficou bonito.
picolé de coco & damasco
No mesmo estilo do picolé de coco e limão, esse com damasco usa o mesmo leite de coco feito em casa. Uma xícara de leite de coco, três damascos frescos, uma colher de chá de pasta de baunilha, açúcar a gosto, bater no liquidificador, colocar nas forminhas e levar ao congelador. Os picolés com leite de coco são muito bons, mas o sabor do coco é sempre dominante. Apenas para quem gosta!
picolé de coco & limão
Em homenagem ao primeiro dia de "triple-digit temperatures" aqui na roça, vou publicar essa receita de picolé. Todo ano eu escrevo a mesma coisa—de como fica quente, fica um forno, fica um bafão. Hoje seremos atingidos por 42ºC e o único conforto serão as comidas frias e geladas. Tenho feito leite de coco em casa, usando aquela técnica que aprendi não sei onde, de drenar o coco, depois chamuscar na chama do fogão e jogar no cimento pra ele se espatifar. Removo toda a polpa, bato tudo no liquidificador com água filtrada, passo por uma peneira e uso. Já até bebemos o leite, batido com frutas. Fica muito bom. Para esse picolé bati umas 3 xícaras de leite de coco feito em casa com o suco de 4 limões tahiti [o verde], néctar de agave a gosto e raspinhas da casca de um dos limões. Adoramos o resultado, refrescantemente tropical!
picolé de pera assada com mel
Ganhei várias dúzias de peras de três diferentes variedades de uma colega de trabalho. Quando elas amadureceram foi uma correria, porque eu não podia deixar nenhuma estragar. Com uma quantidade delas resolvi refazer essa receita de pera assada com mel e verjuice, só omiti o açafrão. Quando as peras ficaram prontas, resolvi que elas iriam virar picolés. Bati as peras assadas no liquidificador [removi o alecrim antes] num relacão de três partes de pera e uma parte de creme de leite fresco. Coloquei nas forminhas, depois no congelador e algumas horas depois voilá! Esse picolé ficou algo de outro mundo. Levei alguns pro meu trabalho e foi muito engraçado observar a reação de êxtase das pessoas que provaram o picolé! Sucesso de público e crítica.
picolé de morango, balsâmico
[& pimenta do reino]
Não tenha medo da pimenta do reino nessa receita pois ela só vai dar um realce, não vai arder a língua de ninguém. Esse picolé fica um arraso em todos os sentidos—a cor é linda, a textura é gostosa e o sabor é uh-lah-lah!!
faz de 6 a 8 picolés
2 xícaras de morangos orgânicos cortados em fatias
1/4 de xícara de açúcar
2 e 1/2 colheres de sopa de vinagre balsâmico de boa qualidade
Um tantinho de pimenta do reino moída na hora
Coloque os morangos e o açúcar no processador de alimentos e pulse apenas até que os morangos fiquem em pedacinhos, mas não deixe virar um purê. Transfira para uma tigela e misture o vinagre balsâmico e um pouco de pimenta do reino moída na hora. Coloque a mistura em moldes de picolé e leve ao congelador. Muitas horas depois desenforme e se lambuze [só a boca, não na roupa, por favor!!]
picolé de cereja & kefir
Hoje a máxima é de 108ºF/ 42ºC aqui na roça. Mas não foi por isso que fiz picolés. Esses, aliás, fiz faz tempo, quando ainda tinha cereja no Farmers Market. Esse não foi um bom ano pra safra de cerejas e quando o meu chefe disse que não iria comer cerejas nessa temporada porque elas não estavam boas tive um momento sad trombone. Essas foram as últimas que comprei, as lindas cerejas rainier.
Para fazer os picolés, bater no liquidificador um bocado de cerejas frescas descaroçadas, um tanto de kefir, adicione umas gotas de água de flor de laranjeira, adoce com o adoçante da sua preferência—eu usei o açúcar de limão. Coloque nas forminhas, leve para congelar, desenforme e plá.
affogato com earl grey
A ideia é genial e não é minha, mas sim da rainha de todas as boas ideias—Martha Stewart. É só substituir a dose forte de café por uma dose forte de chá earl grey [eu fiz uma xícara com dois saquinhos]. Adquirir um sorvete de baunilha da melhor qualidade e afogar algumas bolas com o chá quente. Não pode ficar enrolando, o sorvete tem que se manter um pouco inteiro enquanto é devorado.
picolés de figo com balsâmico
e banana com peanut butter
Antes de sair para nossa viagem ao Oregon, passei um dia tentando usar todos os ingredientes, i.e. zilhões de frutas e legumes, que tinha na cozinha. Para usar uns figos frescos e umas bananas fiz esses picolés, que ficaram excepcionais!
figo com balsâmico
6 figos
1 colher sopa de manteiga
1 xícara de iogurte natural
Nectar de agave [ou outro adoçante] a gosto
1 splash de vnagre balsâmico—usei um de figo & tangerina
Numa frigideira derreta a manteiga e frite os figos cortados pela metade. Deixe os figos esfriarem e coloque no liquidificador com os outros ingredientes. Forma e congelador.
banana com peanut butter
2 bananas
1 colher sopa de manteiga
1 xícara de leite de amêndoas [ou outro leite]
2 colheres de sopa de manteiga de amendoim
Numa frigideira derreta a manteiga e frite as bananas cortadas de comprido. Deixe as bananas fritas esfriarem e coloque no liquidificador junto com os outros ingredientes. Forma e congelador.
picolé de cereja fresca
& amêndoa
Essa mistura da cereja fresca com o extrato de amêndoa resulta num dos sabores mais auspiciosos que já provei nos últimos tempos. Fiz algo parecido pra acompanhar aquela ricota fresca e dali foi um pulo para tranferir a ideia para um picolé. Outstanding!
1 xícara de cerejas frescas sem caroço
1/2 xícara de half and half [ou creme de leite fresco]
1/2 colher de chá de extrato puro de amêndoa
Mel a gosto para adoçar
Bater tudo no liquidificador, colocar nas forminhas, levar ao congelador e quando firmar, remover os picolés e se esbaldar.
picolé de blackberry & rosa
As polpudas e delicadas blackberries vieram do Farmers Market de Woodland, inspiração para usá-las veio do livro do People's Pops e esses picolés ficaram o puro purê da fruta, absolutamente scrumptious! Fiz só com as berries, sem adicionar nenhum liquido. Também não passei na peneira, porque as frutinhas estavam bem maduras e as sementinhas ultra-macias. Mas se quiser, dilua e peneire as sementes.
Bati no liquidificador duas caixinhas de blackberries lavadas, adicionei mel a gosto [usei um bem forte, de jaborandi, que veio do Brasil] e uma colher de chá de água de rosas. Coloquei nas forminhas e levei ao congelador.
picolé de limão cravo
[com alecrim]
Seria um constrangimento admitir que eu sou uma fominha com limões e laranjas, especialmente com o limão cravo que me remete à minha infância. Seria um constrangimento, se eu não realmente aproveitasse bem essas frutinhas que pego nas árvores de ninguém da minha antiga vizinhança em Davis. Não me constranjo mesmo, porque uso TODOS os limões que pego, até a ÚLTIMA GOTA. Desde o inverno que a gaveta da minha geladeira na garagem estava lotada de limões cravos, que fui usando, usando, usando, até que pra fazer estes picolés acabei com os últimos. Valeu cada espremida, cada pingo—adoro esse limão.
Para fazer esses picolés encasquetei que queria algo cremoso. No último minuto resolvi acrescentar o alecrim e imagino que teria ficado melhor se eu tivesse batido as folhinhas no liquidificador com o creme. Mas essa ideia ficará para a próxima vez. Desta vez foi assim mesmo, que ficou vistoso de olhar só que na hora de chupar o sorvete os raminhos incomodam um pouquinho. Mas não é nada que impeça qualquer um de devorar esses picolés limãozudos e sofisticados, com o leve toque aromático da erva.
1 xícara de suco de limão cravo
2 xícaras de half and half [metade leite integral/metade creme leite]
Acúcar [ou mel ou nectar de agave] a gosto
Raminhos de alecrim fresco
Coloque o suco de limão cravo numa jarrinha e adoce mais pro doce ou mais pro não doce, conforme o seu gosto pessoal. Junte o half and half e bata com um batedor de arame. Coloque os raminhos de alecrim dentro das forminhas de picolé e despeje o liquido nelas. Leve ao congelador até firmar, remova e bom proveito.
semifreddo de pera & framboesa
A outra sobremesa refrescante da ceia de Natal foi esse semifreddo tirado da edição de dezembro da revista Everyday Food. É ridiculamente fácil de fazer. A receita original era sabor limão e levava lemon curd, que eu não tinha, não quis comprar e nem fazer. Resolvi ser prática e substituí o lemon curd por uma geléia de pera muito especial que eu tinha na geladeira e voilá, deu certo e ficou delicioso. A geléia tinha pedacinhos de pera então o semifreddo ficou todo salpicadinho. As bolachas deveriam ter ficado numa só camada, fazendo uma linha no centro, mas eu sou a pessoa com a mão mais tenebrosa para trabalhos delicados e minhas bolachas ficaram tortas. Mas isso só afetou o visual, não modificou nem um pouco o sabor dessa sobremesa perfeita.
3/4 de xícara de framboesas descongeladas
2 colheres de açúcar
2 xícaras de creme de leite
1 xícara de geléia de pera [ou curd de limão]
10 bolachas champagne [ladyfingers]
Forre uma forma de assar pão com duas folhas de filme plástico, deixando uma parte do plástico sobrando dos lados. No liquidificador bata as framboesas e o açúcar. Passe por uma peneira e descarte as sementes.
Em uma tigela grande bata o creme de leite em ponto de formar picos moles. Com uma espátula adicione a geléia de pera [ou o curd de limão]. Coloque 2 xícaras da mistura de creme na assadeira e alise bem com a espátula. Molhe as bolachas no puré de framboesa e coloque por cima do creme na forma, ajeitando de duas em duas em fileiras paralelas. Despeje restante purê de framboesa sobre as bolachas. Cubra com o restante da mistura de creme e alise com a espátula.
Cubra a forma com o plástico que ficou sobrando nas bordas e leve ao congelador por no mínimo 8 horas. Na hora de servir, abra o plástico de cima, e remova da forma invertendo num prato. Corte fatias com uma faca molhada e sirva.
paletas de noz pecã
Essa foi minha primeira paleta mexicana feita com receita do livro da Fany Gerson. Usei as pecãs que vieram diretamente do sul dos EUA, trazidas pelos nossos primos que vivem em Atlanta. Achei a paleta gostosa mas um pouco doce demais pro meu paladar, talvez por causa do uso do leite condensado.
3 xícaras de half and half*
[*metade leite integral, metade creme de leite fresco]
1 lata de leite condensado
2 colheres de chá de extrato puro de baunilha
1/4 colher de chá de sal
2 xícaras de nozes pecans quebradas
Misture todos os ingredientes numa vasilha e deixe macerando por uma meia hora. Bata tudo no liquidificador e passe por uma peneira. Cooque o líquido numa jarra para facilitar e despeje nas forminhas de fazer picolé. Coloque os palitos e leve ao congelador por no mínimo seis horas. Para desenformar é só molhar a base das formas em água quente e voilá.
float de gengibre
Vi essa ideia numa revista só não me lembro em qual. Prestei atenção justamente porque ainda tinha aquele xarope de gengibre que fiz para o ginger ale. Prestei atenção também porque esses floats—que na minha infância a gente chamava de vaca preta, vaca branca, vaca laranja, dependendo do sabor do refrigerante usado, sempre foram pra mim a epítome da delicia refrescante. Essas vacas foram protagonistas em muitas aventuras de verão que passei com meus irmãos e meus primos. E essa de gengibre fica absolutamente o fino da bossa. Use o xarope de gengibre, que será colocado no fundo de um copo alto. Por cima coloque uma ou duas bolas do melhor sorvete de baunilha que você puder comprar. Eu usei o da Straus Creamery. Depois é só colocar água com gás a vontade por cima, misturar com uma colher e aproveitar.
sherbet de cereja
Pra mim é sempre uma tristeza quando sou avisada que aquelas frutas são as últimas da temporada. Compro um montão e procuro algo bem legal pra fazer com elas. No caso das cerejas, este ano não tive nenhuma receita brilhante como a do ano passado para colocar em prática. Fiz apenas um sherbet, nada extremamente sofisticado, mas o resultado me deixou bem satisfeita.
3 xicaras de cerejas frescas descaroçadas
1/2 xícara de sour cream
Suco de um limão
Açúcar de maple ou outro adoçante da sua preferência a gosto
Bater tudo no liquidificador e colocar na sorveteira. Deixar rodar até formar um creme firme [uns 20/30 min]. Colocar num recipiente de vidro com tampa e levar ao congelador até a hora de servir. Por ser um sherbet com mais fruta do que leite [sour cream], esse gelado ficou bem fofo e aerado.
picolé de chocolate
[fudge bars]
Do jeito que a coisa vai por aqui, muita gente deve estar pensando que estou vivendo de comer sorvete. Mas não é verdade. Eu ando realmente sobrevivendo com sopas frias e purê de batatas, depois de ter feito um pequeno procedimento cirúrgico que me deixou com pontos em dois lugares nas gengivas e outro no céu da boca.
Esse picolé não durou muito na geladeira. O Uriel, com uma ajudinha do Gabriel, devorou quase todos com avidez. Acho até que meu marido se aproveitou do fato de eu estar impossibilitada de comer, para detonar sozinho essa delícia chocolatuda. Felizmente eu tive tempo de comer um antes do evento periodontal. Esses picolés ficaram incrivelmente sedosos e cremosos, simplesmente o fino da bossa! A receita saiu na edição de julho/agosto da revista Everyday Food . Fui um pouco mais generosa com o cacau, que era da melhor qualidade—orgânico e fair trade.
2 colheres de chá de amido de milho [maizena]
1 e 1/2 xícaras de leite integral
1 e 1/3 xícaras de creme de leite fresco
1/2 xícara de açúcar
1/2 xícara de cacau em pó [sem açúcar]
1/4 colher de chá de sal
2 colheres de chá de extrato puro de baunilha
Numa panela média misture, com o batedor de arame, o amido de milho com 2 colheres de sopa de leite até formar um liquido bem liso. Junte o restante do leite, o creme de leite fresco, o açúcar, o cacau em pó e o sal. Leve ao fogo médio, mexendo constantemente. Deixe ferver e cozinhe por 1 minuto. Transfira o creme para uma jarra e adicione o extrato de baunilha. Despeje nas forminhas de picolé e leve ao congelador por no mínimo 6 horas. Desenforme molhando o fundo das formas rapidamente em água quente.
gelado de figo & balsâmico
A estação dos figos por aqui tem duas etapas—a primeira no inicio de julho e a segunda no final de agosto. Não sei por que isso acontece, mas acho que é uma coisa boa, já que podemos aproveitar essa fruta deliciosa em dose dupla. A primeira fase já se encerrou e os últimos figos que comprei estavam ultra maduros. Tive que guardá-los na geladeira e achar um uso rápido pra eles, além de comê-los puro, com queijo, com mel ou iogurte, como normalmente fazemos. Não ando muito animada com tortas e bolos, porque meu fogão a gás é super potente e nesses dias quentes não quero transformar a cozinha numa sauna. A opção escolhida neste caso foi fazer um sorvete de figos.
6 a 8 figos bem maduros
1/3 xícara de creme de leite fresco
1 splash generoso de vinagre balsâmico
[* usei esse com frutas—tangerina e figo]
Açúcar de maple a gosto [ou outro adoçante da sua preferência]
Bata tudo no liquidificador, coloque na sorveteira, rode até o creme ficar bem firme, coloque numa vasilha de vidro com tampa e guarde no congelador até a hora de servir.
picolé de melão
[com gengibre & limão]
A temperatura está subindo aqui na roça e a coisa já tá fervendo lá nos tomatais, por isso acho que só vai ter receita de coisas geladas por aqui nos próximos dias. Esse picolé por exemplo ficou um troço refrescante de dar um alivio, sabe como? Aaaah. Tudo porque os melões já estão maduríssimos e dulcíssimos, simplesmente o fino da bossa. Temos comido a maioria puros, vezes e outra repingados com um pouco de suco de limão e polvilhados com lâminas tostadas de amêndoas. Tenho comprado melões de muitas variedades, todos da fazendinha orgânica de Woodland. Com um deles fiz esses picolés. Bati no liquidificador o melão pequeno descascado e sem sementes com uma colher de chá de gengibre ralado [usei o microplane pra ralar] e o suco de um limão. Coloquei um pouquinho de nectar de agave, mas nem precisava. Botei esse purê nas forminhas de picolé, levei ao congelador e no outro dia desenformei e aaahhh!
picolé de abacate [& limão]
Essa ideia genial de picolé não é minha. A primeira vez que vi o picolé de abacate com limão kaffir do pessoal do Fat Face fiquei encantada. Era a minha sobremesa de infância congelada no palito! Todo sábado quando eu ia ao Farmers Market de Davis comprava um. Era o meu treat favorito. Mas o fato de eu não ser dona da ideia não queria dizer que não pudesse tentar fazer a minha versão em casa. Bati no liquidificador dois abacates pequenos, suco de um limão cravo, mel e um pouquinho de água. Coloquei o líquido nas forminhas, levei ao congelador e quando solidificou, desenformei e schlep!
picolé pedaçudo de frutas
Outra leva de picolés, desta vez com fruta dentro. Já tinha tentado fazer algo parecido no ano passado, mas por alguma razão que não me lembro o empreendimento não deu certo. Era uma receita com camadas e não fiz direito, os picolés quebraram. Dessa vez simplifiquei e fiz do meu jeito. Ficou tão gostoso que me animou a me aventurar em outros desafios usando diversos ingredientes. As novidades chegarão em breve neste mesmo canal.
Blueberries e morangos frescos
Creme de leite fresco [ou half and half]
Suco de romã puro
Mel [ou outro adoçante natural]
Bater no liquidificador um punhado de morangos com o mel, suco de romã e o creme de leite. Picar uma porção de morango e encher as forminhas de picolé com esses morangos picados e as blueberries inteiras [vá alternando]. Despeje o creme de leite batido sobre as frutas nas forminhas. Bata bem as formas em cima de um pano de prato para o liquido penetrar completamente em todos os espaços, para não deixar nenhum buraco ou bolhas nos picolés. Leve ao congelador até firmar, desenforme molhando as pontas em água quente. Sirva e refresque-se.
frogurt de damasco
No dia mais longo do ano—e que será naturalmente quente para iniciar o verão de acordo com o protocolo—uma receita de sorvete é no mínimo um acontecimento auspicioso. Ainda mais um gelado de iogurte refrescante como este, feito com os damascos mais doces que eu mesma colhi da árvore. Usei um iogurte orgânico estilo europeu da Straus Family, que é o default aqui em casa e deixa qualquer receita muito melhor. Além do néctar de agave escuro que estou gastando e um pequeno splash de água de flor de laranjeira pra perfumar sem enjoar. Uma delicia simplesmente perfeita para inaugurar com vivacidade a nova estação. Happy summer!
6 damascos frescos [sem caroço]
1 xícara de iogurte integral natural
1 splash de água de flor de laranjeira
Nectar de agave [ou mel] a gosto
Bater tudo no liquidificador, colocar na sorveteira e girar por 20 minutos até o creme ficar denso. Trasferir para um recipiente de vidro com tampa e guardar no congelador até a hora de servir.
picolé de blackberry
E porque hoje vamos ter um dia baforento de 42ºC, precisamos ter um estoque de picolés de frutas no congelador. Usei as blackberries que colhi na fazendinha orgânica da road 99 e que estavam se desfazendo de tão maduras. E aquele sour cream orgânico. Até o final do dia tenho certeza que não vai sobrar nenhum.
2 xícaras de blackberries
1/4 xícara de suco de romã puro
1/2 xícara de sour cream
nectar de agave a gosto
Bater tudo no liquidificador e despejar nas forminhas de picolé da sua preferência. Levar ao congelador, depois é só desenformar e schlep!
picolé de framboesa negra
No verão do ano passado eu praticamente dei folga pra minha sorveteira e forminhas de picolés, mas este ano estou animada para colocar tudo em uso e testar novos sabores. Separei imediatamente esta receita saida do livro da People's Pops e publicada na edição de junho da revista Country Living. A receita original leva blackberries, mas eu usei as black raspberries que tinha comprado pela manhã no Farmers Market de Woodland. Esses picolés ficam o puro purê da fruta com um toque delicado de rosas.
9 colheres de sopa de açúcar orgânico
9 colheres de sopa de água
600 gr de berries lavadas
1 colher de sopa de suco de limão
1 colher de sopa de água de rosas
Numa panela pequena coloque o açúcar e a agua e cozinhe em fogo médio até o açúcar dissolver completamente. Remova do fogo e deixe esfriar. Enquanto isso bata as frutas no processador de alimentos até formar um purê. Transfira para uma vasilha, junte o suco de limão, a água de rosas e a calda de açúcar. Passe tudo por uma peneira fina para remover todas as sementes. Use uma espátula para pressionar bem. Coloque o liquido numa jarra para facilitar e distribua por forminhas de picolé. Faz 10 picolés. Se você não tiver forminhas, use copinhos fundos. Cubra cada um com um pedaço de filme plástico e espete um palito no meio. Leve ao congelador até solidificar. Para remover os picolés coloque um minutinho sobre um dedo de água quente ou sob água quente corrente. Desenforme e sirva.
sherbet de limão meyer
[com manjericão]
Quantos sorvetes de limão eu já fiz? Foram tantos que até perdi a conta. Essa receita de sherbet apareceu bem na hora em que eu tinha separado os três ultimos limões meyer para fazer algo delicioso com eles. E foi justamente no dia em que comprei um pézinho de manjericão para plantar na minha nova hortinha de vasos, que estou montando num canto do meu quintal. Limão e manjericão fez uma combinação perfeita.
1 xícara de creme de leite fresco ou half-and-half
2/3 xícara açúcar
2 colheres de sopa de mel
1 1/2 colheres de sopa de raspas de limão
8 folhas de manjericão fresco
2 xícaras de leite integral
Suco de 3 limões [deixe gelar]
1 pitada de sal marinho
Numa panela misture o half-and-half [ou creme de leite fresco], o açúcar, o mel e as raspas de limão. Leve ao fogo e deixe cozinhar até o açúcar dissolver completamente. Remova do fogo e adicione 4 folhas de manjericão fresco. Com um pilão ou colher de pau amasse bem as folhas. Tampe a panela e deixe descansar por 15 minutos.
Remova as folhas de manjericão e misture o leite. Leve à geladeira até a mistura ficar bem gelada. Incorpore as 4 folhas restantes de manjericão fresco cortadas em fatias bem finas, suco dos limões e o sal marinho. Coloque a mistura na sorveteira, depois leve ao congelador por algumas horas antes de servir.
frogurt com azeite & sal
Vou me desculpar e passar essa receita na frente das outras que estão na fila para serem publicadas—um passinho pra frente por favor, licencinha, licencinha. O motivo é absolutamente óbvio, basta olhar para as essas fotos ou até mesmo para a sua versão no instagram para entender que esse negocinho ficou delicioso demais. Vi a idéia no lindíssimo blog da Keiko, neste post sobre a Grécia. A receita não tem absolutamente nada de especial ou de complicada. São apenas dois ingredientes para o frogurt e mais dois ingredientes adicionados na hora de servir. Mas o resultado é deveras excepcional. Ficamos encantados com a delicadeza dessa mistura e devoramos tudo num dia, não teve sobras.
720 gr de iogurte grego integral—senão drene bem um iogurte natural
200 gr de açúcar
Azeite de oliva extra virgem—use o melhor que puder e tiver
Sal marinho em flocos—ou sal Maldon
Misture bem o iogurte com o açúcar até ficar bem incoporporado e o açúcar dissolver. Coloque numa vasilha e leve à geladeira por pelo menos 1 hora, para gelar bem. Depois coloque na sorveteira e siga o procedimento regular da máquina, até o iogurte virar um creme bem grosso.
Na hora de servir coloque em copos, regue com um pouquinho de azeite extra-virgem frutado—eu usei esse californiano da variedade Ascolano, e salpique com os flocos de sal—eu usei o Maldon, que é meu favorito. Sirva-se de uma segunda porção, se quiser. Nós quisemos!
gelado de morango & lavanda
Aqui tomamos sorvete year-round, não importa se está frio ou quente, ventando, chovendo ou fazendo o maior solão escaldante. Mas é verdade que durante os meses frios acabo comprando sorvetes prontos, talvez por pura preguiça. Mas nos últimos dias me deu uma vontade de sorvete feito em casa e de preferência com alguma fruta refrescante. Já tinha decidido usar fruta congelada, pois tenho alguns pacotes no freezer. No final, essa receita virou uma daquelas pra se gastar ingredientes na geladeira e despensa. Usei o que eu tinha e o que eu tinha era um pote de sour cream orgânico da melhor qualidade, um saco de morangos orgânicos locais que congelei no verão e um tanto de um açúcar de lavanda que tinha preparado um tempão atrás. Pra mim esses sorvetes assim simples, sem creme feito com gemas e outros tralálás, funcionam muito bem. São bons pra comer no mesmo dia em que são feitos, mas se sobrar eu não desprezo. Gostamos muito do resultado um pouco mais azedinho propiciado pelo sour cream. Já fiz um sorvete bem parecido seguindo uma receita e usando iogurte.
2 xícaras de sour cream
1 xícara de morangos orgânicos congelados
1/2 xícara de açúcar de lavanda
Um splash de vodka [*opcional]
Bater todos os ingredientes no liquidificador—deixei com alguns pedaços de morango. Colocar na sorveteira, depois num recipiente de vidro com tampa e deixar no congelador até a hora de servir.
gelado de pistacho
Esse sorvete foi fácilimo de fazer e eu fiz duas vezes, pois da primeira, exasperada, não olhei a data de validade do creme de leite fresco que estava expirada e o resultado foi um sorvete com cheiro e gosto de queijo. Blé! Fiz tudo de novo, desta vez com o creme recém comprado e ficou bem forte, bem pistachudo. O procedimento foi bater no liquidificador 1 xícara bem cheia de pistachos crus descascados e despelados, 1 xícara de leite integral e 1 xícara de creme de leite fresco. Adocei com mel a gosto, coloquei um splash de vodka e processei na sorveteira até firmar. Depois é só guardar o sorvete no congelador num pote de vidro com tampa e consumir a vontade.
figos assados
[com mel e alecrim]
Neste ano ainda não consegui fazer absolutamente nenhuma receita especial com os figos frescos da estação, embora esteja comendo dezenas deles, apenas abocanhando um por um, com casca e tudo. Outro dia comprei os figos mais impressionantes de uma fazendeira no Farmers Market de Woodland. Ela é engraçada, veste macacão de jeans listrado, bandana amarrada no pescoço, tem um sotaque de mulher da roça, mas demostra um bom gosto de cosmopolita sofisticada nos produtos que vende. Já me empenhei em firmar uma amizade com ela, fazendo elogios e mil perguntas, anotando o nome das coisas diferentes e interessante que ela traz da fazenda. Tenho uma obsessão pelos heirloom, ela me disse outro dia, apontando um vidro cheio até a borda com grãos de bico negros e uma cesta cheia de favas rajadas. Foi dela que comprei dois grapefruits gigantes e rosados que pareciam adoçados com mel. E outro dia enchi um saquinho de peras minúsculas, sem falar nos figos deliciosos, que ela sempre tem dos roxos e verdes. Escolhendo os mais lindos pra levar pra casa, levantei um enorme, tão maduro que estava rachado parecendo uma flor, e comentei:
—meu deuso, que figo mais lindo!
—ninguém compra figo assim, pensando que está estragado.
—azar o deles, perdem de provar o melhor!
—se você não fosse comprar esse figo, eu comeria ele eu mesma!
—hahaha! desculpa, mas esse é meu!
Levei um saco cheio dos figos explodindo de maduros, que servi para os meus amigos Bia e LC, num jantar de despedida que fiz para eles. Para consumir um figo desses, less is more, e iria ser exagero emperequetar uma fruta que já estava simplesmente perfeita. Resolvi fazer um sorvete de mel de castanhas para servir com os figos al natural. Misturei 1 xícara de creme de leite fresco, 1 xícara de leite integral [ambos orgânicos da Straus Creamery] e 1/2 xícara de mel espanhol de castanha portuguesa, que é um mel de sabor bem forte. Juntei uma colher de sopa de vodka, coloquei tudo na sorveteira e depois no congelador até a hora de servir. Ficou um sorvete bem cremoso, com um sabor bem forte de mel e fez uma combinação incrível com os figos frescos.
Mas a história dos figos não termina aqui, porque é nessa época que eu sou tomada por uma onda de loucura—the fig season insanity. Passo a curta temporada dessa fruta comprando, pegando e comendo o máximo que puder. Passo por todas as bancas do Farmers Market vendendo figos e compro duas ou três cestinhas e ainda vou numa árvore de ninguém, dentro de um dos campos experimentais da UC Davis, e volto carregada. Os figos que eu mesma colhi, comi metade e fiz a outra metade assada, para acompanhar um clássico sorvete de baunilha. Esses figos verdes são da variedade calimyrna, bons pra fazer figo seco, mas também muito gostosos frescos. Juntei um punhado deles cortados ao meio e ajeitei num refratário. Reguei com um fiozinho de mel e salpiquei com folhinhas tenras de alecrim. Assei em 365ºF/ 185ºC por uns 30 minutos e servi com bolas de sorvete de baunilha.
picolé de limão & manjericão
Desta vez os picolés desenformaram mais fácil. E ficaram bem azedinhos porque eu exagerei um pouco no limão. Apenas bati no liquidificador suco e raspas de um limão grande e suculento, iogurte natural integral, folhas de manjericão fresco e mel puro. Refrescante!
raspadinha de cereja
[cherry snow cone]
Isso é certamente uma raspadinha, mas não é uma raspadinha qualquer. Fica uma sobremesa ultra sofisticada, além de ser incrivelmente refrescante e deliciosa. Fiz essa receita com as últimas cerejas da estação, o que permitiu um encerramento da temporada com chave de ouro. Fico sempre meio triste quando vou comprar uma fruta e escuto que é a última leva da temporada. Mas faz parte da vida, né? Vão-se as cerejas, mas chegam os pêssegos e os melões e assim vamos indo, sempre em frente—ou melhor, em círculos.
serve uma porção
1/2 xícara de cerejas frescas descaroçadas
1 colher de sopa de açúcar turbinado [ou outro açúcar similar]
1 raminho de hortelã fresco
1 colher de chá de suco de limão [ou de laranja]
1 colher de sopa de Pernod [qualquer bebida de anis]
1 colher de sopa de creme de leite fresco
1 xicara de cubos de gelo
Num copo largo e fundo coloque as cerejas, o açúcar, as folhinhas de hortelã picadas com as mãos, os suco de limão e o Pernod. Esmague bem com um cabo de madeira [aqueles de fazer caipirinha são perfeitos] até formar um liquido.
Bata o gelo no liquidificador até ficar bem triturado. Coloque o gelo triturado num copo ou taça. Coloque a mistura de cereja—pedaços de fruta e liquido, sobre o gelo. Adicione o creme de leite e sirva imediatamente.
gelado de damasco fresco
[& manjericão]
Entramos no verão com três dias de temperaturas acachapantes. Pra compensar a primavera fria, afinal os tomates precisam de calor, muito calor! Não vi ninguém reclamando. Eu também não reclamei. Fiz até o meu almoço-picnic no banco do páteo atrás do prédio do meu trabalho, como de costume. Só os esquilos que não deram as caras, afinal, estava muito quente. Aproveitando a ondaça tórrida, preparei essa receita deliciosa de picolés, que infelizmente não sairam fotografáveis, Por um mal entendido da minha parte, fiz algo errado na hora de montar os moldes e quando fui desenformar todos os dez picolés quebraram no meio. Removi tudo das formas e comemos em potinhos de colherada. Sem estresse. E depois preparei esse sorvete de massa, onde usei os ingredientes frescos que abundavam na minha cozinha. Os damascos estão no pico da estação, super doces. Fiz tudo meio no olhometro. Adoro misturar frutas com booze e frutas com ervas!
1 e 1/2 xícara de creme de leite fresco
6 damascos frescos descaroçados
1 punhadinho de folhas de manjericão fresco
Mel a gosto
[*um splash de vodka se quiser]
Bata todos os ingredientes no liquidificador, coloque na sorveteira e depois guarde num pote de vidro com tampa na congelador.
gelado de morango & licor
Fui comprar os morangos orgânicos na banquinha que vende as frutas mais feiozinhas, mas que são as mais docinhas. A mocinha que vendia deu uma piscadela quando me viu e disse—os figos já estão quase amadurecendo! Lembrando que sou aquela que compra esganadamente todas as cestinhas dessa fruta durante a estação. Respondi com uma animado uh-lah-lah e contei a história dos figos de verão que viraram sorvete. Também falei que faço sorvete com os morangos que compro deles, que são tão doces e delicados, mas precisam ser usados rápidamente. E quando não faço o sorvete com o fresco, uso os que congelo ou a geléia que faço com eles. Ela revirou os olhos sorrindo e fez uma mímica de lamber os beiços.
Sinto um misto de acanhamento com orgulho, quando um fazendeiro do Farmers Market me reconhece como cliente assídua. Tenho aquelas vergonhas de ser pega com a mão na botija, comprando todos os figos ou me empanturrando de pessêgos ou morangos. Mas ao mesmo tempo fico feliz por ser lembrada, pois ajudo a fazer a diferença, valorizo a produção local e compro do pequeno produtor.
E por isso comprei três cestinhas de morangos, que lavei, piquei e mergulhei numa mistura de açúcar e licor de elderflowers [St-Germain]. Cobri a vasilha com filme plástico e deixei na geladeira até o dia seguinte. Dai foi só coar o liquido que se formou nos morangos, colocar as frutinhas marinadas no processador [ou liquidificador] e bater até formar um purê grosso. Medir 2 xícaras desse purê de morango, misturar com 4 colheres de sopa de açúcar, mais um splash generoso de licor de elderflowers e 1 xícara de creme de leite fresco orgânico. Misturar tudo ligeiramente com um garfo, colocar na sorveteira, girar, girar, girar por uns 20 minutos, transferir para uma vasilha de vidro com tampa e colocar no congelador até a hora de servir. Se não achar o licor de elderflower use outro licor de fruta ou flores.
[houve uma vez um verão]
Eu tenho uma certa tendência para o exagero. E com relação às frutas que adoro, não apenas o exagero, mas também a cobiça e a ganância. Quando vejo a abundância de certas frutas, simplesmente me descontrolo. E foi exatamente isso o que aconteceu no final do verão do ano passado, quando comprei todo o figo que pude carregar, mas que obviamente não consegui comer. Lembro de um dia em que comprei figos em três bancas diferentes no Farmers Market. Numa delas, vendo figos e mais figos empilhados na minha cestinha, a mocinha vendedora comentou desoladamente—ah, você já comprou figos? E eu heróicamente resolvi levar mais duas cestinhas dela, pra não fazer desfeita, nem causar constrangimentos, usando uma justificação perfeita—vou fazer geléia. E foi o que fiz, não só porque queria mesmo fazer uma geléia, mas porque precisei fazer a tal geléia para não desperdiçar tanta fruta deliciosa. Não lembro exatamente se cozinhei os figos com limão ou com baunilha, só sei que rendeu bastante e um pote da geléia de figo ainda estava na geladeira enquanto eu arrumava as malas para viajar para o Brasil em outubro. Como nunca nessa vida eu iria correr o risco de deixar uma geléia caseira feita com figos frescos e orgânicos acabasse criando mofo dentro da geladeira, passei rapidamente o pote para o freezer. Viajei e esqueci.
Outro dia, dando uma geral no meu freezer—porque você sabe que mesmo congelados tem prazo de validade, né—descongelei a geléia e decidi fazer um sorvete com ela. Também porque ando achando que esses sorvetes feitos com geléia funcionam muitíssimo bem e ficam super cremosos. Foi assim que terminei com um pote de sorvete de figos, uma doce reminiscência do último verão.
1 xícara de geléia caseira de figos
2 xícaras de half and half
[ou use 1 xícara de leite integral e 1 xícara de creme de leite fresco]
1 splash de brandy
Bater tudo no liquidificador e colocar na sorveteira. Depois de pronto, guardar no congelador, num pote de vidro até a hora de consumir.
frogurt de pétalas de rosas
Eu compro muitos ingredientes por curiosidade. Alguns são irresistíveis, como a geléia armênia de pétalas de rosas, que usei para acompanhar esta receita de pudim e depois encalhou na geladeira. Até que tive um *plin* de usar a geléia num sorvete. Ou melhor, um frogurt. Porque eu também tinha na geladeira um iogurte de leite de cabra. Foi só misturar os dois ingredientes—2 xícaras de iogurte de leite de cabra com 1 xícara de geléia de pétalas de rosa, mas um splash de vodka e levar à sorveteira. Esse frogurt fica ultra cremoso e não endurece nem forma cristais de gelo depois de vários dias de congelador. Eu acho que esses sorvetes feitos com geléias, compradas ou feitas em casa, funcionam muito bem. Usei o iogurte de leite de cabra porque eu sou fancy, mas pode ser um iogurte comum, desde que seja de boa qualidade.
sorvete de limão [limãozudo]
Fiquei um bocado estressada preparando um jantar para um casal de amigos do Uriel. Eles são extremamente cultos, viajados e gourmets. Não me arrisquei fazendo absolutamente nada novo, muito menos inventando moda. Refiz receitas que já tinham dado certo e segui tudo passo-a-passo, pra não correr o risco de acabar com uma cara de tacho, servindo uma gororoba aos convidados. Só para uma das sobremesas que resolvi fazer um sorvete que nunca tinha feito. Mas segui uma receita, tudo nos micros detalhes. Fiz apenas uma trapalhice [claro!] que me deixou com o dobro da quantidade de ingredientes. Fiz então duas versões do sorvete—a original, e uma segunda versão onde acrescentei uma colher de sopa de flores secas de lavanda no suco de limão e deixei na geladeira de um dia para o outro. No dia seguinte, coei a lavanda e segui normalmente os passos da receita. Essa segunda versão com um hint de lavanda eu doei pra minha ex-nora, que levou o sorvete toda feliz, juntamente com quatro colheres, pra comer no carro com os amigos. E a versão original, que fiz tal e qual está no livro, eu servi no jantar para os meus convidados elegantes. Eles simplesmente não pararam de elogiar, se servir e repetir—uma, duas, três, quatro, cinco bolas. Preciso dizer o quanto esse sorvete de limão ficou bom? Usei os aromáticos limões meyer.
super lemon ice cream
do livro The Perfect Scoop, do David Lebovitz
faz 1 litro
2 limões orgânicos [*usei o meyer]
1/2 xícara de açúcar
1/2 xícara de suco de limão espremido na hora
2 xícaras de half-and-half*
[*misture 1 xícara de leite com 1 xícara de creme de leite fresco]
1 pitada de sal
[*1 splash de limoncello—opcional]
Raspe a casca dos 2 limões direto num processador de alimentos ou liquidificador. Adicione o açúcar e pulse aé ficar uma mistura bem fina. Junte o suco de limão e bata até o açúcar dissolver completamente. Adicione o half-and-half e a pitada de sal e bata bem. Deixe a mistura gelar na geladeira, depois junte o licor limoncello [*opcional e adição minha à receita] e coloque na sorveteira. Guarde o sorvete numa vasilha de vidro com tampa no congelador até a hora de servir.
gelado de limão & cardamomo
Quando fico com uma mistura de sabores na cabeça, a coisa vai longe. Quis testar a combinação de limão com cardamomo numa sobremesa gelada. Acrescentei no creme um lemon curd, que ajudou a deixar o sorvete com uma cremosidade extra. No sabor ele ficou excessivamente delicioso. Digo isso porque ficou mesmo e porque adoro abusar dos adjetivos. O meu lemon curd foi feito com o aromático limão meyer, portanto acrescentei suco e raspinhas de outro limão meyer no creme. Mas se não achar o meyer use o limão amarelo comum, o siciliano.
1 e 1/2 xícaras de creme de leite fresco
1 xícara de lemon curd
Suco e raspas da casca de 1 limão pequeno
1 colher de chá de sementes de cardamomo
1 colher de sopa de limoncello
Num pilão moa bem as sementes de cardamomo. Numa panela pequena coloque 1 xícara de creme de leite e as sementes de cardamomo moídas. Leve ao fogo até ferver. Desligue o fogo e deixe esfriar. Leve a mistura do creme com cardamomo à geladeira. Quando a mistura estiver bem gelada, passe tudo pou uma peneira fina, para remover as sementes de cardamomo. Junte a 1/2 xícara extra de creme de leite, 1 xícara de lemon curd e o suco e raspas de limão. Misture bem. Se precisar use um batedor de arame. Junte o limoncello e coloque o creme na sorveteira. Espere o sorvete firmar, transfira para uma vasilha com tampa e leve ao congelador até a hora de servir.
frogurt de ameixa seca
Sem querer eu provoquei um pequeno desequilibrio quando preparei essa deliciosa sobremesa na semana passada, pois fiz mais calda de ameixa do que panna cotta de coco. E quando acabou o creme, ficou um bocado de ameixas sobrando. Não tive paciência para pensar em fazer outro acompanhamento cremoso pra elas e me ancorei na solução mais fácil. Fiz um sorvete com iogurte. Foi só misturar 1 xícara das ameixas com 1 xícara de iogurte natural integral e um splash de vodka. As frutas já estavam bem doce por causa da calda, que ficou bem grossa. Bati tudo ligeiramente no liquidificador—as ameixas eram descaroçadas, e coloquei na sorveteira. Talvez numa outra oportunidade eu prepararia esse frogurt com menos ameixa ou mais iogurte, pois a combinação de um pra um rendeu um sorvete bem cremoso e denso. Mas nós gostamos dele mesmo assim, um sabor intenso de ameixa com um toque de limão.
semifreddo de mascarpone
[com molho de cereja e porto]
Essa receita foi feita no ano passado e saiu da revista Martha Stewart Living. Devo ter dado uma piscada de preguiça e ela acabou escapando de ser publicada por aqui. Vou dizer que o molho de cerejas ficou maravilhoso, mas o semifreddo talvez precisasse de um pouco mais de açúcar. Se eu fosse fazer novamente, com certeza adicionaria mais uma colher. O bom é que esse tipo de sobremesa gelada faz as vezes de um sorvete e não precisa de maquinetas ou gadgets similares para prepará-la.
para o molho de cereja e porto:
1 xícara de porto [ruby ]
1/3 xícara de açúcar
3/4 xícara de cerejas secas
para o semifreddo:
1 xícara, mais 1 colher de sopa de queijo mascarpone
3/4 xícara de creme de leite fresco
1 colher de sopa de açúcar de confeiteiro
Uma pitada de sal grosso
50 gr de chocolate meio amargo picado
Faça o molho de cereja e porto. Coloque o porto e o açúcar numa panela e deixe ferver e depois reduzir em até um terço—mais ou menos uns 5 minutos. Coloque as cerejas secas e cozinhe por uns 2 minutos. Remova do fogo, cubra e deixe descansar por uns 10 minutos, Leve à geladeira e deixe gelar por 40 minutos. As cerejas e o caldo ficarão bem grossos.
Enquanto o molho gela, faça o semifreddo. Na batedeira, bata o queijo mascapone, o creme de leite, o açúcar e uma pitada de sal grosso até formar picos médios. Misture o chocolate picado [eu ralei usando um microplane] e coloque a mistura numa forma de pão coberta com filme plástico ou papel vegetal. Leve ao congelador por 50 minutos. Remova da forma, corte em fatias ou remova bolas com uma colher de sorvete e sirva com o molho de cerejas por cima.
gelado de blueberry & maple
Numa tarde de domingo muito fria num inverno passado, entramos numa dessas notórias lojas de sorvete de iogurte onde você se serve com os sabores e toppings que quiser, pesa e paga. Sentadas ao lado da nossa mesa, estavam uma mãe com a filhinha, que devorava o iogurte com imensa sofreguidão. A menina era tão fofinha, que foi difícil não reparar nela. Ela fazia caras e bocas que denunciavam uma intensa alegria por estar ali, devorando aquela maravilha cremosa. Num certo ponto, entre uma colherada e outra do gelado, ela olhou pra mãe e afirmou com grande ênfase—lugares como este NUNCA vão fechar, porque isso é TÃO bom!
A gurizinha falou a mais pura verdade. Sorvete, de qualquer jeito, é muito bom! No frio ou no calor, tanto faz, o que importa é a gostosura. E o povo aqui no hemisfério norte parece concordar, porque esses lugares nunca fecham, apenas abrem. Cada dia tem um novo, em algum canto da cidade.
E eu tenho tido muitas ganas de sorvete. Neste caso prefiro fazer o meu em casa. Depois que experimentei usar a fruta cozida para preparar um gelado, decidi que iria repetir a dose. Desta vez usei um pacote de blueberries selvagens e orgânicas que estavam congeladas.
300 gr de blueberries congeladas [*usei selvagens e orgânicas]
1/3 xícara de maple syrup puro
1 xícara de creme de leite fresco [*uso sempre o orgânico]
Cozinhe as blueberries com o maple syrup até a fruta ficar bem cozida e formar uma calda grossa. Deixe esfriar bem. Numa vasilha misture o doce de blueberries com o creme de leite e mexa bem com um batedor de arame. Eu preferi fazer assim para manter as frutinhas inteiras na massa do sorvete. Mas pode-se bater tudo no liquidificador para uma textura mais uniforme. Adicione uma colher de sopa de vodka ou outro licor [*usei o créme de cassis francês]. Coloque a mistura na sorveteira e deixe a máquina fazer o trabalho. Ou use o método do congelador-remove e bate-congelador-remove e bate, até obter uma massa cremosa.
gelado de cranberry
As cranberries frescas não são comestíveis cruas. Elas têm que estar cozidas ou secas com açúcar para poderem ser degustadas. E não se acha cranberry fresca o ano todo. A época delas coincide com a das comemorações do Thanksgiving e Natal, que é quando elas aparecem para virar molhos e geléias. Eu fiz o meu cranberry sauce este ano, usando o método mais simples e, acredito, tradicional. É só cozinhar as frutinhas com áçúcar e laranja e voilá. O grande problema, pra mim, é sempre controlar as porções e diminuir as quantidades—simplesmente não consigo. Então lá estava eu com sobras de cranberry sauce na geladeira, quando cheguei em casa do trabalho pra almoçar e *PLIN* tive a idéia de fazer um sorvete. Misturei 1 xícara de creme de leite fresco. 1 xícara de cranberry sauce, 2 colheres de sopa de mel e 1 colher de sopa de licor Grand Marnier. Misturei tudo com um garfo e coloquei na sorveteira. Enquanto almocei a máquinha fez seu trabalho e no final eu comi a sobremesa e ainda fotografei. Nunca uma hora de almoço rendeu tanto!
sorbet de clementine
O frio e a chuva trazem algumas vantagens. Uma delas se chama citros. Fico enlouquecida com a quantidade e variedade de limões, laranjas e tangerinas. Vou comprando tudo que vejo pela frente. A minha sorte é que todos esses citros são de produção local—e a de limão, a mais especial de todas, vem do meu quintal. Com tantos limões, laranjas e tangerinas já disponíveis nesta época do ano, é difícil não cair em tentação de fazer sobremesas refrescantes. Sorvete no frio? Por que não? Para fazer essa receita da chefe inglesa Skye Gyngell publicada no jornal The Independent, usei clementines docinhas e suculentas, produzidas na cidade vizinha, Winters. Ficou um sorbet muito delicado, só um pouco mais doce do que eu gostaria. Da próxima vez vou diminuir um pouquinho a quantidade de açúcar.
8 clementines [tangerinas]
100g de açúcar
200ml de creme de leite fresco
1/2 fava de baunilha cortada ao meio, sementes removidas
3 colheres de sopa de sherry [*usei amontillado]
Esprema as clementines e passe o suco por uma peneira. Reserve. Numa panela pequena coloque o creme de leite e o açúcar. Raspe as sementes da fava de baunilha e coloque tudo—fava e sementes na mistura de creme. Leve ao fogo e quando levantar fervura abaixe o fogo e cozinhe por 1 minuto. Remova do fogo, deixe esfriar completamente.
Quando creme estiver bem frio [eu coloquei no congelador pra agilizar], junte o suco das clementines e o sherry. Coloque na sorveteira e siga as instruções. Se não tiver sorveteira, coloque o liquido numa vasilha e ponha no congelador, misturando com um batedor de arame a cada 30 minutos, até o sorvete firmar.
granita de melão
Acho que somos californianos extremamente mimados e estragados pela variedade e qualidade dos nossos produtos sazonais. Por isso viramos o nariz quando abrimos um melão que não estava absolutamente PERFEITO. Pra muitos, esse melão estaria ótimo, mas ele não passou pelo nosso controle de qualidade. Não estava ruim, não estava sem gosto, não estava verde, nem podre, estava apenas mediano.
O que fazer com um melão mediano que foi desprezado pelos comensais esnobes?
Lembrei de uma granita de melancia que pedi de sobremesa na modernosa pizzaria Masullo, nossa favorita em Sacramento. Granita é um negócio fácil à beça de fazer. Eu diria que ela é uma versão mais sofisticada e mais saudável da nossa velha conhecida raspadinha. E pode ser feita com qualquer tipo de liquido—suco de fruta, leite, café, chocolate, eteceterá.
Então fiz uma granita com o melão encalhado. Não anotei medidas. O melão era grande, descasquei, removi as sementes e piquei em quadradinhos. Bati tudo no liquidificador com o suco espremido de um limão e um pouquinho de nectar de agave. Não precisa usar sorveteira. É só colocar tudo numa vasilha de vidro e levar ao congelador. Quando estiver congelado, raspe a superfície com um garfo ou uma colher e vá colocando em copos ou taças. Sirva imediatamente.
frozen yogurt de figo
Quando comprei as três primeiras cestinhas de figos na primeira banquinha no Farmers Market em que parei, a vendedora foi rapidamente me avisando—esses são os últimos da temporada, viu? Foi o que bastou pra me colocar um frenesi quase histérico. Fui passando pelas banquinhas e abocanhando todas as frutinhas que pudesse carregar. Foi assim que acabei com uma quantidade absurda de figos na minha geladeira. Tenho comido muitos deles frescos, levo pra comer no trabalho. Também assei alguns, morninhos pra acompanhar sorvete, ou enrolados em fatias finas de prosciutto e salpicados de sementes de erva doce. Mas neste dia usei um montão pra fazer um frogurt. Ficou absolutamente delicioso! Essa receita é pra minha amiguinha Sueli [♥].
300gr de figos frescos maduros
1 xícara de iogurte natural integral
1/2 xícara de creme de leite fresco
Acúcar demerara baunilhado a gosto*
[se não tiver, use outro açúcar ou mesmo mel]
1 colher de chá de vodka
Bata tudo no liquidificador. A vodka por último. Coloque na sorveteira, depois de 20 minutos, guarde no congelador. Voalá!
*faço meu açúcar baunilhado [e de outros sabores] em casa, colocando favas usadas e secas no pote de açúcar.
gelado de chocolate [amargo]
Já tinha feito um sorvete de cacau com cereja e outro de menta com chocolate, que nem pode contar como chocolate, pois usei apenas as cacau nibs. Mas nunca tinha feito um sorvete apenas com chocolate. Falha no currrículo, que só pode ser desculpada pela minha preferência pelos gelados de frutas. Desta vez não me escapou. A receita é do jornal NYTimes—bittersweet chocolate ice cream. Minha única modificação na receita foi usar um chocolate com 100% de cacau e aumentar um pouco a quantidade de açúcar.
faz 1 litro
2 xícaras de creme de leite fresco
1 xícara de leite integral
1/2 xícara de açúcar
1/8 colher de chá de sal kosher
250 gr de chocolate amargo [de preferência 72% cacau)
1 colher de sopa de rye, bourbon ou rum [*usei rum]
Numa panela sobre fogo médio aqueça o creme, leite e açúcar, mexendo bem para o açúcar dissolver. No processador pulse o chocolate até ficar bem picado. Adicione uma xícara da mistura de leite quente no chocolate e pulse até ficar um creme liso. Coloque a mistura de chocolate no restante do creme, adicione o rum, mexendo delicadamente. Coloque a mistura na geladeira. Quando estiver bem gelada, coloque na sorveteira. Transfira para um recipiente de vidro co tampa e leve a congelador por 2 horas. Retire do congelador uns minutos antes de servir.
picolé de tamarindo & chile
Garfei esta receita na revista Saveur e pirei na idéia de colocar pimenta no suco de fruta. Para a minha surpresa, não ficou nem um pouco picante, pois o ancho chile tem uma ardidura média. O sabor do tamarindo se sobresai. Usei um bloco de tamarindo concentrado, que diluí em água e depois passei pela peneira. Esses blocos são encontrados fácilmente em lojas de produtos asiáticos ou internacional. Mas se conseguir achar a polpa, o suco, ou mesmo a fruta fresca, não perca a oportunidade de usar.
1 xícara de suco concentrado de tamarindo
3 xícaras de água
1/3 xícara de acúcar
1/4 colher de chá de ancho chile powder
[substitua por outra pimenta em pó não muito ardida]
Misture o concentrado de fruta com as 3 xícaras de água e o açúcar e misture bem até o açúcar dissolver bem. Pode levar ao fogo para fazer esse processo, mas eu não fiz. Misturar a pimenta em pó ao liquido, mexer bem para incorporar. Distribuir pelas forminhas, colocar os palitos e levar ao congelador até firmar. Se for usar copinhos de vidro ou papel, cubra cada um com um pedaço de filme plástico bem esticado, daí coloque os palitos, furando o plástico. Assim eles congelam retinhos.
picolé de damasco & gengibre
Estou virando uma pushover, sempre tentando convencer todos que vejo pela frente a consumir as sobremesas que preparo. No momento, me concentro na divulgação dos meus picolés. Qualquer um que apareça na minha cozinha escuta a mesma lenga-lenga—quer provar um picolé? pega ai um picolé! experimenta meu picolé. que tal um picolé? picolés são ótimos para dar uma refrescada no calor. picolé everybody? picolé anyone?
Desovei esses picolés nos meus hóspedes, que aguentaram o ardor do gengibre até certo ponto. Eu avisei antecipadamente que adoro gengibre e portanto peso um pouco a mão. A mistura doce picante agradou mais ao Uriel e ao Gabriel. Eu já tinha feito essa experiência com o damasco e o gengibre antes. Desta vez fiz no palito e ficou simply outstanding!
1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de iogurte integral
1 xícara de damascos frescos descaroçados
1 colher de sopa [ou mais se quiser ousar] de gengibre fresco ralado
[*use o microplane pra ralar o gengibre, se você tiver um]
Mel a gosto pra adoçar
1 colher de chá de licor [*usei o Grand Marnier]
Bater todos os ingredientes no liquidificador e colocar nas forminhas ou copinhos. Se for usar copinhos, cubra cada um com um pedaço de filme plástico bem esticado, daí coloque os palitos, furando o plástico. Assim eles congelam retinhos.
picolé de limão
O verão já estacionou todo malandro por aqui, o que significa que já estamos sendo engolfados pelos temidos "triple digits"—as temperaturas acima dos 100ºF [38ºC]. Não sofremos com esse calorão constantemente, ele vem e vai em ondas. Mas quando uma das ondas chega, nossa rotina muda um pouquinho. É recomendável que se beba muito liquido, de preferência água, que se alimente de maneira leve, se feche as janelas e persianas da casa pela manhã, e que todos mantenham-se em ambientes climatizados. Nos dias do calorão é melhor não planejar picinics, não ligar o forno dentro da cozinha pois a vontade é mesmo só de comer coisas frias. Neste final de semana tivemos nosso primeiro 100ºF e as refeições foram leves, feitas na churrasqueira que fica no quintal. E é claro que as sobremesas foram frutas frescas e sorvete. Fiz mais uma leva de picolés e como sou uma pessoa absolutamente fiel aos sabores cítricos, o sabor escolhido foi o limão.
Ainda tenho limões gigantes pendurados por um fio no meu limoeiro. Vira e mexe um despenca, de tão pesado. Eles são cheios de sumo. E eu aproveito tudo—ralo a casca e seco, espremo o suco até a última gota. Para esse sorvete, usei apenas um limão. Deu 8 picolés.
1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de iogurte integral
Suco e raspas da casca de 1 limão
Mel a gosto
1 colher de chá de licor limoncello
Misture muito bem todos os ingredientes numa jarra comum ou medidora. Assim fica mais fácil colocar o liquido nas formas. Coloque os palitos, cubra, leve ao congelador. Se não tiver o molde e for fazer os picolés com copinhos de papel, plástico ou vidro, cubra cada um com um pedaço de plástico filme bem esticado, daí insira o palito, pra ele congelar retinho e no lugar certo.
chegaram os picolés!
Nos últimos dois verões estive olhando casualmente pelas lojas, procurando um molde legal para fazer picolés. Nunca vi nada exatamente do jeito que eu queria, pois tudo é meio focado para fazer sorvetes pra criançada. Até que chegou o último número da revista da Heleninha—Martha Stewart Living, onde ela matou a cobra e mostrou o pau. Deu idéias de picolés ultra-bacanas e ainda indicou o endereço online de onde comprar o molde. Corri lá e comprei os meus moldes , exatamente como eu queria. E agora vamos ao que interessa!
Já fiz duas receitas, na primeira vez coloquei os pauzinhos muito fundo, ficou difícil de segurar, mas mesmo assim os primeiríssimos picolés foram inteiramente devorados e receberam ovação em pé com dois polegares em sinal de positivo do crítico da casa. Bati no liquidificador iogurte orgânico natural, cerejas orgânicas inteiras descaroçadas, um pouquinho de concentrado de maracujá e mel. Coloca nas forminhas, cobre com a tampa que ajuda os palitos a ficarem retinhos e coloca no congelador por algumas horas. Pra desenformar é só deixar uns minutinhos em água corrente.
A segunda leva de picolés foi mais ou menos a réplica daquele pudim [haaalp, tô obcecada!!]. Misturei morangos orgânicos picadinhos, iogurte orgânico natural, água de rosas e mel. Embora o crítico tenha preferido a primeira receita, com cerejas, eu adorei essa versão com os morangos pedaçudos. Agora que tenho meus moldes, aguardem um desembestamento de picolés por aqui.
Ciao Bella [sorbet & gelato]
Estou sempre de olho nas novidades pelas prateleiras e geladeiras do Co-op. Os sorvetes sempre atraem minha atenção, pela variedade de marcas usando ingredientes alternativos e propostas mais naturais. Já estiveram por aqui os feitos com leite de arroz ou de leite de coco. Também já experimentamos o com leite de hemp, que não gostamos e outros mais naturebas ou nem tanto. Os da Ciao Bella nós já tínhamos provado o sorbet de laranja vermelha, que simplesmente não emplacou. Mas dei uma segunda chance para essa marca quando vi as embalagenzinhas indivíduais. A Häagen-Dazs também faz esses mini potinhos, mas vamos combinar que Häagen-Dazs já é carne de vaca e já virou mainstream há tempos, né? Quero coisas diferentes, marcas novas, outras idéias mais coloridas. E desta vez os sorbets e o gelato da Ciao Bella ganharam nossa aprovaçao e simpatia. Feitos somente com ingredientes naturais, purê da fruta e ou leite, açúcar de cana, o sorbet de maracujá agradou muito. O de manga também, assim como o gelato de pistacho. Adorei mesmo as embalagens pequenas, porque muitas vezes quando estou sozinha pego coisas pra comer no supermercado e nem sempre quero comprar um pote inteiro de sorvete só pra mim. Esses potinhos também são ótimos pra comer durante as compras ou pelo caminho. A colher, encaixada na parte superior da tampa, é perfeita para abocanhar o creme e raspar o potinho até o final, sem sujar os dedos.
sorbet de morango
com vinho & estragão
Os morangos já estão por todos os cantos e depois de comer toneladas deles frescos, chega a hora de inventar moda. Compro morangos no Farmers Market, na banca de uma família de quem compro também ovos [os melhores!]. Os morangos não são muito grandes, mas são deliciosos e precisam ser consumidos rapidamente, pois não duram muito. Neste dia juntei os morangos bem maduros com as sobras do vinho frizzante que tinha bebido na noite anterior [eu bebo sózinha, o Uriel não bebe mais nada de alcool há alguns anos] e um punhado de estragão fresco. Fiz um sorbet. A mistura do morango com o estragão ficou bem interessante. Essa erva tem um sabor acentuado de anis, e portanto é bem apropriada para dar um toque especial em sobremesas. Mas por causa do alcool do frizzante, esse sorbet demorou para ficar firme. Deixe um bom tempo no congelador depois que remover da sorveteira. Ele fica mais firme no dia seguinte.
350 gr de morangos orgânicos frescos e bem maduros
2 xícaras de vinho prosecco
1 colher de sopa de folhinhas de estragão picadas
Mel ou outro adoçante da sua preferência a gosto
Bata tudo no liquidificador, coloque na sorveteira e quando estiver pronto coloque num recipiente de vidro e deixe por umas horas no congelador.
gelado de melissa & hortelã
Depois das chuvaradas do final de inverno e inicio de primavera, fui inspecionar a minha horta pra ver como estava a situação e encontrei o lemon balm [melissa] e o chocolate mint [hortelã chocolate] num estado de absoluta abundância. Comecei a usar a mistura das duas ervas para fazer o chá que bebo no final do dia, mas me animei bastante para empregá-las em algumas receitas. O lemon balm tem um aroma de limão realmente delicioso. E a chocolate mint não fica atrás em personalidade. A primeira coisa que pensei em fazer foi um sorvete. Fiz este nos moldes do sorvete de estragão e do sorvete de lavanda que são muito bons para acompanhar frutas frescas, pois ficam bem leves, apenas com um delicado sabor das ervas.
1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de leite integral
Um punhado de folhas de lemon balm e de chocolate mint lavadas
Mel a gosto
1 colher de chá de vodka [*opcional]
Misture o leite e o creme de leite numa panela. Leve ao fogo e deixe esquentar bem, mas não deixe ferver. Deixe esfriar e coloque na geladeira. Quando o liquido estiver bem gelado, coe as folhas, junte mel ou outro adoçante da sua preferência, 1 colher de chá de vodka e leve à sorveteira. Guarde num recipiente de vidro com tampa no congelador. Sirva com frutas frescas, neste caso eu servi com morangos salpicados com um pouquinho de açúcar baunilhado [feito em casa].
»com o hortelã chocolate também já fiz um sorvete fino da bossa.
sorvete de banana
Recebi essa dica excepcional da Alexandra Guerson que viu e fez a incrível receita de sorvete feito com apenas um ingrediente. Minutos antes de ler a dica da Alex no twitter, eu tinha separado 4 bananas super maduras e estava naquele dilema do que fazer com elas. Depois disso, tudo ficou resolvido! Fiz o sorvete de banana, que é a coisa mais simples do mundo e ainda por cima não precisa de sorveteira!
Corte as bananas em rodelas e espalhe numa travessa. Leve ao freezer e espere congelar. Quando as rodelas de banana estiverem congeladas, vá colocando aos poucos no processador de alimentos e pulsando até virar um creme. Eu adicionei um pouquinho de maple syrup, como a Alex sugeriu. Mas não precisa, já que a banana é uma fruta bem doce. Fica realmente super cremoso. É um sorvete para se fazer e comer no mesmo dia, mas que resiste muito bem ao tempo no congelador.
sorvete de leite queimado
Vou inaugurar a estação dos sorvetes mais cedo este ano, tudo por causa do Alex Atala. Pra dizer a verdade eu nunca paro de fazer sorvetes. Mesmo no inverno, eu faço uma receita aqui e outra ali, quase sempre repeteco. Mas desta vez é uma receita especial. Tudo começou quando li este texto do Luiz Américo comentando o restaurante D.O.M. do Alex Atala. Elogios pra cá, elogios pra lá, chego no final do quarto parágrafo e leio as palavras mágicas—sorvete de leite queimado.
Nunca comi nos restaurantes do Atala, não tenho o livro dele, nem sei muito sobre ele, tirando o fato de que ele é considerado um dos chefs mais inovadores da gastronomia brasileira, usando ingredientes nativos de maneira criativa e inusitada. Imagino que tudo o que ele inventa e prepara deve ser superbacana, porque alguém que faz um sorvete de leite queimado só pode ser um gênio.
Pra mim, leite queimado é uma viagem de memória de volta à minha infância. Bebi tanto desse nectar tão simples de preparar, que funcionava até como um placebo para aplacar todos os achaques de criança super ativa e endiabrada. Remédio pra que, se podíamos beber um xicrão de leite queimado fumegante?
Pois com esse gosto de infância feliz reavivando meu paladar, me meti a preparar um sorvete de leite queimado. Não deve ser complicado, pensei. E não foi. E ainda por cima, esse gelado fenomenal saiu da sorveteira denso e cremoso, prontinho para ser atacado por colheradas ansiosas.
1 xícara de leite integral
5 colheres de sopa de açúcar mascavo escuro
[se preferir mais doce, use 6 colheres]
1 xícara de creme de leite fresco
1 colher de chá de alguma bebida alcoolica, licor de café, vodka, eu usei pinga de banana [opcional]
Numa panela, coloque o açúcar e leve ao fogo médio. Sempre vigiando deixe o açúcar derreter até fazer um caramelo. Use uma colher de pau e vá mexendo a panela com cuidado pro caramelo não queimar. Quando o açúcar estiver todo derretido, jogue o leite. O caramelo vai empedrar. Vá mexendo com uma colher de pau ou batedor de arame até ocaramelo derreter totalmente e o leite ficar cremoso. Desligue o fogo, coloque o leite queimado numa vasilha, junte o creme de leite, mexa bem e leve à geladeira. Quando o liquido estiver bem gelado, junte o alcool e coloque tudo na sorveteira. Vinte minutos depois, remova o sorvete da sorveteira, coloque num recipiente de vidro com tampa e guarde no congelador até a hora de servir.
fatias de maçã
com frogurt de leite de cabra
Assim que comecei a sentir os primeiros ventos friorentos do outono e percebi a discreta, porém determinante, aparição das maças nas prateleiras das feiras e mercados, me enchi das vontade de fazer uma torta de maçãs. Cheguei a ficar um tanto obsessiva, procurando pela receita perfeita e satisfatória por semanas a fio. Procurei muito, pois já fiz algumas tortas de maçãs ótimas, mas eu queria algo diferente. Queria uma torta que surpreendesse, que fosse interessante e que tivesse uma massa sem gordura vegetal, com algum toque diferencial. Não foi fácil. Busquei em livros, em revistas, em sites e blogs online. As maçãs aguardavam impacientes e eu fui ficando irritada e frustrada, até que caí nesta receita de apple slices with frozen sheep's milk yogurt da Clotilde do blog Chocolate & Zucchini. Aaa-lee-luu-iaa!
E a receita ainda trazia de bônus um sorvete de iogurte de leite de ovelha, que eu logo adaptei para leite de cabra. Eu tinha comprado iogurte de leite de cabra por causa das sopas da Anna Thomas. Ela usa bastante esse ingrediente e eu realmente me entusiasmei. Já tinha secado um potão, que fiz um queijo cremoso temperado com flor de sal e azeite [*coloque o iogurte numa peneira forrada com pano de queijo sobre uma vasilha e deixe escorrendo na geladeira por uma noite ou alguns dias, até obter a consistência desejada. use o liquido que acumular na vasilha pra usar no lugar do buttermilk ou leite em bolos, pães, biscoitos, etc]. No final encasquetei de fazer um sorvete. E a receita da Clotilde veio com o sorvete de brinde.
Essa tortinha de maçãs foi muito mais fácil de fazer do que eu imaginava. A massa fica deliciosa, graças à adição das amêndoas. E ela combina incrivelmente bem com o sorvete de iogurte de leite de cabra, que é bem forte e proporciona um delicioso contraste com a doçura discreta da maçã. Fiz essa torta para servir de sobremesa no almoço que fiz para o meu filho e a namorada dele no domingo pós-thanksgiving. Servi morninha, com uma bola do sorvete e ficou simplesmente o fino da bossa!
para a massa:
1 1/4 xícaras [150 gr] de farinha de trigo
1/3 xícara [35 gr] de amêndoas moídas ou farinha de amêndoa
[*usei amendoas que moí na hora no processador]
1/4 colher de chá de fermento em pó
1 pitada de sal
6 colheres de sopa [80 gr] de açúcar de cana não refinado
6 coheres de soap [80 gr] de manteiga amolecida
1 gema de ovo
para as maçãs:
1/4 xícara [35 gr] de uvas passas
3 coheres de sopa de licor de baunilha ou rum escuro [*usei rum]
600 gr de maças de assar [* usei as black arkansas]
1/2 colher de chá de canela moída
1 pitada de noz moscada ralada na hora
1 pitada de pimenta do reino moída na hora
4 colheres de sopa de lascas de amêndoas
Açúcar de confeiteiro para polvilhar
Serve de 10 a 12 porções
Coloque as passas de molho no licor ou rum e deixe por um tempo, se puder deixe durante uma noite.
Pré-aqueça o forno em 320ºF/ 160ºC e unte uma forma retangular [20 x 30 cm ou 9 por 13 inches] com manteiga.
Numa vasilha misture a farinha de trigo, as amêndoas moídas ou farinha de amêndoa, o fermento e o sal. Na batedeira, processador ou usando uma espátula de arames, misture o açúcar, a gema e a manteiga até formar um creme. Adicione os ingredientes secos e misture com uma espátula, sem misturar exageradamente. A massa deve ficar com a consistência de farofa. Espalhe essa massa pela forma untada e pressione levemente com as costas de uma colher. Não aperte, senão a massa ficará muito dura.
Descasque e remova as sementes das maçãs e corte em fatis grossas. Coloque numa vasilha e polvilhe com a canela, a noz moscada e a pimenta do reino. Misture bem com as mãos. Coe as passas que estavam imersas no rum. Separe o rum que sobrar pra usar na receita do frogurt. Misture as passas com as maçãs, revolva bem com as mãos e espalhe por cima da massa na forma. Espalhe as lascas de amêndoas por cima das maçãs.
Cubra com papel alumínio sem fechar dos lados. Deixe o papel meio solto. Asse por 50 minutos, removendo a folha de papel alumínio nos 15 últimos minutos. As maçãs devem ficar bem cozidas e as amêndoas tostadas. Polvilhe a torta com açúcar de confeiteiro e sirva morna ou em temperatura ambiente acompanhada do frogurt de leite de cabra.
frogurt de leite de cabra
2 xícaras [500 gr] de iogurte de leite de cabra ou o grego
1 colher de sopa de licor de baunilha ou rum
[*use o que sobrou do molho das passas]
1/4 xícara [80 gr] de nectar de agave, mel ou maple syrup
[*usei mel de blackberries]
Misture todos os ingredientes e coloque na sorveteira. Para quem não tem sorveteira, coloque o recipiente com o iogurte no freezer, remova de uma em uma hora e misture vigorosamente com um garfo, retornando ao freezer e assim sucessivamente até o sorvete ficar pronto.
gelado de abacaxi
Minha amiga Brisa Carter me contou que o sorvete que ela mais prepara em casa é o feito com sua fruta favorita, o abacaxi. Lembramos juntas do sorvete de massa de abacaxi da Kibon, que era um dos que eu mais gostava. Talvez por causa da fruta, uma opção além dos chocolates, creme, flocos. Mas o abacaxi não é muito popular por aqui. Recebemos as frutas do Havai e precisa ter muita sorte pra achar um realmente doce e saboroso. Tive mais experiências com abacaxi ruim, do que com o bom. Então me resignei—se não tem abacaxi gostoso, viverei sem ele. É o mesmo caso da amada manga e do apaixonante maracujá. Não há fruta boa, embora haja opções, como congelados e enlatados. Para o sorvete de abacaxi, que a Brisa comentou ficar muito parecido com aquele da nossa infância, ela recomendou o uso do abacaxi enlatado. Comprei uma especialmente para testar esse sorvete. Ela disse que usa a receita básica para sorvete de morango que está no manual da sorveteira [Cuisinart], substituindo a fruta. As minhas receitas de sorvete são também variações de uma receita básica de sorvete de baunilha do manual. Se você tem essa marca de sorveteira, vale a pena explorar as receitas do manual. Bom, voltemos ao sorvete de abacaxi, que ficou muito, muito bom!
Misturei os ingredientes numa vasilha com um batedor de arame, porque quis que o abacaxi ficasse em pedaços. Usei uma lada de abacaxi picadinho e coei para remover o caldo. Deu mais ou menos 1 xícara de fruta. Substituí o açúcar pelo nectar de agave.
1 xícara de abacaxi em lata ou fresco — a fruta fresca tem que ser bem doce
3 colheres de sopa de suco de limão
1 xícara de açúcar [*usei nectar de agave]
1 xícara de leite integral
2 xícaras de creme de leite fresco
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
Se for fazer com abacaxi fresco, misture a fruta cortada em pedacinhos com 1/3 de xícara do açúcar e o suco de limão e deixe macerar por 2 horas. Depois misture a fruta macerada com os ingredientes restantes. Se for fazer com a fruta em lata, coe o caldo e prossiga. Coloque a fruta numa vasilha, acrescente todos os outros ingredientes e misture bem. Coloque tudo na sorveteira e é só.
frogurt de gengibre
Como ainda tínhamos sorvete de morango e de pêssego no freezer, estava quieta no meu canto sem idéias borbulhantes para novos sabores de gelados. Mas no sábado fui tomada por um pensamento obsessivo—vou fazer um sorvete de gengibre. Pensei um pouco, se usaria creme de leite ou iogurte. Optei pelo iogurte. Ralei no microplane mais ou menos 1 colher de sopa cheia de gengibre. Tentei moer no mini-processador, mas não gostei da textura. O gengibre tem que ficar um purê, sem fibras e no ralador é mais fácil de fazer. Misturei numa vasilha, sem liquidificar 1 xícara de iogurte integral e 1/2 xícara de iogurte grego. Adocei com mel a gosto. Usei um mel de blackberries. Num sorvete com apenas quatro ingredientes é muito importante que todos eles sejam de excelente qualidade. Isso faz toda a diferença. Depois que misturei os ingredientes, coloquei tudo na sorveteira com a adição de 1 colher de chá de vodka e voalá. Nos adoramos essa versão nua e crua só com gengibre. Eu já tinha feito um frogurt de damasco com gengibre que arrasou péris in chammas, mas essa versão solo ficou muito melhor. Nós adoramos o sabor picante, mas se você achar que é muito, diminua a quantidade do gengibre e aumente a de mel.
coconut bliss
Sou daquelas que não pode ver nada diferente ou inusitado, que já me dá os siricoticos de provar. No meu Co-op, o freezer de sorvetes abunda com idéias interessantes. Sempre vejo sorvetes feitos com todo tipo de ingrediente alternativo, como este feito com leite de arroz. Desta vez parei nesses feitos com leite de coco, oferecido em vários sabores. Comprei o de cereja com amaretto. Na primeira colherada já se percebe o sabor do leite de coco, que é muito forte para ficar apenas como ingrediente de base. Infelizmente pra mim, o gosto do coco se destacou mais do que os outros sabores. Não achei o melhor sorvete do mundo, mas o meu marido não teve a mesma opinião e devorou tudo sozinho.
frogurt de limão & manjericão
Os limões gigantes e suculentos continuam despencando do limoeiro, que já tem uma outra leva de frutos ainda amadurecendo. Vou usando a passos rápidos. Com o suco de 2 limões fiz esse frogurt bem limãozudo que ficou tão bom que fiz repeteco. Ele ficou rosa porque usei folhas de manjericão roxo para perfumar. Coloquei no liquidificador o suco dos dois limões [fica bem forte, se quiser pode diminuir], 1 xícara de iogurte integral, 1/2 xícara de sour cream, um punhado de folhinhas de manjericão, 1 colher de sopa de licor limoncello [ou vodka] e mel a gosto. Bata bem, até as folhas desaparecerem, coloque na sorveteira e depois é só comer até dizer chega.
gelado de banana
flambada ao rum
Fazia um tempo que uma idéia estava me cutucando. Eu queria tentar fazer um sorvete com bananas flambadas ao rum . Eu adoro banana e já tinha feito sorvete com essa fruta duas vezes, mas nunca com ela cozida. Faça uma frigideira com quatro bananas cortadas ao meio. Coma metade das bananas flambadas e coloque a outra metade na geladeira para esfriar e gelar. Depois que gelar é só colocar as bananas no liquidificador, acrescentar 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral e uma pequena dose extra de rum. Bater bem e colocar na sorveteira. Bananas nunca falham, ficam sempre deliciosas!
frogurt de pera assada & mel
Calma lá, calma lá, estamos em pleno verão, então fiz mais um sorvete!
Usei metade das peras que assei na churrasqueira para fazer este sorvete e a outra metade investi num frogurt. Usei três peras assadas, 1 xícara de iogurte natural integral, 1/2 xícara de sour cream, 1 colher de sopa de suco de limão e 1/3 xícara de mel [coloque mais se quiser mais doce]. Uma colher de chá da vodka invisível, batedeira, sorveteira, tchans!
Ando repetindo minhas receitas de sorvetes, para aproveitar as frutas e por pura preguiça de pensar em coisas diferentes. Já fiz com pêssegos, mais manjericão, mais iogurte, mais sour cream. E a versão com o melão, usando uma variedade diferente.
gelado de amora & pera assada
O meu farmers market é bacana o ano todo, mas no verão ele me provoca um faniquito especial, porque se enche de produtos maravilhosos, pelos quais eu esperei meses e meses, como os damascos, os pêssegos e os tomates. Vou comprando tudo como se não houvesse amanhã e muitas vezes esqueço que é também no verão que eu passo muito mais tempo sozinha, pois essa é a época em que o Uriel mais viaja. Com uma cornucópia exagerada de produtos espalhados pela bancada da cozinha, é sempre aquele ziriguidum upalêlê para consumir tudo o que comprei e não deixar estragar nada.
As peras, de casca cor de burgundy, eu tinha comprado na semana anterior seduzida pela delicadeza dessa variedade que se antecipa à estação. O rapazinho de chapéu que vendia as frutas me falou o nome da variedade, mas não consegui de jeito nenhum encontrar alguma informação sobre elas. Mas ele me falou—você tem um olho bom pras coisas boas. Pois é, mas as peras ficaram lá esperando por uma idéia, até que eu percebi que elas já estavam bem maduras, Descasquei, parti ao meio e grelhei todas elas na churrasqueira. Guardei as peras assadas e meio caramelizadas no próprio açúcar natural na geladeira, onde elas ficaram esperando pelo aparecimento de alguma idéia brilhante para poder usá-las.
Enquanto isso, eu lidava com a abundância de frutas compradas naquela semana—pêssegos que tiveram que ser congelados, ameixas de duas variedades que comi em quantidades exageradas como snack no trabalho, mais melões ultra perfumados que deixaram a minha cozinha cheirando à maracujá. E as amoras, que decidi usar para fazer sorvete. Sim, paciência, mais um sorvete!
E fiquei um bocado de tempo pensando—amora com quê? amora com quê? amora com quê? Plin—amora com pera assada!
Fiz esse sorvete numa piscada, 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral, três peras assadas, uma caixinha de amoras e mel a gosto [e a vodka invisível, claro]. Comi esse sorvete também de uma piscada. E comi tudo sozinha, nem dando chance pro Uriel experimentar esse gelado super roxo, que ficou incrívelmente gostoso.
frogurt de melão
Sonhei que estava na casa dos meus pais em Campinas, levantei tarde e quando fui pegar o frogurt de melão que tinha preparado na noite anterior, já não tinha mais. Fiquei imensamente desolada e reclamei—fiz o sorvete mais delicioso de todos e não pude nem provar?
Quando acordei, corri abrir o congelador e checar. Ufa, o frogurt de melão ainda estava lá!
Tive a idéia para fazer esse frogurt depois de assistir a uma parte de um Iron Chef America, a batalha do abacaxi. Um dos chefs preparava um sorvete de abacaxi com sour cream. Plin!
Usei as medidas de sempre, uma parte de iogurte natural e meia parte de sour cream. Neste caso, 1 xícara de iogurte integral orgânico e 1/2 xícara de sour cream. Usei um melãozinho super maduro e perfumado. Adicionei apenas mel a gosto e uma colherzinha da vodka invisível. Bati tudo no liquidificador e coloquei na sorveteira. Como fiz esse sorvete tarde da noite, comi apenas algumas colheradas e fui dormir. Tive o sonho que tive porque fiquei com o sabor desse sorvete na memória e com a expectativa de devorá-lo no dia seguinte. Ficou uma delícia! O melão tem que estar bem maduro, só isso basta. O sour cream no sorvete é algo especial. Vou repetir usando outras frutas.
gelado de damasco & alecrim
Pra refrescar a moringa, porque lá fora está um FORRRRNOOOO.
Fiz uma imersão fria com 1 xícara de creme de leite fresco e 1 colher de chá de alecrim seco [que era fresco e eu sequei]. Deixei na geladeira de um dia para o outro. Então coei o creme para remover o alecrim e bati no liquidificador com 5 damascos descaroçados, 1/2 xícara de leite integral e mel a gosto. Sorveteira e pronto. Ficou bem interessante e o alecrim não se impôs como eu achei que iria. O sabor ficou bem suave. Esqueci de colocar a vodka e mesmo assim esse sorvete não empedrou. Acho que a qualidade dos produtos influí bastante. Eu uso o leite e o creme de leite orgânico desta fazenda, que acho os melhores.
Uma coisa que adoro fazer é misturar sorvete com suco de laranja [ou manga], fazer um ice cream float, e esse sorvete de damasco fez uma mistura deliciosa com o suco. Hm!
frogurt de morango & lavanda
Milagrosamente eu usei uma receita para fazer este sorvete. É o strawberry frozen yogurt do livro The Perfect Scoop do David Lebovitz que dei uma pequena [pequena mesmo] modificada. Troquei o limão pela lavanda. Na verdade, usei um açúcar biológico de lavanda que ganhei da Carlota, quando nos encontramos em Lisboa. Demorei pra achar uma receita legal para usar esse açúcar e também demorei pra sacar que fazer açúcar de lavanda é a coisa mais fácil do mundo, daí fiz um tanto para usar novamente no futuro. Como tenho o paladar muito sensível para o açúcar, achei que esse sorvete ficou um pouco mais doce que os que eu normalmente faço, usando mel ou nectar de agave. Mas nada que me previna de comê-lo com animação. E ficou com uma cor impressionante. Pensar que ele é cem por cento natural—a really good thing.
450 gr de morangos orgânicos picados
2/3 de xícara de açúcar * usei o açúcar biológico com lavanda
3 colheres de sopa de vodka ou kirsch * usei vodka
1 xícara de iogurte orgânico integral
1 colher de chá de suco de limão * não usei
Coloque os morangos numa tigela e misture o açúcar e a vodka ou kirsch. Mexa bem e deixe descansar por pelo menos 30 minutos. No liquidificador coloque os morangos e o iogurte e bata bem. Coloque na sorveteira e é só.
gelado de framboesa
[ com manjericão ]
Estavam lá as framboesas e estava cá o vaso com um maço de manjericão fresco, então foi só colocar as frutinhas no liquidificador, adicionar 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral, nectar de agave a gosto e—plic-plic-plic—um punhado de folhinhas da erva fresquinha, bater tudo bem batido, adicionar a vodka invisível se quiser [eu até esqueci], jogar tudo na sorveteira e cataplum, colheres avancarão em ritmo alucinante, sem moderação e muito menos bons modos.
—preparei esse sorvete antes do jantar pra servir de sobremesa e, sem exagero algum, nós não conseguíamos parar de comê-lo. muito bom, muitooo booom, muiiiiiiitooooo boooooooooooom!!
—tenho recebido toda semana um maço gigantesco de manjericão e mesmo depois de dividir com a Marianne ainda sobra uma quantia absurda, então eu resolvi ao invés de embrulhar os galhos numa folha de papel toalha e guardar na geladeira, colocar o maço inteiro num vaso com água, porque achei que assim as folhas duram mais e me deixam com mais tempo para gastá-las.
—estou completamente ciente de que esses sorvetes só entram aqui por causa das suas cores e das fotos bacanas que eles geram, porque as receitas, eu admito gentê, não são nada mais que o básicão de sempre.
—o manjericão, que abunda durante o nosso verão seco e quente, já foi coadjuvante de uma outra fruta, nessa minha maratona sazonal dos sorvetes. a mistura do morango com essa erva perfumadíssima foi um blockbuster na parada de sucessos gelados ano passado.
frogurt de pêssego e tomilho
As idéias vão surgindo e eu vou colocando tudo em prática, sendo que algumas vezes os resultados obtidos são ótimos e noutras não ficam aquela maravilha. Mas todas as vezes os sorvetes ficam bem gostosos, pois nada que leve tantos ingredientes de tão boa qualidade pode ficar ruim, não é? E esse frogurt ficou bem interessante. O sabor do pêssego dominou, embora perceba-se aqui e ali a discreta presença do tomilho. Os ingredientes usados foram iogurte natural, pêssegos [*dê preferência aos orgânicos, pois essa fruta está na top list das mais pulverizadas com pesticidas e outros quimicos], folhinhas de tomilho fresco, mel a gosto e uma pequena dose da vodka invisível.
gelado de cacau & cereja
Tive a idéia para esse sorvete, quando minha cunhada me contou que tinha feito um sorvete de chocolate, com cacau. Eu nunca iria pensar em fazer algo de chocolate se não viesse combinado com alguma fruta. E cerejas era o que eu tinha. Usei o cacau da marca californiana Ghirardelli.
1 xícara de creme de leite fresco
1 xícara de leite integral
2 colheres de sopa de cacau natural
Cerejas descaroçadas
Mel a gosto
1 pequena dose de Sherry
Bater tudo no liquididicador e colocar na sorveteira.
frogurt de amora
Porque me solto alopradamente fazendo esses sorvetes e quase nunca sigo receita, acabo descobrindo na prática algumas regras básicas. Depois de duas experiências em que nem a vodka ajudou a deixar o sorvete cremoso no dia seguinte, concluí que não se deve diminuir a quantidade de iogurte, leite ou creme. Nesse frogurt eu me entusiasmei com as frutas e coloquei menos iogurte. No dia em que fiz, ele ficou ótimo, cremoso e tal. Mas no dia seguinte empedrou. Tirei minhas conclusões e vou testá-las na próxima leva.
Nesta invencionice usei medidas aleatórias de iogurte grego, amoras [blackberries] e mel. A cor ficou fantástica, o sabor idem.
frogurt de figo & mel
Os figos chegaram no Farmers Market e no Co-op e eu já exagerei, porque simplesmente adoro essa fruta. Aliás, estou tendo que devorar a passos ligeiros um monte de pêssegos, damascos, ameixas e cerejas, que comprei de quilo no sábado, esquecendo completamente que eu iria estar sozinha nesta semana.
Com os figos eu fiz um frogurt, que poderia ter sido o prato principal do jantar, mas me comportei e comi de sobremesa. Foi só bater uns 6 figos com uma xícara e meia de iogurte natural, mel a gosto e uma pequena doce da vodka invisível. Bater, sorveteira, servir-se e sair cantando e dançando heaven... I'm in heaven, and my heart beats so that I can hardly speak. and I seem to find the happiness I seek, when we're out eating some frogurt made of figs....
gelado de lavanda
Durante o verão, chegam raminhos de lavanda na cesta orgânica, que eu geralmente vou colocando em vasos e espalhando pela casa. Tenho vários, já de muitos anos e é incrível como a lavanda, mesmo seca, nunca perde o cheiro. A Marianne levou o primeiro raminho que chegou este ano, mas o segundo acabou ficando na minha cozinha. Eu olhei pras florezinhas azuis fresquinhas e decidi—vou fazer sorvete de lavanda! Debulhei as flores e coloquei mais ou menos uma colher de sopa cheia delas numa xícara de creme de leite fresco. Deixei na geladeira por uns dias. Eu já tinha feito essa infusão fria com lavanda anos atrás, pra fazer um creme. Prefiro assim do que cozinhar as flores e o creme. E dá certinho. Depois é só coar as flores [esprema bem] e acrescentar 1 xícara de leite integral e mel a gosto. Sorveteira e tchans. Fica um sorvete super delicado, com um aroma e um sabor intenso de lavanda. Bom pra comer puro ou acompanhado de frutas frescas, como o morango.
sorbet de ruibarbo
Os ruibarbos que sobraram viraram sorbet, com uma receita do Chez Pannise Desserts da Alice Waters. Como tem que cozinhar o ruibarbo antes, porque cru ele é incomível, esse sorvete demorou um pouco mais pra ficar pronto. Eu usei a mesmissima medida de açúcar usada no livro e achei que ficou muito doce pro nosso gosto, que não é o de pessoas-formigas. Diminua se você for como nós, mais fã do ácido do que do doce.
500 gr de ruibarbo - lave, puxe as fibras e corte em cubos
3/4 xícara de água
2 xícaras de açúcar [nota: diminuir pra 1 xícara da proxima vez]
Kirsch ou Grand Marnier para dar gosto [*usei Grand Marnier]
Coloque o ruibarbo com 1/2 xícara de água no processador de alimentos. Pulse até formar uma pasta. Coloque tudo numa panela não-corrosiva, com 1/2 água e o açúcar e leve ao fogo, mexendo de vez em quanto, até o ruibarbo ficar cozido [uns 15 minutos]. Acrescente o resto da água [1/4 xícara] e o Kirsch ou Grand Marnier. Deixe esfriar e leve a geladeira até ficar completamente gelado. Depois é só colocar na sorveteira.
gelado de damasco
Tenho feito muitos frogurts, usando iogurte natural e grego. Este foi meu primeiro sorvete da temporada, usando um creme de leite fresco e orgânico tão robusto que preciso cutucar pra ele sair do vidro. Um ingrediente pra realmente fazer a diferença. E como fez. Esse sorvete ficou bastante cremoso e se manteve assim, mesmo depois de muitos dias no congelador. Pra comer de pouquinho, saboreando cada colherada.
1 xícara creme de leite fresco
1 xícara de iogurte cheese style [*substitua por iogurte grego ou mascarpone]
2 xícaras de damasco fresco sem caroço
1 colher de chá de água de flor de laranjeira
Mel a gosto
Uma colher de chá de vodka, que não deixa rastro no sabor, mas deixa o sorvete muito mais cremoso
Bater tudo no liquidificador e colocar na sorveteira.
frogurt de laranja & limão
Usei essa receita de sorvete deste blog lindo como base e adaptei ao meu jeito. Troquei o creme de leite pelo iogurte, troquei o tipo de adoçante e fiz na sorveteira. Aliás, pra quem não tem sorveteira, a receita original é feita sem ela. Uma boa dica.
1 laranja
1 limão amarelo
Nectar de agave ou mel a gosto
2 xícaras de iogurte natural
Folhas de hortelâ fresco picadinha
Raspe* a casca da laranja e do limão. Esprema o suco. Bata no liquidificador o iogurte, o suco, as cascas, o hortelã e o adoçante da sua preferência—eu usei o agave. Coloque na sorveteira e depois enjoy it. Ficou um sorvete refrescante e bem cítrico. Nós gostamos muitíssimo.
* Eu raspo as casquinhas dos cítricos usando os raladores da Microplane que são perfeitos, pois raspam somente a casca num serviço rápido e limpo.
sorbet de cereja & amêndoa
E lá fui eu, outra vez, inventar moda. Sempre que me meto a produzir algo comestível sem receita, me sinto um tanto insegura, já que nunca estudei nada relativo à culinária. Sou apenas uma pessoa comum que cozinha sem intenção alguma de criar nada. Mas às vezes eu arrisco, e quando digo que arrisco é porque posso fracassar miseravelmente e ter que jogar ingredientes da melhor qualidade no lixo. Felizmente essa tragédia me acontece raramente. Talvez pelo fato de usar os melhores ingredientes já começo com uma larga vantagem.
Resolvi fazer um sorbet usando umas cerejas orgânicas super doces e maduras. Decidi trocar a água pelo leite de amêndoas. O resultado ficou deveras interessante.
2 xícaras de cerejas descaroçadas
1 1/2 xícara de leite de amêndoa
Mel a gosto
Um punhadinho de amêndoas em lascas tostadas
Bata tudo no liquidificador e coloque na sorveteira.
frogurt de damasco & gengibre
Foi uma invencionice arriscada. Primeiro perguntei pro Uriel—o que você acha, damasco combina com gengibre? Ele respondeu que sim e eu também estava com uma firme impressão positiva sobre essa mistura. Fiz uma quantidade pequena, caso nossos palpites estivessem equivocados. Felizmente estavamos certos! O frogurt ficou delicioso, um sucesso absoluto, com uma interessante mistura do docinho do damasco com o picante do gengibre.
6 damascos frescos sem os caroços e cortados ao meio
Um pedaço de uns 3 cm de gengibre fresco descascado e ralado num purê
1 xícara de iogurte natural
Nectar de agave [ou mel] a gosto
1/2 colher de chá daquela vodka que não deixa rastro no sabor, mas ajuda a deixar o sorvete cremoso
Bata tudo no liquidificador e coloque na sorveteira.
»tenho estado numa fase de encanto com o gengibre, bebendo no trabalho e em casa uma infusão que eu simplesmente adoro, feita com pedaços de gengibre e fatias de limão. é refrescante e ajuda a espantar aquelas nuvens acinzentadas que às vezes se instalam no alto da nossa cabeça. gengibre é uma raiz do bem. se você quiser saber mais sobre essa delícia benéfica, passa lá no blog da Pat, que ela pode gentilmente te explicar tudinho.
frogurt de morango & baunilha
Fui arrebatada pelo entusiasmo quando cheguei no Farmers Market sábado pela manhã e vi à venda toneladas de damascos, cerejas, morangos e alguns tomates precoces. Acabei trazendo pra casa mais fruta do que poderíamos comer. Como não guardo fruta nenhuma [muito menos tomate] na geladeira*, não podemos ficar dando bobeira, esperando a fruta estragar. Principalmente se a fruta for morango. Comemos muitas al naturel, porque é assim que eu acho que aproveitamos muito mais o sabor de cada uma. E com parte do morango, reiniciei a temporada dos sorvetes. Para esta estréia, fiz um refrescante frogurt—frozen yogurt.
300gr de morango orgânico
1 1/2 xícaras de iogurte natural
1 xícara de iogurte cheese style
1 colher de sopa de extrato de baunilha
Nectar de agave [ou mel] a gosto
Bater tudo no liquidificador e colocar na sorveteira.
*com tomates é comprovado que a geladeira faz com que eles percam o sabor. e eu acho que com as frutas é exatamente a mesma coisa.
sparkling crabapple sorbet
Procurando uma receita para usar as crabapples, encontrei essa idéia irresistível de sorvete—sparkling crabapple cider sorbet. Ficou incrivelmente delicado. Com certeza deve ser possível substituir as crabapples por outro tipo de maçã ácida.
2 xícaras de purê de crabapple [ou outra maçã]
12 oz / 341 ml de cidra espumante de maçã, pêra ou pêssego
2/3 xícara de açúcar
Para fazer o purê, cozinhe as maçãs rapidamente em um pouco de água e passe tudo pelo food mill ou bata no liquidificador e depois peneire. Coloque o purê para gelar. Depois misture todos os ingredientes muito bem, até o açúcar dissolver completamente e coloque tudo na sorveteira.
gelado de morango & manjericão
Para registrar que eu fiz um sorvete de morango com manjericão e achei o fino da bossa. A receita é aquela mesma:
Morangos orgânicos a gosto
Folhinhas de manjericão fresco a gosto
1 xícara de creme de leite fresco
1/2 xícara de leite integral orgânico
Mel a gosto
1 colher de sopa de vodka
Bater tudo no liquidificador e levar à sorveteira.
gelado de figo & Porto
O meu grande problema neste momento é conseguir me controlar e parar de comprar todas as cestinhas de figo que vejo pela frente—fato que só evidencia um comportamento ostensivo de ganância extrema. O que posso fazer se adoro essa fruta e estamos na temporada? Pior seria se eu também fosse pegar figos lá na árvore de ninguém. Até agora me contentei com os figos comprados, mas o grande problema dessa obsessão é conseguir consumir todas as frutas antes que elas fiquem completamente incomíveis.
Na lida de uma dúzia de figos maduríssimos e prestes à irem pras cucuias, resolvi num rompante não muito criativo que eles iriam virar sorvete. Fiz a mesma receita de sempre, sem nenhuma novidade nesta frente culinária. 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite, mel a gosto, a dúzia de figos maduros e uma pequena dose de vinho do Porto. Liquidificador, sorveteira e o resto é história.
frogurt de nectarina
Só pra constar. Ninguém achou que eu não iria fazer, né? Não tem como deixar passar um balde de nectarinas frescas e não fazer—tchanrannnn—sorvete!
Só pra constar também que o primeiro sorvete que eu fiz, para estrear minha sorveteira, foi—tchanrannnn—de iogurte e nectarina!
Esse foi simples demais: coloque no liquidificador várias nectarinas maduras descaroçadas e cortadas ao meio, uma xícara de iogurte natural integral, néctar de agave ou mel a gosto e 1/2 colher de sopa de licor Grand Marnier. Bater tudo, colocar na sorveteira e bau.
sorvete de estragão
A idéia veio daqui, via the kitchn. Eu só mantive mesmo a presença do estragão no sorvete, o resto fiz do meu jeito.
Deixei um punhado de estragão de molho em 1 xícara de creme de leite fresco de um dia para o outro, na geladeira. No dia seguinte bati tudo no liquidificador com mais 1/2 xícara de leite integral e nectar de agave [ou mel] a gosto. Coei bem e coloquei na sorveteira. O estragão é uma erva muito delicada e aromática, tem um sabor que lembra muito o do anis. Mas esse sorvete é claramente um acompanhamento para frutas, porque sozinho ele fica um pouco enjoativo. A combinação da fruta assada ou grelhada com um sorvete de ervas é prá lá de interessante. Eu usei nectarinas colhidas no meu quintal, fresquíssimas, que cortei ao meio e coloquei na grelha da churrasqueira por uns minutos, somente até elas ficarem um pouquinho moles, mas sem exagero. Servi as metades das nectarinas grelhadas com o sorvete de estragão. Décadence, avec élégance!
gelado de milho
Fiz novamente o famoso sorvete da pamonha, que pra mim é uma das coisas mais deliciosas desse mundo. Eu perco a pose de moça fina, pois não consigo parar de comer essa gostosura com sabor de roça! Já estou com uma abundância de espigas na geladeira e estou feliz, pois este ano a fazenda plantou da variedade amarela, que é a que mais gosto. Esse milho é de uma doçura ímpar. A receita é quase a mesma, só substituí o buttermilk por creme de leite fresco e o açúcar demerara por néctar de agave.
peach mint frogurt
Esse frogurt foi feito no improviso, porque o cabeção descascou e picou um bocado de pêssegos maduríssimos, colocou tudo no congelador para ficar somente por alguns minutos e só foi lembrar de tirar muitos dias depois. Pensei imediatamente no incrível sorbet de morango da Charlene e achei que daria pra fazer um igual, de pêssego. Coloquei no liquidificados os pêssegos congelados, mel a gosto, um punhado de folhinhas de menta fresca e uma dose de licor Cointreau. Logo vi que minha intenção de sorbet não iria ficar igual ao sorbet da minha amiga e tasquei na mistura uma xícara de iogurte natural integral e a partir dali tudo correu tranquilo. Sorveteira e nhac-nhoc-nhac. Esse frogurt foi devorado em tempo recorde.
frogurt de amoras
Um monte de amoras, uma xícara de iogurte integral orgânico, 1/2 xícara de leite integral orgânico, mel a gosto. Bater tudo no liquidificador. Colocar na sorveteira. Eu gosto de manter as sementes no creme, mas quem não gosta pode bater as amoras no leite e passar por uma peneira ou food mill. Achei que a câmera não conseguiu captar cem por cento a magnifica cor natural desse sorvete.
gelado de pêssego [e amora]
Eu sou cliente que dá preferência. Gosto de comprar de certos produtores no Farmers Market. Compro sempre os ovos de uma família simpática—e quando quero ovos tenho que ir cedo, porque eles vendem rapidíssimo. Gosto do casal japonês que vende folhas verdes pra saladas, e do japonês dos cogumelos, também volto sempre no moço engraçado das frutas, e na família onde o guri faz as contas todo atrapalhado. Compro as flores sempre do mesmo casal, que já me conhece e eu e ela sempre trocamos uma prosa. Curto comprar com a bonitona do azeite, a alemã dos pães, com as mocinhas da Capay, e com a sorridente cunhada da Deborah Madison, que vende as melhores geléias. E tenho a maior simpatia por um casal de senhores, onde eu compro tomates, nozes e figos, além dessa senhorazinha que vende as frutas menos bonitas, mas eu gosto de tudo que compro dela, e gosto especialmente dela, por uma razão vingativa. Tudo porque uma vez vi ela dando a maior bronca num fulano boçal que estava apertando as frutas. Grr, como eu odeio essa gente que aperta todas as frutas, escolhe, escolhe, escolhe, escolhe, escolhe, abre as espigas de milho, provam tudo e às vezes viram as costas e não compram nada, grrgrrr! E nesse dia ela falou por mim, falou o que eu gostaria de eu mesma ter falado—NÃO APERTE AS FRUTAS PORQUE ELAS ESTÃO MADURAS E SÃO MUITO DELICADAS, NÃO PRECISA APERTAR! O fulano fez uma cara de pateta ofendido e foi embora sem comprar. A senhorinha nem pestanejou com remorso. Melhor perder um possível cliente, do que aguentar aquela tortura de olhar esses tipos machucando as frutas. Bom, eu aprovei o que ela fez, gosto muito dela e pronto. Por isso no sábado fiquei feliz em revê-la no mercado, pois ela sumiu por umas semanas. Reapareceu vendendo uns deliciosos pêssegos amarelos, que são os meus favoritos. Comprei muitos, sem apertar nenhum, e com eles fiz um sorvete,
Estava descascando os pêssegos quando o Uriel apareceu na cozinha para xeretar e quando eu disse o que ele estava fazendo, ele sugeriu que eu acrescentasse um restinho das blackberries que salvaram-se da nossa trogloditice rústica, que nos fez devorar as frutinhas puras, sem creme, nem açúcar. Decidi abraçar a idéia dele e joguei lá umas dez blackberries, junto com uns seis pêssegos bem maduros descascados, mais 1/2 xícara de leite integral e 1 xícara de creme de leite fresco. Juntei mel a gosto e uma colher de sopa de licor de cassis, bati tudo no liquidificador e depois joguei na sorveteira. Sempre tenho o cuidado de ver que o liquidificador não transforme tudo num purê homogêneo, para deixar o sorvete cheio de surpresas pedaçudas. No teste de textura e sabor o crítico me deu um high five enquanto divulgava seu veredito extremamente positivo. As blackberries não foram suficientes para apagar o sabor intenso do pêssego, mas elas deram uma cor lindíssima ao sorvete.
frogurt de limão
Solstício — 41ºC. O dia mais longo do ano. Um calorão. Mais de uma razão pra fazer OUTRO sorvete. Eu adoro fazer esses sorvetes, porque geralmente é só misturar os ingredientes e em menos de meia hora já se pode devorar uma deliciosa sobremesa gelada. Eu tinha comentado com o Uriel que iria fazer um sorvete com limão, pois meu limoeiro ainda está carregado de limões carnudos e cheios de suco. Ele tinha tentado me desanimar, dizendo que iria ficar muito forte. Pois era forte mesmo que eu queria, bem LIMÃOZUDO! Fiz um frozen yogurt.
1 xícara de iogurte natural integral
1 xícara de kefir
Raspas da casca e o suco puro e fresco de um limão
[1/2 xícara de suco]
Nectar de agave ou mel a gosto
1 colher de sopa de licor Limoncello
Misturar tudo e colocar na sorveteira.
gelado de passas ao rum
Estava olhando umas fotos de uns bolinhos no Mission Beach Cafe, em San Francisco, quando aquela luzinha acendeu—plin—sorvete de passas ao rum!
Foi uma epifania! A lembrança desse sabor que fez parte do menu gelado da minha infância, juntamente com o de flocos, me encheu de entusiasmo. Procurei por algumas receitas e acabei resolvendo improvisar a minha própria. Não tem muito segredo. Fiz tudo com um dia de antecedência.
1 xícara de passas - usei a variedade flame, orgânica
Rum o suficiente para cobrir as passas - usei rum escuro, da Republica Dominicana, resquícito da minha ex-inquilina. Deixe as passas de molho no rum por muitas horas, ou até elas absorverem quase toda a bebida e ficarem inchadas e macias.
Faça um creme com:
1 xícara de leite integral orgânico
1 gema de ovo da Felizberth
1/4 xícara de açúcar
1 colher de chá de extrato puro de baunilha
Bata bem com um batedor de arame e leve ao fogo, até ferver. Retire do fogo, deixe esfriar e leve à geladeira para gelar.
Do dia seguinte misture as passas mergulhadas no rum ao creme de baunilha e adicione 2 xícaras de creme de leite fresco. Misture bem e leve à sorveteira.
Esse sorvete satisfez plenamente o nosso paladar nostálgico!
E vejam só. Estava compenetrada, tentando tirar fotos do sorvete com rapidez e eficiência, pois afinal de contas está calor e o gelado derrete fácil, quando um cabeção felino entrou no raio de visão da minha câmera. Êta bicho curioso, não pode perder nenhum buxixo, tem que xeretar em absolutamente tuuuuudooooo....
gelado de banana & pecan
Com esse sorvete eu provei que é possível fazer uma coisa assim, gostosa e simples, até naqueles dias em que a sua cabeça está completamente nublada e você acha que não vai conseguir nem mesmo cortar um tomate ou fazer um café com leite.
Duas bananas, um pouco de mel—porque essa fruta já é bem doce, 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral. Bater tudo no liquidificador. Juntar um punhado de pecans torradas na frigideira ou forno. Deixe as pecans esfriar bem e quebre-as com as mãos. Junte ao creme de banana. Coloque tudo na sorveteira.
Usei as pecans, porque já tinha feito o sorvete de banana antes e queria mudar um pouco. As pecans torradas ficam muito mais aromaticas que as cruas e combinam muito bem com a banana.
gelado de menta chocolate
Essa é a minha versão funky do famoso sorvete de menta com chocolate chips, que foi um sabor muito popular nos anos 80 e era um dos meus favoritos na época. Não por causa do chocolate, mas sim por causa da menta. Adoro essa erva. E como tenho uma abundância de uma variedade de menta muito interessante na minha horta, decidi arriscar replicar o famoso mint chocolate chip ice cream. Só que a minha versão é um pouquinho diferente, pois não usei chocolate chips, mas sim os cacao nibs. Esses são o cacau na sua forma mais pura e apesar de terem um sabor intenso quando mastigados, os cacao nibs não interferem no sabor do sorvete, que fica completamente mentolado. Muito bom!
Bati um punhado de folhas de menta chocolate no liquidificador com 1/2 xícara de leite integral e deixei descansar por uma hora. Depois coei, ficou um leite esverdeado. Eu deixei um pouquinho das folhas da menta moída no leite, mas isso não é necessário. Misturei ao leite mentolado 1 xícara de creme de leite fresco, adocei com mel a gosto e coloquei os cacao nibs—não coloque muito! Coloquei o liquido na sorveteira e voilá!
Em todos os meus sorvetes cremosos eu uso leite integral e creme de leite orgânico da Straus Family Creamery. Acho que a qualidade desses ingredientes refletem na qualidade do produto final, que fica sem sombra de dúvidas o fino da bossa. Pisc!
passion frozen delight
Maracujá, aqui não há. Mas a polpa congelada pode ser encontrada no mercadinho internacional, e há uns meses eu comprei dois pacotes porque precisava ter essa opção. E outro dia bateu a inspiração—sorvete! Por que não?
Fiz a receita básica: 1 xícara de creme de leite fresco, 1/2 xícara de leite integral. Bati levemente no liquidificador com um punhado de cerejas, mel a gosto e 1 xícara da polpa do maracujá, que eu descongelei e ficou bem liquida. Por ter acrescentado uma quantidade grande de liquido à mistura básica, onde geralmente vai somente a fruta, resolvi aplicar um truque que aprendi com a Elise: coloquei duas colheres de sopa de vodka na mistura e coloquei na sorveteira. O álcool ajuda a manter a cremosidade do sorvete, e esse vai ficar bem sedoso quando finalizado e depois de passar horas, ou mesmo dias, no congelador, vai se firmar numa textura bem macia. O resultado desse sorvete ficou excepcional. Forte, realmente passional como é a caracteristica do maracujá, com o toque delicado da cereja.
gelado de morango
Os morangos da Swanton Farm que nós não devoramos puro, viraram sorvete. A receita é a basicona—uma parte de creme de leite fresco, meia parte de leite integral, os morangos cortados ao meio, mel a gosto e uma dose de licor Grand Marnier. Bater tudo ligeiramente no liquidificador e colocar na sorveteira. Não bata muito, para que os morangos não se desfaçam totalmente e o sorvete ganhe pedacinhos da fruta aqui e ali. Foi um dos sorvetes mais elogiados que eu já fiz!
frogurt de damasco e sálvia
Exagerei um pouco na compra de frutas no sábado, porque tudo estava tão reluzente e colorido, realmente chamativo. E como nunca guardo frutas na geladeira, temos que ser rápidos no gatilho quando há muita fruta e alguns dias quentes. Por causa disso decidi que uma parte dos damascos iriam virar sorvete. Já sabendo que damascos combinam muito bem com sálvia, fiz a mistura da fruta com a erva. A receita é a mesma do frogurt de manga com menta—parte de iogurte natural, outra parte de kefir, mel a gosto, os damascos frescos descaroçados e picados e folhas de sálvia fresca picadas, tudo batido no liquidificador e jogado na sorveteira. Só não abuse da sálvia, pois o sabor dessa erva pode ficar dominante. Esse frozen iogurte fica refrescante, azedinho e aromático. Muito bom acompanhado de bolachinhas fininhas de manteiga.
gelado de cereja
Cereja combina com creme. Por isso arrisquei numa invencionice sem receita e chutei o balde usando 1/3 de creme fraiche, 2/3 de half-and-half [o creme de leite diluído] que bati no liquidificador com muitas, muitas cerejas frescas descaroçadas e mel a gosto. Não deixei bater muito, pra fruta ficar pedaçuda. Depois disso sorveteira por vinte minutos e grawngrawngrawn...
frogurt de manga e menta
Esse bafão descabelante fora de época tem me dado ganas descontroladas de ingerir sorvete. Por isso tirei a poeira da minha sorveteira e fiz esse frozen yogurt [frogurt] de manga e menta. Usei metade de iogurte natural, outra metade de kefir natural, um saquinho de manga congelada, mel a gosto e folhinhas de menta chocolate fresca, que já abunda na minha horta. Bater, jogar na sorveteira e devorar muitos copinhos. Sem brincadeira, nos devoramos mesmo, como dois trogloditas esbaforentados...
sorvete de manga
[ com cardamomo ]
Manga e banana são frutas que não têm produção local, então tenho que me contentar com as que vêm de longe. Sempre que vejo as mangas mexicanas expostas nos supermercados, lembro de uma amiga suiça imigrada para o Canadá que rolava os olhos quando eu reclamava daquelas mangas sem gosto, que tinham viajado milhares de quilômetros até chegar nas nossas mesas. Mas tudo mudou depois que ela e o marido fizeram a viagem da vida deles ao México. Passaram meses planejando. fizeram jantares para nos mostrar os mapas, o etinerário, os planos. Depois fizeram outros jantares para mostrar as fotos, contar as histórias e aventuras. Eles voaram até Los Angeles e depois dirigiram pelo México, fazendo visitas à lugares não turísticos, tudo planejado e estudado, com engrenagem e desempenho de um relógio suiço. Num dos jantares depois da viagem ela virou-se pra mim e disse—agora eu entendo o que você queria dizer quando reclamava das mangas sem gosto. pela primeira vez na vida eu provei uma manga de verdade lá no México e realmente, aquelas de lá não tem comparacão com as que compramos aqui! Minha amiga teve uma epifania gastrônomica comendo uma manga no México.
Por isso nunca espero muito das frutas que vêm de outros países, seja porque estão fora de estação ou porque não há producão. Mas quem resiste à uma receita de sorvete de manga, como essa, perpetrada pela Neide? Não quis nem saber se a manga era a mais perfeita ou não. Fui em frente! Modifiquei um pouquinho a receita, só para não perder o hábito.
Bati no liquidficador a polpa de duas mangas, algumas sementes de cardamomo [que esmaguei no pilão primeiro], mais ou menos uma xícara de kefir e adocei com nectar de agave. Coloquei na sorveteira e voilá! Tá dificil parar de comer esse sorvete, tive até uma série de dolorosos brain freezes, tal a minha esganação.
romeo & giulietta
[ice-cream romance]
Tava lá um pedaço de goiabada cascão dando sopa e aquele mascarpone que sobrou de outra receita, o que imediamente propiciou que me cutucassem as lombrigas cheias de determinação: sorvete, sorvete, sorvete! Fiz então o sorvete de goiabada com queijo, que ficou puro deleite.
Meio bloco de goiabada cascão cortada em cubos e derretida com um pouco de água, 1 xícara de mascarpone, que pode ser substituido por qualquer queijo cremoso, 1 xícara de creme de leite fresco, 1 xícara de leite. Misturar os ingredientes até eles ficarem bem incorporados. O creme de goiabada deve estar frio. Deixe essa mistura gelar por algumas horas, se quiser. Coloque na sorveteira ou faça manualmente, congelar, bater, congelar, bater, congelar, bater. Minha goiabada não derreteu cem por cento e o sorvete ficou salpicado de micro-pedacinhos do doce. Hmmm!
exatamente o que eu queria
[sorvete de banana]
Dia quente e cansativo, cheguei em casa decidida: nada de jantar, vou fazer sorvete de banana! Estava com essa idéia fixa de fazer um sorvete com bananas há tempos. Adoro essa fruta e sua cremosidade. Pra mim, banana é comfort food. Dizem que banana é a fruta da alegria, pois ela estimula a produção da seratonina, que ajuda a combater a depressão.
Meu sorvete de banana é a coisa mais simples de fazer. Aliás, preciso testar uma receita mais sofisticada, dessas com base de ovos e tal. Mas por enquanto, essa receita básica está funcionando muito bem.
3 bananas
mel a gosto
1 xícara de leite integral
2 xícaras de creme de leite fresco
Bater tudo no liquidificador e colocar na sorveteira.
one-track mind
Acontece frequentemente comigo, porque eu estou sempre obcecada por algum assunto. Ninguém precisa realmente ficar sabendo qualé o babado. Mas essa é outra caracteristica do tipo bitolado: não conseguir ficar calado quando se trata do seu assunto favorito. Anos atrás eu falava sobre blogs para uma platéia paralisada com aquele sorriso amarelo na cara e um ponto de interrogação na testa. Dava pra perceber que estavam todos pensando sériamente, já em estado de pânico, em fugir correndo pra bem longe daquela pessoa que com certeza falava sobre alguma doença infecciosa e contagiosa—blog? coisa boa que não pode ser.
Me dediquei com afinco à fazer um sorvete de baunilha. Não qualquer baunilha, mas a baunilha fresquinha do Taiti, que eu cortei ao meio e raspei, esquentei por uns minutos no melhor creme de leite fresco e orgânico que pude encontrar e deixei em infusão na geladeira até o dia seguinte. Preparei o melhor sorvete de baunilha que pude preparar para levar ao chá de bebê de uma pessoa muito fofa, que vai ter sua filhinha no meio de setembro. Todo mundo levou uma coisinha, comprada ou feita em casa, nem tudo from scratch, mas tudo preparado com amor e carinho. Eu cheguei carregando um cooler com duas variedades de sorvete de baunilha. Não qualquer baunilha, mas aquela baunilha fresquinha do Taiti. Fiz um mais doce, outro menos doce e com a adição de uma colherzinha de chá de pasta de baunilha.
O problema não é o que eu preparo, mas a minha total obsessão por tudo o que eu faço, o que inclui o tal blog de culinária. Estou ficando seriamente tapada. Vejam só, eu só falo sobre COMIDA. Em qualquer encontro ou evento social, lá estou eu falando sobre comida. Eu falo sobre comida até com o meu marido, que não sabe fritar um ovo, mas sorri gentilmente e até dá palpites. Com ele tudo bem, estou em casa. Mas em outros lugares, preciso ir com cuidado, porque eu acabo entediando as pessoas, especialmente as que não cozinham e não estão nem aí pro assunto de comida.
Fui ao chá de bebê e já cheguei explicando que tinha feito um sorvete de baunilha, mas que não era com qualquer baunilha, mas sim a baunilha fresquinha do Taiti. E pra quem fez cara que não entendeu, eu entrei em detalhes: não tinha usado o extrato liquido, mas sim a fava, fresquinha, do Taiti. Depois tive obviamente que frisar que era tudo orgânico e que a receita era do David Lebovitz. As caras que me olhavam enquanto eu descrevia os detalhes sorriam educadamente, mas demostravam sinais visíveis de que o meu assunto não estava fazendo muito sucesso.
Se eu tiver a oportunidade, vou falar abusivamente sobre comida, com detalhes dos ingredientes, dizer que é tudo orgânico—essa parte é imprescindível, e se sobrar tempo vou dizer que a receita está no meu BLOG, um blog de culinária, preciso sempre sublinhar. Se alguém morde a isca e pergunta onde, eu já disparo rapidinha a frase apoteótica—DÁBLIU-DÁBLIU-DÁBLIU CHUCRUTE COM SALSICHA [TUDO JUNTO] PONTO COM.
sorvete de damasco seco
[ com pistacho ]
Para estrear o The Perfect Scoop do David Lebovitz que ganhei da querida Bri, decidi fazer a receita do sorvete de damasco seco com pistacho. Adoro esses dois ingredientes e acho que eles casam muito bem. Como o Lebovitz relata, os damascos secos da Califórnia são imbatíveis e foi o que usei. Também os pistachos são californianos. Aliás, o assunto aqui em casa agora é pistacho, já que o Uriel já está passando dias lá na fazenda dos dito cujos, preparando a maquinaria que vai ser testada durante a colheita. O sorvete ficou divino pro meu gosto, com a acidez adocicada da fruta misturada com a crocância dos verdinhos. Mas não foi sucesso absoluto de público e crítica, pois alguém não gostou e não comeu. Azar o dele, sobrou mais pra mim!
Dried Apricot-Pistachio Ice Cream
140 g/ 5 ounces de damascos secos cortados em quatro
[use os da California, se for possível]
3/4 xícara / 180 ml de vinho branco, seco ou doce
1/2 xícara / 70 g de pistacho sem a casca
2/3 xícara / 130 g de açúcar
2 xícaras / 500 ml de half-and-half *creme de leite diluído
Algumas gotas de suco de limão fresco, espremido na hora
Numa panela coloque os damascos picados e o vinho. Deixe cozinhar por 5 minutos, desligue o fogo, tampe a panela e deixe descansar por mais ou menos uma hora. Pique os pistachos com uma faca.
Bata os damascos no liquidificador com o açúcar, half-and-half e suco de limão. Deixe a mistura gelar um pouco e então coloque na sorveteira. Quando o sorvete já estiver cremoso, adicione os pistachos picados.
roxo, da cor da violeta
Foi um montão de blueberries, raspas de limão, Limoncello, o licor de limão italiano, açúcar demerara e creme de leite diluído, o half-and-half. Mesmo assim não empolgou. Por quê? Não sei. Pra mim pode ter sido as blueberries, porque não acho que elas são o fino da bossa, muito pelo contrário. Acho essas frutinhas muito das sem graça. Também pode ter sido o half-and-half, que não ajudou a dar corpo ao sorvete. Deu pra comer—como diz o meu marido, mas não nos arrebatou em entusiasmo, não nos fez murmurar hmmms e owhhhs. Houve um momento de silênco, mas foi de constrangimento: devo confessar que não gostei? Mas a cor ficou linda, uma coisa toda violeta, bem ornamental.
slap me out of it!
Inspirada por um dos meus sabores favoritos do Aisu Pop—abacate com limão, meti as caras em mais uma aventura na terra da fruta congelada. Pois primeiro preciso dizer que tive um momento Alton Ego quando dei a primeira mordida naquele sorvete verde, naquele sábado ensolarado, enquanto caminhava pelo Farmers Market. O creme de abacate com leite ou limão é um dos sabores da minha infância. Virava e mexia, tínhamos o creminho de sobremesa. Eu gostava mais da versão com limão e mais tarde descobri que eu poderia misturar os dois. A cremosidade do leite com o azedinho do limão. E foi isso que fiz, bati um creme bem grosso com dos abatates da variedade Hass, leite integral, açúcar demerara e suco de um limão. Depois foi só colocar na sorveteira. Ficou ri-di-cu-la-men-te BOM. Desta vez ninguém reclamou nem botou defeito em nada. Apreciamos a sobremesa em total silêncio. Colheradas e mais colheradas de sorvete de abacate, até as lambidas finais. The End.
Assumo o fato de que estou ficando monótona e daqui a pouco vai ter gente rindo de mim lá no Rio de Janeiro. Mas tudo bem, estou mesmo aficionada por essa geringonça de fazer gelados. Tenham paciência, daqui a pouco começa a esfriar, eu compro outro badulaque, desvio a minha atenção e mudo finalmente de assunto. Por hora, firme na prancha, que tem mais ondas de sabores chegando!
O sorvete da pamonha
Tive a idéia fazendo o almoço e concretizei o experimento no jantar. Eu tinha certeza que ele iria detestar. Ao som de rufos de tambores imaginários ele pegou um naco com a pontinha da colher, degustou e deu o veredito:
—dá pra comer!
E pegou outro naco, um pouco maior, que colocou no potinho e comeu sem muito entusiasmo. Já eu não conseguia parar de devorar o meu saboroso sorvete de milho verde. Quisera ter usado o milho amarelo, mas com o branco também ficou bom. Era exatamente o que eu queria e esperava. Comi um tanto a mais do que a boa educação à mesa manda e ainda lambi a colher.
Sorvete da pamonha
2 sabugos de milho verde
1 xícara de buttermilk
1/2 xícara de leite integral
3 colheres de sopa de açúcar demerara
1 pitada de canela moída
Cozinhe e milho na água, escorra e remova os grãos com uma faca. Bata os grãos cozidos no liquidificador com os outros ingredientes. Coe tudo por uma peneira fina e coloque o liquido na sorveteira. Eu não usei muito açúcar pois o milho daqui já é bem doce, mas isso fica a critério do freguês. Pra mim esse sorvete ficou perfeito. E pra ele deu pra comer!
sorvete de framboesa e laranja
1 xícara de creme de leite fresco
1/2 xícara de leite integral
2/3 xícara de açúcar
misture bem com o batedor de arame. Acrescente:
1 colher de sopa de raspas de laranja
1 colher de sopa de licor Grand Marnier
1 xícara de framboesa * usei as frescas
Misture bem e coloque na sorveteira. Neste caso eu quis inovar e coloquei as frutas inteiras. O sorvete ficou extremamente pedaçudo e you-know-who não curtiu muito. A opção é bater a framboesa e o leite no liquidificador e coar, para livrar-se das sementes.
tudo por um sorvete de figo
Culpa da Fafah, que deixou um comentário mencionando um tal sorvete de figo. Minha mente obsessiva entrou em modalidade ziriguidum. Não sosseguei enquanto não fiz o sorvete. Felizmente estamos em temporada de figo. Felizmente em moro num estado onde os figos abundam. Felizmente eu tenho acesso à uma árvore de figos. Felizmente pra Fafah também, pois se eu não conseguisse fazer o tal sorvete de figos, certamente ela iria receber mensagens ameaçadoras das minhas lombrigas mafiosas.
Para fazer o sorvete de figo foi super simples. Envolveu apenas algumas etapas que foram facilmente superadas. Primeiro fui dirigindo até a estação experimental de vegetable crops da UC Davis, onde tem uma figueira de ninguém dando sopa e muitos figos. Esses não são dos figos roxinhos, mas da variedade calimyrna, que é verde. Fui até a figueira munida de luvas e cesta, me espichei toda pra colher as frutas mais madurinhas—a árvore estava lotada, então já sei que ainda vou poder voltar lá mais vezes. A estação experimental fica no meio de um poeirão, com greenhouses de um lado, campos de milho e outros legumes do outro. Tem que ir de sapato fechado e tomar cuidado pra não pisar em figos podres e depois pisar na terra e pedregulhos. E tem que lembrar de checar as solas do sapato antes de entrar no carro.
Munida de muitos figos madurinhos, rumei para casa onde eles foram lavados e despolpados—alguns devorados animalisticamente ali na frente da pia mesmo. Depois fiz uma mistura de 2 xícaras de creme de leite fresco, 1 xícara de leite integral, 3/4 de xícara de açúcar e 2 colheres de chá de essência de baunilha. Misturei bem com o batedor de arame, até o açúcar dissolver completamente. Acrescentei a polpa de vários figos, mexi bem e coloquei na sorveteira.
Olha, não vou nem tentar contabilizar aqui em público a quantidade absurda desse sorvete que eu devorei, enquanto murmurava palavras elogiosas e prazeirosas degustando o creminho gelado impregnado do sabor e das sementinhas de figo. Obrigada pela inspiração Fafah. As lombrigas de pança cheia mandam lembranças!
sorvete de iogurte e nectarina
Tive um ataque de ansiedade quando, no meio da tarde no trabalho, resolvi checar em que ponto estava a minha compra no site da Amazon. Quando li delivered - front door quase tive um treco! Minha sorveteira estava na porta da minha casa e eu tinha ainda umas boas três horas de labuta pela frente. Roí até os cotovelos de vontade de largar tudo e pedalar enlouquecidamente para casa. Mas a hora chegou e eu pude finalmente abrir a caixa da minha primeira sorveteira!
Maldição que é essa minha librianice de ficar como uma tonta, indecisa, de enrolar e procrastinar, de não conseguir escolher as coisas, ir na loja e dizer—é essa! Agarrar e comprar. Fiquei protelando tantos meses para comprar essa sorveteira. Já estamos no meio do verão, veja quanto tempo perdido.
Mas lamentos serão desnecessários, pois já estreei com sucesso minha maquininha de fazer gelados. Comecei com algo bem saudável, um frozen yogurt. Usei as nectarinas que já estamos colhendo, polpudas, suculentas e docinhas. A receita eu adaptei do livrinho que veio com a máquina. Não poderia ser mais simples.
Coloque três nectarinas no processador e pulse até ela ficar pedaçuda, mas não totalmente liquida. Numa outra vasilha misture 2 xícaras de iogurte natural, 1/2 xícara de leite integral, 1/4 xícara de açúcar. Bata bem, para o açúcar dissolver completamente. Acrescente o molho de nectarinas e misture bem. Ligue a sorveteira, coloque o liquido nela e espere o sorvete ficar pronto, que neste caso foram vinte minutos. Gostei muito mais da textura do sorvete no dia. Depois que dormiu no congelador ele ficou mais durinho. Mas nada que comprometesse o sabor. Outros experimentos virão, com creme de leite e tais.
ice cream social
Passamos a tarde do Memorial Day na casa da Elise, em Sacramento. Ela ganhou um batch de sorvetes da Mashti Malone's de Los Angeles, todos com sabores incomuns e exóticos. Fizemos uma degustação regada a home made lemoncello e super deliciosos cupcakes. Foi muito legal reencontrar os queridos blogueiros e conhecer os simpaticissimos pais da Elise, além de conversar sobre o óbvio—COMIDA! Também comentamos exaustivamente a reportagem sobre food blogs que saiu no jornal Sacramento Bee e combinamos uma degustação de vinhos para breve.
* na foto, o sorvete de lavanda, um dos meus favoritos depois do incrível sorbert de ervas.
sabores exóticos
A série Häagen-Dazs Reserve está bem interessante. Já experimentamos o sabor romã com chocolate, que foi aprovadíssimo por todos. O de açaí não fez muito a nossa cabeça. Mas apesar de ser um Häagen-Dazs, ele tem quase zero de gordura, fato que nos impressou deveras. Esse sorvete é delicioso justamente porque tem mais de cinquenta por cento de gordura—quase um crime! Provamos também o sabor mel lehua havaiano com creme, que gostamos muito.
ice cream dream
Confesso que comprei esses sorvetes no Co-op puramente baseada no rótulo de nutrição. Quando li 10% total fat, zero de trans fat e 5g de açúcar, coloquei os potinhos imediatamente no carrinho. Comparado com os 50% total fat de um Haagen Dazs da vida, peloamordedeus, é uma diferença brutal! Só depois que vi que o sorvete, fabricado pela Celestial Seasonings, tinha os mesmos sabores de alguns dos seus chás e era feito com leite de arroz. Como eu adoro leite de arroz, fiquei toda sorridente. E o sorvete é simplesmente uma delícia - leve e delicado, e vem sem motivos para culpa.