if you’re snappy and you know it, wash your hands

Sempre que passo pelo dispositivo com toalhinhas desinfetantes que fica na porta de alguns supermercados, meu super-ego dominador e maníaco sente-se completamente vitorioso e realizado. Confesso aqui publicamente que aprovo essa idéia das pessoas poderem desinfetar seus carrinhos e cestinhas.

Anos atrás eu convivi com uma germ free freak. Ela era obcecada ao ponto do irracional. Para descrevê-la exatamente, eu teria que caricatura-la vestida de super herói com um tubo de toalhinhas e outro de spray desinfetante pendurados um de cada lado do seu cinto de super-utilidades. Ela era a paladina da limpeza, a líder na incansável guerra contra os germes e bactérias. Ela me irritava. Eu sempre pensava—onde vamos chegar com isso? à uma sociedade totalmente esterilizada, todos vestindo roupas anti-germes, luvas, máscaras, espirrando desinfetante em tudo? como vamos sobreviver à uma simples gripe num mundo imaculado como esse?

Apesar disso, eu tenho as minhas neuras. E uma delas é a de lavar as mãos frequentemente. Pode ser um pouco exagerado, mas não é por medo de germes, é simplesmente por nojo. Vocês já pensaram na quantidade de fluído corporal que é espalhado copiosamente a cada segundo nos ambientes de uso público? Maçanetas e puxadores de portas, barras de ferro nos ónibus e metrô, portas de banheiros, bancos de sala de espera, telefones, eteceterá? Eu penso nisso e me previno. Lavo minhas mãos quando posso. E acredito que esse hábito meio exagerado me ajuda a não ficar sempre doente, com gripes e resfriados, como acontece com meio mundo que eu conheço.

Por isso aplaudo silenciosamente a fabulosa idéia de poder limpar o guidão do carrinho ou a cestinha que vou carregar no supermercado. Não aprovo de maneira alguma essa tendência histérica de nos transformar em obcecados, mergulhando tudo o que tocamos em baldes com cloro. Mas putsz grila, você já pensou na imensidade de fluídos corporais alheios, ressecados e praticamente invisíveis, com que convivemos desavisados e insuspeitos todo santo-dia?

25 comentários em “if you’re snappy and you know it, wash your hands”

  1. Não sou paranóica. Mas lavar sempre as mãos é fundamental. Ainda mais quando chegamos da rua. Uma coisa que sempre me impressiona é ver pessoas com bebês pequenos no colo, que não colocam uma fraldinha ou qualquer outra coisa, onde o bebê vai encostar o rostinho. rs Nas novelas então! Todo mundo passando bebês de mão em mão, colo e em colo, e o coitado encostando a boquinha na roupa de cada um!

  2. Acho que muitos de nós sofremos um pouco de POC ou DOC eh eh
    Eu também tenho esse “desconforto” de tocar em coisas que são usadas por pessoas que não conheço e não sei onde andaram as mãos delas. Tenho um frasquinho de gel das mãos que é antibacteriano e que transporto na bolsa (pode?) para usar sempre que ficar com uma sensação estranha nas mãos 🙂
    Logo eu que tenho a psicologia como área, e tu também fizeste psicologia, não é? Pois é, há coisas que nem Freud explica eh eh 😉

  3. Acho que uma boa higiene é fundamental e de um modo geral o brasileiro tem higiêne, infelizmente, as exceções estão na extrema pobreza que assola este país. Mas acho doentio essa mania de exagero na limpeza, passar alcool em tudo, ficar lavando as mãos sem parar, essa mania em exagero foge ao equilíbrio. E isto é um distúrbio chamado de TOC -transtorno obsessivo compulsivo – e precisa ser tratado com terapia e medicamentos juntamente com psiquiatras e psicoterapeutas/psicólogos sérios.

  4. post altamente libertador, pensei que era so eu. eu nao era psica com limpeza, mas fiquei. e sempre tive nojo desses objetos e lugares que todo mundo passa a mao (barra de onibus, torneiras e macanetas de lugares publicos etc). acho que tudo comecou quando um dia, ha muuuitos anos, ao usar um telefone publico, descobri da pior maneira possivel que alguem tinha pregado chiclete na parte que a gente encosta na orelha. maldade.

  5. Pôxa, Fer, que ótimo se tivéssemos por aqui estas toalhinhas nas portas dos supermercados. Coisa de primeiro mundo. Em compensação, somos cá mais resistentes, temos mais anticorpos por causa de tanta exposição a estes fluidos corporais e que tais. Eca. Gostei do putz grila haha. bjs, n

  6. ah, e eu acho que essa ‘nóia’ toda é coisa de americano e gentes do hemisfério norte que evitam contato corporal ao máximo, até em rituais sociais. eles achar que nós somos um bando de primitivos, hehe.

  7. fer, eu acho que o segredo de tudo na vida é equilíbrio. inclusive nessa coisa de limpeza. eu sempre lavo as mãos e tiro os sapatos quando chego em casa, é meio que automático. mas não tenho muita paranóia, não. inclusive acho que já foi dito que excesso de limpeza deixa a gente mais vulnerável ainda, pois o organismo não consegue fabricar defesas e as bactérias são serezinhos espertos como o quê. então eu procuro ficar na linha intermediária entre o bom-senso e a paranóia. e, na boa, eu nem lembro que um monte de gente segurou no carrinho do supermercado, na barra do ônibus ou no metrô e nos fluidos corporais dessa gente toda. pra mim essa toalhinha aí seria mais um produto inútil. bjs

  8. Fluidos corporais???? Ai que nojooooooooo…também odeio pensar nisso e fico impressionada como as pessoas não se preocupam…a coisa de ir ao banheiro e não lavar as mãos…fala sério. Trabalhei em um lugar que uma colega tinha mania de limpar o telefone, ela levava um óleo de casa para passar no fone e deixar mais cheiroso, dizia que era para minimizar o mau hálito dos outros…rsrsrs…
    Infelizmente aqui no Brasil ainda há muito pouca preocupação com limpeza…as pessoas comem qualquer coisa na rua, não lavam as mãos, não usam copos descartáveis, eca, eca, eca….Tô contigo e não abro.
    Beijos.

  9. o que eu acho bonito de ver é na universidade aquele povo indo no banheiro e saindo sem lavar as maozinhas…Eu tenho paranoia com lugar fechado (ônibus, trem, salas abafadas) e aquele povo tossindo e escarrando no inverno, chego a sentir os virus vindo em minha direçao, que nojo, ha ha ha. Beijao.

  10. Não sou de todo maníaca das limpezas mas a única coisa que eu acho que sou maníaca é na cozinha, sobretudo com os alimentos. Não pouso comida directamente nas bancadas, estou sempre a lavar as mãos e sobretudo não encho a pia com água e mando carne ou peixe lá para dentro! Aliás, se vejo alguém fazer isso, já fico sugestionada para comer essa comida. Existe coisa mais suja do que uma pia onde pomos os pratos sujos e afins? Enfim…eu disse que isso talvez seja paranoia. :o)
    Adoro a sua escrita!

  11. Confesso que também tenho um costume exagerado na minha cozinha. Passo alcool nas mesas e bancadas várias vezes ao dia, parece loucura, mas não é. As crianças deixam cair alimentos na mesa e nas bancadas e pegam novamente para comer. Tenho também lencinhos umedecidos no carro, para as mãozinhas sujinhas infantis. rsrs. Bjs.

  12. Post deleite total! Sou também cheia de nojos e o maior de todos é com sapatos em casa. aqui na minha NUNCA. Tenho chinelos de palha, fofos, de tamanhos e cores variadas, pra quem não gosta de pisar direto no chão! Fico impressionada nos restaurante self services que ninguém tá nem aí pra lavar as mãos…uma pena! Adoro lavar as minhas em todas as situações e Tomie vai pelo memso caminho! Amém!

  13. Pois é, eu também lavo as mãos com frequência. rss
    Mas continuando, queria dizer que adorei o post e que ele me lembrou uma história. Minha vizinha que eu adoro faz algo com o filho que eu não entendo. Ou entendo.
    Ela vive com lencinhos (ok, eu também) e gel na bolsa e sempre que voltamos de algum playdate ela limpa as mãos do menino para dar algum snack para ele. O problema é que ela coloca a comida na bandeja do carrinho dele que vive suja, cheia de poeira … para que limpar um e deixar o outro sujo?
    No Brasil não existe essa paranóia não, certo?
    Beijos.

  14. Oi Fer,
    muito legal o blog!
    Também tenho (eu e minha namorada) um blog gastronômico e gostaríamos da tua visita.
    Vamos linkar o teu blog no nosso e se puderes, faz o mesmo, ok?
    bjz e a gente se lê por aí…

  15. Acho que aqui in Brazil we are very far away deste zelo, mas bem que seria bom não ter que ficar carregando a caixinha com toalhinhas molhadas e tê-las nas portas de supermercados, banheiros; na feira livre, p. ex., poderia ter um flanelinha vendendo uma folha, no sinal de trânsito, ali na Av. Brasil, um moleque penduraria alguma no espelho do carro, com um bilhetinho dizendo que ele sustenta a casa (no lixão) vendendo estas toalhinhas e por sito não está assaltando…. quem sabe lançar a campanha “Canse…de ter as mãos sujas”… rss t^só brincando. Vou fazer como vc e esperar silenciosamente esta fabulosa idéia. Bjos

  16. kkkkkkkkkkkk
    Fer, gosto tanto de sua escrita. esses fluidos corporais…
    Eu tb ando com um gelzinho na bolsa, adoro, mas tô a léééguas de ser uma paladina da limpeza!!!
    Bjos!!!

  17. Confesso… já fui uma paladina da limpeza , hj estou melhor, mas…. minha bolsa não vive sem frasquinho com gel, lenço umidecido, ainda sou louca por essas coisas e tb sou viciada em lavar a mão
    Bj e não fico um dia sem entrar aqui!

  18. É, não dá prá ser porquinha… Mas às vezes, quando me pego na neura, penso que, se a espécie humana sobreviveu à imundice da Idade Média, então eu posso sobreviver a alguns germes e bactérias por aí… hehehe… (depois que vi um episódio de MithBusters sobre coliformes em escovas de dentes, meu mundo virou…)

  19. Fer, same ol’, same ol’..Akih em casa compramos uns pacotinhos na Target – Wet Ones (eles sao pink e normalmente estao perto dos caixas) e deixamos no carro, no office, na mochila, bolsa..Usamos direto!! Por exemplo, qdo vamos a gas station, KC morre de nojo da pump..ou ao sair do tennis, depois de catar tanta bolinha..:))
    Minha dica:))
    Bjs e Happy Weekend!! (tiramos a Friday Off:))
    Bri

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