Aprende-se, sempre

O que eu realmente gosto no meu cotidiano culinário é saber que há sempre algo novo para se conhecer. Sabores, texturas, ingredientes, maneiras de preparar, misturas, técnicas. Os horizontes estão abertos à novas tendências, experimentos e criatividade. Posso confirmar que estou sempre aprendendo e acho isso tri-bacana, pois a culinária não é nem nunca vai ser uma caixa fechada, com tradicionalismos inalteráveis, idéias impassíveis, verdades fixas e absolutas.
Por isso ainda não perdi totalmente o entusiasmo com as minhas desventuras na cozinha e adoro quando tenho algo novo para colocar em prática. E a novidade desta semana foi o caldo com a fibra e sementes da abóbora, que aprendi com a mestra Deborah Madison. Ela ensina a usar o interior da abóbora, aquela parte fibrosa, e as sementes—que eu sinceramente não tenho a menor paciência de torrar e aproveitar.

Abri uma abóbora red kuri ao meio, as fibras e sementes foram para uma panela, junto com algumas folhas de verdura verde, uns dentes de allho, pimenta preta e juniper e bastante água. Virou um caldo, que depois de ferver, ferver, foi coado e usado numa sopinha singela com macarrãozinho orzo.

E a abóbora foi pro forno cortada em cubinhos e depois de assada foi temperada com suco de limão, sal rosa do Himalaia, bastante azeite prensado com limão e salpicada com folhinhas frescas e aromáticas de manjericão, que estão crescendo na estufa da fazenda e foi nosso treat na cesta orgânica da semana. Essa foi a melhor salada de abóbora que já comi em muitos ano. Foi servida morna no jantar e o restinho que sobrou foi o meu almoço frio no dia seguinte.

5 comentários em “Aprende-se, sempre”

  1. Qdo pequena, era costume em casa assar com sal e manteiga as sementes da abóbora.Se moídas após torradas, viravam uma farofa deliciosa.Ando esquecida dela ultimamente…

  2. Concordo com vc, Fer. É tanta coisa nova para descobrir todo dia que não entendo como tenha gente que coma todo dia o mesmo arroz com feijão por OPÇÃO! Só que alguns “tradicionalismos” ainda estão entranhados em mim. Alguns pratos específicos, para me fazer suspirar de saudades por alguma época ou lembrança, precisam ser feitos exatamente, tim-tim por tim-tim, de uma determinada forma. Mas aí eu digo que é culpa de ser filha de engenheiro: acho que essa coisa de ser metódica e preciosista vem na carga genética… 😛
    Eu costumo ter sim paciência para torrar as sementes de abóbora, mas fiquei maluca de curiosidade de testar esse jeito de aproveitar o miolinho…! Muito obrigada por dividir isso conosco!
    Bjos!

  3. Fer, adorei o teu texto. O que diferencia um bom cozinheiro de um cozinheiro mediano é justamente essa inquietude, essa eterna vontade de aprender.
    Me diz uma coisa, o que é juniper?
    Beijo pra ti, querida
    R: Talula, juniper eh uma frutinha, que seca eh usada como condimento—veja aqui. beijos, Fer

  4. Fer, eu tbem adoro a cozinha em termos de aprendizado. Vivo aprendendo e descobrindo coisas novas, novos sabores, novas texturas, novas ideias e mais ainda, culinaria eh excelente para voce aprender a ser mais flexivel: brincando e experimentando com substituicoes.
    Uma coisinha a mais aqui, outra a menos ali e vc nao so aprende a “please” o seu paladar mas tbem como lidar com a alquimia da cozinha e suas misturas, criando delicias e explosoes de sabores.
    Achei muuuuito bacana essa ideia de aproveitar as fibras e sementes da abobora p/ fazer caldo, super 10!
    Outra coisa bacana da culinaria e sua relacao com a era dos computadores eh ler os blogs comidisticos das amigas e aprender com elas tbem, nao eh mesmo?!!!
    Beijos!
    Ana

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