a falta que a magrela faz

paulo_paula_bike.jpg

Na capital americana das bicicletas encontra-se de tudo, desde as magrelas mais sofisticadas feitas com material levíssimo, altas tecnologias aerodinâmicas, passando pela multidão de bikes comuns, outras inusitadas, daquelas com apenas uma roda ou um banco altíssimo, onde o ciclista pedala deitado ou totalmente em pé. Davis é realmente uma democracia de bikes com espaço para as caríssimas e brilhantemente novas, as não tão novas, as velhas, e velhíssimas, chegando até aos cacarecos caindo as pedaços. A minha magrela é antiga, da marca Schwinn e cor azul, com duas cestas dobráveis de metal atrás. É uma cruiser, isto é, uma bike pra se andar na boa, sem se esbaforir, sem correr. Ela não é bicicleta com marcha, pra dar velocidade, ela é bicicleta pra passear, cruzar o parque tranquila. Eu escolhi essa bike por acaso, porque ela simplesmente apareceu na minha frente e eu achei que ela era perfeita pra mim. Ela é uma bicicleta alta, com banco alto, guidão alto, carregava um estudante gigante pra lá e pra cá e quando ele terminou o curso e foi embora eu fiz uma doação e fiquei com a magrela. Que bicicleta boa, minha gente! Já viu gente alta pedalando bicicleta comum? É de dar pena. É uma corcundice tórpida, uma abertura de pernas patética, gente alta precisa de bicicleta alta, por isso eu me encantei com essa magrela azul. Ela me deixa ereta, não me faz dobrar, me deixa elegante mesmo na tarefa inglória que é pedalar contra o vento ou sobre a chuva. Minha magrela é uma cruiser com breque de pé, que no começo me pareceu uma coisa da era das cavernas, mas com o tempo se acostuma a usar e hoje eu nem sinto a diferença. Estou sentindo é a falta dela nesses dias, quando tive que caminhar pro trabalho. Nem vou dizer que caminhar não deu certo, na minha atual condição. No final acabei tendo que dirigir, o que pra mim é quase um crime. Gastando gasolina pra ir daqui até ali. Mas tudo bem, enquanto não posso pedalar, vou fazer uma reforma na minha magrela, trocar o banco, os apoios do guidão e finalmente instalar um pára-lama, que faz uma falta danada todo inverno.

*na foto o meu irmão Paulo, um moço muito altão, pedala alegremente a minha bike azul com minha sobrinha Paula de carona, num lindo dia de inverno no Arboretum.

10 comentários em “a falta que a magrela faz”

  1. Já que a Pipoka se confessou, eu também o faço. Eu não sei andar de bicicleta e tenho um enorme desgosto! ahahaha Em criança nunca tive bicicleta porque a minha mãe dizia que não tínhamos onde guardar (vivia em apartamento). Em grandinha já cheguei a experimentar e acho uma coisa dificílima! ahahah Para além de que me fartei de cair!! Mas eu como sou altona também, acho sempre difícil fazer certas coisas porque me sinto com o centro de gravidade muito longe do chão… ahahah Então fazer o pino, a roda, andar de bicileta, etc, sempre achei serem impossíveis para mim, apesar de gostar de desporto. Mas sei que mais tarde ou mais cedo vou ter de vencer o medo e comprar uma “bicla”, nem que seja com rodinhas…ahahah

  2. Oi Fernanda !!!
    Eu imagino a falta que ela esta te fazendo. E vc, como esta ? A foto é linda e sua magrela também.
    Abraços.

  3. Linda,
    Nem sei o que seja sentir a falat de pedalar… a próxima vez que vc vier a Portugal, está convocada para me ensinar a andar de bicicleta…hehehe
    bjs

  4. Fer, vou resumir : boa recuperação e que as fotos voltem ao normal ( e você também, consequentemente) !
    Agora, bicicleta com breque de pé ( ou travão)!! Esta faz tempo que eu não vejo, se bem que na verdade já faz um tempão que eu não vejo qualquer bicicleta !
    Ah! O Empório Santa Maria está reabrindo por aqui e importou uma daquelas máquinas de experimentar vinhos com o cartão. Vou ver se consigo passar por lá !

  5. Linda a sua bike, do jeito que eu quero!!! A foto ficou legal. Outro dia eu vi um blog dinamarques sobre o movimento “Slow Bikes” (inspirado em slow food). Porque em Copenhagen, onde todos andam de bicicleta, tem desde o pessoal que passa em alta velocidade nas bicicletas esportivas, ate’ as mulheres de salto alto nas cruisers, e pais com as criancas em carrinhos que ficam na frente da bicicleta.
    Espero que voce consiga voltar a pedalar logo!
    bjs

  6. Quando estive em Amesterdão, capital das bicicletas, aluguei uma com travão de pé. Foi um drama! Atropelei até um carro, imagina! Habituada a travão de mão, eu era um perigo em cima daquela! No fim do dia já estava mais habituada.
    Eu quero comprar uma cruiser assim para mim, com cestos e tudo. Mas por cá ainda só encontrei muito caras, dessas todas high-tech. Tenho de procurar uma à antiga!
    Beijo *

Deixe uma resposta para migasCancelar resposta